Hoje amanheci agradecendo a Deus a
oportunidade de viver mais um ano. Louvei o Seu poder, em prolongar a minha
vida, dando ordem expressa à morte que me cercava, quando eu estava morrendo de
difteria, aos seis anos de idade. Este é o meu bem maior, a vida. E procuro
vivê-la de forma intensa e harmoniosa, mesmo quando nem tudo vai bem.
Nosso aniversário nunca passou em
branco, mesmo que fosse apenas um bolo com refresco meus irmãos e eu, tivemos.
Isto desenvolveu em nós um sentimento de grande valor para nossos pais e
amigos. Realizar aniversário é mais do que comer bolo, é celebrar a vida.
Hoje dia 21 de dezembro de 2011,
minha irmã me surpreendeu com uma festa em sua casa. Disse que iria reunir as
mulheres da igreja e pediu-me que desse uma palavra a elas por cerca de trinta
minutos. Eu preparei tudo e elas fizeram bolo e ainda um jantar. Para
finalizar, ganhei uma linda joia. Um cordão de ouro com uma pedra vermelha em
forma de coração.
Ainda na minha cama, hoje pela manhã,
comecei a lembrar das celebrações do meu aniversário e o quanto elas me fizeram
feliz.
Minha mãe adorava festas. Eu tinha
uma avó postiça que dava cordas a ela, a vovó Geni. Era uma vizinha que tinha
um filho único, solteirão e então adotou a mim e a meus irmãos como netos. Ela
era muito habilidosa nos trabalhos manuais e nossas festas eram detalhadas.
Lembro que a festividade acontecia em dois dias diferentes. Um dia em que eram
reunidos os vizinhos, amigos e a família para um culto em ação de graças, e
outro dia para a festa. Assim crescemos instruídos por aquela mulher tão
simples, que toda celebração deve ser regada com gratidão.

Meus quinze anos, foi celebrado de
forma especial, com a simplicidade da época, mas foi maravilhoso ter a família,
amigos que cresceram comigo, vizinhos e irmãos da igreja. Tinha tanta gente que
a casa não comportava o número de pessoas e praticamente fechamos a rua onde morávamos.
Meus dezoito anos caiu num domingo, e
papai estava de serviço na Marinha e isto me fez chorar. A família não estava
reunida para a celebração. Naquela época, mal sabia eu que aquele era apenas o começo
da falta dos entes queridos nos dias mais importantes da vida.
No vigésimo terceiro aniversário eu
já estava casada e celebramos em nossa casa; no ano seguinte a Suelen já estava
conosco. Muitos deles foram celebrados na igreja onde o papai era o pastor. Era
bom demais. Cresci naquele lugar e éramos como família.
Em Brasília, foi muito bom. O coral
da juventude da Catedral tinha por costume fazer serenata na janela dos
aniversariantes. E quando menos esperávamos a música começava e até os vizinhos
curtiam o espetáculo das janelas dos prédios. Naquela época meu marido e eu
éramos líderes de jovens e curtíamos muito o trabalho. De modo que os quarenta
e dois anos foi regado a muita cantoria. Hahaha
Nos quarenta e nove anos, resolvi
fazer algo diferente. Fui a Petrópolis comprar os presentes de Natal para todos
na Rua Tereza. O dia foi agradabilíssimo. Nos cinquenta quis dar uma grande festa,
mas o vai e vem da vida impediu-me.
Desde que a vida resolveu me separar
das pessoas que amo, eu precisei aprender a curtir cada pessoa há seu tempo. E não
cobrar da vida o que ela não pode me dar outra vez. Já vivi lindos
aniversários, com alegria, sorrisos, festa, lágrimas, tristeza, presentes e
entre eles até um pedido de casamento.

Eu não esperava receber presente
algum. Não sou pessoa que precisa de coisas para ser feliz. Mas, Deus tem
cuidado de mim de forma especial nestes últimos dias, aliás, como sempre cuidou.
O Seu amor tem me envolvido de forma tal que a alegria que andava distante,
voltou.
Hoje pensei numa peca de teatro criada
pela Jocum, que encenamos várias vezes para as crianças da igreja, chamada “O
ladrão de alegria”. Um homem mau que não teve felicidade na vida, roubava tudo
que alegrava as pessoas ao seu redor. Até que se deparou com uma garotinha cuja
alegria era o Senhor. Vinha das fontes de águas vivas que jorram do interior. E
ele não pode rouba-la. Assim, eu tenho uma preciosidade que ninguém e nem todo
o inferno reunido vai me tirar, a alegria de viver. Esta é a minha maior celebração.
Obrigado Senhor.
Agradeco as minhas filhas, a família,
a querida Nema, a todos os amigos que me telefonaram, os que deixaram recados
no facebook, os sms, os do msn, da rede social, do Beco dos poetas, enfim a todos vocês que demonstraram o enorme
carinho que sentem por mim. Vocês são preciosíssimos. Deus os abençoe MUITO.
Lindas palavras, amiga. Que Deus continue abençoando sua vida e que você continue sendo grata ao Senhor por todos os benefícios que Ele tem lhe concedido. Um abraço bem forte e beijos.
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