“Ou qual a mulher que, tendo dez
dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca
com diligência até a achar? E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo:
Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há
alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. Lucas
15:8-10
A mulher da parábola tinha dez
dracmas e estava satisfeita com elas. Era o suficiente para mantê-la estável.
Ela vivia em equilíbrio consigo mesma, com o próximo e com Deus enquanto
mantinha a sua riqueza bem guardada. A casa onde morava talvez tivesse vários
compartimentos e com ampla possibilidade de esconderijo para o seu tesouro.
Porém, num desastroso dia, uma das dracmas simplesmente sumiu. Ela poderia
simplesmente sentar na sua confortável poltrona e chorar as mágoas. Chorar a
perda de algo que lhe era tão valioso e que talvez tenha lhe custado anos de
trabalho árduo. Talvez ela não reconquistasse a dracma perdida nunca mais.
A mulher perdeu a dracma dentro de
casa. A porta estava bem guardada e mesmo assim a moeda estava perdida do lado
de dentro. Quantas vezes nos preocupamos com a porta de entrada, por onde
agentes externos podem entrar para trazer danos irreparáveis e não tomamos a
devida cautela de ter o recinto do lar arrumado, limpo, organizado, com cada
coisa no seu lugar? O inimigo que está fora da casa, influencia apenas de fora
para dentro. Se as paredes são bem sólidas e a porta está reforçada, não há o
que temer. Nós somos a casa espiritual onde Deus habita. E vez por outra
precisamos limpar esta casa, varrer o lixo acumulado pelo tempo, sem coloca-lo
em baixo do tapete, adotando a atitude correta de jogar o que não presta para
mais nada na lixeira, que se mantêm fora da casa.
Esta mulher teve uma grande
iniciativa. Em primeiríssimo lugar ela acende a candeia. Ninguém procura com
certeza de achar, se estiver na escuridão. Escuridão é terreno das incertezas. Primeiro
é necessário trazer luz as coisas que estão às escuras. E na verdade a
escuridão só existe por causa da ausência de luz. Um simples raio de luz pode
atravessar a escuridão e terminar num objeto. E a escuridão só pode ser medida
de acordo com a intensidade de luz no ambiente. A escuridão precisa deixar o
cenário quando a luz chega.
Se você pegar uma banana e uma
lanterna devidamente coberta com papel celofane azul num local totalmente
escuro, ao acender a lanterna, a banana se apresentará na cor preta e não
amarela como é na verdade. O Hino da Harpa Cristã, intitulado “Nívea luz” descreve
um rogo incessante da alma. O som da doce voz ainda ecoa em meus ouvidos e vai
continuar enquanto eu viver.
“Jesus, eu almejo a pureza do céu, Tua
linda presença no coração meu
Os ídolos quebro, me toma Jesus; Ó dá-me
a pureza da nívea luz.
Nívea luz, nívea luz, nívea luz, ó dá-me a
pureza da nívea luz”.
Assim, a luz que mostra a realidade
existente ao redor necessita além de ser trazida pelas ondas certas, não ter
barreira alguma que a deturpe.
Quando a luz atinge um objeto pode
acontecer um dos seguintes fenômenos:
Absorção – Os objetos que são bons
condutores absorvem a energia, acumulam e repartem, isto é, conduzem a outros.
Reflexão – Os objetos que são
incapazes de acumular e transmitir energia. Eles vibram ao receber a energia,
mas ela é retornada para fora do objeto. É o efeito bate e volta. O efeito da
luz não penetra profundamente no material.
Dispersão – A luz que incide sobre
uma superfície grosseira é refletida em várias direções. Por isso mesmo pode
ser visualizada de vários ângulos.
Refração – É o efeito de retenção da
luz por alguns objetos. Um diamante ao receber a luz a retêm por mais tempo,
por isso tem brilho intenso.
De que forma a luz de Cristo tem
incidido em nossa vida? A lua não tem luz em si própria, mas reflete uma
luminosidade majestosa. Temos absorvido, refletido, dispersado ou refratado a
luz que precisamos para iluminar o mundo em travas?
Depois que a mulher teve o recinto de
sua casa bem iluminado, começou a varrer. Cada canto foi vasculhado, tudo foi
removido do lugar e ela não desistia do seu objetivo. Sua busca foi minuciosa,
bastante detalhista em sua procura pelo objeto precioso. O texto enfatiza que
ela procurou diligentemente, isto é tocou “faxina geral”. É comum faxinar uma
casa uma vez por semana ou no máximo de quinze em quinze dias. Se passar disso,
a sujeira acumula e fica mais difícil de limpar. Quantas vezes nos preocupamos em faxinar a
nossa casa interior onde Deus habita? Não apenas limpar, mas reciclar o que
pode ser reaproveitado e deixar brilhando o tesouro adquirido. Os valores que acumulamos
durante toda a vida são preciosíssimos e devem ser preservados a todo custo. Só
numa situação de perda é que conseguimos descobrir o valor real destes
tesouros.
A mulher não descansa enquanto não
encontra o que está procurando. Desânimo é palavra que não existe em seu
vocabulário. Os medrosos que desistem em meio às dificuldades são taxados como
frouxos e perdem a festa de celebração à vida. O tempo pode ser um inimigo
cruel para quem tem um objetivo a alcançar. Parece que nunca chega a sua vez. A
casa do vizinho parece estar mais iluminada e em festa, enquanto a sua quase no
apagar das luzes de um pobre candeeiro. Mas, ela não desiste.
De repente, quando menos se espera,
EUREKA! Lá está, no canto da parede, camuflada entre a fenda de madeira do
assoalho, a preciosa dracma. Ela não se conteve de felicidade, pulou de
alegria, olhou a moeda e disse: "Você é minha, duas vezes, uma porque eu te
conquistei e outra porque eu te resgatei". Contou as amigas e vizinhas que
participaram da aflição na sua perda e as convocou para uma grande festa.
Testemunhar é o mínimo que se deve fazer quando ocorre alguma conquista. O quanto
você conquistou neste ano? Dois mil e doze foi um ano de perdas irreparáveis
para mim, mesmo assim eu estou pronta a festejar, porque o tesouro maior que é
Jesus; está bem guardado. Ele é a alegria da minha vida e este tesouro eu não
perco. A luz continua iluminando e o tesouro está bem guardado dentro da ampla
casa espiritual. Quando buscamos alegria nele e não em tudo que nos cerca a
festa sempre acontece. E quando adotamos este posicionamento, com certeza os
céus se alegram, pois a casa não precisa de fatores externos para estar feliz.
O amor, a fé e a esperança; acompanhados de todos os seus derivados, estão lá,
mantendo-a próspera para que os dias de festa sejam intermináveis.
Deus nos abençoe com um 2012 repleto
conquistas e reconquistas.
Texto pregado em 04 de de dezembro de 2011 na Ass de Deus Shalom, em Lewes Delaware.
Grande abraço a todos.
Denise F Passos