quarta-feira, 15 de maio de 2013

Confrontando o espírito de Jezabel - Um abismo chama outro abismo.


O que você entende sobre “Um abismo chama outro abismo”?
Abismo lembra; profundeza, lugar sombrio, escuro, sem luz natural, lugar desnivelado, profundeza que não se conhece o fundo, difícil de voltar à tona outra vez.

Os valores simbólicos do termo “abismo” são a depressão e a profundidade emocional.

Tem sentido de invocar. Um abismo invoca outro abismo...

Frederich Nietzsche, um grande filósofo entendido em “abismos”, afirmou: “Quando você se sente atraído por um abismo, o abismo se sente atraído por você”. O pior dos abismos é aquele que nós mesmos cavamos. E o maior dos abismos que ele cavou desde que começou a formular questionamentos interiores e os alimentou, foi a sua infeliz citação: “Deus está morto”. Como separar o grande gênio do homem caótico-depressivo? Esta afirmação nada mais é do que o grande grito de socorro em sua constatação de necessidade de um verdadeiro salvador; que não encontrou nos caminhos por onde escolheu traçar. Quem bebe de suas fontes, acaba no mesmo abismo de decepções, sem chegar a lugar algum. Até hoje, seus pensamentos abrem abismos na vida de outras pessoas, que criam doutrinas e loucos comportamentos, pois para acontecer um abismo, significa que uma estrutura foi minada e sem firme fundamento outro abismo acontece, provocando um efeito cascata.

Coré cavou o abismo da rebeldia, depois incitou a outros a cavarem seus abismos de insurreição particulares e nem a natureza suportou, abrindo uma enorme cratera onde ele, e tudo que lhe pertencia, foi lançado num abismo literal.

Os primeiros abismos a serem criados em uma pessoa, começam na mente. Por isto o apóstolo Paulo escrevendo aos Filipenses, (4:8) aconselha: Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que venerável, tudo que é justo, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, seja isso que ocupe os vossos pensamentos.


O vazio da mente vai dando lugar a pensamentos contrários a retidão, que se somam a outros e posicionam-se cada vez mais distantes da lógica celestial, deterioram as coisas sagradas armazenadas no coração, fazendo com que a pessoa passe a enxergar apenas a sua verdade; a verdade que foi manipulada pelo espírito maligno. O espírito de Jezabel trabalha na mente de forma imperceptível, torcendo as conexões anteriores e desta forma, a comunhão de muitos crentes é afetada. A decepção que foi gerada por causa das bênçãos retidas é o conforto do ninho apropriado para a sua instalação.  Quanto mais distantes da verdadeira fé e da comunhão com o Espírito Santo de Deus, mais vulnerável fica para a sua atuação. Que a nossa fé seja como a de Jó; que venceu a infestação dos ataques mentais que intentaram minar a inteireza do seu coração!

Antes de se instalar, os filhos de Jazabel são enviados para fazer o serviço de reconhecimento de área e ver os pontos vulneráveis.  Certa vez a cidade do profeta Elizeu foi cercada pelo exército da Síria, pois o seu general estava furioso. Todos os seus planos para exterminar com o Rei e o exército de Israel, não estavam dando certo, pois Deus revelava ao profeta, que contava ao Rei e este se livrava das ciladas preparadas. Geazi, o moço do profeta, olhou e viu a casa cercada e teve medo. Com dúvida de que sairiam ilesos, ele reclamou. E numa oração, Elizeu pediu que o Senhor lhe abrisse os olhos, então olhou outra vez e viu cavalos e carros de fogo em volta da casa. Não tenha medo, disse Elizeu, mais são os que estão conosco, do que os que estão com eles. Lamentável que ainda hoje exista tantos cristãos míopes ou com cegueira espiritual!

Este espírito precisa, e age na base do apoio. Como uma abertura. Uma porta que foi previamente aberta. No caso de Geazi, só neste episódio, detectamos três graves desvios: dúvida, medo e murmuração.  Em que áreas, você e eu abrimos a porta para a atuação deste espírito, minar nossas forças? Ninguém está livre. A vida é uma luta constante, mas em Cristo a vitória é certa.

Na história dos reis de Israel vemos uma sequência de fatos que se multiplicam devido ao afastamento do Senhor. A sequência os atos destes reis ocasiona um crescimento assustador da maldade do coração a partir do rei, da casa real contaminando todo o povo, provocando abismo sob abismo.
Podemos citar alguns exemplos:

     1-   Idolatria

A idolatria causou uma fenda na proteção espiritual a Israel. Os que amam a Deus devem segui-lo não por imposição, mas por amor e este foi o intento de Jeová o Deus de Israel, pois é conhecedor das prisões espirituais e a vulnerabilidade que ocorrem com o desvio do caminho indicado. A partir do rei Jeroboão houve uma sequência desastrosa em desobediência as ordenanças de Deus, levando todo o povo a pecar. Construiu dois bezerros de ouro os colocou em Betel e Dã e o povo subia a estas cidades para adorar. Constituiu sacerdotes que não eram da tribo de Levi, construiu casas e altos; lugares consagrados para a devoção dos peregrinos. Nos dias de Onri, foram lançados novos alicerces para a reedificação da cidade de Jericó, quando Deus ordenou que jamais fosse reedificada. O rei Acabe, filho de Onri, levantou o primeiro templo a Baal, os Baalins, que mais tarde foram identificados como espíritos protetores. Os poste ídolos espalhados nos bosques e os cultos eram regados a orgia. Acabe queria ter paz com os sidônios e as nações vizinhas que eram grande ameaça, então fez aliança, casando-se com Jezabel, aumentando a idolatria e a profanação do Reino de Israel.

A nação inteira virou as costas para Deus por isto? O Deus que cuidou, protegeu, garantiu grandes vitórias, supriu as necessidades. Jezabel, não tinha compromisso com a fidelidade do casamento, a partir do seu próprio nome, e semeou isto entre o povo, então, hoje a gente passa a entender porque tantos escândalos causados pela infidelidade a Deus. Um abismo chama outro abismo.

Tudo que tira o lugar que Deus deve ocupar, é idolatria. Tudo que você ama mais e ocupa lugar de maior importância em sua vida. “Se o teu olho te leva ao pecado, arranca-o, e lança-o longe de ti, é melhor para ti entrares na vida eterna cego de um olho, que seres jogado com os dois olhos no fogo da Geena”. Mateus 18:9 Arrancar o olho significa, amar menos a; lançar longe significa, não dependa, não se permita aprisionar. Vivemos uma guerra, apesar de não percebermos.

     2-   Fez alianças com ímpios

O nome do sogro que Acabe escolheu para si era Etibaal, que significa Baal conosco. Não mediu esforços para ter paz com o inimigo de Deus. Sua preferencia o distanciou do esperado Messias, Deus conosco, Emanuel.
Até quando, para ter uma falsa paz, faremos alianças que desagradam a Deus? Se nosso primeiro compromisso não é com Deus, alguma coisa está errada; estamos sendo engodados por Satanás. Fazer vistas grossas a associação com o pecado é tolerar Jezabel. E todo abismo que cavamos chama outro maior.

    3-  Coabitou – Fez aliança de sangue

“Por ventura não sabeis que o que se une com uma prostituta faz-se um corpo com ela? Porque disse, os dois serão uma só carne”. 1 Coríntios 6:16

 - A relação sexual é um pacto – Por isso Deus sempre advertiu com severidade contra o adultério, a formicação, prostituição e todo tipo de imoralidade sexual. Na relação sexual, não apenas os fluidos genitais passam de um para o outro, mas há uma aliança de alma com tudo que diz respeito a ela, quer seja bom ou mau, negativo ou positivo – toda a carga vai incluída no mesmo pacote e na maioria das vezes as pessoas ficam tão presas umas as outras por causa de relações sexuais indevidas que não mais conseguem se livrar do problema arranjado. A filosofia atual diz: “Amor não é pecado” Mas, casamento e posteriormente o sexo, devem ser consequência do amor. Não existe abismo solitário, ele sempre vai buscar outro.

    4-  Corrupção generalizada. No sentido amplo da palavra.

Deus nos deu cinco sentidos que nos fazem interagir com o mundo exterior, como uma benção para o corpo. Mas, quando a mente é corrompida, imediatamente a corrupção é exteriorizada através dos órgãos dos sentidos, então a pessoa concretiza o pecado através do corpo.

Precisamos estar atentos, pois inclusive dentro de igrejas, onde o povo deveria ser instruido no genuíno evangelho de Cristo, mas está sendo formada uma geracão de zumbis espirituais, isto é, um povo que vagueia sem ter a mínima noção do que é viver a “autoridade e liberdade em Cristo”.

Novas modalidades de cristianismo estão sendo inventadas todos os dias, mas temos que ter muito cuidado, pois determinados conhecimentos oprimem em vez de libertar, como aconteceu com Nietzsche. O narcisismo exacerbado faz aflorar um exibicionismo cultual que está sendo pregado dentro das igrejas, que em vez de libertar, atrofia; mantendo cativa a mente de muitos de seus congregados. Esta semana conversei com uma senhora crente, bem como toda a sua família, mas que estava desesperada, pedindo ajuda, pois uma de suas filhas está sofrendo de possessão maligna e o espírito diz que vai mata-la. O pastor desta irmã disse apenas que quando o demônio se manifestar, mande chama-lo. Triste situação. Mais triste ainda é  o pastor não saber o que fazer.

Todo problema começa por não dar a devida honra a Deus; na própria vida, na família, na igreja, na sociedade. O palerma do Acabe, deu o domínio de Israel nas mãos de Jezabel, uma mulher maligna acompanhada de violência e morte. E muitos que foram chamados com autoridade para resgatar os que  prisioneiros da  Fortaleza do inimigo, estão se vendendo barato demais ao espírito de Jezabel. Mas, ainda há tempo de procurar as veredas antigas e perguntar pelo bom caminho para andar nele e encontrar o descanso tão necessário.

Deus nos abençoe.

Denise Passos