segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pura nudez

Esta semana li uma reportagem na, Gospel Prime que noticiava um calendário lançado pelo fabricante do chocolate Lambretz, numa bonita homenagem a Espanha. Uma foto em particular causou polêmica pelo antagonismo de situações. A atriz Paz Vega, aparece nua, ajoelhada no altar, como se estivesse fazendo uma oração, na capela da Irmandade de Nossa Senhora da Encarnação, em Sevilha.

A atriz que encenou os filmes Carmen e Espanglês, deu um depoimento dizendo ser cristã e que fez tudo com muito amor e respeito e não teve intensão alguma de ofender a fé católica nem a igreja.


Um tipo de estandardização do Marketing para criar ibope é mexer com o brio dos religiosos. Parece que isto tem se tornado via-de-regra. Pensamos ser apenas implicância gratuita com o protestantismo ou o catolicismo, mas qual nada. A falta de fé, que esfria qualquer tipo de amor genuíno em respeito ao sagrado, corrói os brios da sociedade. E a igreja é parte integrante dela.


A partir desta reportagem quero lançar várias perguntas para reflexão e discussão deste assunto polêmico.

Pode a pureza e a sensualidade caminhar juntas? Até que ponto uma prejudica ou influencia a outra?

Mas, até onde há pureza na sensualidade?

Até que ponto o jogo da sedução que é normalíssimo na vida do ser humano pode ser considerado normal? Até que ponto pode haver pureza na sedução?

Será que todos os homens e também mulheres (no contexto atual) vão olhar a nudez com a mesma pureza que a atriz diz ter? Pode a pureza do nu, livrar-se de olhos cobiçosos?


Eu não sou puritana, mas fui criada com princípios rígidos de moralidade, aprendendo a respeitar o sagrado. Porém, o ser humano sempre tendeu vender a alma por dinheiro. O vil metal ainda é capaz de comprar a integridade de muitos, de corromper os bons costumes, a santidade dos que deveriam se manter separados para Deus em o respeito aos ideais. O dinheiro que foi pago a igreja para a utilização do espaço e que supostamente foi direcionado para a caridade, causou mais maleficio do que benefício. Os fins nunca justificam os meios.


A sensualidade do livro de Cantares de Salomão é puríssima. Tudo é puro para os puros. Tudo é puro até que seja maculado. Quem conhece a neve sabe do que eu estou falando. A neve cai silenciosa e constante, acumulando até ficar tudo branco lá fora. Enquanto permanece intacta, é branca que chega a ofuscar a vista. Quando os raios de sol incidem sobre ela, tudo fica mais branco e, o olhar precisa ser desviado ou deve-se usar óculos escuros, tal a intensidade do brilho. Mas, o movimento dos pedestres e carros vai maculando-a, até se tornar lama de gelo. Enquanto permanece alva, é apreciada, depois que macula, é rejeitada. Assim acontece com tudo o que é puro e vai sendo maculado pela maldade do coração humano.


O que Deus criou puro e de uma beleza singela, o homem conseguiu enlamear, incitado pela lascívia. E sem perceber, caiu na prisão das paixões, cujas correntes são densas e os cadeados de muitas voltas. O que era puro e inocente transformou-se em vício insaciável. Quanto mais tem, mais quer, não há limites. Uma foto mostrando a nudez aparentemente pura vai desencadear uma série de sentimentos, movidos pelos pensamentos dos olhos que a absorve. Os que são presos ao vício da pornografia, nunca olharão um nu com pureza d’alma. Nem a nudez de um bebezinho inocente trocando a fralda.

Tudo é puro para os puros e tudo é impuro para os impuros. Por mais pura e inocente que fosse à intensão da atriz em realizar o “trabalho”, de boa intensão o inferno está cheio. Em depoimento a atriz disse que, lamentava a desaprovação da igreja a sua arte e que não queria ofender o seu povo e sim honrar o seu país e as suas tradições. Vamos supor que a intensão da atriz fosse respeitosa; o ano tem doze meses e não sei o mês que coube a ela no trabalho, mas com certeza estava ligada a outras mulheres que talvez usem a pornografia como meio de sobrevivência. Que pureza mesclada!


Já imaginou se toda pessoa que quisesse honrar as tradições e homenagear o seu país e honrar o seu povo, começasse a ser fotografada pelada, nos pontos de atração turística? A inversão de valores e, a falta de instrução aos jovens do sagrado, do que é puro, está banalizando o que deve ser preservado.


O que realmente está por traz desta situação? Qual o interesse em denegrir a fé alheia não respeitando o que outros consideram sagrado? A essência foi diluída e o homem está começando a viver da aparência. Aparência de sagrado, enquanto é profano. Maquiagem para enganar os menos avisados e os que não conseguem discernir entre a mão direita e a esquerda. Assim Deus definiu os cidadãos ninivitas, que com todo domínio em sua época não passavam de tolos no conceito divino.


Este texto tem o intuito de fazer pensar e abrir discussão sobre o assunto que é bastante polêmico. Espero receber e-mail com as opinião dos leitores.


Deus nos abençoe com esclarecimento.

Denise Figueiredo Passos.