quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DESAFIO


                  
Setembro foi um mês ímpar para mim. Coisas diferentes têm acontecido e cada uma delas, muito especial. Algumas eu já compartilhei, porém o mais importante são os presentes que tenho recebido diariamente, de alguém muito especial. Em 23 de setembro eu estava no meu devocional, derramando-me perante o Senhor, num dos momentos mais lindos que passamos juntos, quando pedi que me falasse claramente em sua Palavra. Abri em Atos 1:3 “Depois do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo. Apareceu-lhes por um período de quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus”.
 
Então, lancei um desafio a mim; num propósito para com Deus. Bem, se os 40 dias que os discípulos passaram com o Cristo ressurreto, foi tão impactante, de modo a prepará-los para a implantação do Reino de Deus na Terra, então eu vou orar para que durante 40 dias, todos os dias, o Senhor venha me visitar, trazendo algo que eu preciso, para chegar a ser o que o que Ele precisa no seu Reino. E assim tem acontecido, dia após dia; uma nova mensagem, uma repreensão, um conserto em alguma área, uma revelação...
“É o que diz Deus, o Senhor, aquele que criou o céu e o estendeu, que espalhou a terra e tudo o que dela procede, que dá fôlego aos seus moradores e vida aos que andam nela: Eu, o Senhor, o chamei em retidão; segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei de você um mediador para o povo e uma luz para os gentios, para abrir os olhos aos cegos, para libertar da prisão os cativos e para livrar do calabouço os que habitam na escuridão. Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor”. Isaías 42:5 a 8
O Deus Todo-Poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, cada uma segundo a sua ordem; criou os céus e depois os estendeu e isto me faz lembrar, da descoberta científica das 500 milhões de galáxias existentes no universo e, a nossa Via Láctea é apenas um pontinho, nesta imensidão. O fôlego para sobrevivermos, vem do sopro dos seus lábios que gera a vida e a encrusta em nós. O propósito de Deus é que o homem viva abundantemente; para isto foi criado.
O profeta Isaías fala do Messias com muita propriedade, quando o define, quando aborda o trabalho a ser realizado por ele, quanto relata acontecimentos futuros. E justamente entre as 500 milhões de galáxias, o Salvador nasceu entre nós, para viver a nossa vida e morrer a nossa morte, a fim de nos resgatar para Deus.
A retidão do homem Jesus, que estava seguro pela mão do Pai, trouxe aos judeus a mediação, entre eles e o Deus de quem tanto haviam se afastado. Um mediador promove a paz entre as partes. Jesus na condição de mediador despiu-se de sua glória, tornando a si próprio canal de comunicação para eleva-los a condição de filhos. Emanuel “Deus Conosco”. Para nós, os gentios, (gentio - era considerado, todo aquele que não fosse judeu - pelos homens e não pelo Deus criador, pois este proveu grande salvação para todos os povos) foi uma luz que iluminou o caminho onde deveríamos andar em direção do Deus Eterno. Os gentios não tiveram a revelação, então precisavam da clareza da luz que revela as trevas em que estavam andando. Jesus, o Messias foi o enviado de Deus como, mediador e luz, para todos os povos, tribos e nações, sem preferências. Assim como a morte é justa, no sentido de igualar a todo o ser humano, pois todos pecaram e da mesma forma descem ao pó; a vida em Cristo é justiça que nos iguala em estatura, na condição de varão perfeito.
O trabalho de libertação do Enviado de Deus foi bem definido no comentário do profeta Isaías. Nós englobamos a todos numa mesma situação, porém, o profeta em sua revelação, os distingue em três diferentes categorias:
...Abrir os olhos aos cegos...
O ditado popular diz que, o pior cego é aquele que não quer ver. Um cego tem deficiência visual, mas desenvolve bem outros sentidos. Um cego normalmente ouve muito bem, tem a sensibilidade aguçada sendo capaz de perceber os detalhes do ambiente onde está e, é livre para ir onde quiser, mesmo não podendo enxergar. O cego usa o tato para suprir a deficiência visual, portanto enxerga com as pontas dos dedos, pois não vê a luz. O cego é aquele que ouve a palavra, às vezes a conhece profundamente ou de forma deficiente, mas não enxerga a LUZ da revelação, capaz de indicar o Caminho. Se um cego der algumas voltas em seu corpo, perde totalmente a noção de onde está e não sabe que direção tomar. Está perdido, desorientado, sem direcionamento, portanto suas metas, inalcançáveis; enquanto tateia de acordo com os sons ouvidos, sem saber de onde vem e quem os está sussurrando, ele vai, em várias direções, na esperança de encontrar segurança.
Muitos cegos (espirituais) começam com uma simples miopia, mas não procuram tratamento adequado. A cada vez que seus ouvidos são aguçados em direção contrária a LUZ que ilumina o Caminho, a visão encurta. Na ilusão de enxergar, muitos teimam em guiar outros cegos, como disse Jesus.
 
...para libertar da prisão os cativos...
Esta categoria enxerga a luz, ouve, entende, crê, é ativa no serviço a Deus, mas está presa a situações, tais como: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes, (Gálatas 5:19-21) justamente pela deficiência da não produção do Fruto do Espírito, que é antídoto contra as obras da carne.
 
Estão, na maioria das vezes, dentro da casa de Deus, mas ainda cativas em alguma área de sua vida que as empurra a prisão. Então, elas não conseguem viver um cristianismo saudável, eficaz, produtivo, pois constroem com uma das mãos e destroem com a outra. Muitos dos que se encontram cativos, negaram a revelação do senhor, que mantêm o homem livre como no estado inicial, do Éden. A liberdade em Cristo é real, foi conquistada para nós e deve ser vivida dia a dia. Porém, os encarcerados, vivem apenas o cristianismo do Jesus histórico. Vivem o cristianismo de um Cristo, cujo poder morreu com ele, deixando sua igreja a deriva, a mercê do inferno. Estão algemados, portanto não conseguem mais se alimentar da Palavra, não conseguem entender que “... Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens. (Efésios 4:8) Os dons, tão mal usados e menosprezado por muitos, é parte do tesouro concedido a Igreja, que a equipa, para empreender a libertação dos cativos; porque o Senhor da Igreja, já levou cativo o cativeiro. Isto é, já está disponível, mas eu e você, precisamos fazer uso da armadura da fé, ir a prisão e, retirá-los de lá.
 
Os que estão no calabouço...  São os sentenciados a morte.
Os que estão em calabouços são os que passaram pelas algemas e não conseguiram se libertar das tendências da iniquidade de seus pais. Não rejeitaram esta atuação em sua vida. Antes, as praticaram do mesmo modo, ou de forma pior, tornando-se escravos delas. Depois que se fazem escravos, tornam tais tendências em verdade, ensinando-as a outros como conduta correta. O calabouço é o lugar mais baixo de uma fortaleza, pouca iluminação ou iluminada artificialmente. A guarda de um calabouço é a mais cruel e atormentadora de que se tem notícia. São vigiados dia e noite. Muitos estão sendo atormentados espiritualmente e não tem a mínima noção disto. “E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade deles está presa”. II Timóteo 2:26
“Os seus adversários têm sido feitos chefes, os seus inimigos prosperam; porque o SENHOR a afligiu, por causa da multidão das suas transgressões; os seus filhinhos foram para o cativeiro na frente do adversário”. Lamentações 1:5... Passei as vistas em uma pesquisa da estudante de psicologia da PUC de Minas Gerais, com um título bastante interessante “Pais encarcerados = Filhos invisíveis”. Isso vale também para os pais que estão algemados, espiritualmente falando. Seu modo de vida conduz os filhos ao mesmo tipo de aprisionamento. “Meu coração chora esta dor”. Quem deveria ser autoridade, para guardar e resguardar, já não pode mais fazê-lo.
“Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca”. (Salmos 68:6) Há uma diferença entre o termo “rebelde e revolucionário”. Normalmente os revolucionários ostentam uma causa nobre, ao contrário do rebelde que segue a causa que lhe favorece.
Todo o capítulo 2 de II Pedro, narra a respeito dos que disseminam heresias entre o povo. Uma vez libertos, voltam atrás e o seu último estágio é pior do que o primeiro; prometem uma liberdade que não tem, pois se tornaram escravos das palavras que proferiram, pois o homem é escravo daquilo que o domina.
Escrevo com peso no coração, pois quando assisto situações dos que estão cegos, algemados e em calabouços, entendo que o desejo de libertação precisa ser maior do que a situação, mas a arrogância não os deixa perceber o real estado em que se encontram. Todos nós temos algum tipo de aprisionamento, precisamos nos ajudar. A humildade em reconhecer a necessidade, é o primeiro passo para a libertação.
Nos três anos de ministério, Jesus operou grandes milagres. E uma grande multidão o cercou de perto para ver estas maravilhas. Após a sua morte e ressurreição, passou a apresentar-se vivo entre os discípulos. A multidão já não estava mais presente. Os que antes apenas esbarravam no Mestre, já não podiam estar com o Cristo ressurreto. Este pertencia aos que se faziam apóstolos e discípulos. (Eu neles e eles em Mim) Faça parte deste grupo. Faça parte dos que estiveram nos quarenta dias convivendo com o Cristo ressurreto. O número 40 significa “mudança - preparação para algo novo que vai chegar”. Então não se contente com o modo de vida atual; com o aprisionamento que porventura esteja cerceando os seus passos. Jesus Cristo veio pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor. “Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e soltará os meus (que estão) cativos, não por preço nem por presente, diz o SENHOR dos Exércitos”. Isaías 45:13
 
A liberdade em Cristo é real e necessária, para vivermos o cristianismo proposto por Jesus e, não o que montamos com ideias próprias ou infernais. Sabiamente o apóstolo Paulo aconselha que examinemos a nós mesmos, a nossa vida, os nossos pensamentos, as nossas atitudes, para não sermos condenados com o mundo, isto é, para não voltarmos a fazer parte da multidão; daqueles que apenas esbarram no Mestre. Nós quanto Igreja Viva, precisamos olhar com misericórdia, estar equipados e usar estratégias corretas para libertação dos opressos. Para isto fomos convocados.

Deus nos abençoe com visão ampliada e liberdade.

Denise F Passos