quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tesouros da salvação

Mesmo antes de termos um encontro verdadeiro com Cristo ouvimos falar do tema salvação. Nas visitas as igrejas o louvor é muito apreciado por todos. A alegria com que se canta, encanta a todos de forma contagiante, diferente da pregação e muito mais do ofertório. Quando o culto é evangelístico fica uma pergunta no ar. Salvar de que? Para que, se eu não me sinto perdido em nada?

A conscientização de que se é um pecador, é difícil de ser entendida e aceita pelo ser humano, mas caso a conscientização da doença do pecado aconteça, mais difícil ainda é sentir a necessidade de perseguir o objetivo para alcançar a cura. Esta dificuldade é normal, pois o homem após obter a consciência do bem e do mal, perdeu a consciência do conhecimento de Deus e de tudo que é ligado a ele em todos os níveis.

A salvação é o início, isto é, é à volta ao conhecimento de Deus. Por isso testemunhamos que pessoas que nascem de novo e lhes é dado o primeiro amor são sempre radiantes dando fortes lições em crentes velhos de igreja como muitos de nós. Vou exemplificar melhor. Quando morei em Irajá, tive uma vizinha de porta que começou a caminhada com Cristo. Ela estava animadíssima e queria aprender tudo de uma vez só. Então ela me pediu se poderia vir a minha casa à tardinha, quando eu estivesse mais desocupada para que lhe explicasse partes da Bíblia que ela não entendia.

Assim aconteceu por algum tempo e numa das vezes em que falávamos sobre perdão, ela me disse: Sabe Denise, se o meu marido voltar pra mim, vou aceitá-lo de volta e perdoá-lo. Eu estive pensando, disse ela: Deus é santo e nos perdoa. Quem sou eu para dizer que não perdoo a alguém? Uau! Recebi aquelas palavras como uma grande bofetada na face. Percebi que mesmo tendo recebido ensinamento bíblico desde a infância eu não tinha aprendido nada sobre nobreza e aquela mulher chegou ontem ao conhecimento de Deus e me falou de uma das preciosidades do tesouro da salvação que eu não havia experimentado de forma consciente.

Passado algum tempo eu tive um problema que precisei usar esta preciosidade que agora estava guardada no cofre do coração. Meu marido e eu, vivíamos em muita harmonia, mas um dia eu o vi fazer algo que muito me magoou. Minha reação foi a de ir para quarto, ajoelhar, falar com Deus e chorar muito. Na ânsia de entender o que estava acontecendo, instalou-se uma grande confusão de sentimentos em mim. Fiquei ali por muito tempo até que ele veio se ajoelhou a meu lado, me abraçou, pediu perdão e falamos com Deus, juntos. Minutos depois ele se levantou e me deixou só outra vez.

Na verdade eu queria esganá-lo. Estava com muita raiva. Não me achava merecedora daquela desilusão, já que eu era tão “boazinha”. Quando estava envolta em meus pensamentos eu ouvi uma voz em claro e nítido som: “Ama como Eu amo”. Levantei a cabeça, olhei para os lados e não havia ninguém. Agora a voz ecoava dentro de mim outra vez: “Ama como eu amo”.

Naquele instante eu pedi a Deus que me ensinasse a amar com o amor dele. O meu amor é pequeno, frágil, passageiro, o dele é grande como o universo, forte como a morte e eterno como o próprio Deus. Era disto que eu precisava e eu pedi incessantemente, durante muitos anos orei desta forma.  Eu só vim a descobrir o tesouro que eu conquistei quando o meu marido ficou doente e eu cuidava dele sem me cansar, cuidava não com o meu amor, mas com o amor de Deus. Eu sentia que Deus expressava o amor que sentia por ele através de mim. Através de toda a paciência, resignação e amor, conseguimos passar os dias nebulosos em paz.

O mundo está cheio de pessoas que buscam encontrar na lâmpada de Aladim ou na caverna de Ali Babá o tesouro para enriquecer a sua vida. Hoje, cada dia que vivo me traz nova experiência e procuro vivê-la na esperança de que seja enriquecedora. Se for útil a Deus, meu objetivo é poder mostrar a quem vir às cicatrizes da minha alma, a joia que adquiri com a cura, e assim poder oferecê-la a outros. Amor, paz, perdão, fé, paciência, humildade e uma lista interminável de preciosidades que só o conhecimento de Deus traz, está à disposição, basta abrir a porta e entrar.

A salvação em Jesus Cristo, Filho de Deus á apenas a porta de acesso. Quem se contenta em ficar no hall de entrada não adquire os tesouros disponíveis aos habitantes do Reino. Vivem dentro, mas com a pobreza de fora. Ou andam pelas salas do tesouro real, olham e ficam extasiados com tudo que vêem, até comentam a respeito, mas não os adquirem como dote. Adquirir este tesouro requer esvaziamento de si mesmo para ser cheio com o conteúdo digno de um habitante do Reino de Deus.
Deus abençoe a nossa vida com este tesouro!!!
Obrigado.
Grande abraço a todos.
Denise F Passos