segunda-feira, 12 de setembro de 2011

APROVEITANDO A OPORTUNIDADE

Na manhã de sábado, eu estava preparado o almoço, enquanto Giuliana, a minha neta de um ano e meio de idade, se distraia com um brinquedo qualquer sentada no chão da cozinha. Revirava-o de um lado para o outro, sacudia, observava as cores, quando de repente o olhar se voltou para o armário ao lado da pia, cujas portas ainda estavam abertas pelo fato de não ter sido encontrado o que se procurava nele. – “Vovó voltou para o fogão, acho que não encontrou o que estava procurando, vou ajudá-la”. Mais que depressa engatou a primeira e disparou engatinhando em direção à nova descoberta, sem perder tempo com o ensaio dos passos ainda lentos.

Ao chegar àquela que no momento comparava-se a oitava maravilha do mundo, esticou a minúscula perna e subiu na prateleira do armário. A mãe que a observava de longe se aproximou, não para retirá-la do local, mas para protegê-la de uma queda. “Quanta coisa diferente neste lugar!... Muitas caixas, pacotes, além de vasilhas plásticas contendo alimento. Que legal! Esta é uma grande descoberta. Nem sei por onde começar. Sou excelente desbravadora!”

Após alguns minutos de festa, Suelen a mãe dedicada, disse a Giuliana: Não, filha, já chega. Quando percebeu que seria retirada do armário, olhou para baixo a fim de calcular a altura, engatou a ré e desceu lentamente até alcançar o chão. Sentou, olhou para nós, que observávamos atentamente a proeza, deu um largo sorriso como se dissesse: Yes, consegui!

A vida oferece novidades a todos nós. As oportunidades aparecem todos os dias, em todas as fases da vida e de forma diferenciada, porém muitas passam batidas, porque não avançamos para desbravá-las. O medo de alcançar o que de longe parece inatingível, nos impede de chegar mais próximo para avaliar as possibilidades. Daí, continuamos a brincar com aquilo que está nos entretendo absorvendo assim toda a nossa atenção. O pensamento é o seguinte: - Já tenho este aqui. Para que nova distração?

O grande erro na sociedade atual, principalmente da juventude, é arranjar apenas com o que se distrair, não com o que se enriquecer. Perdem tempo precioso. Tempo irrecuperável, onde só a maturidade trará a consciência dos danos. Para que se enriquecer de conhecimento, se nos vídeo games da vida ganhamos todas? Somos os mais valentes, os mais fortes, os mais espertos e estratégicos e criamos oportunidades de passar em todas as fases dos jogos por mais difíceis que sejam. Nos jogos virtuais somos persistentes e não aceitamos não como resposta. A vida é um jogo real, onde é impossível mexer botõezinhos na luta diária pela sobrevivência. Conquistar posições requer esforço, habilidade, conhecimento, talento, inteligência, tudo ao vivo e em cores.

Quando olhamos um bebê de apenas um ano e um mês dando uma grande lição em questão de oportunidade, deveríamos parar e, repensar no que estamos fazendo da própria vida. Afinal, a disputa é grande e a fila anda com muita rapidez. Se, paramos ou atrasamos o passo, ficamos alienados e fora do contexto atual, perdidos no tempo e no espaço, por vezes, irrecuperável.

As crianças são destemidas e ávidas pelo descobrimento. E este arrojamento é mais frequente quando o adulto ainda não lhe passou os perigos que a vida oferece. Perigos inevitáveis que vem junto no pacote de vida de todo ser humano. A dificuldade dos dias atuais remete o indivíduo a ter medo do próximo, medo do desconhecido. O adulto deve atentar de que o excessivo cuidado com tudo e todos pode se transformar em neura e assim deixar escapar toda a singeleza do bem-viver.

O quotidiano oferece a todos a oportunidade de tornar-se uma pessoa melhor, mais atenta, mais feliz, mais participativa. E uma pessoa melhor vive mais e intensamente, não busca crescer com a oportunidade que a vida oferece ao outro, não faz do outro a escada para galgar posições, não cobiça a lavoura do vizinho, por se achar incapaz de produzir por si próprio, mas com humildade, busca aprender com sua maturidade. Cuida do bem-estar alheio a partir da paz interior. E assim, e apenas assim, pode cumprir o resumo dos mandamentos que Jesus nos ensinParte superior do formulárioouParte inferior do formulárioAmarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”.

Amar a Deus é viver a essência da qual viemos com inteireza de coração, na integralidade da alma, com toda força interior, buscando todo o entendimento sobre ele; amar ao próximo é não impor condições para amar e amar a si mesmo é fazer bem a si, no corpo, na alma e no espírito. Esta é a fórmula de equilíbrio do bem-viver. Aproveite a oportunidade que a vida te dá para ser feliz.
Deus te abençoe.
Grande abraço.
                                                                                   Denise F. Passos