sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Expressão do AMOR


Há pouco mais de dois mil anos, uma adolescente chamada Maria, teve uma visão que a impactou. Ela foi escolhida para receber em seu ventre àquele que viria restaurar a Israel. Uma restauração diferente da que todos estavam esperando. Deus queria restaurar seu legado eterno, perdido pelo homem no Paraíso e não o temporal, de um governo humano, onde as fases de glória são passageiras, tornando-se apenas parte da história da humanidade. Para Deus, só serve, o que é eterno como ele é.

A gravidez precoce para uma jovem que tinha apenas um compromisso de noivado, isto é, um casamento amarrado pelas famílias, mas não consumado, seria morte certa. A moralidade da época não permitia que tal acontecesse. Maria experimentou dores que não podemos avaliar. Mais do que um misto de medo e coragem como só as mães as vésperas de um parto podem sentir. Havia uma luta no ar que ela podia perceber, mesmo que não a entendesse em profundidade. O responsável por revelar os mistérios espirituais desta guerra, ainda estava em seu abençoado ventre.

Uma luta em outra dimensão, pelo controle da vida e da morte. Céus e inferno se digladiavam, embora a aparência daquilo que podiam perceber fosse apenas a natural. O cenário compunha: a estalagem lotada de gente, a estrebaria lotada de animais, a manjedoura acolhedora e a estrela que apesar de distante, saiu de sua órbita habitual para brilhar mais intensamente sobre o entesourado lugar. Maria, José e o recém-nascido Jesus, descansavam tranquilos na segurança do pobre lugar. Os pastores deixaram seus rebanhos, maravilhados com o que viram e ouviram dos anjos, que em festa lhes anunciavam o nascimento do Salvador. Imagino o regozijo destes homens simples, que viviam o cuidado com as ovelhas e a conversa que iam tecendo ao descerem a Belém para conhecer o Salvador que tanto aguardavam. Os Reis Magos, que seguiram a estrela, trouxeram presentes para o novo Rei, que em vez de morar num palácio, achava-se na manjedoura; lugar onde é depositado o alimento para a sobrevivência. O Pão da Vida para saciar a sede de justiça.

Ouro, incenso e mirra, presentes de reis para o Rei. Tudo para celebrar o nascimento do Emanuel, Deus conosco. Isto me faz pensar a forma que celebramos o seu aniversário a cada ano, em dia 25 de dezembro.

Desde criança o natal sempre foi uma grande festa de família para nós. A casa era muito bem arrumada. Tudo feito de forma especial para esta celebração. A árvore de Natal bem ornamentada, luzes brilhando, presentes, convidados para a festa, especialmente os que não tinham uma família para esta celebração especial. A felicidade de ter a presença do aniversariante entre nós é que fazia a festa mais gostosa e não o saboroso cardápio servido.  

Aquele momento foi ímpar para Maria. O Filho do Altíssimo havia nascido e estava ali, com ela, fruto do amor de Deus pela humanidade. Maria nasceu para amar e sofrer por amor.

O choro de seu lindo bebê, que era acalentado em seu seio, nem de longe traduzia a vida de sofrimento que esperava a ambos. Numa troca de interrogações que ecoavam ao som do destino: Maria você tem noção de que deu a vida, ao ser, que um dia dará vida eterna a você? Quando ele crescer um pouco mais, vai correr e cair, ralar os joelhos e você irá cuidar de suas feridas, mas ele, um dia, vai poder curar todas as dores que se formarem em seu coração. Maria, você sabe que as pequenas mãos, que te afagam tão docemente e, você brinca de mordê-las, um dia, serão pregadas em uma cruz? Um dia ele será tão poderoso, que você vai dizer: façam tudo quanto ele ordenar. O corpo desta linda criança que você carrega em seus braços, um dia estará irreconhecivelmente dilacerado, para que você o sepulte. E assim, a dor do amor acompanhou a Maria durante toda a sua vida. Ninguém, por mais que tente, pode acrescentar honra alguma além da que lhe foi concedida por Deus. Ser mãe do Salvador da humanidade..


A fuga para o Egito, para uma mulher em seu período de resguardo deve ter sido muito dolorosa. Herodes queria matar o menino e ordenou uma chacina geral. Louco pelo poder, ele viu em Jesus uma ameaça ao seu reino. Até hoje homens se sentem ameaçados pela verdade que liberta e chacinam ficticiamente a vida de muitos, para que seus intentos sejam realizados. Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, veio para resgatar o homem da religiosidade da Lei, mas este homem insiste em manter-se nela. Insiste em manter-se no quadrado estabelecido pela insubordinação do seu coração.   O Príncipe da Paz veio para trazer paz ao homem que prefere viver em guerra com Deus, mesmo dizendo tê-lo em sua vida.

Não importa se não celebramos o Natal no dia certo do seu nascimento. Certas coisas Deus deixa uma incógnita proposital. O que importa é a mensagem Viva do Natal com uma semana de intervalo para a passagem do ano. Mensagem de esperança para um ano melhor, com novas esperanças. Esperança de ter O Cristo “presente e atuante”; nos próximos 365 dias. Não basta crer nele, a Bíblia diz que o diabo também crê e estremece diante de sua soberania. Ele quer fazer parte de nossa vida. Ser íntimo, para percorrer todo o nosso arquivo existencial e fazer novas todas as coisas. Jesus quer dar um sentido especial a nossa vida. Mas só pode fazer isto se habitar em nós.

Antes de Jesus, a glória de Deus era vista e sentida através de sinais. Hoje, a mesma glória é expressa através da nossa vida, quando decidimos viver nEle e para Ele. Amando um ao outro com amor fraternal; sem julgamentos. Lembrando que somos passíveis dos mesmos erros que o nosso próximo. Jesus fez uma colocação taxativa “O mundo vai conhecer que vocês são meus discípulos quando vocês se amarem mutuamente”.

É desta forma que a glória de Deus é expressa. “Quando amamos”. Porque se o amor é divino, só podemos amar com o amor que parte de Seu coração. Você e eu, somos a extensão deste amor na Terra, tão contaminada pelo ódio.

Desejo a você um 2013 cheio de amor e paz. Esta é a verdadeira prosperidade. O resto é resto. Ao limiar deste ano, faça uma introspectiva. Faça novos planos, novas metas para a sua vida. Mas, não se esqueça de incluir o Reino de Deus em primeiríssimo lugar. As coisas são subsequentes e acontecem à medida que damos a primazia a quem de direito. “Buscai o Reino de Deus em primeiro lugar e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”.

Esta é a receita mágica para a felicidade, tão buscada e pouco encontrada. Quando invertermos a sentença a vida fica sem sentido. Coisas, são irrisórias e passageiras. Busque o que é eterno, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.

Feliz 2013 com muita ALEGRIA e PAZ !!!

 Denise passos

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Você descansa?


Relendo o livro de Hebreus em meu devocional matutino, de forma particular me deleitei no capítulo 4. Compartilho algumas preciosidades da Palavra que me chamou a atenção.



O dia de tomada de posição é HOJE. V7

Temos a terrível mania de postergar o que é fundamental e nos perdemos no emaranhado de situações criadas daquilo que consideramos importante. O sábio ditado nos ensina “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. Se deixar para amanhã, a tomada de posição envelhece; caduca e não tem o mesmo valor. Perde o frescor da decisão imediata. Há quem decida fazer o que é correto no apagar das luzes da vida, quando corre o risco de não haver mais tempo para ser formado um novo coração. O povo hebreu após tantas provas da bondade de Deus, resolveu endurecer o coração de tal forma, que nomeou o lugar de sua ingratidão para com Deus - Massá e Meribá. Êxodo 17:7

Todo dia é HOJE em nossa vida. Amanhã será tarde demais.

O que é o descanso de Deus?

Deus criou o homem para viver sua humanidade em plena comunhão com ele. FATO. Isto é, vivo em seu espírito para total comunicação com Deus. A Criação foi perfeita. Corpo, alma e espírito interligados, trabalhando juntos para a preservação do ser criado a imagem e semelhança do Deus perfeito e eterno. Isto deveria acontecer de forma harmoniosa pelos séculos dos séculos, se a desobediência não quebrasse o elo da ligação perfeita entre alma e espírito, dentro do corpo.

Existe apenas uma única forma de restaurar por completo esta ruptura, pois é impossível colocar remendos ou condutores externos. Com a queda no período adâmico, houve uma ruptura na harmonia entre a alma e o espírito. Um total desequilíbrio que teve seu desfecho em morte, mas que em Cristo, pode e deve ser restaurado.

Por isso o verso 12 diz: “Pois a palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas”. Só a Palavra tem esse efeito Raio X em nós, revelando quem realmente somos.

A prestação de contas que fala o versículo 13 é o desassossego (se podemos assim chamar) de Deus em relação ao homem que ama e quer de volta para si. Lembro perfeitamente que quando eu dava faxina em minha casa, mudava coisas de lugar, colocava novos utensílios, trocava roupas sujas por limpas; trabalhava exaustivamente o dia inteiro e ao terminar, tomava um banho e sentava na sala saboreando uma xícara de café, apenas para observar cada detalhe do meu trabalho diário. Eu valorizava o esforço e o meu trabalho e tinha satisfação em ver o meu lugar perfeito e aconchegante, e descansava neste prazer. Semelhantemente, penso que Deus, assentado em seu trono, depois de ter trabalhado minuciosamente em cada detalhe da Criação (milhões de anos se passaram e os cientistas a cada dia descobrem novidades) ao ver tudo completo, tudo pronto para o homem habitar em seu descanso, teve um prazer enorme.

Nunca foi intensão de Deus que o homem prestasse contas dos “erros”.Eles não existiam, por isso errar não é humano, mas tornou-se humano. Antes, visitava-o ao entardecer para ter o prazer nos acertos e nas realizações; para se alegrar com o domínio que foi lhe entregue como dádiva e se orgulhar com os resultados.

Penso em como foi frustrante para Deus, ver a sua Criação desligada dele. Sem a seiva que mantêm a abundante vida. O homem abriu com alegria a porta das consequências; que o levaria a morte. O fruto da árvore que serve como pano de fundo para esta história verdadeira, nós o comemos todos os dias, quando desobedecemos desavergonhadamente a Deus, escolhendo a vida medíocre, tão distante do que ele planejou para nós. Em Seu poder absoluto, Deus Decretou escape para aquele que quiser reverter este quadro em sua vida. Através de Jesus Cristo, Seu Filho, vencedor das mesmas tentações e adversidades que eu e você enfrentamos todos os dias. É possível sim, retornar a liberdade e a autoridade vivida Éden; viver no descanso de Deus.

“Assim ainda resta para o povo de Deus um descanso, como o descanso de Deus no sétimo dia”. V9

Entrar no descanso de Deus é SER adorador, para ESTAR em plena comunhão com ele. E comunhão é “ele em nós e nós nele”.

Há descanso, quando Deus olha para nós e vê o homem interior fortalecido, como em seu propósito inicial.

Há descanso, quando Deus não necessita se irar conosco por causa das nossas sandices.

Há descanso, quando Deus olha e vê em nós a sua obra completada. Isto é, “Este me pertence em 100%”. Inteiro, ainda que imperfeito, por causa da malvada carne (alma) que intenta a todo instante separa-lo do meu amor.

Há descanso quando ouvimos a sua voz e não endurecemos o coração.

Há descanso quando nosso esforço é maior do que as tolas razões da alma.

Há descanso quando optamos em nos achegar ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia sempre que necessitarmos de ajuda.

Enfim, o descanso de Deus é infinitamente maior do que podemos presumir. Ele é mútuo. Ele em nós e nós nele. Este descanso nos leva a viver a experiência de uma relação de amor incondicional. É satisfação plena, intensa, de felicidade contínua. É estar guardado, livre das quatro paredes, grades e cadeados, apenas envolvido pelo amor que guarda e resguarda.

 Precisamos ter o cuidado de uma vez restaurado o descanso em Deus, não maculá-lo outra vez com a leviandade. Uma vez que recebemos pela fé a restauração do nosso homem interior, temos real entendimento, de que a nós foi dado não apenas o privilégio, como também a responsabilidade dessas verdades, portanto não seremos tidos por inocentes.

 
Que haja descanso de Deus para nossa alma, começando em vida.

Denise F passos

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DESAFIO


                  
Setembro foi um mês ímpar para mim. Coisas diferentes têm acontecido e cada uma delas, muito especial. Algumas eu já compartilhei, porém o mais importante são os presentes que tenho recebido diariamente, de alguém muito especial. Em 23 de setembro eu estava no meu devocional, derramando-me perante o Senhor, num dos momentos mais lindos que passamos juntos, quando pedi que me falasse claramente em sua Palavra. Abri em Atos 1:3 “Depois do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo. Apareceu-lhes por um período de quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus”.
 
Então, lancei um desafio a mim; num propósito para com Deus. Bem, se os 40 dias que os discípulos passaram com o Cristo ressurreto, foi tão impactante, de modo a prepará-los para a implantação do Reino de Deus na Terra, então eu vou orar para que durante 40 dias, todos os dias, o Senhor venha me visitar, trazendo algo que eu preciso, para chegar a ser o que o que Ele precisa no seu Reino. E assim tem acontecido, dia após dia; uma nova mensagem, uma repreensão, um conserto em alguma área, uma revelação...
“É o que diz Deus, o Senhor, aquele que criou o céu e o estendeu, que espalhou a terra e tudo o que dela procede, que dá fôlego aos seus moradores e vida aos que andam nela: Eu, o Senhor, o chamei em retidão; segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei de você um mediador para o povo e uma luz para os gentios, para abrir os olhos aos cegos, para libertar da prisão os cativos e para livrar do calabouço os que habitam na escuridão. Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor”. Isaías 42:5 a 8
O Deus Todo-Poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, cada uma segundo a sua ordem; criou os céus e depois os estendeu e isto me faz lembrar, da descoberta científica das 500 milhões de galáxias existentes no universo e, a nossa Via Láctea é apenas um pontinho, nesta imensidão. O fôlego para sobrevivermos, vem do sopro dos seus lábios que gera a vida e a encrusta em nós. O propósito de Deus é que o homem viva abundantemente; para isto foi criado.
O profeta Isaías fala do Messias com muita propriedade, quando o define, quando aborda o trabalho a ser realizado por ele, quanto relata acontecimentos futuros. E justamente entre as 500 milhões de galáxias, o Salvador nasceu entre nós, para viver a nossa vida e morrer a nossa morte, a fim de nos resgatar para Deus.
A retidão do homem Jesus, que estava seguro pela mão do Pai, trouxe aos judeus a mediação, entre eles e o Deus de quem tanto haviam se afastado. Um mediador promove a paz entre as partes. Jesus na condição de mediador despiu-se de sua glória, tornando a si próprio canal de comunicação para eleva-los a condição de filhos. Emanuel “Deus Conosco”. Para nós, os gentios, (gentio - era considerado, todo aquele que não fosse judeu - pelos homens e não pelo Deus criador, pois este proveu grande salvação para todos os povos) foi uma luz que iluminou o caminho onde deveríamos andar em direção do Deus Eterno. Os gentios não tiveram a revelação, então precisavam da clareza da luz que revela as trevas em que estavam andando. Jesus, o Messias foi o enviado de Deus como, mediador e luz, para todos os povos, tribos e nações, sem preferências. Assim como a morte é justa, no sentido de igualar a todo o ser humano, pois todos pecaram e da mesma forma descem ao pó; a vida em Cristo é justiça que nos iguala em estatura, na condição de varão perfeito.
O trabalho de libertação do Enviado de Deus foi bem definido no comentário do profeta Isaías. Nós englobamos a todos numa mesma situação, porém, o profeta em sua revelação, os distingue em três diferentes categorias:
...Abrir os olhos aos cegos...
O ditado popular diz que, o pior cego é aquele que não quer ver. Um cego tem deficiência visual, mas desenvolve bem outros sentidos. Um cego normalmente ouve muito bem, tem a sensibilidade aguçada sendo capaz de perceber os detalhes do ambiente onde está e, é livre para ir onde quiser, mesmo não podendo enxergar. O cego usa o tato para suprir a deficiência visual, portanto enxerga com as pontas dos dedos, pois não vê a luz. O cego é aquele que ouve a palavra, às vezes a conhece profundamente ou de forma deficiente, mas não enxerga a LUZ da revelação, capaz de indicar o Caminho. Se um cego der algumas voltas em seu corpo, perde totalmente a noção de onde está e não sabe que direção tomar. Está perdido, desorientado, sem direcionamento, portanto suas metas, inalcançáveis; enquanto tateia de acordo com os sons ouvidos, sem saber de onde vem e quem os está sussurrando, ele vai, em várias direções, na esperança de encontrar segurança.
Muitos cegos (espirituais) começam com uma simples miopia, mas não procuram tratamento adequado. A cada vez que seus ouvidos são aguçados em direção contrária a LUZ que ilumina o Caminho, a visão encurta. Na ilusão de enxergar, muitos teimam em guiar outros cegos, como disse Jesus.
 
...para libertar da prisão os cativos...
Esta categoria enxerga a luz, ouve, entende, crê, é ativa no serviço a Deus, mas está presa a situações, tais como: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes, (Gálatas 5:19-21) justamente pela deficiência da não produção do Fruto do Espírito, que é antídoto contra as obras da carne.
 
Estão, na maioria das vezes, dentro da casa de Deus, mas ainda cativas em alguma área de sua vida que as empurra a prisão. Então, elas não conseguem viver um cristianismo saudável, eficaz, produtivo, pois constroem com uma das mãos e destroem com a outra. Muitos dos que se encontram cativos, negaram a revelação do senhor, que mantêm o homem livre como no estado inicial, do Éden. A liberdade em Cristo é real, foi conquistada para nós e deve ser vivida dia a dia. Porém, os encarcerados, vivem apenas o cristianismo do Jesus histórico. Vivem o cristianismo de um Cristo, cujo poder morreu com ele, deixando sua igreja a deriva, a mercê do inferno. Estão algemados, portanto não conseguem mais se alimentar da Palavra, não conseguem entender que “... Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens. (Efésios 4:8) Os dons, tão mal usados e menosprezado por muitos, é parte do tesouro concedido a Igreja, que a equipa, para empreender a libertação dos cativos; porque o Senhor da Igreja, já levou cativo o cativeiro. Isto é, já está disponível, mas eu e você, precisamos fazer uso da armadura da fé, ir a prisão e, retirá-los de lá.
 
Os que estão no calabouço...  São os sentenciados a morte.
Os que estão em calabouços são os que passaram pelas algemas e não conseguiram se libertar das tendências da iniquidade de seus pais. Não rejeitaram esta atuação em sua vida. Antes, as praticaram do mesmo modo, ou de forma pior, tornando-se escravos delas. Depois que se fazem escravos, tornam tais tendências em verdade, ensinando-as a outros como conduta correta. O calabouço é o lugar mais baixo de uma fortaleza, pouca iluminação ou iluminada artificialmente. A guarda de um calabouço é a mais cruel e atormentadora de que se tem notícia. São vigiados dia e noite. Muitos estão sendo atormentados espiritualmente e não tem a mínima noção disto. “E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade deles está presa”. II Timóteo 2:26
“Os seus adversários têm sido feitos chefes, os seus inimigos prosperam; porque o SENHOR a afligiu, por causa da multidão das suas transgressões; os seus filhinhos foram para o cativeiro na frente do adversário”. Lamentações 1:5... Passei as vistas em uma pesquisa da estudante de psicologia da PUC de Minas Gerais, com um título bastante interessante “Pais encarcerados = Filhos invisíveis”. Isso vale também para os pais que estão algemados, espiritualmente falando. Seu modo de vida conduz os filhos ao mesmo tipo de aprisionamento. “Meu coração chora esta dor”. Quem deveria ser autoridade, para guardar e resguardar, já não pode mais fazê-lo.
“Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca”. (Salmos 68:6) Há uma diferença entre o termo “rebelde e revolucionário”. Normalmente os revolucionários ostentam uma causa nobre, ao contrário do rebelde que segue a causa que lhe favorece.
Todo o capítulo 2 de II Pedro, narra a respeito dos que disseminam heresias entre o povo. Uma vez libertos, voltam atrás e o seu último estágio é pior do que o primeiro; prometem uma liberdade que não tem, pois se tornaram escravos das palavras que proferiram, pois o homem é escravo daquilo que o domina.
Escrevo com peso no coração, pois quando assisto situações dos que estão cegos, algemados e em calabouços, entendo que o desejo de libertação precisa ser maior do que a situação, mas a arrogância não os deixa perceber o real estado em que se encontram. Todos nós temos algum tipo de aprisionamento, precisamos nos ajudar. A humildade em reconhecer a necessidade, é o primeiro passo para a libertação.
Nos três anos de ministério, Jesus operou grandes milagres. E uma grande multidão o cercou de perto para ver estas maravilhas. Após a sua morte e ressurreição, passou a apresentar-se vivo entre os discípulos. A multidão já não estava mais presente. Os que antes apenas esbarravam no Mestre, já não podiam estar com o Cristo ressurreto. Este pertencia aos que se faziam apóstolos e discípulos. (Eu neles e eles em Mim) Faça parte deste grupo. Faça parte dos que estiveram nos quarenta dias convivendo com o Cristo ressurreto. O número 40 significa “mudança - preparação para algo novo que vai chegar”. Então não se contente com o modo de vida atual; com o aprisionamento que porventura esteja cerceando os seus passos. Jesus Cristo veio pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor. “Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e soltará os meus (que estão) cativos, não por preço nem por presente, diz o SENHOR dos Exércitos”. Isaías 45:13
 
A liberdade em Cristo é real e necessária, para vivermos o cristianismo proposto por Jesus e, não o que montamos com ideias próprias ou infernais. Sabiamente o apóstolo Paulo aconselha que examinemos a nós mesmos, a nossa vida, os nossos pensamentos, as nossas atitudes, para não sermos condenados com o mundo, isto é, para não voltarmos a fazer parte da multidão; daqueles que apenas esbarram no Mestre. Nós quanto Igreja Viva, precisamos olhar com misericórdia, estar equipados e usar estratégias corretas para libertação dos opressos. Para isto fomos convocados.

Deus nos abençoe com visão ampliada e liberdade.

Denise F Passos

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Você ouve o grito?

Ter sido criada num lar cristão, trouxe a minha vida uma enorme bagagem. Fui ensinada a amar a Deus sobre todas as coisas e a honrar o Seu nome, mesmo que meus interesses precisem ser prejudicados. Meus irmãos e eu, tivemos um crescimento saudável que nos condicionou a sair do quadradinho em que fomos ensinados, sem nos perder da essência do evangelho. Nosso lar era simples e feliz. Serviu de abrigo para o crescimento de muitos, pois além de pastores, papai e mamãe foram verdadeiros pais ao abraçarem seus congregados. Quando fomos para a igreja que ele pastoreou por mais de trinta anos, eu tinha apenas oito anos de idade e, cresci entendendo os participantes da igreja como familiares. Tivemos muitos problemas, mas o amor e a união nos fez a vencer muitos desafios.
Quando olho para as dificuldades das igrejas atuais, não vejo que o problema começa na igreja, mas nos lares. A igreja é uma comunidade, onde várias famílias, oriundas de visão, cultura e valores diferentes estão juntas para um propósito. As igrejas que deveriam servir de base orientadora, andam meio perdidas como nos hospitais públicos; muita gente zanzando nos corredores sem atendimento eficaz. Os médicos, como muitos pastores, andam desestimulados com a infraestrutura organizacional e, os que são competentes e que realmente vestem a camisa do seu chamado, precisam além de tudo o mais, ser grandes malabaristas, para segurar a peteca que insiste em cair.
 
A igreja primitiva cresceu com as reuniões simples nos lares e isto serviu de base   para as famílias. O aconchego da igreja era o aconchego do lar. Mas, hoje, as famílias pouco se reúnem para uma simples refeição; como podem manter o aconchego como família de Deus em seus mega templos? Os tempos atuais estão nos empurrando para a individualidade, haja vista que uma grande maioria acha melhor ser crente em casa, tendo irmãos virtuais, pastor virtual, ceia virtual, isto, sem ter a necessidade de dizimar virtualmente. Compromisso zero, baseado em decepções com o homem que vê, redundando para o Deus que não vê.
 
Nos anos em que o povo de Israel esteve habitando no Egito, parte dele preservou sua cultura, seu Deus e sua identidade, porém, muito se perdeu no coração do povo. Porque há tanta facilidade em assimilar o erro? A vida, a cultura, os deuses, a orgia que envolvia a religiosidade, a facilidade aparente da fartura de víveres; iludiu o povo que já não entendia o seu Deus como o Todo-Poderoso, Doador da vida, Criador de todas as coisas.  Um Deus que dava pouco e exigia muito, no entendimento da grande maioria. Para quatrocentos anos de escravidão, foram necessários quarenta anos de desintoxicação no deserto. Uma purificação que foi apenas parcial, pois o verme da idolatria impregnou-se neles. E assim, o ranço acompanhou o coração corrompido daquele povo, que entre vitórias e derrotas, experimentou o sabor do mel que a obediência traz e o amargo do fel, que acompanha a desobediência.
 
Hoje não acontece muito diferente. Os altares erigidos aos semideuses pelos que invocam por adoração do povo, que pensa estar agradando e adorando a Deus, estão por toda a parte. Imperceptíveis, estão camuflados de “glória de deus” nos seus grandes movimentos teatrais. A adoração é tanta, que se hoje Jesus Cristo estivesse em julgamento, vestido de toda humildade que pregou, seria escolhido na seleção para a crucificação entre seu próprio povo.
 
Esperamos ardentemente por um avivamento que está às vias de vir. E nós cremos que ele realmente virá. Mas, enquanto o ranço nos acompanhar é inviável de acontecer. Quando o pentecoste veio sobre os fiéis, para assim formar a igreja de Cristo, eles estavam unidos e reunidos num lugar. Nós estamos, e digo isto com muito pesar, como numa Babel, cada um falando a sua própria língua, sem que o Espírito que unifica e universaliza, atue, para uma guinada de 360 graus no coração do povo, para que este regresse a essência da origem, que se tem diluído ao longo do tempo.
 
“A sabedoria clama em voz alta nas ruas, ergue a voz nas praças públicas; nas esquinas das ruas barulhentas ela clama, nas portas da cidade faz o seu discurso: Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência? Vocês, zombadores, até quando terão prazer na zombaria? E vocês, tolos, até quando desprezarão o conhecimento? Se acatarem a minha repreensão, eu lhes darei um espírito de sabedoria e lhes revelarei os meus pensamentos”. Provérbios 1:20 a 23
 
Até a natureza está em dor. Ela geme diante da nossa estupidez. Nós, seres conscientes, que gabamos uma estupenda inteligência, não a utilizamos para o que é reto; passamos a vida lutando por causas que não glorificam a Deus em absolutamente nada. Nossos próprios interesses fazem alarde adiante de nós como o som de guizos, que batem em paredes ocas e por isso são muito barulhentos. O único propósito é o de chamar a atenção.
 
A Sabedoria está clamando, ela grita incessantemente nas ruas, nas praças, sua voz clama dentro de nós. Quando daremos ouvidos? É tempo de permitir a circuncisão do coração e parar de fingir viver o cristianismo que não temos. A hora chegou, em que não há tempo de brincar de ir a igreja aos domingos para ter um descontraído encontro social. Ou abraçamos de uma vez por todas o Cristo ressurreto ou o negamos veementemente. A Graça de Deus é maior do que a Lei, portanto implica em maior responsabilidade.
 
Quando descemos as águas batismais, como simbolismo de morte para tudo que é contrário a Deus e emergimos para uma novidade vida, precisamos entender a responsabilidade deste ato e de verdade optar por viver uma vida de liberdade em Cristo, livre das prisões que tão de perto nos rodeia. Uma enorme gama de pessoas que amam a Deus e professam o seu nome ainda não conhece esta liberdade. Dizem amar a Deus, mas andam quilometricamente distantes do Espírito de Sabedoria e de Revelação. E se os pensamentos de Deus não são mais revelados ao povo, para que andem em retidão, este, parte para a sua própria imaginação que por sinal tem sido bastante fértil.
 
As invencionices mirabolantes tomam o lugar do que é simples e objetivo, porque ninguém mais dá ouvidos à repreensão. O povo vive como no deserto, migrando de oásis em oásis, escolhendo onde haja melhor sombra e água fresca. Sem se dar conta que viver o evangelho de Cristo é sofrer por amor a Sua causa. Quem já sofreu por amor, sabe muito bem do que estou falando. É negar-se a si mesmo e as suas vontades pelo que é nobre. Tudo em prol do REINO de DEUS.
 
Deus esteja entre nós; dando-nos um espírito de sabedoria que nos revele seus perfeitos pensamentos!!!
 Na foto acima, meus pais. Pastores Newton e Ilma Figueiredo.
 
Denise F Passos
 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Desafiados a pescar


Alguns meses atrás, minha amiga Celymari, teve folga no trabalho e me convidou a pescar. Ainda estava bastante frio, mas o casaco com um grosso capuz foi o suficiente para me manter aquecida. Peguei a minha vara de pescar, exclusiva para canhotos, que, para mim não funciona muito, pois sou ambidestra e fomos comprar as iscas numa loja perto de casa. Tudo preparado, partimos para o local que eu não conhecia ainda e, portanto não sabia o que me aguardava. Chegamos perto do canal de Rehoboth Beach, o céu estava nublado, ventava um pouco e ao longe podíamos ver a barca de passageiros retornando a New Jersey. Caminhamos até chegar a um braço de pedras construído mar à dentro, onde tínhamos que andar fazendo malabarismo, pulando de pedra em pedra, até chegar ao lugar onde a água era mais profunda.
Quando olhei aquelas pedras desencontradas e para os meus cinquenta e três anos, disse para mim mesma, “você consegue garota”. Segurando a vara numa das mãos, a sacola no ombro e não tendo onde me apoiar, fui aventurando, fazendo a melhor escolha, em qual pedra pisar. Minha jovem amiga foi na frente e às vezes olhava para traz perguntando se estava tudo bem e eu respondia: Sua juventude lhe favorece; eu vou um pouco mais devagar, pois o equilíbrio já não é o mesmo. Não se preocupe que eu chego até você. Enquanto saltitava nas pedras fiquei pensando que na vida, também precisamos escolher bem os passos a serem dados. Um passo em falso é queda na certa.
Local escolhido, paramos para colocar as iscas. Ela pegou mariscos que estavam encrustados por entre as pedras, os abria com a faca e os colocava nos anzóis.
A força para lançar a isca, a linha livre de embaraços, e o peso do chumbinho, determina o quão distante da borda vai ser lançada aquela pequena isca, ainda viva; que mergulha para uma incógnita. Por não ver o que tem na profundeza da água o pescador conta com a sorte, sem nunca perder a esperança de pegar um grande peixe; ele insiste e insiste.
Enquanto a isca está submersa, os olhos se voltam para a paisagem e os pensamentos começam a divagar. É um excelente momento de relaxamento, proporcionando prazer a alma que vive em busca da natureza. O homem foi criado para viver nela; pena que não a respeite tanto.
Fiquei pensando, quando os discípulos de Jesus pescaram a noite inteira e, exaustos de tantas tentativas frustradas, voltaram de mãos vazias, sem pegar um peixe sequer. Porém, o mestre que conhece a necessidade de cada um os levou ao lugar certo, pois conhecedor de tudo, ele sabia onde os peixes estavam.  Eu estava naquele lugar por diversão, mas certamente não era o caso dos discípulos. Eles tinham família para sustentar com o suor do rosto. E a pesca certamente seria o alimento na mesa, além da comercialização, para suprimento de alguns dias.
O cuidado do Mestre sempre chega na hora certa. Às vezes parece tardar. A exaustão que toma conta, diz que não adianta esperar mais. Mas, há o tempo certo do favor de Deus chegar. Não temos noção de quanto o nosso enganoso coração, precisa ser provado, para saber reconhecer a bondade e misericórdia de Deus em Sua provisão diária. A provisão divina vai além, de comida na mesa, de vestuário, de um teto, pois até o ar que respiramos é provido naturalmente por ele. Não fazemos ideia da organização que as células precisam ter para manter o equilíbrio, a fim de estarmos saudáveis e ativos. Tudo criado de forma sincronizada, funcional e harmônica. Perfeito, como tudo que Deus faz.
Quando os discípulos retornaram cansados da frustrante pescaria e cabisbaixos lavavam as suas redes, Jesus chega e pede a Simão que se afaste um pouco para que a sua voz alcance a multidão que se formou ao longo da praia. Ele poderia dizer: Sinto muito, mas eu vou para casa dormir, estou exausto. Mas, ele atendeu ao pedido, não obstante o cansaço. As pessoas que compunham aquela multidão, não poderiam ser despedidas vazias, por causa do cansaço de alguns homens.
Talvez tenha parecido brincadeira, quando, depois de falar a multidão e não sabemos por quanto tempo o Mestre ensinou; Jesus simplesmente disse: por favor, agora eu quero ir pescar. Fico imaginando a expressão assustada de Pedro ao ouvir aquela frase. Não bastou falar por tanto tempo, agora quer que eu volte para o alto mar? Mas, ele venceu sua maneira franca e apenas concordou, dizendo: “Mestre, nós lançamos estas redes durante toda a noite e não pegamos nenhum peixe, mas sob Tua Palavra, nós as lançaremos outra vez”.
Tentar com os próprios esforços raramente dá certo, quando a questão envolve o Reino de Deus. Aparentemente até pode parecer que sim, mas os valores de Deus são diferentes dos nossos. Todo edifício que erigimos com nosso próprio esforço, pode ruir repentinamente por falta da base correta.
Jesus os conduziu para o local onde havia um enorme cardume de grandes peixes. Pegaram tantos peixes que as redes estavam fendendo com o excessivo peso. Foi necessário pedir ajuda de um barco que se encontrava por perto, para que não fossem a pique.
O caminho da obediência sempre é recompensado. Todos ficaram tão maravilhados e com o coração cheio de temor por causa do milagre da pesca maravilhosa. Foi quando Jesus deu a boa notícia a Pedro. “Não se preocupe, de agora em diante eu vou te fazer pescador de homens”.
Aquela foi uma amostra de quão produtivo seria o ministério de Pedro. Ele foi um dos mais próximos de Jesus. Acompanhou de perto, muitos milagres e a transformação de vidas. A igreja de Cristo deu o pontapé inicial com o ímpeto deste homem, que uma vez negou o Mestre, abandonando-o na pior hora. Porém, deferente de Judas que perdeu a sua vida, ele a deu inteiramente a causa do Reino. A negação de um momento não obscureceu o trabalho de uma vida inteira dedicada ao Reino de Deus. Por isso devemos amar como Deus ama, e perdoar como ele perdoa. Desta forma estaremos aptos a sermos grandes pescadores de homens e não destruidores deles.
Deus nos abençoe com excelente pesca!!!
Denise F Passos

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Histórias que se repetem


Em setembro do ano passado fomos ameaçados por um tornado que veio do Caribe de forma contundente, machucando o sossego por onde passava. Dias antes estava viajando de Washington para New York, com a minha amiga Loide e vimos um movimento estranho no ônibus. O passageiro da poltrona ao lado levantou-se e perguntou ao motorista se conseguia comunicação com a central para saber se a notícia que tinha chegado a ele era verdadeira. Minutos antes eu senti um balançar do ônibus, e um efeito como uma tonteira, e instantaneamente lembrei-me do terremoto em João Câmara há muitos anos atrás.

Estávamos de férias na casa da minha irmã em Natal, RN, já deitados para dormir. Eu e as minhas três filhas que ainda eram crianças, numa cama improvisada no tapete da sala, descansamos depois de um longo dia de atividades, de forma que o meu ouvido estava praticamente no solo, pois para pegar no sono viro de bruços e retiro o travesseiro. Enquanto o sono não chega costumeiramente, falo com Deus, mesmo tendo orado antes de deitar. Estava num papo agradável, quando caí na asneira de pedir que Deus falasse comigo, duvidando que ele estivesse me ouvindo, afinal tanta gente ouve a voz de Deus, porque eu não poderia?

De repente começou a surgir um barulho, como um grande urro, vindo de dentro da terra e crescia com intensidade tal, movendo tudo ao redor. Um som que me paralisou terrivelmente. Levantei assustada, olhei as crianças que nem se deram conta do que estava acontecendo. Nesse instante, meu cunhado, Marcelo, saiu pulando do quarto e gritava: Denise é terremoto, Denise é terremoto... E a gente não sabia o que fazer e enquanto eu ensaiava pegar as crianças olhei para cima e pedi perdão, prometendo a Deus que, jamais duvidaria que estava sendo ouvida por ele.

A central da empresa rodoviária confirmou que houve um terremoto na intensidade de 5.8 no estado de Virginia, bem perto de onde estávamos. Todos no ônibus tentando falar com seus parentes para saber se tudo estava bem, e graças a Deus nada de grave havia acontecido. Escapamos do terremoto, porém do furor do tornado era difícil escapar. O canal do tempo se encarregava de aterrorizar e dizer as pessoas para se prevenir com bastante água e comida não perecível. Loide e eu voltamos para Maryland na sexta-feira de madrugada e a nossa oração era para que aquele tornado por nome Irene tomasse a direção do mar.

De igual modo aconteceu há alguns anos atrás quando o furacão Isabel passou por nosso estado e nem foi num tão grau elevado. Lembro de ter deixado o trabalho mais cedo e passado no mercado para estocar alimento e água. O vento já era forte. O Bobby, nosso cachorro, olhava para a coleira e olhava para a porta, olhava para a coleira e olhava para a porta, com vontade ir atender as suas necessidades, mas quando abríamos a porta ele voltava com medo do vento. Forcei-o a ir e, acho que ele nunca as fez tão rápido, nem escolheu lugar apropriado. Foi a nossa primeira experiência com este tipo de intempérie da natureza. Um furacão quando recebe um nome feminino é porque vem para arrasar.

As pessoas ligavam umas para as outras para passar um pouco de calma, esperança e confiança na bondade de Deus. Muitos queriam ir ter conosco para juntos enfrentarmos a tormenta. Minha enorme casa era de esquina, ao lado de um lindo bosque e as grandes árvores nos ameaçavam. Quando anoiteceu nos reunimos em família e oramos para que Deus guardasse a nossa vida, guardasse a nossa casa e não nos deixasse sem luz e água.

Em sua grande maioria, as casas nos Estados Unidos são feitas de madeira, para calafetar melhor por causa da discrepância de temperatura entre o verão e o inverno. A madeira trabalha melhor a temperatura, mas por outro lado é mais frágil. A casa rangia com o vento forte, sentíamos o movimento da madeira se contorcendo e o medo nos rondava a cada rangido. Num dado momento, logo após o noticiário avisar que o tornado passaria em Silver Spring, a cidade onde morávamos, meu cunhado Marcelo que morava conosco, levantou-se e disse: Vamos ordenar a este tornado que tome outra direção, porque Deus já deu a voz de comando. Então nos reunimos outra vez, clamamos ao Senhor e em nome de Jesus ordenamos ao Furacão que tomasse outra direção.

O vento não tinha cessado ainda e era madrugada. Fizemos uma cama enorme na sala, para não ficarmos na parte de cima da casa e nem no basement, (porão) e assim permanecermos juntos. Assistimos ao noticiário nos intervalos de alguns filmes apenas para desopilar. Já que estávamos todos lá, resolvemos dormir em família e até o cachorro, Bobby Passos insistiu em participar.

No dia seguinte, vimos o resultado da forte ventania. Galhos de árvores espalhados, grandes e pequenos, a grama coberta de folhas e ainda encharcada. Algumas casas foram atingidas e pessoas morreram por causa das árvores que caíram. A água não faltou na torneira e quando a noite chegou pudemos constatar que a nossa, era uma das poucas casas que não faltou energia elétrica, que só veio a normalizar depois de quatro dias. Soubemos depois que lamentavelmente o furacão fez muito estrago no estado vizinho.

De forma que quando o furacão Irene passou, nos prevenimos com água e alimentos, mas o medo não nos assolou. Eu e minha filha Sueni, estávamos sós em casa. E da mesma forma na experiência anterior, oramos e pedimos que o furacão se desviasse para o mar, então dormimos em paz durante toda a noite. Agora com a família reduzida, espalhada e sem o cachorro, tivemos que contar com Deus e uma com a outra, mas sobrevivemos pela misericórdia dele. Neste dia uma das casas perto da casa da minha irmã, teve o telhado literalmente arrancado pelo furacão.

Assim também são as tempestades que vem para destruir o que há de melhor em nós. A gente não vê o vento, mas percebe o seu movimento que desarrumando a vida, tira tudo do lugar, tudo o que planejamos; tudo que construímos. Mas, o Deus que intervêm nas intempéries naturais é o mesmo que nos livra da fúria das tempestades e nos dá autoridade para dizer ao vento: Aquieta-te.

Mesmo que para o nosso crescimento, seja necessário, o Senhor nos convidar a andar ao encontro dele sobre as águas, a fim de conhecermos a intensidade do perigo, até então apenas visualizado e, só assim experimentarmos a total dependência; ele o fará. O senso de humor de Deus é fantástico, quando nos empurra em direção ao crescimento.

Tem gente que serve a Deus há muito tempo e ainda é convidada a andar sobre as águas. Quando recusa o convite repetidas vezes, o balanço das ondas o projeta nas águas, num mergulho sufocante, para a profunda experiência que se propõe unicamente ao aprendizado. Toda teoria que aprendemos no conhecimento de Deus será valiosas nestes momentos. As duas precisam se fundir para um melhor resultado na vida cristã. Teoria e experiência. Elas completam a nota, no boletim, das provas a que somos submetidos, para a passagem de nível na carreira cristã. Às vezes as histórias se repetem e se entrelaçam parecendo tão confusas. Mas, elas acontecem como uma chance para nos aperfeiçoarmos, naquilo que fomos mal sucedidos anteriormente.

O Senhor não retira o mal. Até que aprendamos que o Mestre está sempre perto, ao alcance da nossa voz e a dependermos dele; o mal continua presente. Basta estender a mão em sua direção e clamar por socorro. O coração do Senhor Jesus, está ávido a se mover de compaixão para voltamos a ter segurança completa, mesmo em meio à tempestade. Não é seu desejo nos ver inseguros. Mas, tão certo como DEUS É, há um tempo, em que Ele ordena e o vento e as águas revoltas são obrigadas a obedecer e a acalmar. Nenhuma tempestade dura para sempre. Elas são esporádicas.

Portanto, coloque a sua fé em ação... O Mestre está perto, ao alcance da sua mão. Clame - insista - não desista.



Deus nos abençoe com uma vida de paz!!!

Denise F Passos

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amigo ou inimigo de Deus???


Hoje celebramos o dia do amigo.

Ofereço este texto em homenagem a todos os meus amigos. Obrigada por vocês existirem na minha vida.Amigos do dia a dia, de todas as horas, de perto e de longe, os novos e antigos, os dos momentos do choro e das risadas, de trabalho e da escola, amigos de oração e adoração a Deus, os virtuais e os de fato, amigos de idas aos shoppings da vida, dos filmes semanais com direito a muita pipoca e guaraná, amigos dos momentos dolorosos e de refrigério. Amigos até que a morte nos separe.

Amigo é alguém que nos compreende quando ninguém nos entende. Alguém que nos ouve, quando todos se afastam; que nos abraça, mesmo quando não temos nada a oferecer em troca; que nos perdoa quando falhamos feio com ele; que nos estende a mão no dia da adversidade, quando todos nos deixam sós; que nos dá um sorriso, quando nossos olhos não estão a brilhar; que nos anima no tempo da angústia; que nos tolera quando estamos chatos e intolerantes.

Amigo é aquele com quem podemos pensar em voz alta. Um amigo nunca abandona o outro, mesmo quando está amargo. Um amigo dá a vida pelo outro, como Jesus fez conosco.

Jesus foi um homem que soube valorizar as amizades. João, não foi apenas discípulo, foi o grande amigo de todas as horas, a quem confiou Maria, sua mãe, certamente viúva, no momento de despedida de sua vida terrena.

Jesus nos ensinou a viver a amizade com pureza e intensidade a partir do modo que fomos criados por Deus, isto é, sem distorções provenientes do homem decaído.

A história de amizade entre Jesus e a família de Lázaro é interessante. Sempre que ele passava por sua casa, Lázaro lhe dava atenção e Maria estava sentada a seus pés aprendendo dele. Afinal, Jesus veio para ensinar sobre o vasto Reino de Deus, até então desconhecido pelos homens. Todos que o cercavam, tinham muito a aprender. Porém, Marta só pegava o bonde andando, porque estava interessada em cuidar do bem-estar das visitas. Muito preocupara com o excesso de serviço doméstico. Parece que a vejo, andando pela casa, levando água, servindo lanche, acomodando os ouvintes da melhor forma possível, suada, cansada de transitar várias horas. Até que desabafou com Jesus: "Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!” Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada". (Lucas 10:38-42)

Jesus veio a terra para fazer dos homens, amigos de Deus. E para ser amigo íntimo é necessário gastar tempo em o conhecimento mútuo. Assim como Marta - Não importa o quanto você faça, se for pelos motivos errados, Deus não abençoa e nem recebe. Marta estava preocupada em agradar a todos para ser reconhecida como a dona de casa perfeita. O orgulho da anfitriã que sabe receber bem seus convidados. Suprindo a necessidade de outros sem cuidar da própria. Jesus estava lá por motivos que ela não entendia. Seus pensamentos e suas atitudes eram meramente humanas.  Mas, o mestre falava de um Reino Celestial, que veio para tabernacular, instalando-se no homem e não fora dele. Um Reino que começa de dentro e toma dimensões para fora.

Jesus a repreende por causa da futilidade do seu pensamento humano. Porque, as nossas prioridades para o Reino de Deus são nulas. Jesus, o Filho de Deus, o salvador dos homens estava lá, na casa dela, para enriquecê-la com conhecimento divino e ela só conseguia pensar nos afazeres domésticos. Não que ela não quisesse aprender aos pés do Mestre. Tenho certeza de que ela queria, pois amava a Jesus. Mas, não o amou o suficiente para fazer dele uma prioridade para a sua vida. O apóstolo Paulo afirmou categoricamente. “Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo”. Gálatas 1:10

As encruzilhadas da vida nos conduz a escolha entre o que é importante e o que é prioridade. E a vida se torna meio atarantada, como a de Marta, quando invertemos os valores, do que é prioritário, pelo que é meramente importante.

Maria escolheu bem. Ela soube devolver a riqueza do conhecimento que obteve do Mestre, preparando-o para a sua morte, quando quebrou sobre ele o vaso de alabastro. Uma mulher jamais poderia proceder desta forma publicamente, mas ela foi honrada por causa da atitude ousada que o conhecimento de Deus lhe trouxe. O seu nome ficou gravado para testemunho de sua fé, pela eternidade.

Faça de Jesus, o amigo presente em sua casa; em sua vida. Não abra a porta da rua e lhe aponte a saída, com as atitudes fúteis e levianas, próprias de um coração não amante de Deus. Criar tempo prioritário para Deus é um ato de expulsar os ídolos erigidos ao longo da vida. Ídolos criados à imagem e semelhança humana que destroem a fé viva dos ensinamentos do Mestre. Se eles continuam erigidos, nunca poderemos ser amigos de Deus, através de Jesus Cristo, Seu Filho.

“Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo”. Filipenses 1:9-10

Feliz dia do amigo!!!

Deus nos abençoe.

Denise F Passos

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Por trás do véu


Denominamos de véu, o tecido transparente, de renda, seda ou qualquer outra fazenda delicada, que as mulheres usam como sinal de honra, para cobrir ou encobrir. Que mistério há por trás de um véu? Há véu para todos os fins. O véu da noiva, véu cacheira, véu imposto apenas para mulheres, planta véu de noiva, véu blog, grupo véu de fumaça, véu de seda na dança do ventre, véu palatino, véu do templo, loja de véu e talvez uns tantos mais que eu não tenha conhecimento.

O véu como peça de vestuário, começou a ser usado por homens e mulheres, como proteção por causa do sol causticante nas regiões desérticas. Com o passar do tempo à coisa continuou quente apenas para o lado das mulheres. A imaginação fértil do autoritarismo masculino impôs o uso do véu, não por cuidado ou proteção contra o sol causticante, mas para emparedar a mulher por trás dele, fazendo do seu uso uma obrigatoriedade. O rosto de uma mulher, principalmente das virgens, só poderia ser visto por membros da família. Torná-lo público era sinal de desonra.

Sabemos que no início dos tempos bíblicos, o véu já era utilizado para proteger, resguardar e dar um ar misterioso às mulheres da época. Conta à história, no capítulo 24 do livro de Gênesis, que Abraão mandou o seu servo Eliezer, buscar mulher que pertencesse a sua parentela para esposar seu filho, Isaque. Rebeca, moça formosa, escolhida a dedo pelo próprio Deus, possuidora de inúmeras qualidades; deixou tudo para trás e seguiu rumo a seu destino, levando consigo bem pouco da casa de seu pai, sabendo que o cuidado de Deus lhe proporcionaria a honra do amor.

Após a longa viagem, quando estavam chegando a seu destino, levantou os olhos e avistou a Isaque que havia saído ao campo para orar. Ao mesmo tempo, ele também levantou os olhos e avistou a caravana que se aproximava. Rebeca então disse ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? “E o servo disse: Este é meu senhor. Então, ela tomou o véu e cobriu-se. E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera. E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado, depois da morte de sua mãe”. Gênesis 24: 65-67

O véu que resguarda, quando retirado de forma majestosa, deixa ver toda a beleza e revela aos poucos todo mistério, guardados por traz dele. O encanto da descoberta é que aguça o desejo. Um desejo que aumenta e perdura.

Nas gerações passadas os jovens eram ensinados a preservar alguns princípios. Princípios agem na vida de uma pessoa como a cobertura de um véu. Pessoas que não entendem o valor de princípios, ético-moral –espiritual, desprezam a qualidade de belo, que proporciona o desejo da descoberta. O preço é baixo, como os pobres valores adquiridos. A liberdade de fazer da própria vida o que bem entende, leva muitos a becos sem saída, a angustiantes guetos interiores, a exposição nas praças públicas dos faladores, e a crucificação por parte dos hipócritas.

As lindas e inteligentes meninas de hoje, em grande maioria, são induzidas a abolir seus véus. Não há mais nada a ser descoberto. Todo o seu universo está exposto. A intimidade está à mostra para qualquer um ver e talvez desfrutar. Não há mais o que ser valorizado, pois não há valores guardados por traz do véu. A maturidade às avessas deixam-nas vulneráveis a qualquer tipo de circunstancias e pessoas. “Liberdade e responsabilidade caminham juntas”. Este foi o lema repetido diversas vezes em nossa casa, enquanto minhas filhas estavam em formação. A liberdade tão cobiçada, sem a responsabilidade devida, transforma-se em prisão, que cerceia o alvo do desejo.



Os rapazes por sua vez, borboleteiam nas suaves flores sem compromisso algum, não percebendo o quanto isto as despetalam. Rasos de sentimentos e estagnados na imaturidade, não entendem a profundidade do ato de retirar o véu de uma donzela, para conhecer a riqueza de sua intimidade, tomando-a por mulher. A vulgarização do sublime, tão incentivada pela mídia, diploma jovens tresloucados que não saberão ensinar com propriedade as suas futuras famílias, isto é, se chegarem a formar uma. A famosa frase: Prendam as suas cabras porque os meus bodes estão soltos” é dita com orgulho por pais que, erradamente tentam firmar a masculinidade dos garotos, e isto, no mínimo alimenta o ego de um pegador. Sem escrúpulos, por não terem aprendido com o modelo ideal, não conseguem valorizar o amor-paixão que segue pela vida à fora, no entrelaçamento de dois seres que se fundem até que a morte os separe; trocando pela ilusão da transa animal, descompromissada.

A mulher foi criada para ser amada pelo homem, este é o seu desejo natural. Se uma mulher é amada, ela descansa no amor, fazendo do seu companheiro o mais feliz dos homens. Enquanto isso o homem precisa do respeito desta mulher. Um casamento perfeito, “amor e respeito”. Sem estes dois tributos, nenhum relacionamento vai muito longe.

O véu é a linha que delimita os espaços. E somente através da honra, deve ser retirado.  Assim como Isaque, pelo amor, desnudou Rebeca do seu véu. Se isto que estou dizendo fosse asneira, a verdade dos casamentos atuais seria diferente. A geração micro-ondas, já pega tudo pronto, e da mesma forma que esquenta rápido, também esfria. A ebulição lenta e duradoura que traz o fogão a lenha, é totalmente inviável para os dias atuais, dizem os educadores modernos. Sem profundidade, os compromissos ensinados, são mantidos em bases movediças; construídos hoje, para despencarem amanhã.

Mas, caso despenque, não há problema algum. O manual da escola, da vida moderna, diz que: a fila anda; bobeou, dançou; até que o divórcio nos separe; vamos “ficar”...

Deus, em Cristo, nos honrou rasgando de alto a baixo, o espesso véu que nos separava de Sua santidade. E hoje, podemos adentrar o Santo dos Santos, lugar privativo para os íntimos, onde usufruímos das preciosas delícias deste relacionamento. Ora, se a bíblia compara a relação de Cristo com a igreja ao casamento; ao amor de um homem por uma mulher, porque aceitarmos como verdade, a leviandade tão ditame em nossos relacionamentos atuais?

Valores e princípios morais não caducam. Se fizermos um X nos valores ético-morais, acabamos desconstruindo por completo a casa que erigimos e onde nos abrigamos a partir da formação familiar e dos resultados das inclusões filosóficas e religiosas, que aprendemos na sociedade onde vivemos. É como uma pessoa perdida no meio do nada, que pensa não precisar da bússola norteadora para se encontrar. É necessário rever valores e conceitos, sim, mas há que se ter cautela com distorções, para não trocar o certo pelo errado ou pelo duvidoso.

A honra que Deus nos trouxe através de Cristo é valiosa demais, para ser trocada por meros preceitos mundanos; por mais inteligentes que sejam, são resultado da natureza decaída. Não há como servir a dois senhores. A Graça tem sido tratada com leviandade por muitos que não entendem que nela, a nossa responsabilidade apenas aumenta. A quem mais é dado mais será cobrado. Ela é mais séria do que a Lei. Como um pequeno exemplo vejam, que na Lei, o adultério consumado, era pago com a morte. Na graça, basta olhar com segundas e terceiras intensões, que já se torna réu. Porém, esta maravilhosa graça, não é simplesmente para condenar, como fazia a Lei, mas para conscientizar, tratar, curar -  em pleno amor... O véu rasgado, nos fez enxergar a graça que nos retorna ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído – “a gloriosa presença de Deus”. Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu...
Hebreus 6:19



Deus nos abençoe.

Denise Figueiredo Passos