segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pura nudez

Esta semana li uma reportagem na, Gospel Prime que noticiava um calendário lançado pelo fabricante do chocolate Lambretz, numa bonita homenagem a Espanha. Uma foto em particular causou polêmica pelo antagonismo de situações. A atriz Paz Vega, aparece nua, ajoelhada no altar, como se estivesse fazendo uma oração, na capela da Irmandade de Nossa Senhora da Encarnação, em Sevilha.

A atriz que encenou os filmes Carmen e Espanglês, deu um depoimento dizendo ser cristã e que fez tudo com muito amor e respeito e não teve intensão alguma de ofender a fé católica nem a igreja.


Um tipo de estandardização do Marketing para criar ibope é mexer com o brio dos religiosos. Parece que isto tem se tornado via-de-regra. Pensamos ser apenas implicância gratuita com o protestantismo ou o catolicismo, mas qual nada. A falta de fé, que esfria qualquer tipo de amor genuíno em respeito ao sagrado, corrói os brios da sociedade. E a igreja é parte integrante dela.


A partir desta reportagem quero lançar várias perguntas para reflexão e discussão deste assunto polêmico.

Pode a pureza e a sensualidade caminhar juntas? Até que ponto uma prejudica ou influencia a outra?

Mas, até onde há pureza na sensualidade?

Até que ponto o jogo da sedução que é normalíssimo na vida do ser humano pode ser considerado normal? Até que ponto pode haver pureza na sedução?

Será que todos os homens e também mulheres (no contexto atual) vão olhar a nudez com a mesma pureza que a atriz diz ter? Pode a pureza do nu, livrar-se de olhos cobiçosos?


Eu não sou puritana, mas fui criada com princípios rígidos de moralidade, aprendendo a respeitar o sagrado. Porém, o ser humano sempre tendeu vender a alma por dinheiro. O vil metal ainda é capaz de comprar a integridade de muitos, de corromper os bons costumes, a santidade dos que deveriam se manter separados para Deus em o respeito aos ideais. O dinheiro que foi pago a igreja para a utilização do espaço e que supostamente foi direcionado para a caridade, causou mais maleficio do que benefício. Os fins nunca justificam os meios.


A sensualidade do livro de Cantares de Salomão é puríssima. Tudo é puro para os puros. Tudo é puro até que seja maculado. Quem conhece a neve sabe do que eu estou falando. A neve cai silenciosa e constante, acumulando até ficar tudo branco lá fora. Enquanto permanece intacta, é branca que chega a ofuscar a vista. Quando os raios de sol incidem sobre ela, tudo fica mais branco e, o olhar precisa ser desviado ou deve-se usar óculos escuros, tal a intensidade do brilho. Mas, o movimento dos pedestres e carros vai maculando-a, até se tornar lama de gelo. Enquanto permanece alva, é apreciada, depois que macula, é rejeitada. Assim acontece com tudo o que é puro e vai sendo maculado pela maldade do coração humano.


O que Deus criou puro e de uma beleza singela, o homem conseguiu enlamear, incitado pela lascívia. E sem perceber, caiu na prisão das paixões, cujas correntes são densas e os cadeados de muitas voltas. O que era puro e inocente transformou-se em vício insaciável. Quanto mais tem, mais quer, não há limites. Uma foto mostrando a nudez aparentemente pura vai desencadear uma série de sentimentos, movidos pelos pensamentos dos olhos que a absorve. Os que são presos ao vício da pornografia, nunca olharão um nu com pureza d’alma. Nem a nudez de um bebezinho inocente trocando a fralda.

Tudo é puro para os puros e tudo é impuro para os impuros. Por mais pura e inocente que fosse à intensão da atriz em realizar o “trabalho”, de boa intensão o inferno está cheio. Em depoimento a atriz disse que, lamentava a desaprovação da igreja a sua arte e que não queria ofender o seu povo e sim honrar o seu país e as suas tradições. Vamos supor que a intensão da atriz fosse respeitosa; o ano tem doze meses e não sei o mês que coube a ela no trabalho, mas com certeza estava ligada a outras mulheres que talvez usem a pornografia como meio de sobrevivência. Que pureza mesclada!


Já imaginou se toda pessoa que quisesse honrar as tradições e homenagear o seu país e honrar o seu povo, começasse a ser fotografada pelada, nos pontos de atração turística? A inversão de valores e, a falta de instrução aos jovens do sagrado, do que é puro, está banalizando o que deve ser preservado.


O que realmente está por traz desta situação? Qual o interesse em denegrir a fé alheia não respeitando o que outros consideram sagrado? A essência foi diluída e o homem está começando a viver da aparência. Aparência de sagrado, enquanto é profano. Maquiagem para enganar os menos avisados e os que não conseguem discernir entre a mão direita e a esquerda. Assim Deus definiu os cidadãos ninivitas, que com todo domínio em sua época não passavam de tolos no conceito divino.


Este texto tem o intuito de fazer pensar e abrir discussão sobre o assunto que é bastante polêmico. Espero receber e-mail com as opinião dos leitores.


Deus nos abençoe com esclarecimento.

Denise Figueiredo Passos.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Cinquente e três anos bem vividos...

Hoje amanheci agradecendo a Deus a oportunidade de viver mais um ano. Louvei o Seu poder, em prolongar a minha vida, dando ordem expressa à morte que me cercava, quando eu estava morrendo de difteria, aos seis anos de idade. Este é o meu bem maior, a vida. E procuro vivê-la de forma intensa e harmoniosa, mesmo quando nem tudo vai bem.
Ainda na minha cama, hoje pela manhã, comecei a lembrar das celebrações do meu aniversário e o quanto elas me fizeram feliz.

Minha mãe adorava festas. Eu tinha uma avó postiça que dava cordas a ela, a vovó Geni. Era uma vizinha que tinha um filho único, solteirão e então adotou a mim e a meus irmãos como netos. Ela era muito habilidosa nos trabalhos manuais e nossas festas eram detalhadas. Lembro que a festividade acontecia em dois dias diferentes. Um dia em que eram reunidos os vizinhos, amigos e a família para um culto em ação de graças, e outro dia para a festa. Assim crescemos instruídos por aquela mulher tão simples, que toda celebração deve ser regada com gratidão.

Nosso aniversário nunca passou em branco, mesmo que fosse apenas um bolo com refresco meus irmãos e eu, tivemos. Isto desenvolveu em nós um sentimento de grande valor para nossos pais e amigos. Realizar aniversário é mais do que comer bolo, é celebrar a vida.
Meus quinze anos, foi celebrado de forma especial, com a simplicidade da época, mas foi maravilhoso ter a família, amigos que cresceram comigo, vizinhos e irmãos da igreja. Tinha tanta gente que a casa não comportava o número de pessoas e praticamente fechamos a rua onde morávamos.
Meus dezoito anos caiu num domingo, e papai estava de serviço na Marinha e isto me fez chorar. A família não estava reunida para a celebração. Naquela época, mal sabia eu que aquele era apenas o começo da falta dos entes queridos nos dias mais importantes da vida.
No vigésimo terceiro aniversário eu já estava casada e celebramos em nossa casa; no ano seguinte a Suelen já estava conosco. Muitos deles foram celebrados na igreja onde o papai era o pastor. Era bom demais. Cresci naquele lugar e éramos como família.
Em Brasília, foi muito bom. O coral da juventude da Catedral tinha por costume fazer serenata na janela dos aniversariantes. E quando menos esperávamos a música começava e até os vizinhos curtiam o espetáculo das janelas dos prédios. Naquela época meu marido e eu éramos líderes de jovens e curtíamos muito o trabalho. De modo que os quarenta e dois anos foi regado a muita cantoria. Hahaha
Nos quarenta e nove anos, resolvi fazer algo diferente. Fui a Petrópolis comprar os presentes de Natal para todos na Rua Tereza. O dia foi agradabilíssimo. Nos cinquenta quis dar uma grande festa, mas o vai e vem da vida impediu-me.
Desde que a vida resolveu me separar das pessoas que amo, eu precisei aprender a curtir cada pessoa há seu tempo. E não cobrar da vida o que ela não pode me dar outra vez. Já vivi lindos aniversários, com alegria, sorrisos, festa, lágrimas, tristeza, presentes e entre eles até um pedido de casamento.
Hoje dia 21 de dezembro de 2011, minha irmã me surpreendeu com uma festa em sua casa. Disse que iria reunir as mulheres da igreja e pediu-me que desse uma palavra a elas por cerca de trinta minutos. Eu preparei tudo e elas fizeram bolo e ainda um jantar. Para finalizar, ganhei uma linda joia. Um cordão de ouro com uma pedra vermelha em forma de coração.
Eu não esperava receber presente algum. Não sou pessoa que precisa de coisas para ser feliz. Mas, Deus tem cuidado de mim de forma especial nestes últimos dias, aliás, como sempre cuidou. O Seu amor tem me envolvido de forma tal que a alegria que andava distante, voltou.
Hoje pensei numa peca de teatro criada pela Jocum, que encenamos várias vezes para as crianças da igreja, chamada “O ladrão de alegria”. Um homem mau que não teve felicidade na vida, roubava tudo que alegrava as pessoas ao seu redor. Até que se deparou com uma garotinha cuja alegria era o Senhor. Vinha das fontes de águas vivas que jorram do interior. E ele não pode rouba-la. Assim, eu tenho uma preciosidade que ninguém e nem todo o inferno reunido vai me tirar, a alegria de viver. Esta é a minha maior celebração. Obrigado Senhor.
Agradeco as minhas filhas, a família, a querida Nema, a todos os amigos que me telefonaram, os que deixaram recados no facebook, os sms, os do msn, da rede social, do Beco dos poetas, enfim a todos vocês que demonstraram o enorme carinho que sentem por mim. Vocês são preciosíssimos. Deus os abençoe MUITO.


Minhas queridas amigas de Maryland celebrando o meu niver em 2011
Grupo feminino da igreja de Delaware no meu niver em 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Boas lembranças

Este fim de semana foi abençoadíssimo. No sábado tivemos chá para mulheres no hotel Confort Inn, com finalidade evangelística e dois cultos no domingo um pela manhã e outro a noite.
A preletora Leide Miculic que veio de Boston com mais quatro pessoas, ficou hospedada em nossa casa e foi agradabilíssimo tê-los conosco. Ela trouxe consigo o acordion, o irmão que as acompanhava tocando violão e entramos madrugada a dentro cantando os hinos antigos, que carinhosamente chamamos de jurássicos.
Eu toquei acordeon na minha infância. Participei de um grupo que abrilhantava os cultos de ceia da Assembléia de Deus em Madureira composto de umas cinquenta pessoas uniformizadas tocando o instrumento repartido nas quatro vozes, (soprano, contralto, tenor e baixo) dirigido pela maestrina Querubina (saudade de correr no grande quintal e subir na frondosa goiabeira nos intervalos das aulas na sua casa, hahaha). Lembro-me do esforço do meu pai em carregar aquele instrumento pesado e tomar o ônibus para a igreja, só para que eu pudesse participar dos eventos. Minha mãe também teve classes de música só para me incentivar. Obrigado, se puderem me ouvir.

Aos dezesseis anos tive aulas de piano com o Professor Joãozinho da sanfona e, como a nossa casa era muito pequena não tinha espaço para comportar um piano, então eu treinava na igreja e Madureira com permissão do Pastor Paulo L Macalão. Meu acordeon ficou meio que aposentado e doamos para um irmã cujo nome não recordo, que tinha recursos para comprar um instrumento e sempre usava o meu nos cultos de uma congregação perto de nossa casa. Acho que depois desta época nunca mais tive um acordeon nas mãos.

Depois de muitos anos tive a grata satisfação de tocá-lo outra vez e foi bom demais. Thank God. Neste recomeço, Deus está me fazendo excelentes surpresas. Fazendo-me voltar às raízes e ver que ainda estou firmada nelas e, que elas são mais profundas do que eu imaginava e são elas me mantêm viva e verdejante. A vida da muitas voltas e algo de bom que aconteceu no passado e fez um bem enorme, de alguma forma volta para alegrar o coração nos momentos de dificuldade.

Creio que aqui também cabe o versículo “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás”. Eclesiastes 11:1
Viva bem o seu presente, porque ele retorna para você, em lembranças ou mesmo em situações, que poderão ser boas ou desagradáveis, dependendo que que foi plantado no passado. Viver bem o presente é estar no centro da vontade de Deus para a sua vida. O que passar disto vai retornar em frustração e tristeza. Minha infância foi privada de muitas coisas, mas não faltou o essencial, amor. E este amor nós vimos na doação que meus pais fizeram de si mesmos não só para comigo e meus irmãos, mas com todos aqueles que se acercavam de nós. Muitos foram abençoados com a nossa harmonia familiar. Nossa riqueza sempre foi superior a material e esta riqueza, aprendemos a repartir.

Algumas pessoas que não entendem isto, porque não vivem esta realidade, acham tolice à doação que fazemos de nós mesmos. Mas, cada um dá o que têm. E quando aprendemos a viver assim, não cabe outra forma. Este comportamento torna-se um estilo de vida.
Eu estou muito feliz e quis compartilhar com vocês esta minha alegria, que talvez pareça ser pouca coisa para alguns, mas no contexto atual é valiosíssima. Deus é simples e as coisas simples são as mais excelentes.
Obrigado.
Denise Figueiredo Passos

Foto 1 - Chá das mulheres em Delaware.
Foto 2 - Matando a saudade do acordeon.
Foto 3 - Parte do grupo instrumental
Foto 4 - Meus amados pais, Pastor Newton Figueiredo e Ilma de Almeida Figueiredo. Muita saudade.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

EUREKA!!!


“Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. Lucas 15:8-10

A mulher da parábola tinha dez dracmas e estava satisfeita com elas. Era o suficiente para mantê-la estável. Ela vivia em equilíbrio consigo mesma, com o próximo e com Deus enquanto mantinha a sua riqueza bem guardada. A casa onde morava talvez tivesse vários compartimentos e com ampla possibilidade de esconderijo para o seu tesouro. Porém, num desastroso dia, uma das dracmas simplesmente sumiu. Ela poderia simplesmente sentar na sua confortável poltrona e chorar as mágoas. Chorar a perda de algo que lhe era tão valioso e que talvez tenha lhe custado anos de trabalho árduo. Talvez ela não reconquistasse a dracma perdida nunca mais.


A mulher perdeu a dracma dentro de casa. A porta estava bem guardada e mesmo assim a moeda estava perdida do lado de dentro. Quantas vezes nos preocupamos com a porta de entrada, por onde agentes externos podem entrar para trazer danos irreparáveis e não tomamos a devida cautela de ter o recinto do lar arrumado, limpo, organizado, com cada coisa no seu lugar? O inimigo que está fora da casa, influencia apenas de fora para dentro. Se as paredes são bem sólidas e a porta está reforçada, não há o que temer. Nós somos a casa espiritual onde Deus habita. E vez por outra precisamos limpar esta casa, varrer o lixo acumulado pelo tempo, sem coloca-lo em baixo do tapete, adotando a atitude correta de jogar o que não presta para mais nada na lixeira, que se mantêm fora da casa.


Esta mulher teve uma grande iniciativa. Em primeiríssimo lugar ela acende a candeia. Ninguém procura com certeza de achar, se estiver na escuridão. Escuridão é terreno das incertezas. Primeiro é necessário trazer luz as coisas que estão às escuras. E na verdade a escuridão só existe por causa da ausência de luz. Um simples raio de luz pode atravessar a escuridão e terminar num objeto. E a escuridão só pode ser medida de acordo com a intensidade de luz no ambiente. A escuridão precisa deixar o cenário quando a luz chega.


Se você pegar uma banana e uma lanterna devidamente coberta com papel celofane azul num local totalmente escuro, ao acender a lanterna, a banana se apresentará na cor preta e não amarela como é na verdade. O Hino da Harpa Cristã, intitulado “Nívea luz” descreve um rogo incessante da alma. O som da doce voz ainda ecoa em meus ouvidos e vai continuar enquanto eu viver.


“Jesus, eu almejo a pureza do céu, Tua linda presença no coração meu

Os ídolos quebro, me toma Jesus; Ó dá-me a pureza da nívea luz.

             Nívea luz, nívea luz, nívea luz, ó dá-me a pureza da nívea luz”.



Assim, a luz que mostra a realidade existente ao redor necessita além de ser trazida pelas ondas certas, não ter barreira alguma que a deturpe.


Quando a luz atinge um objeto pode acontecer um dos seguintes fenômenos:

Absorção – Os objetos que são bons condutores absorvem a energia, acumulam e repartem, isto é, conduzem a outros.

Reflexão – Os objetos que são incapazes de acumular e transmitir energia. Eles vibram ao receber a energia, mas ela é retornada para fora do objeto. É o efeito bate e volta. O efeito da luz não penetra profundamente no material.

Dispersão – A luz que incide sobre uma superfície grosseira é refletida em várias direções. Por isso mesmo pode ser visualizada de vários ângulos.

Refração – É o efeito de retenção da luz por alguns objetos. Um diamante ao receber a luz a retêm por mais tempo, por isso tem brilho intenso.


De que forma a luz de Cristo tem incidido em nossa vida? A lua não tem luz em si própria, mas reflete uma luminosidade majestosa. Temos absorvido, refletido, dispersado ou refratado a luz que precisamos para iluminar o mundo em travas?


Depois que a mulher teve o recinto de sua casa bem iluminado, começou a varrer. Cada canto foi vasculhado, tudo foi removido do lugar e ela não desistia do seu objetivo. Sua busca foi minuciosa, bastante detalhista em sua procura pelo objeto precioso. O texto enfatiza que ela procurou diligentemente, isto é tocou “faxina geral”. É comum faxinar uma casa uma vez por semana ou no máximo de quinze em quinze dias. Se passar disso, a sujeira acumula e fica mais difícil de limpar.  Quantas vezes nos preocupamos em faxinar a nossa casa interior onde Deus habita? Não apenas limpar, mas reciclar o que pode ser reaproveitado e deixar brilhando o tesouro adquirido. Os valores que acumulamos durante toda a vida são preciosíssimos e devem ser preservados a todo custo. Só numa situação de perda é que conseguimos descobrir o valor real destes tesouros.


A mulher não descansa enquanto não encontra o que está procurando. Desânimo é palavra que não existe em seu vocabulário. Os medrosos que desistem em meio às dificuldades são taxados como frouxos e perdem a festa de celebração à vida. O tempo pode ser um inimigo cruel para quem tem um objetivo a alcançar. Parece que nunca chega a sua vez. A casa do vizinho parece estar mais iluminada e em festa, enquanto a sua quase no apagar das luzes de um pobre candeeiro. Mas, ela não desiste.


De repente, quando menos se espera, EUREKA! Lá está, no canto da parede, camuflada entre a fenda de madeira do assoalho, a preciosa dracma. Ela não se conteve de felicidade, pulou de alegria, olhou a moeda e disse: "Você é minha, duas vezes, uma porque eu te conquistei e outra porque eu te resgatei". Contou as amigas e vizinhas que participaram da aflição na sua perda e as convocou para uma grande festa. Testemunhar é o mínimo que se deve fazer quando ocorre alguma conquista. O quanto você conquistou neste ano? Dois mil e doze foi um ano de perdas irreparáveis para mim, mesmo assim eu estou pronta a festejar, porque o tesouro maior que é Jesus; está bem guardado. Ele é a alegria da minha vida e este tesouro eu não perco. A luz continua iluminando e o tesouro está bem guardado dentro da ampla casa espiritual. Quando buscamos alegria nele e não em tudo que nos cerca a festa sempre acontece. E quando adotamos este posicionamento, com certeza os céus se alegram, pois a casa não precisa de fatores externos para estar feliz. O amor, a fé e a esperança; acompanhados de todos os seus derivados, estão lá, mantendo-a próspera para que os dias de festa sejam intermináveis.


Deus nos abençoe com um 2012 repleto conquistas e reconquistas.
Texto pregado em 04 de de dezembro de 2011 na Ass de Deus Shalom, em Lewes Delaware.

Grande abraço a todos.



Denise F Passos



sábado, 3 de dezembro de 2011

Conflitos internos exteriorizados

No dia dezenove de novembro voei de Salisbury para Atlanta a fim de passar o feriado de Thanksgiven com a minha filha Suelaine. Fiz conecção em Philadelphia e ao transitar pelo aeroporto, observei várias famílias viajando de um lado para o outro no mesmo propósito. Atualmente, por contingências da vida, vivo distante das minhas três filhas, além das duas que criei por alguns anos, porém nossa família mantêm inquebráveis os vínculos do coração. A amizade e o respeito que construímos ao longo destes anos me traz orgulho, pois vencemos muitas barreiras para chegar aonde chegamos. Hoje, quando eu ouço que sou o anjo que Deus colocou na vida delas, agradeço a sabedoria que me foi concedida para construir mulheres fortes e preparadas para a vida.


Quantas pessoas podem dizer o mesmo? No dia a dia percebemos a dificuldade de relacionamento entre as diferentes gerações. Em todos os seguimentos da sociedade, mas escolho falar sobre quatro seguimentos dentre os muitos existentes: pais, filhos e avós; professores, diretores e alunos; patrões, chefes e empregados; pastores obreiros e membros.


Falamos a mesma língua, mas não a mesma linguagem. O próximo, a quem amamos, já não está tão próximo. E mesmo que haja proximidade física, os corações distam em quilômetros uns dos outros. O que está acontecendo? Os problemas sociais, como desemprego, saúde, violência e criminalidade, educação, desigualdade social, habitação, além de outros, se aglutinam e são considerados os vilões, pois desembocam em muitos problemas de ordem psicológica causando transtornos talvez irreversíveis.


Entre pais, filhos e avós, a comunicação tornou-se um grande problema. A geração informatizada não precisa aprender o básico da vida com os mais velhos. Tudo que precisam já está programado nos sites especializados em “família virtual”. Já não se dá importância ao respeito que deve haver com os mais experientes, para não dizer idosos. Em outras culturas, os velhos são considerados detentores da sabedoria, na nossa, uns chatos. A crise de modelo faz com que os nossos jovens olhem pessoas completamente desvirtuadas para se espelhar, e assim, assumem a imagem distorcida como padrão. Aproximar estas três gerações que vivem em mundos completamente diferentes, é um grande desafio para o amor. É ele que vai dar base ao equilíbrio para criar um censo comum no relacionamento familiar.  Os integrantes machucados se afastam cada vez mais do verdadeiro sentido de família, quando deveriam se empenhar para fazer do seu ninho um “lar doce lar”. No período de formação, minhas filhas sempre me ouviam dizer “família não é uma porção de gente morando junto”. Quando brigavam e a coisa ficava feia o castigo era, ficar abraçadas por um período repetindo uma para a outra, “irmãs não brigam, amo você”. E funcionou muito bem, são amicíssimas.


Professores, diretores e alunos se agregam dentro de um mesmo prédio em diferentes realidades. As escolas em países emergentes ainda enfrentam grandes desafios, onde, ensinar ficou muito difícil! Os professores ainda se formam cheios de entusiasmo, achando que vão educar seus alunos para mudar o mundo, mas logo se deparam com a realidade dos colégios. A falta de recursos básicos; o mau ensinamento dos anos anteriores que não lhes permitem realizar um bom trabalho; a violência que passeia nos pátios, podendo chegar às classes; pais que não ensinam o respeito aos mestres; os conflitos de todo tipo e que não são deixados do lado de fora, passam a frequentar as salas de aula, formando alunos que aprendem cada vez menos.


Ao pensar na infância, lembro-me do respeito que nutríamos pelos professores. Quem da minha geração não se lembra do nome da sua primeira professora? Eles eram nossos ídolos. Quem da minha geração não aprendeu amor a Deus e ao próximo, respeito, civilidade e civismo na escola? Os valores atuais instituídos são totalmente inversos.


Patrões, chefes e empregados trabalham com o objetivo de trazer sucesso à empresa, conquanto a competitividade desenfreada produz grande rivalidade entre os escalões, onde a regra se torna esta: “sai da frente que eu estou passando”. A tensão do desemprego gera instabilidade emocional e o empregado se não for bem preparado para o serviço, fica ainda pior. Patrões visam o seu lucro, os chefes querem agradar os patrões e o pobre do empregado que se lasque. Eu trabalhei no registro de diploma da Faculdade Nuno Lisboa, e gostava muito do serviço que fazia, porém tinha um chefe que era deficiente no corpo e na alma. O sujeito era intragável. Um dia ele levou uns diplomas do curso de engenharia para serem registrados no MEC, trazendo outros já devidamente registrados e ao voltar deveria me prestar contas para que eu os protocolasse e não o fez. Cerca de um mês depois o formando veio requerer o diploma que simplesmente sumiu.
A culpa foi parar em quem? Obviamente chefes nunca são culpados de nada. Eu revirei aquela sala de ponta a ponta, até no arquivo morto eu procurei, e nada. Sobrou apenas a mesa do chefe. Dirigi-me a ele e disse já ter procurado em todos os lugares possíveis e impossíveis, apenas não havia procurado na mesa e armário privativos dele. A reposta foi: você pode procurar, mas aqui é impossível de estar e você precisa dar conta deste documento. Revirei as gavetas da escrivaninha com vontade de esganar o chefe e quando abri a porta do armário, ei-lo. O diploma estava na bolsa do chefe. Aquela situação me causou um enorme transtorno, eu estava grávida de dois meses da minha primeira filha e as dores e o sangramento de um princípio de aborto me colocaram numa encruzilhada e eu escolhi deixar o emprego para não perder o meu bebê.

Os novos programas interativos das empresas sérias, que visam o bem-estar do funcionário, são louváveis.   


Pastores, obreiros e membros, não escapam dos problemas. As igrejas deixaram de ser meditativas para serem contemplativas. O valor educativo na igreja está se resumindo ao que o povo vê e sente e não ao que ouve e aprende. A cultura oral deu certo ao longo de muitas gerações. A língua hebraica e a Torá foram preservadas milagrosamente mesmo com toda dificuldade que este povo passou. Eles entendiam a necessidade de sobrevivência da sua cultura e assim os pais ensinavam aos filhos e estes aos seus filhos e assim sucessivamente. Cada um se sentia parte do todo. Qual a dificuldade em continuar?


Hoje o miraculoso computador cerebral se recusa a aprender o que lhe é inconveniente. Depois que as meias verdades começaram a ser aceitas e o “isto não tem nada a ver” começou a andar de boca em boca, a confusão generalizou. Cada um faz o que quer. Troca-se de igreja como se troca de roupa. Aprender? Nem pensar. Tenho acompanhado de perto a dificuldade de pastores que levam com seriedade o seu pastorado no discipulado do seu rebanho, mas o povo anda indomável. Eles pensam, “já que a igreja é a casa do meu pai, posso fazer o que bem entender”. Ledo engano. Neste contexto, não é apenas a diferença entre as várias gerações pertencentes ao grupo, o problema é de sujeição à autoridade imposta por Deus.


Após esta resumida exposição podemos dizer que falta bastante equilíbrio nas situações destas áreas. Poucos se preocupam em fazer um caminho para chegar ao outro. Os construtores de pontes entre os corações afastados estão em escassez. O que vai ser das gerações futuras? Que legado deixar para elas? E a tendência é piorar, pois ninguém dá o que não recebeu.


Deus se fez um de nós, viveu a nossa humanidade para nos entender como somos. Porém, nós não nos fazemos um do outro para sentir as dificuldades; entender os tropeços sem apontar o dedo em rosto; chorar as dores e sorrir as alegrias; servir de cura as dores da alma; carregar no ombro se necessário for; perdoar as ofensas.


Quem vê alguma deficiência torna-se responsável em divulga-la e supri-la. Tenho sido bastante incomodada com estas situações, por isso mesmo decidi compartilhar. Espero ter sido útil e se quiserem falar sobre qualquer dos assuntos, podem enviar comentário ou mesmo e-mail.


Obrigado.

Sejam grandemente abençoados.

Denise F Passos