segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pura nudez

Esta semana li uma reportagem na, Gospel Prime que noticiava um calendário lançado pelo fabricante do chocolate Lambretz, numa bonita homenagem a Espanha. Uma foto em particular causou polêmica pelo antagonismo de situações. A atriz Paz Vega, aparece nua, ajoelhada no altar, como se estivesse fazendo uma oração, na capela da Irmandade de Nossa Senhora da Encarnação, em Sevilha.

A atriz que encenou os filmes Carmen e Espanglês, deu um depoimento dizendo ser cristã e que fez tudo com muito amor e respeito e não teve intensão alguma de ofender a fé católica nem a igreja.


Um tipo de estandardização do Marketing para criar ibope é mexer com o brio dos religiosos. Parece que isto tem se tornado via-de-regra. Pensamos ser apenas implicância gratuita com o protestantismo ou o catolicismo, mas qual nada. A falta de fé, que esfria qualquer tipo de amor genuíno em respeito ao sagrado, corrói os brios da sociedade. E a igreja é parte integrante dela.


A partir desta reportagem quero lançar várias perguntas para reflexão e discussão deste assunto polêmico.

Pode a pureza e a sensualidade caminhar juntas? Até que ponto uma prejudica ou influencia a outra?

Mas, até onde há pureza na sensualidade?

Até que ponto o jogo da sedução que é normalíssimo na vida do ser humano pode ser considerado normal? Até que ponto pode haver pureza na sedução?

Será que todos os homens e também mulheres (no contexto atual) vão olhar a nudez com a mesma pureza que a atriz diz ter? Pode a pureza do nu, livrar-se de olhos cobiçosos?


Eu não sou puritana, mas fui criada com princípios rígidos de moralidade, aprendendo a respeitar o sagrado. Porém, o ser humano sempre tendeu vender a alma por dinheiro. O vil metal ainda é capaz de comprar a integridade de muitos, de corromper os bons costumes, a santidade dos que deveriam se manter separados para Deus em o respeito aos ideais. O dinheiro que foi pago a igreja para a utilização do espaço e que supostamente foi direcionado para a caridade, causou mais maleficio do que benefício. Os fins nunca justificam os meios.


A sensualidade do livro de Cantares de Salomão é puríssima. Tudo é puro para os puros. Tudo é puro até que seja maculado. Quem conhece a neve sabe do que eu estou falando. A neve cai silenciosa e constante, acumulando até ficar tudo branco lá fora. Enquanto permanece intacta, é branca que chega a ofuscar a vista. Quando os raios de sol incidem sobre ela, tudo fica mais branco e, o olhar precisa ser desviado ou deve-se usar óculos escuros, tal a intensidade do brilho. Mas, o movimento dos pedestres e carros vai maculando-a, até se tornar lama de gelo. Enquanto permanece alva, é apreciada, depois que macula, é rejeitada. Assim acontece com tudo o que é puro e vai sendo maculado pela maldade do coração humano.


O que Deus criou puro e de uma beleza singela, o homem conseguiu enlamear, incitado pela lascívia. E sem perceber, caiu na prisão das paixões, cujas correntes são densas e os cadeados de muitas voltas. O que era puro e inocente transformou-se em vício insaciável. Quanto mais tem, mais quer, não há limites. Uma foto mostrando a nudez aparentemente pura vai desencadear uma série de sentimentos, movidos pelos pensamentos dos olhos que a absorve. Os que são presos ao vício da pornografia, nunca olharão um nu com pureza d’alma. Nem a nudez de um bebezinho inocente trocando a fralda.

Tudo é puro para os puros e tudo é impuro para os impuros. Por mais pura e inocente que fosse à intensão da atriz em realizar o “trabalho”, de boa intensão o inferno está cheio. Em depoimento a atriz disse que, lamentava a desaprovação da igreja a sua arte e que não queria ofender o seu povo e sim honrar o seu país e as suas tradições. Vamos supor que a intensão da atriz fosse respeitosa; o ano tem doze meses e não sei o mês que coube a ela no trabalho, mas com certeza estava ligada a outras mulheres que talvez usem a pornografia como meio de sobrevivência. Que pureza mesclada!


Já imaginou se toda pessoa que quisesse honrar as tradições e homenagear o seu país e honrar o seu povo, começasse a ser fotografada pelada, nos pontos de atração turística? A inversão de valores e, a falta de instrução aos jovens do sagrado, do que é puro, está banalizando o que deve ser preservado.


O que realmente está por traz desta situação? Qual o interesse em denegrir a fé alheia não respeitando o que outros consideram sagrado? A essência foi diluída e o homem está começando a viver da aparência. Aparência de sagrado, enquanto é profano. Maquiagem para enganar os menos avisados e os que não conseguem discernir entre a mão direita e a esquerda. Assim Deus definiu os cidadãos ninivitas, que com todo domínio em sua época não passavam de tolos no conceito divino.


Este texto tem o intuito de fazer pensar e abrir discussão sobre o assunto que é bastante polêmico. Espero receber e-mail com as opinião dos leitores.


Deus nos abençoe com esclarecimento.

Denise Figueiredo Passos.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Cinquente e três anos bem vividos...

Hoje amanheci agradecendo a Deus a oportunidade de viver mais um ano. Louvei o Seu poder, em prolongar a minha vida, dando ordem expressa à morte que me cercava, quando eu estava morrendo de difteria, aos seis anos de idade. Este é o meu bem maior, a vida. E procuro vivê-la de forma intensa e harmoniosa, mesmo quando nem tudo vai bem.
Ainda na minha cama, hoje pela manhã, comecei a lembrar das celebrações do meu aniversário e o quanto elas me fizeram feliz.

Minha mãe adorava festas. Eu tinha uma avó postiça que dava cordas a ela, a vovó Geni. Era uma vizinha que tinha um filho único, solteirão e então adotou a mim e a meus irmãos como netos. Ela era muito habilidosa nos trabalhos manuais e nossas festas eram detalhadas. Lembro que a festividade acontecia em dois dias diferentes. Um dia em que eram reunidos os vizinhos, amigos e a família para um culto em ação de graças, e outro dia para a festa. Assim crescemos instruídos por aquela mulher tão simples, que toda celebração deve ser regada com gratidão.

Nosso aniversário nunca passou em branco, mesmo que fosse apenas um bolo com refresco meus irmãos e eu, tivemos. Isto desenvolveu em nós um sentimento de grande valor para nossos pais e amigos. Realizar aniversário é mais do que comer bolo, é celebrar a vida.
Meus quinze anos, foi celebrado de forma especial, com a simplicidade da época, mas foi maravilhoso ter a família, amigos que cresceram comigo, vizinhos e irmãos da igreja. Tinha tanta gente que a casa não comportava o número de pessoas e praticamente fechamos a rua onde morávamos.
Meus dezoito anos caiu num domingo, e papai estava de serviço na Marinha e isto me fez chorar. A família não estava reunida para a celebração. Naquela época, mal sabia eu que aquele era apenas o começo da falta dos entes queridos nos dias mais importantes da vida.
No vigésimo terceiro aniversário eu já estava casada e celebramos em nossa casa; no ano seguinte a Suelen já estava conosco. Muitos deles foram celebrados na igreja onde o papai era o pastor. Era bom demais. Cresci naquele lugar e éramos como família.
Em Brasília, foi muito bom. O coral da juventude da Catedral tinha por costume fazer serenata na janela dos aniversariantes. E quando menos esperávamos a música começava e até os vizinhos curtiam o espetáculo das janelas dos prédios. Naquela época meu marido e eu éramos líderes de jovens e curtíamos muito o trabalho. De modo que os quarenta e dois anos foi regado a muita cantoria. Hahaha
Nos quarenta e nove anos, resolvi fazer algo diferente. Fui a Petrópolis comprar os presentes de Natal para todos na Rua Tereza. O dia foi agradabilíssimo. Nos cinquenta quis dar uma grande festa, mas o vai e vem da vida impediu-me.
Desde que a vida resolveu me separar das pessoas que amo, eu precisei aprender a curtir cada pessoa há seu tempo. E não cobrar da vida o que ela não pode me dar outra vez. Já vivi lindos aniversários, com alegria, sorrisos, festa, lágrimas, tristeza, presentes e entre eles até um pedido de casamento.
Hoje dia 21 de dezembro de 2011, minha irmã me surpreendeu com uma festa em sua casa. Disse que iria reunir as mulheres da igreja e pediu-me que desse uma palavra a elas por cerca de trinta minutos. Eu preparei tudo e elas fizeram bolo e ainda um jantar. Para finalizar, ganhei uma linda joia. Um cordão de ouro com uma pedra vermelha em forma de coração.
Eu não esperava receber presente algum. Não sou pessoa que precisa de coisas para ser feliz. Mas, Deus tem cuidado de mim de forma especial nestes últimos dias, aliás, como sempre cuidou. O Seu amor tem me envolvido de forma tal que a alegria que andava distante, voltou.
Hoje pensei numa peca de teatro criada pela Jocum, que encenamos várias vezes para as crianças da igreja, chamada “O ladrão de alegria”. Um homem mau que não teve felicidade na vida, roubava tudo que alegrava as pessoas ao seu redor. Até que se deparou com uma garotinha cuja alegria era o Senhor. Vinha das fontes de águas vivas que jorram do interior. E ele não pode rouba-la. Assim, eu tenho uma preciosidade que ninguém e nem todo o inferno reunido vai me tirar, a alegria de viver. Esta é a minha maior celebração. Obrigado Senhor.
Agradeco as minhas filhas, a família, a querida Nema, a todos os amigos que me telefonaram, os que deixaram recados no facebook, os sms, os do msn, da rede social, do Beco dos poetas, enfim a todos vocês que demonstraram o enorme carinho que sentem por mim. Vocês são preciosíssimos. Deus os abençoe MUITO.


Minhas queridas amigas de Maryland celebrando o meu niver em 2011
Grupo feminino da igreja de Delaware no meu niver em 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Boas lembranças

Este fim de semana foi abençoadíssimo. No sábado tivemos chá para mulheres no hotel Confort Inn, com finalidade evangelística e dois cultos no domingo um pela manhã e outro a noite.
A preletora Leide Miculic que veio de Boston com mais quatro pessoas, ficou hospedada em nossa casa e foi agradabilíssimo tê-los conosco. Ela trouxe consigo o acordion, o irmão que as acompanhava tocando violão e entramos madrugada a dentro cantando os hinos antigos, que carinhosamente chamamos de jurássicos.
Eu toquei acordeon na minha infância. Participei de um grupo que abrilhantava os cultos de ceia da Assembléia de Deus em Madureira composto de umas cinquenta pessoas uniformizadas tocando o instrumento repartido nas quatro vozes, (soprano, contralto, tenor e baixo) dirigido pela maestrina Querubina (saudade de correr no grande quintal e subir na frondosa goiabeira nos intervalos das aulas na sua casa, hahaha). Lembro-me do esforço do meu pai em carregar aquele instrumento pesado e tomar o ônibus para a igreja, só para que eu pudesse participar dos eventos. Minha mãe também teve classes de música só para me incentivar. Obrigado, se puderem me ouvir.

Aos dezesseis anos tive aulas de piano com o Professor Joãozinho da sanfona e, como a nossa casa era muito pequena não tinha espaço para comportar um piano, então eu treinava na igreja e Madureira com permissão do Pastor Paulo L Macalão. Meu acordeon ficou meio que aposentado e doamos para um irmã cujo nome não recordo, que tinha recursos para comprar um instrumento e sempre usava o meu nos cultos de uma congregação perto de nossa casa. Acho que depois desta época nunca mais tive um acordeon nas mãos.

Depois de muitos anos tive a grata satisfação de tocá-lo outra vez e foi bom demais. Thank God. Neste recomeço, Deus está me fazendo excelentes surpresas. Fazendo-me voltar às raízes e ver que ainda estou firmada nelas e, que elas são mais profundas do que eu imaginava e são elas me mantêm viva e verdejante. A vida da muitas voltas e algo de bom que aconteceu no passado e fez um bem enorme, de alguma forma volta para alegrar o coração nos momentos de dificuldade.

Creio que aqui também cabe o versículo “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás”. Eclesiastes 11:1
Viva bem o seu presente, porque ele retorna para você, em lembranças ou mesmo em situações, que poderão ser boas ou desagradáveis, dependendo que que foi plantado no passado. Viver bem o presente é estar no centro da vontade de Deus para a sua vida. O que passar disto vai retornar em frustração e tristeza. Minha infância foi privada de muitas coisas, mas não faltou o essencial, amor. E este amor nós vimos na doação que meus pais fizeram de si mesmos não só para comigo e meus irmãos, mas com todos aqueles que se acercavam de nós. Muitos foram abençoados com a nossa harmonia familiar. Nossa riqueza sempre foi superior a material e esta riqueza, aprendemos a repartir.

Algumas pessoas que não entendem isto, porque não vivem esta realidade, acham tolice à doação que fazemos de nós mesmos. Mas, cada um dá o que têm. E quando aprendemos a viver assim, não cabe outra forma. Este comportamento torna-se um estilo de vida.
Eu estou muito feliz e quis compartilhar com vocês esta minha alegria, que talvez pareça ser pouca coisa para alguns, mas no contexto atual é valiosíssima. Deus é simples e as coisas simples são as mais excelentes.
Obrigado.
Denise Figueiredo Passos

Foto 1 - Chá das mulheres em Delaware.
Foto 2 - Matando a saudade do acordeon.
Foto 3 - Parte do grupo instrumental
Foto 4 - Meus amados pais, Pastor Newton Figueiredo e Ilma de Almeida Figueiredo. Muita saudade.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

EUREKA!!!


“Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. Lucas 15:8-10

A mulher da parábola tinha dez dracmas e estava satisfeita com elas. Era o suficiente para mantê-la estável. Ela vivia em equilíbrio consigo mesma, com o próximo e com Deus enquanto mantinha a sua riqueza bem guardada. A casa onde morava talvez tivesse vários compartimentos e com ampla possibilidade de esconderijo para o seu tesouro. Porém, num desastroso dia, uma das dracmas simplesmente sumiu. Ela poderia simplesmente sentar na sua confortável poltrona e chorar as mágoas. Chorar a perda de algo que lhe era tão valioso e que talvez tenha lhe custado anos de trabalho árduo. Talvez ela não reconquistasse a dracma perdida nunca mais.


A mulher perdeu a dracma dentro de casa. A porta estava bem guardada e mesmo assim a moeda estava perdida do lado de dentro. Quantas vezes nos preocupamos com a porta de entrada, por onde agentes externos podem entrar para trazer danos irreparáveis e não tomamos a devida cautela de ter o recinto do lar arrumado, limpo, organizado, com cada coisa no seu lugar? O inimigo que está fora da casa, influencia apenas de fora para dentro. Se as paredes são bem sólidas e a porta está reforçada, não há o que temer. Nós somos a casa espiritual onde Deus habita. E vez por outra precisamos limpar esta casa, varrer o lixo acumulado pelo tempo, sem coloca-lo em baixo do tapete, adotando a atitude correta de jogar o que não presta para mais nada na lixeira, que se mantêm fora da casa.


Esta mulher teve uma grande iniciativa. Em primeiríssimo lugar ela acende a candeia. Ninguém procura com certeza de achar, se estiver na escuridão. Escuridão é terreno das incertezas. Primeiro é necessário trazer luz as coisas que estão às escuras. E na verdade a escuridão só existe por causa da ausência de luz. Um simples raio de luz pode atravessar a escuridão e terminar num objeto. E a escuridão só pode ser medida de acordo com a intensidade de luz no ambiente. A escuridão precisa deixar o cenário quando a luz chega.


Se você pegar uma banana e uma lanterna devidamente coberta com papel celofane azul num local totalmente escuro, ao acender a lanterna, a banana se apresentará na cor preta e não amarela como é na verdade. O Hino da Harpa Cristã, intitulado “Nívea luz” descreve um rogo incessante da alma. O som da doce voz ainda ecoa em meus ouvidos e vai continuar enquanto eu viver.


“Jesus, eu almejo a pureza do céu, Tua linda presença no coração meu

Os ídolos quebro, me toma Jesus; Ó dá-me a pureza da nívea luz.

             Nívea luz, nívea luz, nívea luz, ó dá-me a pureza da nívea luz”.



Assim, a luz que mostra a realidade existente ao redor necessita além de ser trazida pelas ondas certas, não ter barreira alguma que a deturpe.


Quando a luz atinge um objeto pode acontecer um dos seguintes fenômenos:

Absorção – Os objetos que são bons condutores absorvem a energia, acumulam e repartem, isto é, conduzem a outros.

Reflexão – Os objetos que são incapazes de acumular e transmitir energia. Eles vibram ao receber a energia, mas ela é retornada para fora do objeto. É o efeito bate e volta. O efeito da luz não penetra profundamente no material.

Dispersão – A luz que incide sobre uma superfície grosseira é refletida em várias direções. Por isso mesmo pode ser visualizada de vários ângulos.

Refração – É o efeito de retenção da luz por alguns objetos. Um diamante ao receber a luz a retêm por mais tempo, por isso tem brilho intenso.


De que forma a luz de Cristo tem incidido em nossa vida? A lua não tem luz em si própria, mas reflete uma luminosidade majestosa. Temos absorvido, refletido, dispersado ou refratado a luz que precisamos para iluminar o mundo em travas?


Depois que a mulher teve o recinto de sua casa bem iluminado, começou a varrer. Cada canto foi vasculhado, tudo foi removido do lugar e ela não desistia do seu objetivo. Sua busca foi minuciosa, bastante detalhista em sua procura pelo objeto precioso. O texto enfatiza que ela procurou diligentemente, isto é tocou “faxina geral”. É comum faxinar uma casa uma vez por semana ou no máximo de quinze em quinze dias. Se passar disso, a sujeira acumula e fica mais difícil de limpar.  Quantas vezes nos preocupamos em faxinar a nossa casa interior onde Deus habita? Não apenas limpar, mas reciclar o que pode ser reaproveitado e deixar brilhando o tesouro adquirido. Os valores que acumulamos durante toda a vida são preciosíssimos e devem ser preservados a todo custo. Só numa situação de perda é que conseguimos descobrir o valor real destes tesouros.


A mulher não descansa enquanto não encontra o que está procurando. Desânimo é palavra que não existe em seu vocabulário. Os medrosos que desistem em meio às dificuldades são taxados como frouxos e perdem a festa de celebração à vida. O tempo pode ser um inimigo cruel para quem tem um objetivo a alcançar. Parece que nunca chega a sua vez. A casa do vizinho parece estar mais iluminada e em festa, enquanto a sua quase no apagar das luzes de um pobre candeeiro. Mas, ela não desiste.


De repente, quando menos se espera, EUREKA! Lá está, no canto da parede, camuflada entre a fenda de madeira do assoalho, a preciosa dracma. Ela não se conteve de felicidade, pulou de alegria, olhou a moeda e disse: "Você é minha, duas vezes, uma porque eu te conquistei e outra porque eu te resgatei". Contou as amigas e vizinhas que participaram da aflição na sua perda e as convocou para uma grande festa. Testemunhar é o mínimo que se deve fazer quando ocorre alguma conquista. O quanto você conquistou neste ano? Dois mil e doze foi um ano de perdas irreparáveis para mim, mesmo assim eu estou pronta a festejar, porque o tesouro maior que é Jesus; está bem guardado. Ele é a alegria da minha vida e este tesouro eu não perco. A luz continua iluminando e o tesouro está bem guardado dentro da ampla casa espiritual. Quando buscamos alegria nele e não em tudo que nos cerca a festa sempre acontece. E quando adotamos este posicionamento, com certeza os céus se alegram, pois a casa não precisa de fatores externos para estar feliz. O amor, a fé e a esperança; acompanhados de todos os seus derivados, estão lá, mantendo-a próspera para que os dias de festa sejam intermináveis.


Deus nos abençoe com um 2012 repleto conquistas e reconquistas.
Texto pregado em 04 de de dezembro de 2011 na Ass de Deus Shalom, em Lewes Delaware.

Grande abraço a todos.



Denise F Passos



sábado, 3 de dezembro de 2011

Conflitos internos exteriorizados

No dia dezenove de novembro voei de Salisbury para Atlanta a fim de passar o feriado de Thanksgiven com a minha filha Suelaine. Fiz conecção em Philadelphia e ao transitar pelo aeroporto, observei várias famílias viajando de um lado para o outro no mesmo propósito. Atualmente, por contingências da vida, vivo distante das minhas três filhas, além das duas que criei por alguns anos, porém nossa família mantêm inquebráveis os vínculos do coração. A amizade e o respeito que construímos ao longo destes anos me traz orgulho, pois vencemos muitas barreiras para chegar aonde chegamos. Hoje, quando eu ouço que sou o anjo que Deus colocou na vida delas, agradeço a sabedoria que me foi concedida para construir mulheres fortes e preparadas para a vida.


Quantas pessoas podem dizer o mesmo? No dia a dia percebemos a dificuldade de relacionamento entre as diferentes gerações. Em todos os seguimentos da sociedade, mas escolho falar sobre quatro seguimentos dentre os muitos existentes: pais, filhos e avós; professores, diretores e alunos; patrões, chefes e empregados; pastores obreiros e membros.


Falamos a mesma língua, mas não a mesma linguagem. O próximo, a quem amamos, já não está tão próximo. E mesmo que haja proximidade física, os corações distam em quilômetros uns dos outros. O que está acontecendo? Os problemas sociais, como desemprego, saúde, violência e criminalidade, educação, desigualdade social, habitação, além de outros, se aglutinam e são considerados os vilões, pois desembocam em muitos problemas de ordem psicológica causando transtornos talvez irreversíveis.


Entre pais, filhos e avós, a comunicação tornou-se um grande problema. A geração informatizada não precisa aprender o básico da vida com os mais velhos. Tudo que precisam já está programado nos sites especializados em “família virtual”. Já não se dá importância ao respeito que deve haver com os mais experientes, para não dizer idosos. Em outras culturas, os velhos são considerados detentores da sabedoria, na nossa, uns chatos. A crise de modelo faz com que os nossos jovens olhem pessoas completamente desvirtuadas para se espelhar, e assim, assumem a imagem distorcida como padrão. Aproximar estas três gerações que vivem em mundos completamente diferentes, é um grande desafio para o amor. É ele que vai dar base ao equilíbrio para criar um censo comum no relacionamento familiar.  Os integrantes machucados se afastam cada vez mais do verdadeiro sentido de família, quando deveriam se empenhar para fazer do seu ninho um “lar doce lar”. No período de formação, minhas filhas sempre me ouviam dizer “família não é uma porção de gente morando junto”. Quando brigavam e a coisa ficava feia o castigo era, ficar abraçadas por um período repetindo uma para a outra, “irmãs não brigam, amo você”. E funcionou muito bem, são amicíssimas.


Professores, diretores e alunos se agregam dentro de um mesmo prédio em diferentes realidades. As escolas em países emergentes ainda enfrentam grandes desafios, onde, ensinar ficou muito difícil! Os professores ainda se formam cheios de entusiasmo, achando que vão educar seus alunos para mudar o mundo, mas logo se deparam com a realidade dos colégios. A falta de recursos básicos; o mau ensinamento dos anos anteriores que não lhes permitem realizar um bom trabalho; a violência que passeia nos pátios, podendo chegar às classes; pais que não ensinam o respeito aos mestres; os conflitos de todo tipo e que não são deixados do lado de fora, passam a frequentar as salas de aula, formando alunos que aprendem cada vez menos.


Ao pensar na infância, lembro-me do respeito que nutríamos pelos professores. Quem da minha geração não se lembra do nome da sua primeira professora? Eles eram nossos ídolos. Quem da minha geração não aprendeu amor a Deus e ao próximo, respeito, civilidade e civismo na escola? Os valores atuais instituídos são totalmente inversos.


Patrões, chefes e empregados trabalham com o objetivo de trazer sucesso à empresa, conquanto a competitividade desenfreada produz grande rivalidade entre os escalões, onde a regra se torna esta: “sai da frente que eu estou passando”. A tensão do desemprego gera instabilidade emocional e o empregado se não for bem preparado para o serviço, fica ainda pior. Patrões visam o seu lucro, os chefes querem agradar os patrões e o pobre do empregado que se lasque. Eu trabalhei no registro de diploma da Faculdade Nuno Lisboa, e gostava muito do serviço que fazia, porém tinha um chefe que era deficiente no corpo e na alma. O sujeito era intragável. Um dia ele levou uns diplomas do curso de engenharia para serem registrados no MEC, trazendo outros já devidamente registrados e ao voltar deveria me prestar contas para que eu os protocolasse e não o fez. Cerca de um mês depois o formando veio requerer o diploma que simplesmente sumiu.
A culpa foi parar em quem? Obviamente chefes nunca são culpados de nada. Eu revirei aquela sala de ponta a ponta, até no arquivo morto eu procurei, e nada. Sobrou apenas a mesa do chefe. Dirigi-me a ele e disse já ter procurado em todos os lugares possíveis e impossíveis, apenas não havia procurado na mesa e armário privativos dele. A reposta foi: você pode procurar, mas aqui é impossível de estar e você precisa dar conta deste documento. Revirei as gavetas da escrivaninha com vontade de esganar o chefe e quando abri a porta do armário, ei-lo. O diploma estava na bolsa do chefe. Aquela situação me causou um enorme transtorno, eu estava grávida de dois meses da minha primeira filha e as dores e o sangramento de um princípio de aborto me colocaram numa encruzilhada e eu escolhi deixar o emprego para não perder o meu bebê.

Os novos programas interativos das empresas sérias, que visam o bem-estar do funcionário, são louváveis.   


Pastores, obreiros e membros, não escapam dos problemas. As igrejas deixaram de ser meditativas para serem contemplativas. O valor educativo na igreja está se resumindo ao que o povo vê e sente e não ao que ouve e aprende. A cultura oral deu certo ao longo de muitas gerações. A língua hebraica e a Torá foram preservadas milagrosamente mesmo com toda dificuldade que este povo passou. Eles entendiam a necessidade de sobrevivência da sua cultura e assim os pais ensinavam aos filhos e estes aos seus filhos e assim sucessivamente. Cada um se sentia parte do todo. Qual a dificuldade em continuar?


Hoje o miraculoso computador cerebral se recusa a aprender o que lhe é inconveniente. Depois que as meias verdades começaram a ser aceitas e o “isto não tem nada a ver” começou a andar de boca em boca, a confusão generalizou. Cada um faz o que quer. Troca-se de igreja como se troca de roupa. Aprender? Nem pensar. Tenho acompanhado de perto a dificuldade de pastores que levam com seriedade o seu pastorado no discipulado do seu rebanho, mas o povo anda indomável. Eles pensam, “já que a igreja é a casa do meu pai, posso fazer o que bem entender”. Ledo engano. Neste contexto, não é apenas a diferença entre as várias gerações pertencentes ao grupo, o problema é de sujeição à autoridade imposta por Deus.


Após esta resumida exposição podemos dizer que falta bastante equilíbrio nas situações destas áreas. Poucos se preocupam em fazer um caminho para chegar ao outro. Os construtores de pontes entre os corações afastados estão em escassez. O que vai ser das gerações futuras? Que legado deixar para elas? E a tendência é piorar, pois ninguém dá o que não recebeu.


Deus se fez um de nós, viveu a nossa humanidade para nos entender como somos. Porém, nós não nos fazemos um do outro para sentir as dificuldades; entender os tropeços sem apontar o dedo em rosto; chorar as dores e sorrir as alegrias; servir de cura as dores da alma; carregar no ombro se necessário for; perdoar as ofensas.


Quem vê alguma deficiência torna-se responsável em divulga-la e supri-la. Tenho sido bastante incomodada com estas situações, por isso mesmo decidi compartilhar. Espero ter sido útil e se quiserem falar sobre qualquer dos assuntos, podem enviar comentário ou mesmo e-mail.


Obrigado.

Sejam grandemente abençoados.

Denise F Passos

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Aniversário do meu blog “De bem com a vida”

Descobri que gosto de escrever e isto tem feito um bem enorme a mim. Tenho satisfação em saber que, de alguma forma estou sendo útil a outras pessoas. Meus seguidores tem encontrado dificuldade de postar comentário no blog, mas me enviam e-mail e notas no facebook. Sempre que eu enviava meus textos a meu pastor para revisão e ajuda teológica, ele me incentivava a continuar escrevendo. Dizendo que eu precisava praticar, sugeria temas ou me passava versículos bíblicos para desenvolver pregações. Um belo dia, ele me disse que eu precisava criar um blog para postar o meu trabalho e assim o fiz, sozinha criei um blog muito simples, mas eficaz no seu propósito. Agradeço a Deus e ao Reverendo Paulo Cesar Lima esta excelente ideia. Deus o abençoe grandemente.


Também não posso deixar de agradecer o incentivo recebido da amiga Catia que mesmo estando no Japão, do outro lado do mundo me da muita força para continuar. Agradeço também ao meu grande amigo Jorge Luiz que como se diz em inglês, make me up com as temáticas atuais para o meu blog. A querida Mirian, amiga da Ilha do Governador que muito me incentivou nos longos bate-papos. As minhas queridas filhas que tanto se orgulham de mim, o meu muito obrigado.


Por causa das dificuldades da minha vida neste último ano, não produzi como gostaria, mas aqui estou eu, retomando o segundo ano do blog, pedindo mais inspiração ao Dono de todas as coisas, afinal, nenhuma dificuldade pode parar uma pessoa que decidiu ser “de bem com a vida”.

A data para a criação do blog, não poderia ter sido melhor. O dia nacional de ação de graças, onde o país em que vivo, num feriado nacional, para completamente e, as famílias se reúnem para agradecer pelas bênçãos recebidas. Quem quiser pode conferir a postagem de novembro do ano passado, é interessante saber um pouco da história.

Celebrar esta data me fez repensar no quanto somos ingratos. Coisas que acontecem de forma natural, aquelas do dia a dia que passam despercebidas pela maioria da humanidade, aquilo que já foi pré-estabelecido e que todo ser humano desfruta, mas é incapaz de ser agradecido. A forma como o universo funciona perfeitamente e o modo como nos encaixamos nele, de sermos parte desta engrenagem mesmo sem perceber, a provisão para que o homem tenha tudo o que precisa para viver uma vida feliz e produtiva, pois Deus colocou equilíbrio em tudo que criou.

No dia três de fevereiro de 1999 viemos para os Estados Unidos com toda a família e esta foi uma experiência que marcou para sempre a nossa vida. Tudo era novidade, desde a casa, os amigos até a nova igreja; o que era novo nos enchia de expectativas para o futuro promissor na nova terra. Agora, minhas filhas e eu estudando inglês como resposta de oração; mobilhando o apartamento; aprendendo a cultura e a utilizar as bênçãos da nova terra, expandindo o círculo de amizade; tudo corria as mil maravilhas, quando no dia 31 de março do mesmo ano recebi a notícia do falecimento do meu pai. Nossa família sempre foi muito unida e os fortes laços de amor que cultivamos nos mantinham muito próximos.  Quando meu pai enfermou, eu pedi a Deus que não o deixasse inválido, vegetando em cima de uma cama. Em minha oração eu disse a Deus que, como companheira de meu pai na jornada cristã; caminhei muitas vezes para visitas aos membros; subi morros para os cultos ao ar livre, nas grandes reuniões de convenção de ministros eu fui ajudadora dele, aprendi com ele a dar o melhor da minha vida, para Deus. E preferia sinceramente que Ele o levasse para Si em vez de deixa-lo inválido, não ele.

Deus me atendeu, e agora eu não podia reclamar de nada. Foi então quando Deus em ensinou o caminho da gratidão. Desde aquele dia, todas as vezes que a saudade bate, eu paro para agradecer. O pai amoroso, o pastor exemplar, o amigo presente, o grande conciliador que marcou a vida de todos que cruzaram a sua existência. Outro dia estávamos contando o número de pastores que ele formou e perdemos a conta. Ele foi pastor da mesma igreja por mais de 30 anos e ali eu e meus irmãos fomos criados como numa grande família. Um homem simples que tinha apenas o primeiro grau completo, formou homens que hoje são mestres e ocupam cargos importantes.

Mas, como tudo na vida, este tempo passou. Porém, as lembranças daquele tempo maravilhoso estão bem vivas dentro de mim. E se eu passar a vida me lamentando pelas perdas não vou viver o que de bom ficou na memória. A capacidade de registrar fatos ocorridos é uma bênção que devemos saber aproveitar. Trazer a mente àquilo que nos dá esperança e acrescentar ação de graças por elas existirem, é meio caminho para viver uma vida vitoriosa. Hoje, as doces lembranças que ficaram, dos áureos tempos que vivi em amor e alegria, me impulsionam a lutar e a continuar sendo feliz para andar sempre e sempre de bem com a vida.

É muito difícil agradecer pelas perdas, mas são elas que nos fazem crescer. Sempre que lutamos para reverter uma situação indesejada, nos tornamos mais fortes e cada vez mais preparados para os embates da vida, dos quais ninguém pode fugir. Assim, vivemos na esperança de dias melhores que com certeza virão, pois a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. E contra ela, não há inferno que resista.

Hoje é o dia de celebração de ação de graças, mas que a gratidão não seja apenas anual e sim um alimento diário para fortalecer a alma. Com homem interior fortalecido a vida fica mais fácil de ser vivida, mesmo em momentos da agonia em que não se sabe que rumo tomar. Ser agradecido é o único caminho para não se tornar uma pessoa amarga.
Muito obrigado Deus. Louvado seja o Teu Nome! 

 Denise Figueiredo Passos

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Maldade em dobro

Eu fui uma criança muito peralta, mas aprendi muito com os erros que cometi, por isso tenho me mantido em equilíbrio para viver uma vida feliz. Certo dia minha família e eu fomos visitar a querida tia Dalva, que morava em Jacarepaguá, cuja casa ao lado era da sogra de sua filha mais velha e pelos laços de amizade podíamos usar a grande piscina de sua casa. Neste ensolarado dia fomos com uns amigos da igreja e teria sido maravilhosamente aproveitado se a piscina não estivesse tão suja. Começaram a encher e não terminaram, portanto os produtos necessários para manter a flora bacteriana em níveis seguros não foram adicionados. A água estava completamente verde pelas algas que se formaram, faltavam apenas alguns girinos se desenvolvendo naquele lugar para que o aspecto de pântano se completasse.

Eu não pude me conter. Vocês acham que eu sairia da minha casa, com mil planos de diversão, levando comigo os amigos e irmãos e não colocaria nem os pés na água pelo fato de estar suja. Não eu. Desci a escada e comecei a andar na água que dava acima dos joelhos. Cerca de vinte minutos foi o suficiente para me dar por satisfeita, afinal eu fui à piscina. No dia seguinte amanheci com febre de quarenta graus que só me deixou depois de alguns dias de antibióticos.

Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas. Jeremias 2:13

Porque o meu povo fez duas maldades:
Uma pessoa antes de fazer mal a qualquer outra, faz a si mesma. O mal que supostamente fazemos a outros é apenas a ponta do iceberg. O interior, a parte que ninguém vê já está totalmente corroído por sentimentos inapropriados. Por isso Deus disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar. Gênesis 4:6-7

O primeiro mal de pessoa que conhece a Deus, que é amante da Sua Palavra e que já viveu uma relação de amor em toda potencialidade possível a um ser em sua plena humanidade, é deixar o Senhor. Basta um instante de ruptura para desencadear uma série de transtornos e prisões que acompanharão a infeliz pessoa para o resto da vida. Os divãs dos mais renomados profissionais serão incapazes de libertar quem algum dia viveu o amor de Deus em sua plenitude e tornou-se vazia ou apodreceu. Deixar o Senhor é morte certa. Uma pessoa disposta a deixar Deus usa as mais esfarrapadas desculpas como base a sua decisão. Incapaz de se resolver dentro de situações, culpa outras pessoas que estão no mesmo barco pelo rumo decidido. O primeiro sintoma é a ruptura com a igreja. A pessoa acha-se inculpável diante de tantas almas supostamente fétidas que estão ao redor, justamente por reconhecerem que estão necessitadas de cura, senão estariam de vez do lado de fora. A cura começa quando o doente reconhece a doença e sente a necessidade de estar são. E para ficar são é necessário estar dentro. Dentro não de quatro paredes ou de uma instituição, mas permanecendo igreja viva de Cristo.  

O evangelho de facilidades conduz a pessoa que não se adequa mais ao grupo, a sentir-se resignado em cavar uma cisterna para juntar água à sobrevivência espiritual. Nos lugares onde há pouca chuva, principalmente nas fazendas usa-se o sistema de guardar tudo que a natureza oferece para os dias de escassez. O telhado dos celeiros e das casas é preparado para conduzir por canaletas, toda a água derramada pelas chuvas de verão. Mas, o que ocorre é que junto com a água toda a sujeira do telhado também é canalizada. Todos os insetos mortos, bem como as fezes dos pássaros que usam os beirais das canaletas como trono, o lodo e ferrugem acumulados e todo resto de folhas e plumagem trazidas pelo vento, vão justamente parar na grande cisterna construída pelo homem.

Uma cisterna não é confiável, ela não enche por si própria, depende das possibilidades. A intensão em construir a cisterna é boa, mas o ditado popular diz que, de boas intensões o inferno está cheio. Depois de chover intensamente toda sujeira dos telhados e dos canos é limpa e depositada na cisterna. A água fica ali parada e aos poucos vai estagnando. Alguns usam colocar um filtro de trapo na ponta da caneleta para coar a sujeira maior a fim de dar um aspecto melhor à água. A sujeira visível é retirada, porém os microrganismos presentes escoam e proliferam-se invisivelmente, de forma velada e acelerada e quando são revelados em forma de lodo e formação de nocivas algas, serve apenas de habitat para larvas, sapos e lagartixas.

Este é o primeiro tipo de cisterna que Deus cita no versículo. Fala do que o homem constrói para si e para outros homens com a sabedoria humana sem orientação do Espírito Santo, sem respaldo em Sua Palavra. Homens distantes de Deus guiando outros homens para longe da Sua presença. Pensando estar dentro, mas estão fora, bebendo e oferecendo a outros toda a sujeira que projetaram em suas cisternas. 
   
As cisternas rotas também recebem a água da chuva, mas diferente da primeira, há fendas por onde a água acumulada se esvai. Todo esforço para manter a água no nível desejado é nulo por causa das fendas que tem a tendência de aumentar com a erosão. Num esforço inútil buscam encher estas cisternas com avivamentos e reavivamentos programados em agendas, a fanerose que parece ter evoluído da brincadeira infantil ”cai cai balão, cai cai balão, aqui na minha mão” num macabro êxtase em massa, em distorções que se agigantam enquanto os líderes continuam fazendo acordos políticos revoltantes, aprisionando a mentalidade do povo desprovido de conhecimento, na fábrica de ídolos que deixou os montes para andar no meio do povo.

O Deus vivo é o manancial de águas vivas para quem quer se manter vivo e saldável espiritualmente falando.  A primeira evidencia da atuação do Espírito Santo é o fato de uma pessoa totalmente descrente crer na Palavra. A Palavra é água viva que lava e purifica. E quando nos afastamos dela seja pelo motivo que for, afastamo-nos do manancial.

Quando Jesus conversou com a mulher samaritana, ofereceu-lhe esta fonte inesgotável. Fonte que nunca mais a faria ter sede na alma e, fonte que a faria saltar para vida eterna. Esta fonte brota da rocha, onde os parasitas e a sujeira não chegam, portanto é pura. Nenhuma contaminação a alcança. Cristalina, ela vem do lugar profundo e brota, jorra incessantemente, trazendo vida a quem dela quiser desfrutar. Este manancial não depende do homem para acontecer. Diferente das cisternas que só acontecem por causa do homem. Com a sabedoria do homem que foi dada por Deus, sim, mas deturpada pelo afastamento dele.

O caminho de volta ao manancial é longo, pois toda a sujeira entranhada precisa ser purificada. Mas, o único caminho é o retorno à fé que conduz a fonte purificadora. Não há como se auto esterilizar, é necessário à lavagem pela palavra viva. E este é um trabalho diário do Espírito Santo que sabe tudo o que precisamos para chegar a ser o que Deus espera de nós.

Esta postagem foi baseada no texto usado pelo meu cunhado Pr. Marcelo Rolney Martins em sua pregação, Nashua, New Hampshire.

Deus nos abençoe. “O Senhor te guará continuamente, e te fartará até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. Isaías 58:11

Denise Figueiredo Passos

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Reforma Protestante ou Halloween?

Hoje, 31 de outubro, um dia comum como outros, mas a data vem sendo disseminada em várias partes do planeta como celebração do Halloween. Uma festa demoníaca, que muitos cristãos vêm adotando como comportamento de vida. Parece simples brincadeira de carnaval como acontece no Brasil; todos se fantasiam e curtem à vontade. As fantasias também fazem parte desta festa, cujos fantasiados representam os maus espíritos que precisam ser acalmados com presentes. Os doces que são oferecidos, atuam como uma especie de aliança de paz. As crianças fantasiadas, batem as portas e quando lhes é oferecido muitos doces eles saúdam com benção, mas se não lhes é oferecido nada, rogam uma "praga". Tudo muito inocente e celebrativo no aniversário da bruxa, é claro! Enquanto a brincadeira rola nas ruas, clubes e nas casas, simultaneamente, a vida de muitas pessoas está sendo sacrificada em rituais ocultistas, pois este dia é uma das datas principais em suas celebracões no reino das trevas.

A malignidade disfarçada, cega.  O povo esquece que por traz daquelas máscaras, há vida inocente que está sendo ensinada a acalmar o mal e não a combater. O mal se tornou um aliado necessário, surreal e celebrado dentro das casas, das nossas escolas e pior,  dentro de muitas igrejas. Pois, enquanto brincamos de servir a Deus, o inimigo que cega, aprisiona e enclausura a alma de tantos inocentes, não brinca de ser mau. Enquanto descremos que o anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem e os livra", nossos filhos são ensinados a crer que duendes e fadas são seus protetores e que ser bruxo é  muito legal, por causa do poder sobrenatural, afinal, os dons do Espírito, são para o século passado.

O que a maioria dos cristãos não sabe, é que nesta mesma data é celebrado um fato importantíssimo para a igreja Cristã, Evangélica. Em 31 de outubro de 1517 em frente à igreja do castelo de Wittemberg, Martinho Lutero protestou contra a doutrina fora da Palavra, formulando suas noventa e cinco teses que ficou conhecida como os “Cinco Solas” e que culminou na reforma protestante.

O documento provocou a contra-reforma que por razões meramente políticas, provocou inúmeras mortes dos dois lados da igreja. A coisa não está muito diferente hoje em dia, quando alguém mata o seu semelhante em nome de Deus. Enquanto isso, Jesus Cristo veio para dar vida e vida em abundância. Esta vida abundante é desprezada em troca das alianças feitas com o sistema de morte e seu engano.

O favorecimento da reforma na tradução da Bíblia foi descomunal. Agora o povo podia ler as escrituras sagradas e conhecer um pouco mais do que lhes era negado nas missas em latim realizadas com endereço certo, a burguesia. Quase quinhentos anos depois, vale uma big celebração deste ato heroico, pois em qualquer lugar por mais humilde que seja, a Bíblia está lá. A Boa nova do evangelho é apregoada de modo simples e culto, de modo informal e tradicional, em livros convencionais e em Ipad, nas igrejas e nas casas, nos palacetes e nos casebres. Ela pode ir a todos os lugares e alcançar a todos os povos.

Surgiram muitas denominações derivadas da reforma protestante. Mas, o fundamento é o mesmo, nosso Senhor Jesus Cristo. E o que nos une é maior do que as pequenas cláusulas nos estatutos internos que nos separa. Precisamos acordar para a união que deve existir entre nós. Quanto tempo ainda precisará para Jesus, o Cristo,  fazer da Sua igreja uma só? Como igreja que somos, a cruz de Cristo e tudo o que ela representa deve nos levar a ser um só coração com Deus, nosso Pai. Dando menos importância aos rótulos para que a essência, o nome do Todo-Poderoso seja engrandecido. Enquanto isto não acontecer, Halloween, vai ser encarado como celebração mais importante do dia que Deus consagrou como data para a Reforma da igreja que protestou contra as heresias disseminadas pela "soberba".

Este quadro que achei na Wikipédia mostra o surgimento das denominações ao longo dos últimos séculos. Vale a pena conferir.
Ramos do Protestantismo.

Precisamos acordar enquanto temos tempo e liberdade para isto. Virá um tempo em que o desejo será maior do que a oportunidade. Virá um tempo em que a liberdade será apenas um sonho. Virá um tempo em que a igreja de Cristo não mais estará aqui. Antes que seja tarde, diga NÃO ao que deve ser rejeitado.

Deus nos abençoe com ousadia.

Denise Figueiredo Passos


sábado, 8 de outubro de 2011

TEMPO DE ESPERAR

Faço minha as palavras da Michelle. Linda jovem que se tornou uma grande amiga, na viagem que fez aos USA em dezembro do ano passado. Naquela época eu estava muito deprimida por causa dos problemas que estavam me massacrando, principalmente cm a minha mãe doente e eu, sem poder voltar imediatamente ao Brasil. Servir de cicerone para ela e mais três  de seus amigos, foi providencial para melhorar o meu astral.

Hoje li a seguinte frase no facebook da Michelle: "Esperar não é perder tempo, é ter certeza que há um tempo certo pra tudo, porque Deus não demora, Ele capricha"!!!

Alguns dizem que o relógio é nosso amigo outros dizem que ele é um grande inimigo, porque é um desmancha prazer, sempre interrompendo no melhor tempo da festa. De qualquer forma, ele facilita a adequação dos compromissos diários. É ele que marca o tempo, inclusive o de esperar. Mas, convenhamos que esperar é muito difícil, principalmente quando envolve questões que definem o rumo da vida.
Lembrei-me da música que aprendi na classe de inglês no antigo ginásio, de alguém que apenas esperou.

Lyrics


My Bonnie lies over the ocean


My Bonnie lies over the sea


My Bonnie lies over the ocean
Oh bring back my Bonnie to me

REFRAIN:
Bring back, bring back
Bring back my Bonnie to me, to me
Bring back, bring back

Bring back my Bonnie to me

Tradução do inglês para português
Meu Bonnie jaz sobre o oceano,
Meu Bonnie jaz sobre o mar,
Meu Bonnie jaz sobre o ocean
Oh, traga meu Bonnie pra mim         
          Traga de volta, Traga de volta,
          Traga de volta meu Bonnie pra mim, pra mim,
          Traga de volta, Traga de volta,
          Traga de volta o meu Bonnie pra mim.

Você já se deparou num grande porto olhando a imensidão das águas? Águas estas que encobrem tantos mistérios da vida marinha, tantos tesouros, destroços, simples e também exuberantes embarcações. Já parou para olhar o mar e entorpecido ficar olhando como se estivesse esperando algo chegar trazido de longe? Algo muito importante para a sua vida que partiu com vistas de voltar. Sucumbiu ou perdeu o rumo?


 Infelizmente assim aconteceu na composição da música onde alguém estava á espera do barco chamado Bonnie que havia levado o seu grande amor. Parece que a música foi composta baseada na vida de imigrantes que se separam pelas contingências da vida.


Há pessoas que não fazem outra coisa a não ser ir ao cais da existência e deitar o olhar perdido no mar, esperando algo que nunca chega. Olham as grandes águas e temem, não conseguindo enxergar a esperana do outro lado. O sol nasce e se põe, a lua e as estrelas apontam um caminho que não é enxergado. E a vida não muda, continua girando em círculos.


Na música acima, Bonnie era um barco que partiu e foi levado pelas grandes águas para um lugar bem distante. Nas estrofes seguintes, o autor diz que sonhou com o Bonnie morrendo e que o seu travesseiro é quem conhece a sua dor, até que finalmente os ventos trazem o seu Bonnie de volta. Mas, e se ele não voltasse mais? A esperança e o amor também se perderiam? Não. O ditado popular diz que a esperanca é a última que morre, mas a Bíblia afirma que o amor jamais acaba.


Apenas a esperança em Deus nos faz visualizar o que está do outro lado do mar. É ela que nos impulsiona a arregaçar as mangas e construir um forte barco, mesmo que seja pequeno e lançar no mar a fim de perseguir o destino certo do grande barco perdido que levou a alegria de viver. A vida da gente tem períodos de procura, é a fase que precisamos passar. Mas, com certreza, quem procura, acha, assim como quem espera sempre alcança. Minha mãe dizia que eu já nasci otimista.


Esperar em Deus não significa cruzar os braços e esperar cair do céu um barco inteiro na sua cabeça pronto para navegar. Você precisa construir a sua embarcação.


Feche os olhos e olhe para dentro de sí. Com certeza vai descobrir bastante material para esta construção. Tudo que você acumulou ao longo da vida em experiências, em conhecimento, em valores, em fé. Cada ítem vai fazer parte desta embarcação. Uns, serão capazes de construir luxuosos transatlânticos, outros belos navios, iates, porta-aviões, balsas, lanchas, aerobarcos, grandes galeras, barcos a vela e a remo, rebocadores, pequenas canoas e até mesmo as jangadas; pois, enquanto navegam, terão utilidade.


Se você reclamou das dificuldades que teve para chegar a este ponto, saiba que todo este depósito vai para a sua construção. O tempo de espera nada mais é do que o tempo de acumulação de materia-prima, que préviamente estocado no estaleiro, dá subsídios ao Mestre para habilmente construir o que você precisa de especial para os dias futuros, para as bençãos que virão. Até para as bençãos precisamos estar preparados, senão as jogamos no lixo.


Com certeza, Deus capricha... Não tenha medo do polimento final é este que dá o brilho necessário e protege a parte externa dos parasitas que se encrustam. A bandeira do amor que é colocada no alto do mastro identifica a pátria, o lugar para onde voltar e assim ter conforto, abrigo e segurança. A bússola da Palavra de Deus indica o rumo a seguir para que não se perca. O leme da fé é o direcionador que te lava ao lugar apontado pela bússola. Se a sua embarcação tiver o vento favorável e o combustivel certo, tudo estará perfeito para alcançar a felicidade que tanto procura. Vá em frente. Tenha coragem. Se lance, sem medo, afinal, você é filho e portanto pertencente ao Reino de Deus.

Deus nos abençoe, hoje e sempre.

Grande abraço.

Denise F Passos