sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amigo ou inimigo de Deus???


Hoje celebramos o dia do amigo.

Ofereço este texto em homenagem a todos os meus amigos. Obrigada por vocês existirem na minha vida.Amigos do dia a dia, de todas as horas, de perto e de longe, os novos e antigos, os dos momentos do choro e das risadas, de trabalho e da escola, amigos de oração e adoração a Deus, os virtuais e os de fato, amigos de idas aos shoppings da vida, dos filmes semanais com direito a muita pipoca e guaraná, amigos dos momentos dolorosos e de refrigério. Amigos até que a morte nos separe.

Amigo é alguém que nos compreende quando ninguém nos entende. Alguém que nos ouve, quando todos se afastam; que nos abraça, mesmo quando não temos nada a oferecer em troca; que nos perdoa quando falhamos feio com ele; que nos estende a mão no dia da adversidade, quando todos nos deixam sós; que nos dá um sorriso, quando nossos olhos não estão a brilhar; que nos anima no tempo da angústia; que nos tolera quando estamos chatos e intolerantes.

Amigo é aquele com quem podemos pensar em voz alta. Um amigo nunca abandona o outro, mesmo quando está amargo. Um amigo dá a vida pelo outro, como Jesus fez conosco.

Jesus foi um homem que soube valorizar as amizades. João, não foi apenas discípulo, foi o grande amigo de todas as horas, a quem confiou Maria, sua mãe, certamente viúva, no momento de despedida de sua vida terrena.

Jesus nos ensinou a viver a amizade com pureza e intensidade a partir do modo que fomos criados por Deus, isto é, sem distorções provenientes do homem decaído.

A história de amizade entre Jesus e a família de Lázaro é interessante. Sempre que ele passava por sua casa, Lázaro lhe dava atenção e Maria estava sentada a seus pés aprendendo dele. Afinal, Jesus veio para ensinar sobre o vasto Reino de Deus, até então desconhecido pelos homens. Todos que o cercavam, tinham muito a aprender. Porém, Marta só pegava o bonde andando, porque estava interessada em cuidar do bem-estar das visitas. Muito preocupara com o excesso de serviço doméstico. Parece que a vejo, andando pela casa, levando água, servindo lanche, acomodando os ouvintes da melhor forma possível, suada, cansada de transitar várias horas. Até que desabafou com Jesus: "Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!” Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada". (Lucas 10:38-42)

Jesus veio a terra para fazer dos homens, amigos de Deus. E para ser amigo íntimo é necessário gastar tempo em o conhecimento mútuo. Assim como Marta - Não importa o quanto você faça, se for pelos motivos errados, Deus não abençoa e nem recebe. Marta estava preocupada em agradar a todos para ser reconhecida como a dona de casa perfeita. O orgulho da anfitriã que sabe receber bem seus convidados. Suprindo a necessidade de outros sem cuidar da própria. Jesus estava lá por motivos que ela não entendia. Seus pensamentos e suas atitudes eram meramente humanas.  Mas, o mestre falava de um Reino Celestial, que veio para tabernacular, instalando-se no homem e não fora dele. Um Reino que começa de dentro e toma dimensões para fora.

Jesus a repreende por causa da futilidade do seu pensamento humano. Porque, as nossas prioridades para o Reino de Deus são nulas. Jesus, o Filho de Deus, o salvador dos homens estava lá, na casa dela, para enriquecê-la com conhecimento divino e ela só conseguia pensar nos afazeres domésticos. Não que ela não quisesse aprender aos pés do Mestre. Tenho certeza de que ela queria, pois amava a Jesus. Mas, não o amou o suficiente para fazer dele uma prioridade para a sua vida. O apóstolo Paulo afirmou categoricamente. “Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo”. Gálatas 1:10

As encruzilhadas da vida nos conduz a escolha entre o que é importante e o que é prioridade. E a vida se torna meio atarantada, como a de Marta, quando invertemos os valores, do que é prioritário, pelo que é meramente importante.

Maria escolheu bem. Ela soube devolver a riqueza do conhecimento que obteve do Mestre, preparando-o para a sua morte, quando quebrou sobre ele o vaso de alabastro. Uma mulher jamais poderia proceder desta forma publicamente, mas ela foi honrada por causa da atitude ousada que o conhecimento de Deus lhe trouxe. O seu nome ficou gravado para testemunho de sua fé, pela eternidade.

Faça de Jesus, o amigo presente em sua casa; em sua vida. Não abra a porta da rua e lhe aponte a saída, com as atitudes fúteis e levianas, próprias de um coração não amante de Deus. Criar tempo prioritário para Deus é um ato de expulsar os ídolos erigidos ao longo da vida. Ídolos criados à imagem e semelhança humana que destroem a fé viva dos ensinamentos do Mestre. Se eles continuam erigidos, nunca poderemos ser amigos de Deus, através de Jesus Cristo, Seu Filho.

“Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo”. Filipenses 1:9-10

Feliz dia do amigo!!!

Deus nos abençoe.

Denise F Passos

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Por trás do véu


Denominamos de véu, o tecido transparente, de renda, seda ou qualquer outra fazenda delicada, que as mulheres usam como sinal de honra, para cobrir ou encobrir. Que mistério há por trás de um véu? Há véu para todos os fins. O véu da noiva, véu cacheira, véu imposto apenas para mulheres, planta véu de noiva, véu blog, grupo véu de fumaça, véu de seda na dança do ventre, véu palatino, véu do templo, loja de véu e talvez uns tantos mais que eu não tenha conhecimento.

O véu como peça de vestuário, começou a ser usado por homens e mulheres, como proteção por causa do sol causticante nas regiões desérticas. Com o passar do tempo à coisa continuou quente apenas para o lado das mulheres. A imaginação fértil do autoritarismo masculino impôs o uso do véu, não por cuidado ou proteção contra o sol causticante, mas para emparedar a mulher por trás dele, fazendo do seu uso uma obrigatoriedade. O rosto de uma mulher, principalmente das virgens, só poderia ser visto por membros da família. Torná-lo público era sinal de desonra.

Sabemos que no início dos tempos bíblicos, o véu já era utilizado para proteger, resguardar e dar um ar misterioso às mulheres da época. Conta à história, no capítulo 24 do livro de Gênesis, que Abraão mandou o seu servo Eliezer, buscar mulher que pertencesse a sua parentela para esposar seu filho, Isaque. Rebeca, moça formosa, escolhida a dedo pelo próprio Deus, possuidora de inúmeras qualidades; deixou tudo para trás e seguiu rumo a seu destino, levando consigo bem pouco da casa de seu pai, sabendo que o cuidado de Deus lhe proporcionaria a honra do amor.

Após a longa viagem, quando estavam chegando a seu destino, levantou os olhos e avistou a Isaque que havia saído ao campo para orar. Ao mesmo tempo, ele também levantou os olhos e avistou a caravana que se aproximava. Rebeca então disse ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? “E o servo disse: Este é meu senhor. Então, ela tomou o véu e cobriu-se. E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera. E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado, depois da morte de sua mãe”. Gênesis 24: 65-67

O véu que resguarda, quando retirado de forma majestosa, deixa ver toda a beleza e revela aos poucos todo mistério, guardados por traz dele. O encanto da descoberta é que aguça o desejo. Um desejo que aumenta e perdura.

Nas gerações passadas os jovens eram ensinados a preservar alguns princípios. Princípios agem na vida de uma pessoa como a cobertura de um véu. Pessoas que não entendem o valor de princípios, ético-moral –espiritual, desprezam a qualidade de belo, que proporciona o desejo da descoberta. O preço é baixo, como os pobres valores adquiridos. A liberdade de fazer da própria vida o que bem entende, leva muitos a becos sem saída, a angustiantes guetos interiores, a exposição nas praças públicas dos faladores, e a crucificação por parte dos hipócritas.

As lindas e inteligentes meninas de hoje, em grande maioria, são induzidas a abolir seus véus. Não há mais nada a ser descoberto. Todo o seu universo está exposto. A intimidade está à mostra para qualquer um ver e talvez desfrutar. Não há mais o que ser valorizado, pois não há valores guardados por traz do véu. A maturidade às avessas deixam-nas vulneráveis a qualquer tipo de circunstancias e pessoas. “Liberdade e responsabilidade caminham juntas”. Este foi o lema repetido diversas vezes em nossa casa, enquanto minhas filhas estavam em formação. A liberdade tão cobiçada, sem a responsabilidade devida, transforma-se em prisão, que cerceia o alvo do desejo.



Os rapazes por sua vez, borboleteiam nas suaves flores sem compromisso algum, não percebendo o quanto isto as despetalam. Rasos de sentimentos e estagnados na imaturidade, não entendem a profundidade do ato de retirar o véu de uma donzela, para conhecer a riqueza de sua intimidade, tomando-a por mulher. A vulgarização do sublime, tão incentivada pela mídia, diploma jovens tresloucados que não saberão ensinar com propriedade as suas futuras famílias, isto é, se chegarem a formar uma. A famosa frase: Prendam as suas cabras porque os meus bodes estão soltos” é dita com orgulho por pais que, erradamente tentam firmar a masculinidade dos garotos, e isto, no mínimo alimenta o ego de um pegador. Sem escrúpulos, por não terem aprendido com o modelo ideal, não conseguem valorizar o amor-paixão que segue pela vida à fora, no entrelaçamento de dois seres que se fundem até que a morte os separe; trocando pela ilusão da transa animal, descompromissada.

A mulher foi criada para ser amada pelo homem, este é o seu desejo natural. Se uma mulher é amada, ela descansa no amor, fazendo do seu companheiro o mais feliz dos homens. Enquanto isso o homem precisa do respeito desta mulher. Um casamento perfeito, “amor e respeito”. Sem estes dois tributos, nenhum relacionamento vai muito longe.

O véu é a linha que delimita os espaços. E somente através da honra, deve ser retirado.  Assim como Isaque, pelo amor, desnudou Rebeca do seu véu. Se isto que estou dizendo fosse asneira, a verdade dos casamentos atuais seria diferente. A geração micro-ondas, já pega tudo pronto, e da mesma forma que esquenta rápido, também esfria. A ebulição lenta e duradoura que traz o fogão a lenha, é totalmente inviável para os dias atuais, dizem os educadores modernos. Sem profundidade, os compromissos ensinados, são mantidos em bases movediças; construídos hoje, para despencarem amanhã.

Mas, caso despenque, não há problema algum. O manual da escola, da vida moderna, diz que: a fila anda; bobeou, dançou; até que o divórcio nos separe; vamos “ficar”...

Deus, em Cristo, nos honrou rasgando de alto a baixo, o espesso véu que nos separava de Sua santidade. E hoje, podemos adentrar o Santo dos Santos, lugar privativo para os íntimos, onde usufruímos das preciosas delícias deste relacionamento. Ora, se a bíblia compara a relação de Cristo com a igreja ao casamento; ao amor de um homem por uma mulher, porque aceitarmos como verdade, a leviandade tão ditame em nossos relacionamentos atuais?

Valores e princípios morais não caducam. Se fizermos um X nos valores ético-morais, acabamos desconstruindo por completo a casa que erigimos e onde nos abrigamos a partir da formação familiar e dos resultados das inclusões filosóficas e religiosas, que aprendemos na sociedade onde vivemos. É como uma pessoa perdida no meio do nada, que pensa não precisar da bússola norteadora para se encontrar. É necessário rever valores e conceitos, sim, mas há que se ter cautela com distorções, para não trocar o certo pelo errado ou pelo duvidoso.

A honra que Deus nos trouxe através de Cristo é valiosa demais, para ser trocada por meros preceitos mundanos; por mais inteligentes que sejam, são resultado da natureza decaída. Não há como servir a dois senhores. A Graça tem sido tratada com leviandade por muitos que não entendem que nela, a nossa responsabilidade apenas aumenta. A quem mais é dado mais será cobrado. Ela é mais séria do que a Lei. Como um pequeno exemplo vejam, que na Lei, o adultério consumado, era pago com a morte. Na graça, basta olhar com segundas e terceiras intensões, que já se torna réu. Porém, esta maravilhosa graça, não é simplesmente para condenar, como fazia a Lei, mas para conscientizar, tratar, curar -  em pleno amor... O véu rasgado, nos fez enxergar a graça que nos retorna ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído – “a gloriosa presença de Deus”. Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu...
Hebreus 6:19



Deus nos abençoe.

Denise Figueiredo Passos

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Alma desidratada


Numa das visitas a Natal, Rio Grande do Norte, fomos passear na praia de Ponta Negra e resolvemos subir o Morro do careca, que está localizado no final da praia. É um belo lugar. Cartão postal do estado, cujo morro é muito íngreme, de areia branquinha, com vegetação apenas nas laterais, por isso recebeu este nome. Gosto muito de aventura e estava animada para esta. Começamos a subir. Às vezes parávamos para tomar um pouco de fôlego, admirar a paisagem e observar as pessoas que subiam e desciam. Chegando ao topo, nos sentamos para ver a beleza do mar, observando os detalhes até as vistas não alcançarem mais. Atrás de nós a grande faixa de areia parecia interminável. Resolvemos então aventurar uma caminhada até a praia do outro lado da duna. Eu estava animada com a novidade. O mar do outro lado era violento e fechado com cerca de arame farpado, de forma que ninguém podia arriscar um mergulho. Hora de voltar.

Demos meia volta e começamos a caminhar lentamente. Porque todo caminho de volta é mais difícil? Será pelo término da novidade? O calor era intenso e a sede nos pegou de uma forma terrível. Os lábios colavam e a pressão arterial com certeza deve ter caído bastante, de forma que meu cunhado e o seu irmão tiveram que me auxiliar. Um de cada lado segurando os meus braços. Nunca senti tanta sede, nunca a água me pareceu tão preciosa. Cada passo dado parecia uma grande conquista dos pés que se arrastavam. Finalmente chegamos, bastava descer. Mas ao olhar para baixo vi que as pernas pareciam ter ficado na praia lá atrás. Não tinha mais forças e precisava urgente de água.

Sentei e olhei a imensidão de água salgada a minha frente. Lembrei-me do versículo: “E não tinham sede, quando os levava pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas correram. Isaías 48:21

Água era tudo que eu precisava, mas aquela água me causaria um mal terrível. Uns poucos goles bastariam, mas a nossa barraca estava longe demais. Lá, o cooler estava cheio de água bem gelada, suco e refrigerante, além de frutas tropicais. Neste ínterim meu pensamento foi irrompido por uma doce figura, como a de um anjo salvador com a seguinte pergunta: Você quer água? Está com sede? Eu estou vendendo água gelada. Quero sim, mas não trouxe dinheiro comigo e a barraca está bem distante, respondi com os lábios colando nos dentes. Não tem problema, alguém vai com você e pega, dinheiro. Oferecemos este serviço, quase ninguém vem preparado para pagar.

Quando aquela mulher me deu a garrafa de água, estava me dando vida e naquele exato momento eu nem pude avaliar o valor do gesto. Agradeci e abri a tampa. Joguei um pouco de água no rosto, molhei os pulsos e então bebi até me fartar. Que água deliciosa! Desceu corpo à dentro hidratando todo o meu interior. O cérebro parou o sinal de alarme de perigo e as células ganharam vida nova. O corpo se regozijou outra vez com uma simples, porém vital, quantidade de água.

Hoje pela manhã, lembrei-me deste episódio ao ler o versículo do dia da Bíblia on line. “Mas, aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. João 4:14.

Sei que o simples fato de descer aquele morro aos pulos por causa do seu formato íngreme e sob os fortes raios solares, me daria sede outra vez. A sede natural nunca acaba, é repetitiva, pois a água se esvai facilmente do organismo que é composto de líquido em sua maior parte.

Jesus, um homem livre do preconceitos.

Quando Jesus pede água à mulher samaritana, ela também estava sob um sol causticante, pois era o meio do dia, período em que as pessoas chamadas “de bem” não estariam lá. Sua reputação não era das melhores. Mulher que viveu com muitos homens e na época do episódio vivia com um homem que não era seu marido. Jesus não estava nem aí para o que as “pessoas de bem” iriam pensar. Ele decidiu suprir a necessidade de sede interior daquela mulher, como também do seu povo. Tenho certeza que o seu modo de vida a afligia, senão a revelação de Jesus não teria impactado do modo como impactou. Caso contrário ela perguntaria: O que o senhor tem a ver com a minha vida? Mas, ao contrário ela apelou para o bom senso dele.

Jesus pediu água, mas não disse que estava com sede como o fêz quando estava na cruz. Ele se humanizou ainda mais quando sentiu a necessidade daquela pobre mulher discriminada por todos. Ele sentiu a sede do seu coracão. Pedindo água, Jesus estava demonstrando a importância dela a frente de uma necessidade dele, que ela poderia suprir. Fazendo aquela mulher discriminada por todos, sentir-se útil. Deus não nos pede coisas absurdas, ele pede dentro das nossas limitações, capacidade e necessidade. Desta forma ele a abordou. Enquanto todos a escorraçavam, ele a amou. O poço estava lá, a água estava lá e, a mulher foi preparada para tirar a água. Qual a nossa reação, quando encontramos pessoas consideradas impuras, que sofrem as terríveis dores da alma; abracamos, ou escorraçamos, achando que somos melhores?


Como sendo tu judeu pedes água a mim que sou mulher samaritana? Os samaritamos eram meio aparentados com os judeus, mas havia um ódio mortal entre eles, de modo que era comum dar uma volta enorme para não passar por Samaria e ter que cruzar com aquele povo indesejado. Na verdade ele estava conduzindo a situacão de modo que ela sentisse a nscessidade de purificacão. É mais fácil ver o que está faltando na vida do vizinho, em vez de olhar para a própria necessidade.

“Ah! Se você soubesse quem fala contigo”... O mesmo acontece hoje. Quantos servem a Deus há tanto tempo, anos a fio e, não conhecem a voz de quem fala ao coracão insistentemente: “Dá-me de beber; apascenta as minhas ovelhas; hoje me convem pousar em tua casa”... A voz que bradou a pouco mais de dois mil anos é a mesma. Clama pela necessidade de ver o Reino espandido, mas em verdade pensando na necessidade particular, tormando cada um, prioridade em seu Reino.

Hoje, Deus se preocupa com um tipo de desidratação que ocorre em sua igreja. Crentes visivelmente sedentos, desnorteados, semblante caído, cambaleantes, talvez, sem nunca ter passado perto da fonte de água viva prometida àquele que crê. Esta fonte é inesgotável. Está a disposicão de todos. Não diminui o volume quando os problemas chegam, porque o nivel é automático. Atente para o detalhe do versículo. A água é que faz a fonte. Primeiro precisa haver água, e a abundancia dela, torna-se fonte, permanente, não acaba. Ao contrário, cesce tanto em volume, que salta para a vida eterna.

Na sequencia da história, a mulher fica interessadsíssima em obter esta fonte. Já estava cansada do esforco de ir buscar água no calor do meio-dia. Jesus atingiu o foco do seu problema. Ele sabia que o cansaco de uma vida considerada leviana, era maior em sua alma do que o cansaço físico pela sede natural. Às vezes nos contentamos em ir à igreja e beber copos d’água dominicais, achando que assim matamos a sede do espírito que naturalmente busca relacionamento efetivo com Deus. A tendencia é tapamos o sol com a peneira achando que tudo vai bem, enquanto há saúde sobra, a conta bancária está alta, a maquigem que arranjamos para a vida é a de melhor qualidade e ninguém percebe o sofrimento, mas a alma tem sede...

Deixando o lembrete, de que “a sede, já é o corpo pedindo socorro pela falta do líquido precioso”, lanco a seguinte pergunta: Quão sedenta está a nossa alma? Há em nosso interior água o suficiente para fazer jorrar fonte de água viva? Se há fonte jorrando, ela está crescendo em volume de forma a saltar para a vida eterna?

Deus nos abencoe com fonte de água viva em nosso interior!!!


Denise Figueiredo Passos






domingo, 10 de junho de 2012

A perfeita engrenagem do amor


A estrada da vida de um cristão tem diferentes etapas. Ao longo desta estrada, há placas sinalizadoras que avisam o que vem pela frente, igual nas estradas comuns, quando são feitas longas viagens e estas nos avisam de perigos, curvas, entradas das cidades, lugar para abastecer, fazer refeições, pousadas, etc. Só entende quem conhece os códigos e observa atentamente as indicações. Assim é toda a verdade deixada como marca e ajuda, para um trajeto seguro nesta estrada, que todo ser humano percorre. À verdade espiritual foi deixada para todos que quiserem fazer uso dela, porém é entendida em todos os seus aspectos por justificados pela fé. Nem todos que professam o Cristo ressurreto, primam pelos passos que seguem este processo: justificação, regeneração e santificação. Apenas desta forma temos paz com Deus, acesso a fé (crescente) e a graça, e por fim a esperança em Sua Glória.

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, Por meio de quem obtivemos acesso pela fé e a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; um caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações por meio do Espírito Santo”.  Romanos 5: 1 a 5

||Português: Nova Versão Internacional||Romanos||5||1



 Parece bastante contraditório quando o escritor aos Romanos diz gloriar-se nas tribulações. Mas, só as tribulações produzem determinados frutos em nós. São elas que nos fazem correr na direção de Deus. Se não fossem as benditas tribulações, as igrejas estariam vazias e o povo não ouviria a Palavra, pois a nossa tendência é ter um amor circunstancial. O povo reconhece que a solução para as suas tribulações está em Jesus, então vai a sua presença por causa das necessidades imediatas e não por amor. Vai a sua presença, por causa do poder que ele tem em decretar as soluções e busca manipular este poder em causa própria.

Se todo cristão entendesse a grandeza do período de tribulação, reclamaria menos. A maior expressão de louvor do coração que podemos oferecer, que agrada e alegra o coração de Deus, é quando estamos atribulados. Não há motivos plausíveis para fazê-lo. Do ponto de vista humano, é insano adorar a Deus na hora da dor. Mas, é justamente nesta hora que há demonstração total do amor desinteressado. Há algumas coisas que nunca ponderamos e passam batidas durante toda a nossa trajetória cristã. “Eu louvo e adoro, porque amo a Deus ou porque ele tem bênçãos para me dar? Quero ir ao céu para fugir do tormento do inferno, ou porque amo a Deus e quero habitar com ele? Congrego com meus irmãos porque são perfeitos, ou porque o Cristo que nos une lhes cobre as imperfeições”?...

As tribulações são necessárias, pois o resultado delas, é a nota da integridade do nosso coração que vai em nosso boletim, para Deus. Deus é o Senhor da nossa vida em qualquer situação? Jó disse a sua mulher: (em outras palavras) Porventura, o meu Deus só me daria às bênçãos, sem nunca provar a integridade do meu coração, permitindo o mal se cercar?

A tribulação produz perseverança (paciência). V5

A firmeza em conservar os pensamentos e a mente cativa a Cristo mantêm coeso, os sentimentos e proporciona inteireza de coração. A perseverança analisa os caminhos do coração na sondagem que Davi pediu ao Senhor: Sonda o meu coração e vê se há em mim algum caminho mau.

Ninguém persevera se não fizer revisão interior e tomada de atitude em não desistir do objetivo de acertar o alvo.

A perseverança nunca te desaponta, mas te leva a outro nível.

A perseverança produz um caráter aprovado. V4

Sou de um tempo, onde à palavra de uma pessoa valia tanto quanto do que um pedaço de papel assinado. As famílias primavam por ensinar a seus filhos a ser pessoas de bem, de forma que na educação já ia formando um caráter humano digno. Quando somos recebidos por Cristo, devemos passar por um processo de regeneração. Não para ser uma pessoa “boazinha”, mas para assimilar o caráter de Cristo. Nós estávamos mortos (espiritualmente) em nossos delitos e pecados. O messias, enviado por Deus para resgatar o homem, possuí o caráter de Deus e é este caráter que você e eu devemos assimilar. De nada adianta ter nascido num lar cristão, e aprendido a Bíblia de capa a capa, se não formarmos o caráter de Cristo em nós.

O caráter aprovado é que conduz a esperança. V4

Quando chegamos a um ponto de fé que não mais desistimos (Jó), tendo perfeita comunhão com Deus, tendo deixado (aborrecido) as coisas (transgressões) que nos afastam do nosso Criador, que nos criou perfeitos a Sua imagem e semelhança, não mais nos decepcionamos com nada. A confiança plena advém do amor derramado em nosso coração. V5 Quem tem o amor de Deus enraizado em si através de Jesus, nunca perde a fé e a esperança.

Então chegamos ao ponto de viver em amor, esquecendo-nos de nós, pela causa maior. A engrenagem do amor é complexa; com pecas que se encaixam para um perfeito funcionamento. Onde uma coisa leva a outra e uma depende de outra para funcionar.

 Veja bem o que nos diz o texto de I João 4: 16 a 21.

“E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele. Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro. Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão”.

Conhecer e crer no amor de Deus por nós.

Deus é amor – essência.

Amor - Contêm ou está contido? O “contêm e está contido” é que define o que “pertence ou não pertence”. O amor de Deus é exato tal qual a matemática.

Confiança gerada pelo amor.

Amor perfeito, sem espaço para os mais variados medos.

Amor sem culpas.

Podemos analisar várias partes desta engrenagem maravilhosa que é o amor. Um pequeno texto com grande conteúdo. Mas, a explanação, fica para matérias subsequentes... Como dizem nos filmes, esta é, uma outra história...



Deus nos abençoe em SEU AMOR.

Denise F Passos

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Deixando a caverna


Tenho um casal de amigos que tem por esporte explorar cavernas. Fico imaginando que deve ser excitante, mas ao mesmo tempo difícil. Pouco oxigênio, fendas apertadas, terrenos desnivelados, muita humidade, escaladas em pedras. Não faz o meu gênero.que Deus nos escolheu a dedo para estarmos naquele lugar, pelo que somos imensamente agradecidas.


Caverna é no máximo, lugar apreciar a beleza natural, descansar refazendo energias após de longa caminhada. Não é lugar para se estabilizar.


O homem primitivo habitava as grandes cavernas por falta de opção, Não podia transportá-las em suas migrações, mas assim que idealizou moradias mais confortáveis, abandonou a sombria caverna, edificando vilas, lugarejos e cidades.

O homem agora vive em casas, com grandes janelas envidraçadas, onde o sol penetra e a claridade lunar é intensamente incidente. Pela janela, pode-se contemplar a natureza criada para o homem que, completa a bela paisagem. Quando fui morar em Brasília, uma das coisas que me fez fascinar pelo local, foi acordar pela manhã com o canto dos pássaros, abrir a cortina e a janela e participar da dança das borboletas, bailando de flor em flor, fazendo um lindo contraste com o azul do céu, o verde das árvores e do gramado e, ao fundo o vermelho da terra daquele lugar. Que linda sensação de liberdade, de paz, de leveza! Eu ficava ali por algum tempo, fazendo a minha oração matinal.

Um dos fatos de a caverna não ser o lugar apropriado, é por causa da escuridão frequente; não deixa a pessoa ver além. As sombras são constantes. É necessário tatear e não perder a visão de claridade da abertura, da porta de entrada e obviamente onde deve sair. Dentro, as cavernas podem ter labirintos intermináveis e poços profundos. Pode vir a ser um lugar muito perigoso. No mito da caverna Platão descreve com propriedade que seja o motivo que for, a caverna não é habitacão e sim alienacão.

Pessoas há que vivem a vida inteira na escuridão de uma caverna, criada por situações de ordem emocional, onde, fugindo da realidade que lhes assusta, abrigam emoções atordoadas do passado, trilhando os longos labirintos, vivendo a vida sob luz artificial.



Isto lhes é o bastante. Quando alguém pergunta “Como vão? A resposta é: Como Deus quer”. Esqueceram, ou nunca souberam na verdade o que é a liberdade. O que é viver fora da caverna. Dentro das sombras, quer seja dia ou noite. Outras buscam intensamente e, até com certo desespero, a saída dos labirintos desta vivencia, dia após dia. Muitas precisam de tratamento psicológico e não fazem a mínima ideia disto. Outras necessitam de libertação, inclusive de possessão demoníaca. Tem áreas que os profissionais de saúde podem e devem tratar, mas a parte que cabe a Jesus libertar, só Ele pode fazer.

Duas semanas atrás fui a um retiro de mulheres promovido pela Assembleia de Deus em Orlando. Vindas de diferentes cidades, as mulheres se reuniram num lindo lugar, com a grande expectativa do que Deus havia reservado para cada uma delas.

A Adoração foi perfeita. O louvor preparou corações e mentes para a grande atuação do Espírito de Deus naquele lugar. “Abro aspas para destacar a minha repugnância aos cultos mecânicos, onde animadores de auditório programam show business, vazios da presença de Deus. Onde a glória é pessoal e não divina; onde o Espírito que consola, já não é Santo e nem requer santidade; onde o Cristo adorado ainda tem às mãos atadas a cruz e, portanto, inaptas para libertar o povo em densas trevas, que clamando por socorro, anda tão preso quanto o Cristo apresentado por estes”.

Que haja um real despertamento para o Teu povo, Senhor!

Minha amiga, pastora Ozanides, fez a abertura da palestra, abordando o tema do congresso. O que você tem em sua bagagem? O tema aparentemente comum, contudo sugerindo uma revisão interior, foi baseado em Gênesis 28:18 e serviu para motivar a reflexão de tudo que foi vivido até aquele dia. Há muito que se ponderar em questão de coisas desnecessárias, que ao longo do tempo tornam-se um fardo para carregar e, outras que precisam ser adquiridas para sairmos da superficialidade vivida.

A Doutora Branca, psicóloga que falou à tarde, nos fez entender as diferenças entre os problemas espirituais, físicos e emocionais, fazendo correlação entre corpo, alma e espírito. (Fez a doação de um tratamento psicológico para uma das mulheres do retiro)

A preletora oficial que veio de New York e nos contou o seu testemunho de vida e como Deus a transformou de uma terrível traficante, que até o medo tinha medo dela (conforme suas palavras) em uma anunciadora do evangelho da paz. Falou-nos das muitas prisões da alma que lhe cerceavam o direito de ser feliz. Contou-nos também que estas prisões continuaram mesmo depois que se tornou cristã, pois eram em grande número. A devassidão em que viveu requeria um minucioso trabalho de Deus em seu interior. Ela precisava ser livre das prisões, para o ministério de libertação de outras vidas, que a aguardava.

...”onde abundou o pecado superabundou à graça”. Rm 5:20

Na reunião noturna, após a palestra, à Missionária France Valdez, abriu oportunidade para as mulheres que quisessem compartilhar a sua história, abrindo o coração para cura de toda dor trazida na alma, deixando ao pé da cruz todo o peso que carregavam, talvez, durante toda a vida. Mesmo sendo cristãs professas, muitas mulheres traziam dores enormes, de fardos que carregavam e ainda não tinham sido depositados na cruz de Cristo.

Naquele instante, várias mulheres foram à frente e uma a uma, começou a contar a sua história de vida. Ouvimos durante toda a madrugada os vários problemas e prisões em que ainda viviam. Eu não imaginava que em uma sala de conferências relativamente pequena, coubesse junto, pessoas tão quebradas pela vida. A cada depoimento, a cada grito de socorro, meu coração soluçava de dor. A minha vontade era de coloca-las no colo, abraça-las e lhes enxugar as lágrimas. Entre elas, mulheres com problemas de: abuso, violência, sequestro, roubo, aborto, homossexualidade, lascívia, desamor, portadora de vírus HIV, com histórico familiar de zoofilia, traição, dependência química, possessão demoníaca, entre tantos outros. Todas em busca de alívio e verdadeira alegria para viver. Tenho certeza de que Deus nos escolheu a dedo para estarmos naquele lugar, pelo que somos imensamente agradecidas.


As que por fé, deixaram ao pé da cruz o seu fardo, foram aliviadas, depois de um longo tempo andando em círculos na caverna da vida. Que haja mais encontros como este! Não apenas um retiro, mas um verdadeiro “hospital da alma”.

Deus nos abençoe com verdadeira PAZ.

Denise F Passos



terça-feira, 29 de maio de 2012

Rendicão - total ou parcial?


Meu tio Waldir Figueiredo, irmão mais velho do meu pai, era da Marinha e por cerca de dois anos serviu na Holanda. Quando voltou trouxe muitos presentes, entre eles uma linda boneca com que me presenteou. A preciosidade de lindos olhos azuis, cujo cabelo castanho era implantado, fazia movimentos diferentes das bonecas comuns. A roupa bordada, a bolsa contendo acessórios e os sapatos brancos, completavam o visual daquela que se tornou a minha boneca preferida. Depois dela eu ganhei outras, mas aquela era o meu xodó. Ela me acompanhou a muitos lugares e quando adoeci aos seis anos de idade, me fez companhia nas longas noites de delírio. Eu olhava e ela estava lá. Foi excelente companhia para o meu vasto mundo infantil.

Todos nós temos coisas ou pessoas favoritas. Podemos escolher por causa das afinidades, gosto, de acordo com nossa personalidade. Não importa. O fato é que acontece com todo ser humano. Jesus teve 12 discípulos, mas nem todos foram tão achegados. Todos eram ensinados da mesma forma, mas os achegados obtiveram favor especial do Mestre. Os fatos especiais nem todos observam com a mesma atenção. Pelo menos três dos discípulos, viram de perto o Cristo glorificado, antes mesmo da ressurreição.

O mesmo fato acontece na igreja. Algumas pessoas caminham no favor do Senhor e outras não. Por quê? Deus têm, favoritos?


"E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos.

Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo.

Disse, pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar.

Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.

Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra?

Então disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço por nome".

Êxodo 33:12-17    (na Bíblia em inglês diz “favor” em vez de “graça”)

Não no sentido de fazer favor, e sim, ser favorecido. Existem favorecimentos coletivos e/ou personalizados.

A maioria do povo não consegue se libertar da mentalidade escrava, por isso não alcança favor pessoal, fica apenas no geral. Deus em sua bondade faz o sol nascer para todos, faz a chuva cair para toda a humanidade e da terra brotar o seu fruto para alimentar a todos. E ainda acusam a Deus de favorecer uns e a outros não.

O povo tem a tendência de ser inconstante. Mas, Deus criou o homem para viver sob Seu favor.

Como funciona o favor de Deus?

Primeiramente o favor de Deus funciona para quem tem um coração totalmente rendido.

Abraão, Moisés, Davi, alguns discípulos... Diferentes pessoas, diferentes personalidades, diferentes épocas, mas com uma coisa em comum. Um coração totalmente rendido a Deus.

Ouvir a voz de Deus e obedecer. Aprender a não dar, ouvidos a voz do inimigo que te diz a todo instante. “Não é bem assim, não foi assim que Deus disse” O desejo dele é nos levar para longe do favor do Senhor. E levando para longe do favor do Senhor, tornamo-nos mais arredios e, portanto vulneráveis.

Esses parecem pequenos momentos de decisão, que não fazem diferença alguma, mas são eles que delineiam a nossa vida. Que mudam o curso do favor de Deus.

Quantos de nós cantamos o hino “Tudo entregarei, tudo entregarei”. (no inglês diz, “I am surrender son” quer dizer “Eu sou um filho totalmente entregue, no sentido de rendição a vontade do Pai) Mas, vivemos a nossa vontade em detrimento da vontade Soberana e, ainda reclamamos de Deus, porque Ele tem “favoritos”.

Jesus foi um perfeito exemplo de rendição à vontade do Pai.

A maioria de nós quer ser servido, sem servir. Quando convocado por Deus ou pelo pastor, a fala de muitos é a seguinte: “eu não quero envolvimento para não dar em confusão”. Então, passa a viver um cristianismo medíocre, sem ser útil a Deus e ao próximo e ainda quer “favoritismo”.

A humildade é a chave que abre a rendição por completo. Jesus, nosso máximo exemplo, humilhou-se a si mesmo, foi obediente até a morte.

Deus resiste ao soberbo, mas favorece ao humilde.

Existe o favor coletivo e o favor pessoal.

Deus tem os dois para todos nós. O suposto “favoritismo pessoal de Deus” nós alcançamos com nossas atitudes de fé, de entrega, de unidade com Ele.

Jabez abriu aspas na genealogia de tantas gerações, para ressaltar ao mundo, o favorecimento de Deus em sua vida. Ele orou pelo favorecimento de Deus e foi atendido. O que fez com que Jabez fosse o mais ilustre dentre os seus irmãos? O que fez com que as cortinas da sua habitação fossem expandidas? Porque o mal não o alcançou? Só encontro uma resposta: “O favor do Senhor”.   I Crônicas 4: 9 e 10



Deus nos abençoe com o seu favor!

Grande abraço a todos.

Denise Figueiredo Passos.




sexta-feira, 25 de maio de 2012

Direito adquirido


Estávamos na Del Tech, na formatura dos  meus sobrinhos, Felipe (Microcomputers & Networking) e Artur (Airframe Maintenance Technology). Um momento muito aguardado por nós. Uma grande etapa vencida, e agora um novo desafio é colocado à frente. O que fazer com esta bagagem? O que fazer diante das oportunidades, que precisam ser conquistadas à base de muita luta?

Durante a cerimônia lembrei-me de um fato ocorrido na casa dos meus pais, no momento de despedida, próximo ao horário de embarque para a nova terra. O marido já estava aqui nos USA, servindo na Comissão Naval Brasileira em Washington DC, minhas filhas e eu, ficamos um pouco mais por causa do casamento do meu irmão. Ajoelhamos na sala da casa em Vaz Lobo e papai orou por nós. Meu precioso, amigo, pai e pastor; impôs as mãos sobre mim e disse: “Minha primogênita, eu te abençoo com a benção de Abraão”. Naquele momento eu não havia entendido ainda, mas aquela foi à última vez que vi, beijei e abracei o meu querido pai. Esta benção é a minha herança. Melhor do que se ele tivesse deixado milhões de Reais. Esta benção por incrível que pareça, tem nos acompanhado, seguindo de perto a nossa família. Não estou falando de dinheiro, mas de algo maior, estou falando de prosperidade. Ser próspero é ter ausência de necessidades. É poder repartir o pouco que tem nas mãos, com o próximo e na matemática divina quanto mais dividimos, mais Deus multiplica. É ter o favor de Deus dia após dia.

Longa caminhada, nesta minha vida de imigrante. Quanta dificuldade! Mas, quanto crescimento! Eu agarrei esta bênção como verdade para a minha vida. E quando as coisas estão muito difíceis, ou as conquistas parecem impossíveis, eu olho para o céu e digo: “Deus, o meu pai, Teu servo, que já está contigo, me abençoou com a bênção de Abraão, portanto, eu sou uma pessoa abençoada, onde quer que eu vá e, não abro mão disto”. A Tua Palavra diz, que o Senhor é o Deus protetor do órfão, da viúva e do imigrante, e eu estou incluída nestas três categorias.

Tudo que conquistamos foi à base de muita oração. Quando me lembro de cada uma, lembro também como foi difícil alcança-las. Num dos períodos, mais difíceis, o Dórea já estava bem doente, eu pegava às sete da manhã no trabalho, e ia direto para o seguido trabalho. No percurso, ia ouvindo meus hinos, cantando, orando e muitas vezes chorando. Só, eu e Deus. Voltava a casa depois das sete da noite para cuidar dele, dar banho, alguns afazeres, conversar um pouco, dormia a meia noite e ainda precisava acordar umas duas vezes durante a madrugada para esvaziar a bolsa da sonda. Por algumas vezes quando estava indo para o seguido trabalho, me peguei dirigindo do outro lado da pista, de tão cansada. A casa que Deus nos prometeu um ano antes de virmos para esta terra, serviu de provisão para os tempos difíceis. Sobrevivemos um longo tempo, as custa do dinheiro da venda da nossa linda casa, pois chegou o tempo que eu não mais pude trabalhar e precisei tomar conta dele. Deus cuida dos mínimos detalhes.

Assistindo a formatura do Felipe e do Artur, e em toda dificuldade que eles tiveram para chegar até aqui a este momento de glória; lembro-me dos vários personagens que foram imigrantes como nós e, Deus os fez bem-sucedidos em terra estranha. José foi governador do Egito, Ester foi rainha da Pérsia. Rute tornou-se latifundiária e, outros cuja história abrilhanta o rol dos valentes imigrantes, que lutam bravamente para ter um lugar ao sol.

Um imigrante não tem os mesmos direitos dos filhos da terra. Então, obter um simples documento torna-se algo muito difícil, ou quase impossível! E ao verem as dificuldades, muitos desistem e vão embora, se acovardam diante das situações.

Quantas vezes eu parei diante da janela da minha casa, olhando a paisagem e dizia a verdade bíblica: “Do Senhor é a Terra e a sua plenitude”. Então se tudo é Teu, Senhor, cuida de mim e dá o que eu necessito; dizia em minha oração.

A esperança é o combustível da fé.

O futuro está bem seguro nas mãos do Todo-Poderoso. Vim para este país, não para enriquecer, mas pela causa do Mestre. Para cuidar espiritualmente e emocionalmente as várias pessoas que, imigrantes como eu, mas sem a mesma força e coragem para vencer as dificuldades. Alguns foram abrigados em nossa casa, uma linda amiga que amo como filha, às vezes chagava e me dizia “eu vim pra colocar a cabeça no seu colo e você me fazer um carinho, enquanto ora por mim”, outros batiam à porta e diziam: eu vim aqui porque precisava de um abraço, ou de um bate-papo, companhia para o shopping, outros iam orar, outros foram visitados, outros precisavam de jejum e oração e alguns foram libertos de possessão. Enfim, cada um com a sua dor e solidão e eu fui aprendendo de Deus o remédio que cada um precisava. Aprendi a doar-me a cada necessidade ouvida. Ainda tenho muito a realizar. O campo é o mundo.

Se mais pessoas se doassem por outras, o mundo seria menos problemático. A grande maioria das pessoas necessita pelo menos de quem as ouça, sem olhar acusativo. O maior triunfo nisto tudo é ver o resultado do trabalho. Ver quem você ouviu, aconselhou, ajudou, doou, visitou, curou, emprestou, orou etc, andando com as próprias pernas e sendo útil Deus e a outros; isto é gratificante.

Já são três da manhã, estou cansada, mas feliz por compartilhar com vocês da minha alegria em poder servir a minha família que amo de paixão, aos meus irmãos em Cristo, aos queridos amigos e a tantos quanto Deus colocar no meu caminho. Servir, de qualquer forma possível, é uma benção. Pense nisto. “Lança o teu pão sobre as águas e depois de muitos dias o acharás” Eclesiastes 11:1. As pessoas que mais ajudaram ao meu marido quando esteve doente, foram justamente as que ele mais ajudou. E aqui vai o meu agradecimento ao Paulo Carvalho e a Dulcinéia.

Dulcineia, nossa filha de criacão e as netas queridas.




Ladeando o Dórea, a Marli e o Carvalho.





Deus nos abencoe!

Denise F Passos


segunda-feira, 7 de maio de 2012

O CHAMADO


Na semana passada, mais precisamente, na quarta-feira, estava com preguiça de fazer esteira depois da hidroginástica e no hall da academia, esperei por minha irmã. Enquanto aguardava, passei as vistas em algumas revistas em cima da mesa de centro, da sala que da vistas para a piscina olímpica e uma reportagem interessante me chamou a atenção.

A mulher decidida, cujo nome não lembro, fez a opção de se afastar de tudo que dissesse respeito a sua juventude, onde foi ensinada a amar e servir a Deus. Passou a não crer em nada e a viver para o mundo dos negócios. Afastou-se da família e voltou-se para os próprios interesses. A vida vazia de Deus e cheia de ilusões gloriosas lhe foi oferecida em uma bandeja de ouro, e ela aceitou.

Depois de longos anos, a mulher madura, embrutecida pela vida, voltou à cidade natal para viver o drama de ver o seu velho pai com câncer. No hospital, por vários dias, sedado por causa das fortes dores, aquele homem vegetava. Numa das idas e vindas ao hospital, que ficava no centro da cidade, ela parou na centenária igreja, onde passou a infância assistindo as pregações que o seu amado pai por hora moribundo, fazia. Saltou do carro, olhou em volta e com os passos lentos e mãos trêmulas, caminhava em direção à porta de madeira trabalhada. Entrou devagar, andou lentamente pelo corredor olhando as velhas paredes decoradas, os bancos enfileirados, aguardando o povo que não chegava. O órgão de tubos, que confuso, sem entender o silêncio do momento, ansiava por dedos macios que lhes percorresse as teclas. A cruz de madeira do altar central estava mais vazia do que nunca e, o vitral perdera o brilho das cores e, a luminosidade dos raios de sol que incidiam em cada parte dele. O púlpito vazio, já não bradava em sermões gloriosos, capazes de arrebatar mentes e corações.

A pobre mulher sentou-se, chorou em soluço profundo, voltando à mente, episódios que pensava ter deletado para sempre. Eles não serviram durante um longo período da vida, mas agora pareciam tão preciosos; tão aconchegantes. Ela queria manter o coração aquecido pela memória distante, que insistia em esfriar e lamentavelmente a pulsação dos flashes diminuía a cada instante.

Numa confusão de sentimentos a pobre mulher correu até o altar, onde tropeçando, ajoelhou-se a fim de conversar com Deus. As palavras lhe faltavam, o vocabulário de repente empobreceu para descrever a dor da ausência. A saudade nunca bateu tão forte. Tudo que ela desprezou e agora na tentativa de agarrar, escorregava pelos dedos; parecia em vão. O desespero e o vazio a fizeram perder a noção do tempo. Ficou ali, prostrada no altar vazio por algumas horas. Pensou e repensou a vida e falou com Deus em cuja presença se aquietou.

Num dado momento, a voz firme que, como brisa suave penetrou no coração, dizendo: “Aqui, é o teu lugar. Para isto, te chamei”. O consolo da voz de Deus abraçou-a outra vez. Sentou-se no degrau acarpetado em tom vermelho e enxugando as lágrimas, deu meia volta em seu atual curso de vida. Resolvida a colocar em prática tudo o que aprendeu com seu pai e no seminário onde graduou em Teologia, retrocedeu, abandonando a vida atual para tornar-se pregadora do evangelho e pastorear a igreja substituindo seu pai. Em suas palavras de arrependimento, uma luz intensa brilhou, mostrando o novo rumo a seguir. E ela agarrou com unhas e dentes a nova chance, o recomeço de algo que não deveria ter deixado, jamais.

Logo minha irmã chegou e eu não pude terminar de ler a reportagem, mas aquela história não me saiu da mente, até tornar-se matéria do blog.  Na aula seguinte, vasculhei todas as revistas, porém não achei mais a revista em que se encontrava a reportagem. Queria terminar de ler e guardar maiores detalhes, mas foi impossível.

Porém, li o suficiente para escrever sobre alguém que corajosamente voltou às raízes. Eu sou filha de pastor, e acompanhei a luta do meu pai dando a vida pelo ministério. Muitos o abraçaram e ajudaram, mas muitos jogaram pedras e elas o feriram bastante, a ponto de adoecê-lo. Aqui, faço uma pausa para ressaltar a dificuldade de ser filho de pastor. Eu fui ensinada por meus pais a ser exemplo para os demais e, assim nunca sabia o que podia ou não, fazer. A coisa é que, eu não podia ser normal como todo mundo, pois carregava a pesada cruz de “filha de pastor”. E muitas vezes, deliberadamente, pessoas colocavam mais peso sobre ela. Com o passar do tempo eu fui entendendo que o verdadeiro exemplo é Jesus, o Filho de Deus. Ele é a perfeição de Deus entre os homens.

Não estou aqui para condenar a mulher por ter-se distanciado. Nem para questionar o tempo que deixou passar sem sábia decisão. Às vezes reagimos positivamente a uma decisão, apenas quando nos encontramos coagidos por ela. O certo é que as nossas decisões na vida e pela vida, sejam por amor. Um amor consciente, que rompe as dificuldades para ser vivenciado. Não um amor de remorsos ou imposições, mas genuíno; aquele que transcende, e une mais do que corpos, une almas, que são incapazes de se separar.

Estando em Cristo, temos perfeita ligação, de forma que somos um com Cristo e, nada, nem ninguém, pode nos separar do amor de Deus.  Se para nos manter inteiros neste amor, for necessário romper com outras alianças, façamo-lo. Assim como dois corpos não podem ocupar o espaço físico ao mesmo tempo, a nossa vida não pode ser ocupada por dois senhores. Ou amamos a Deus ou a..... (e aqui cada um de nós pode acrescentar o seu tropeço individual). É tempo de retorno, É tempo de vivermos a integralidade que Deus exigiu de Abraão. “Anda na minha presença e sê perfeito”. (inteiro, íntegro)

Termino este texto com o final do poema “Moça me da uma rosa” de Mario Barreto França.



...No contraste da vida, infausta ou abastada,

Nós somos muita vez, como o órfão e a galã,

Negando do consolo de uma rosa encarnada,

Para as faltas de amor chorarmos amanhã...

        E ao peso acusador das líricas saudades,

        Vamos levar depois às mortas ilusões,

        Todo o rubro rosal das oportunidades,

        Que deixamos passar, sem úteis decisões.

                   Que possamos abrir as grades do egoísmo,

                   E ofertar a quem procura afeto e paz,

                   A rubra flor da fé, do eterno cristianismo,

                   Que na alma a renascer, não murcha nunca mais.

Grande abraço a todos.

Denise Figueiredo Passos