segunda-feira, 29 de abril de 2013

CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE JEZABEL – NA FAMÍLIA


Jeremias 6:16  afirma: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele, e achareis descanso para a vossa alma, mas eles disseram: Não andaremos”. Jeremias 6:16

Deus criou o homem e a mulher sob a benção da fertilidade, para deixarem de ser apenas um casal e formar uma família completa. A harmonia familiar é parte do projeto de Deus. O homem foi criado para viver em PAZ com Deus, consigo mesmo e com seu próximo. Resumindo, Deus o criou para ser FELIZ.

Este homem que vivia no paraíso de Deus estava acostumado à perfeição. Tudo funcionava às mil maravilhas naquele lugar. Nada negativo penetrava a vida daquele casal. Seus sentimentos eram exclusivamente de amor, em unidade aliada à liberdade plena. Isto é, não havia divisões, prisões, ódio e engano na dimensão humana, e tudo mais que os acompanha. Mesmo que o mal já existisse, não exercia domínio sobre eles e cabia ao homem rejeitá-lo, obedecendo ao que lhe foi ordenado por Deus. O pecado do homem fez com que se abrisse uma espécie de portal para a entrada “da morte e do inferno, do anti-Cristo e do espírito de Jezabel” na dimensão humana, entregando o domínio com que Deus lhe presenteara; tornando-se sujeito a influência do mal de forma direta.

Quando houve o primeiro homicídio, toda a preparação do cenário, desde os sentimentos que foram lançados na mente de Caim, bem como a maquinação do plano para a violência efetuada, foi induzida pelo espírito maligno, mas Caim “gerou” o mal quando o alimentou em sua mente e o “concebeu” quando permitiu descer ao coração e matou a seu irmão Abel. O homem é responsável pelas escolhas que faz; tanto boas, quanto más.

Veja bem, quando Deus criou a Adão e Eva, uma das coisas que lhes delegou foi autoridade: Dominai sobre... O mesmo Deus disse a Caim: O pecado jaz à porta, cabe a você dominá-lo. Sendo assim, cabe ao homem dizer “não”, pois foi criado, não para ser domínio do pecado e consequentemente da morte, mas sim para dominá-lo e para a vida, e vida eterna.

Este espírito trabalha de forma sorrateira, sondando suas possibilidades, formulando estratégias para se instalar no seio de uma família, de modo a se perpetuar nela. Entra nos lares e consequentemente acaba entrando nas igrejas. Mas, como isto acontece se batemos no peito dizendo que somos salvos, lavados e remidos e pelo sangue de Cristo? Você e eu damos a permissão, assinando uma procuração, dando direitos legais de usufruto ao nosso inimigo. Então você diz: Eu não assinei nada...

Vejamos. Você tem autoridade sobre a sua casa e a sua família. Só entra em sua casa quem você permite, certo? Só participa da intimidade do seu lar quem vai acrescentar de forma positiva, trazer paz, amizade... Porém, o mal entra em sua casa sorrateiramente, com sua permissão, para minar a mente dos seus filhos, ainda na fase de inocência. O trabalho pernicioso que é feito por determinados programas de televisão, filmes, livros, jogos, corrompem a mente e o coração, que passa a tender para outros caminhos nunca antes imaginados a seguir. Quando a pessoa acorda, se é que acorda, já acha normal o adultério, o amor livre, roubos, assassinatos, revanches, vingança, conhecimento obstinado, decepção consigo mesmo por não alcançar o modelo levado ao ar... Antes, tudo era muito discreto, o ataque era em forma de mensagem subliminar, como as mensagens da Disney que todos nós assistíamos com nossos filhos. Mas, hoje com a permissão concedida, a coisa está escancarada e o que era mal já virou bem, o que era errado está virando certo. A ciência diz que na natureza nada se cria tudo se transforma. Pelo visto na natureza humana também acontece da mesma forma.

Jezabel entra em sua casa e começa a modificar os costumes e tudo aquilo que você idealizou de bom para a sua família. Mas, tudo é feito com seu consentimento, pois o mal age na legalidade concedida, por isso dificilmente vai embora. Uma vez consentida e assinada à procuração desse usufruto, você perde o domínio.

“O usufruto, é um instrumento legal que deixa muita gente confusa. Uma pessoa tem a propriedade de um imóvel, outra tem a posse. Quem tem a posse – na linguagem jurídica, o usufrutuário – pode desfrutar do imóvel, isto é, morar, alugar, arrendar... Quem detém a propriedade – em termos legais, o nu-proprietário – não pode fazer nada”, pois concedeu o direito legal a outrem. Diário do Comércio.

Pense sobre isto: Pertencemos a Deus, mas passamos uma procuração contra nós mesmos e o fazemos para um inimigo cruel.

A igreja começa em casa. Quem dos leitores ainda preserva o costume de fazer culto doméstico, ensinando os filhos a orar agradecendo a proteção de Deus? Existe leitura diária da Bíblia em sua casa? Você ensina a seus filhos a amar a Deus e honrá-lo sobre todas as coisas? Sob quais princípios sua família é estruturada? Como será a vida dos futuros líderes da igreja tendo a geração vídeo-game casada com Barbie; sem fundamento sólido no aprendizado e vivencia da Palavra?    Família fraca – Igreja fraca

A carta de Tiatira descrita em Apocalipse 2:18, enviada ao anjo da igreja, isto é ao pastor da igreja, responsável diretamente pelo rebanho; descreve um serviço nota dez, com qualidades e sentimentos nobres e crescentes. “Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras: Apocalipse 2:19. Igreja equilibrada, praticamente perfeita. Mas, é apontada por Deus com um erro gravíssimo.

“Mas, tenho contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz profetiza, ensinar e enganar os meus servos para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria”. Apocalipse 2:20 Para evitar confrontos e vergonhas, às vezes nos acovardamos e determinadas situações crescem, saindo do controle. Rm 2:1 Esta dita profetiza estava levando ensinos malignos como se fossem verdade, para dentro das famílias e das igrejas e o pastor os tolerava. Hoje, Jezabel vem disfarçada de: modernidade, direitos sem deveres, revanches, heresias, conhecimento obstinado e mal direcionado, beleza sensual, vingança, encobrimento de erros, “cuidados” com os aparentemente desfavorecidos e decepcionados, falsos elogios, massagem de ego... Pasmem. Nós também a toleramos.

“Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição, mas não se arrependeu”. Ap 2:21  É tempo de buscar a santidade de Deus. “Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós”. Josué 3:5 - Jezabel é especialista em distorcer a santificação. Ela diz: Os princípios bíblicos não condizem com a modernidade. Somos seres evoluídos e precisamos viver como tal. MENTIRA - ENGANO

E ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá, e serão quebradas como vaso de oleiro; como também recebi de meu Pai. E dar-lhe-ei a estrela da manhã. Apocalipse 2:26 a28

A igreja de Tiatira recebeu mais promessas de Deus do que as outras e uma delas é “poder sobre as nações”, isto significa autoridade restaurada.
O nome Jezabel significa, descasada, sem coabitação. Ela não se submete a ninguém, portanto se insurge contra a autoridade estabelecida. Ela quer liderar e manipular. Ao pastor, foi concedida a autoridade sobre a igreja, portanto só ele pode expulsar a Jezabel - não tolerando; não comendo de seus sacrifícios e nem permitindo que seu povo os coma.

Queremos consertar a igreja, mas não a partir de nós mesmos e das nossas famílias, da nossa casa. O chefe da família também foi colocado como autoridade e precisa agir como tal. Nossa família precisa ser bênção, porque fazemos parte da família de Deus. O Todo-Poderoso não se conforma com uma parte de nós.

Sinais de áreas de atuação do espírito de Jezabel.
Quebra de comunicação - Um fala uma coisa e entende-se outra.
Comunhão - cada um trabalha para si mesmo; nada em comum, sem compartilhamento; falta de parceria e confiança, competição...
Ciúme descontrolado – Possessividade -
Traição – Mentiras e engano – Todo e qualquer de fingimento
Falta de perdão – Amor fingido – Insubordinação
Relação Sexual ilícita – Violência de todo tipo
Homem e mulher que não assumem seu papel
Todo tipo de idolatria – Criar desculpas para erros
Convertimento de mentiras em verdades, etc.

É tempo de se por nos caminhos e observar, e perguntar pelas veredas antigas e qual é o bom caminho, para andar nele. Só assim encontraremos o descanso tão procurado para a nossa alma.

Deus nos abençoe.

Denise Passos

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Já cingiu seu lombo?


A mensagem do culto de domingo passado, pregada pelo Pastor Marcelo Martins, na Shalom Pentecostal Church, em Delaware, baseada em I Pedro 1:13, “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo”. Aponta para a necessidade de cingir o entendimento com as verdades espirituais.

Cingir = cercar toda a volta e amarrar.

O povo antigo usava roupa larga, do tipo camisolão. E era incômodo para uma rápida locomoção, e seu trabalho. Por conta disso levantavam a barra e prendiam no cinto. Equivale ao nosso termo moderno: “arregaçar as mangas”, pois cingir os lombos dava o sentido de prontidão, de preparo para executar uma tarefa.

O termo é usado em várias passagens bíblicas. Em Efésios 6:14, cingir os lombos entra como parte integrante na armadura da fé. Vestimenta obrigatória a todo aquele que se propõe lutar a causa do Reino de Deus. Qualquer peca que falte, ocasiona vulnerabilidade. Por isso, a Bíblia que é o nosso manual de fé e prática, nos ensina em detalhes toda a estruturação do nosso ser de forma integral, em Deus.

O Apóstolo Pedro dá ênfase ao cingir os “lombos do entendimento” a fim de aprendermos a viver na graça, da graça e pela graça de Deus, revelada em Jesus Cristo, nosso salvador. Fala de posicionamento do entendimento em Deus, que agirá como firmeza de estacas para coração. Pois, se esta firmeza não acorrer, tudo tende a descambar para os desvios, jeitinhos e heresias; já que “enganoso é o coração do homem, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá”? Jeremias 17:9

Esta mensagem deu início à série que estaremos trabalhando em nossa igreja, intitulada “Confrontando o espírito de Jezabel”.

Importância da campanha:

Existem três principados globais, isto é, três príncipes das trevas com autoridade universal, dentre os quais Jezabel é um deles. Quero esclarecer, que não se trata da rainha Jezabel, mas sim do espírito maligno a quem servia e que movia seu coração e seus atos diabólicos. E sob a influência deste principado, a grande maioria, para não dizer todos, está entregando de forma parcial ou total a condução de suas vidas.

O capítulo 47 do profeta Isaías, bem como Apocalipse 18, narram um pouco da maldade deste espírito que trabalha o “engano”, apresentando-se de forma camuflada, disfarçando-se com o único objetivo de enganar para aprisionar o entendimento e assim poder manipular.

O sentimento base em que este espírito atua é a decepção: com o passado, com a vida, com Deus, com a igreja, com o pastor, com o cônjuge, com os filhos... A lista de decepções na vida de uma pessoa pode ser quilométrica. E as decepções, são o campo onde suas fezes são depositadas para torna-lo fértil aos seus propósitos. É desta forma que este espírito destrói ou neutraliza, com impecável sutileza, famílias, ministérios e igrejas e, nossa voz que deveria soar em tom de adoração e louvor, às vezes chega diante de Deus como podridão, ocasionada pela química que permitimos acontecer em nós.

Acabe fez alianças para preservar seu reino. A lei dizia que o povo não podia se casar com estrangeiros, mas por um casamento de estado, ele se uniu a Jezabel, mulher cruel e maligna e que intermediou Israel na corrupção de práticas imorais sob pretextos religiosos. A Palavra de Deus é fonte de princípios que precisam ser observados e obedecidos, pois não caducam com o passar dos anos.

O texto de Jeremias 6:16  afirma: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele, e achareis descanso para a vossa alma, mas eles disseram: Não andaremos”. Se por nos caminhos, significa: Parar para ver o que é necessário observar. Sem observância, facilmente o rumo pode ser desviado. Uns poucos graus, ou metros, no final do caminho, a pessoa pode se achar em um lugar completamente diferente da rota estabelecida.

Minha irmã e seu marido empreenderam uma viagem e antes de sair colocaram o endereço do local desejado no GPS e entraram no carro despreocupados, andando tranquilamente, num dado momento o GPS falou em alto e bom som. You’re arrived in your destination. Você chegou ao seu destino. Quando perceberam, estavam dentro de um cemitério e o aparelho parecia zombar deles, You’re arrived in your destination! Motivo de sonoras gargalhadas.

Engraçado, não? Mas, a Bíblia afirma que há caminhos que aos olhos dos homens parecem ser bons, mas que o seu destino é destruição e morte. Da mesma forma, as pessoas empreendem caminhos de morte e andam despreocupadas com seu destino final, por não pararem a fim de observar e refletir sobre eles. O “sistema de morte” tem elaborado através de mentes brilhantes, porém, infernais, os caminhos subjetivos, isto é, que apresentam a verdade de modo torcida e retorcida, acrescida ou em falta. E nós passamos a admirá-las, tanto quanto seus ensinamentos mundanos, como se nossos pais não tivessem deixado lastro suficiente para demarcar o caminho a seguir. Ponha-se a olhar adiante e para os lados. Olhe para o céu. Informe-se, siga o bom Caminho e suas indicações celestiais. Deus não vai colocar você no Caminho, a atitude é sua.

Estamos vivendo dias difíceis. Quem poderia imaginar que em nossos dias, as famílias tivessem que sair em grandes passeatas, como ocorreu na França, simplesmente para defender sua existência. Os termos “pai, mãe e filhos” tendem a desaparecer dos documentos, para favorecer a minoria. Isto é modernismo justificável ou mentira pintada de verdade?

Jezabel entra e transforma os costumes, ensina o que lhe convêm de forma sedutora e é tolerada. E justamente pelo fato de ter o seu raio de ação nas famílias, seu ataque é para a destruição da mesma. O que realmente significa “moral e bons costumes”?

Esta é apenas a introdução. Nos tópicos das próximas sete semanas, abordaremos o seu raio de ação a começar da família, que é à base da igreja e da sociedade como um todo.

Ore, lute pela verdade. Você corre o risco de pensar que é um passarinho tentando apagar o incêndio numa floresta. Mas, se outros virem o seu gesto, se agregarão a você. E se por covardia ou cegueira não se agregarem, você continua e morre lutando pelo que é certo.
Deus nos abençoe.

Denise Passos

quinta-feira, 11 de abril de 2013

QUAL É A SUA?


Algumas vezes, eu me pego fazendo esta pergunta, cá com os meus botões. Fácil, é analisar a vida alheia, difícil, é enumerar as próprias dificuldades, analisar prós e contras, e tomar decisões sábias, que provoquem mudanças. Difícil é tomar atitude que provoque movimentação no céu, para socorro e solução, imediatos.

Há alguns domingos atrás, em nossa igreja, Shalom Pentecostal Church, em Delaware, nós oferecemos ao Senhor um excelente culto matutino. Visitou-nos o Bispo, Wanderley Santana, que nos trouxe uma simples, mas profunda reflexão, sobre a passagem do Evangelho de João capítulo 5, onde narra à história do paralítico de Bethesda.

Ele abordou alguns pontos interessantes, mas enquanto falava, minha cabeça fervilhava em ideias que me apressei a colocar no papel.

Aquele homem estava lá há cerca de trinta e oito anos. Pare pra pensar. Quanta coisa acontece em 38 anos? Quanta gente nasce e morre; quantos casamentos, formaturas e mudanças em geral. Ele acompanhou todas as transformações do lugar. Talvez a construção dos alpendres para melhor acomodação do povo que ali habitava e precisava de abrigo para o sol e as esporádicas chuvas, além do frio e orvalho noturnos. Na “casa da misericórdia”, havia outra série de coisas, tais como, alimento repartido ou mesmo doado, água, espaço, muitas histórias de doenças em comum... Apesar de não estarem em sua própria casa, os habitantes do lugar eram bem quistos e cuidados. Talvez, o “lugar da misericórdia”, tenha se tornado um bom negócio para muitos, e não era de interesse que terminasse. Em comparação, aquele lugar era como o Porto das Caixas, que se tornou famoso com o sangramento periódico da imagem.

O novato que chegasse a Bethesda era interpelado: De onde você vem? Qual é a sua doença? Mas, após responder ao questionário, outra serie de perguntas acontecia: Há quantos anos você está aqui? Será que isto aqui funciona mesmo? O movimento é tão bom assim? O protagonista da nossa história diria assim: Só eu, tenho trinta e oito anos que estou aqui rondando o poço; algumas vezes quase aconteceu, mas na hora H, outro mais rápido, mais antenado, pula primeiro na água, então, volto para o meu lugar...

Todos os necessitados de cura, daquela época iam ao poço de Bethesda, que significa “casa de misericórdia”. O mundo judaico da época experimentava um silêncio de Deus, que durou cerca de 400 anos, tempo este do surgimento das escolas filosóficas, na Grécia antiga, que interferia muito na estrutura cultural do povo. Mesmo assim, por causa da misericórdia divina, acreditava-se que um anjo agitava a água de tempos em tempos, trazendo cura. O anjo, para muitos, passou a ser motivo de culto e os doentes passaram a esperar por ele e nele. Àquelas pessoas, se acostumaram a viver da “misericórdia”. Sabe o que isto significa? Estagnação. Viver de “pena”. Acomodam-se em viver da misericórdia alheia e se julgam incapazes de andar com as próprias pernas. Ou vivem de ver movimentos aqui e ali, arranjados para ambientes públicos e, já não podem mais ouvir a voz do Pai em secreto, pois rejeitam fechar a porta do seu quarto para conversarem na intimidade com Deus.

O paralítico da nossa história pelo visto, fez a sua cama longe do poço e nunca chegava às águas, enquanto estas fervilhavam. Aquela “misericórdia” oferecida, não era capaz de transformar de vez a vida de todas as pessoas. Eles se acomodaram aquele tipo de misericórdia, quando Deus sempre tem mais e melhor a oferecer. “A acomodação a uma situação é a principal barreira construída por nós”.


Muitos “misericordiosos de carteirinha” descem ao poço, para supostamente ajudar aos que lá estão carentes de duas necessidades; levam conforto, amizade, alimentos, agasalho e uma infinidade de coisas, em solidariedade a dor do outro, isto é louvável; porém, sem nunca oferecer a opção de saída daquele lugar. “A misericórdia de Deus é oferecida como solução e não como paliativo”.

Oferecer a solução é um maior ato de misericórdia do ponto de vista divino, mas a nossa pouca fé, nos faz oferecer o poço de Bethesda, como paliativo para o resto da vida, usando a seguinte desculpa: Se tem que ser assim, que seja. O poço de Betesda é ruim? Não. Mas, ele deve ser uma exceção e não uma regra na vida do cristão.

Quando Jesus chega ao local, sonda o ambiente e caminha exatamente em direção aquele paralítico, fazendo-lhe a seguinte pergunta. Você quer ser curado? Notem que ele não respondeu, mas começou a enumerar as desculpas em que debruçou a vida nestes trinta e oito anos. Foi como se dissesse: Querer, eu quero, mas ninguém me ajuda. Porque ele não fez a sua cama mais perto do poço, para facilitar à descida as águas? Perto da fonte, existem mais probabilidades, certo?

Sou tentada a pensar que, na verdade, ele não queria ser curado. Acostumou-se aquele tipo de vida. Arrasta pra lá, arrasta pra cá; arrasta pra lá, arrasta pra cá. Isto, há trinta e oito anos. Notem, não são trinta e oito dias, nem trinta e oito semanas ou meses. É praticamente uma vida inteira, enxergando-se e sendo visto por outros como “coitadinho”.

Apesar da acomodação, aquele homem não desistiu, instalando-se de vez naquela situação. Havia uma veia de esperança, conduzindo-o a fé, latente em seu coração. Mesmo com a depressão de não ver nada acontecendo todos aqueles anos, de estar envelhecendo aos poucos e ver em cada dia as chances por uma ótica mais distante. De ver tantos que desciam ás águas à frente dele, deixando-o com os seus sonhos de liberdade para trás; para uma próxima oportunidade, quando os ventos lhe fossem favoráveis. Ele não desistiu.

Nesse momento de agonia, Jesus seguiu em direção a ele. A única informação que Jesus pediu, foi à confirmação de sua vontade. E a única resposta que esperava era: Sim, quero. Os nossos “mas, porém, todavia, entretanto”, é que atrapalham. O Mestre não se interessa em saber das nossas possibilidades humanas; se temos recursos, qual é o dia da semana para que o milagre aconteça. Se os fluidos estão bons, se há uma corrente positiva... Ele precisa apenas, saber o que queremos, mediante a fé que possuímos. “O tamanho do milagre é na medida da nossa fé”.

Deus nos abençoe.

Denise Passos