segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Onde tudo começa

O texto base da mensagem do culto da passagem do ano de 2011 para 2012 pelo meu cunhado Pr. Marcelo Rolney foi ll Samuel 12:16 a 20, e enquanto conversávamos a respeito foi crescendo a vontade de escrever sobre este assunto como primeira matéria do ano de 2012.

Davi estava apaixonado (obcecado?) e não mediu consequências para obter o motivo do seu afeto. Não bastava olhar, precisava possuir. Deus, como sempre, da corda aos que se acham capazes de andar com as próprias pernas e vão, mesmo que por algum tempo segundo a paixão do coração, assim fez com Davi.

Daquilo que foi primeiramente imposto a Bate-seba, nasceu um filho que aconteceu fora dos propósitos e, portanto, não poderia ter existido. A sentença de Deus parece ser cruel. O que tem a inocente criança a ver com o erro dos pais? Mas, como Deus é especialista em reverter em bênçãos às besteiras que fazemos da própria vida, sondou o coração de Davi e viu que havia muito amor e confiança o suficiente para ter seu pedido negado, já que este jejuou sete dias para que a criança não morresse.

Durante aqueles intermináveis sete dias de jejum, lamentações e oração uma grande cura foi sendo efetuada na alma de Davi. Houve um total quebrantamento do coração. Seu interior foi completamente desnudado para que não restasse resquício algum guardado que não fosse tratado naquela amarga situação. Interessante, que nestas situações Deus aproveita para nos tratar completamente, como um doente que vai ao hospital com uma grave enfermidade e os médicos checam tudo para ver onde está o foco do problema e assim tratar o doente por inteiro, para que o caso não piore, e de uma coisa aparentemente inofensiva não generalize por falta de tratamento adequado.

O tratamento começa na mente. Se vencermos a batalha mental, vencemos cinquenta por cento da guerra. Manter a mente cativa a Cristo em qualquer situação não é tarefa fácil. Há uma luta interior entre o que devemos fazer e o que é mais fácil de ser feito. Infelizmente, a maior parte das pessoas opta pela segunda opção e deixam seus ideais pelo meio do caminho, chutam literalmente o pau da barraca e tudo desmorona. Independente daquela situação Davi sabia o lugar que ocupava no coração de Deus, e isto estava gravado em sua mente e em seu coração. A autocomiseração não foi capaz de atingi-lo, porque a sua mente estava cativa ao Todo-Poderoso como a mente de Jó também esteve.

Intermináveis aqueles sete dias. Uma agonia enquanto esperava o veredicto de Deus. Mas, a resposta foi negativa. A criança morreu. Quantos de nós abandonaria a Deus, se tivesse uma resposta negativa da parte dele em algo tão sério? Se Deus dissesse a você: A criança vai morrer, é o meu decreto; qual seria a sua atitude? Não havia o que fazer, então porque Davi jejuou? No período de jejum, Davi entrou no justo juízo de Deus. Um lugar difícil de estar. Mas é o lugar onde todo aquele que deseja conhecer o coração de Deus, para ser segundo ele é, precisa estar. É neste lugar onde Deus nos desnuda, não para a nossa vergonha, mas para a nossa cura. Os véus que nos separam de Deus são inúmeros e tão espessos, que apenas um pouco da luz que deveria irradiar em nós consegue transparecer. Este não é o juízo da acusação, pelo contrário, é o juízo da redenção, que nos faz reconhecer o quanto precisamos da virtude dEle, para retornarmos a Sua semelhança e a Sua imagem. A criança precisou morrer. Qual é a criança (simbolicamente) que precisa morrer na nossa vida para nos tornarmos verdadeiros adoradores?

Quando a criança morreu, Davi surpreendeu a todos com a sua atitude. Uma sequencia de atitudes que deve ser observada. Levantou das cinzas, se lavou, se ungiu, mudou de roupas, entrou na casa do Senhor e adorou. ll Samuel 12:20

Davi aprendeu um grande segredo que o fez se manter segundo o coração de Deus. Ele conseguiu vencer todas as etapas para ser um adorador pleno.

Levantou-se das cinzas – Quando uma pessoa pranteava e jejuava era costume vestir-se com panos de saco (tecido rústico), sentar-se sobre as cinzas e colocar um pouco dela no alto da cabeça. Mas, há um tempo específico para as cinzas e as lamentações. Elas não podem nos acompanhar durante toda a vida, senão a sequidão delas nos corrói em vez de trazer o benefício específico a que ela se propõe. Só pode seguir em frente quem toma a atitude de levantar e sacudir as cinzas daquilo que está morto. Enquanto as cinzas nos acompanham, vozes de acusação do nosso adversário ecoam dentro de nós. Por isso um segundo passo se faz tão necessário.

Se lavou – Todo o resto de cinza precisava ser retirada. As cinzas tem um propósito e são necessárias por um período, mas precisam ser completamente retiradas de nós quando queremos avançar. Os resquícios de cinza nos fazem retornar ao pó de onde viemos e se não for completamente retirada à vida se torna um ciclo-vicioso. Não anda, nem para frente nem para traz. A lavagem da Palavra deve limpar completamente cada reentrância, até que tudo esteja limpo por completo.

Se ungiu – A Bíblia narra vários episódios onde a unção foi aplicada. Cada uma delas de forma específica em situações completamente diferentes uma da outra. Era comum antigamente, as pessoas esfregarem óleos aromáticos na pele. Assim elas se perfumavam para uma ocasião especial, preparando-se por completo. Depois de tantos dias esponjando-se na cinza, seria necessária uma reparação aos danos causados a pele. A água lavou as rachaduras produzidas pelo ressecamento das cinzas, agora o óleo vai hidratar e curar as pequenas fendas abertas por ele, deixando a pessoa ungida totalmente restaurada. Da mesma forma a Palavra e a Unção, devem vir em sequencia na vida de todos nós.

Mudou de roupas – Após a limpeza e restauração chegou a hora de nova roupagem. Panos de saco não combinam em nada com a forma especial de uma grande celebração. A velha roupagem deve ser trocada por novas. As roupas que devem estar limpas e sem rugas precisam estar adequadas à ocasião. E para chegar ao último passo nesta sequencia, um novo vestuário é fundamental. É necessário mudar, e mudar para melhor.

Aqui termina a primeira etapa. A preparação que deve ser feita na vida de um adorador.  “A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantados pelo Senhor, para que Ele seja glorificado. Isaías 61:3



O passo seguinte, importante como os demais fala de uma atitude ímpar.

Entrou na casa do Senhor - Como filhos de Deus ter a atitude de estar em Sua casa, é participar de toda intimidade e benefícios existentes do lugar. Davi descobriu que não existe lugar melhor no mundo do que estar em Sua presença.

Adorou – Um adorador não precisa de motivos lógicos para adorar. Adorar é predisposição ao ato e com a continuidade vira estilo de vida. Davi nasceu para ser um adorador e Deus o coroou perpetuamente.

Depois que adorou Davi voltou para casa disposto a recomeçar do zero. Sem lamúrias, sem chorar pelo ingrato passado, outra vez amou a Bate-seba e desta vez gerou a Salomão, e a Bíblia diz que o Senhor o amou. O homem mais sábio, mais rico, mais famoso, mais amado; foi o filho da adoração.

Para ser um adorador basta se predispor a ser. Adore em qualquer circunstancia. Não espere as coisas melhorarem, o céu ficar azul e todo estrelado, tudo dar certo, ter tempo sobrando, ficar mais velho, etc.

Lanço um desafio que tomei para mim assim que o recebi de alguém. O dia tem 24 horas, mas separe 5 minutos destas horas para adorar a Deus. Sem pedir nada, mantenha a sua mente totalmente ligada em Deus, dando glórias, dizendo o quanto o ama, e exaltando os seus atributos e, vai ver quanta diferença que fará em sua vida. Eu posso garantir. Estes 5 minutos parecem pouco, mas valerão mais do que as 23:55 minutos que você vai viver em torno de si mesmo.

Deus nos abençoe.

 Denise Figueiredo Passos