quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Aniversário do meu blog “De bem com a vida”

Descobri que gosto de escrever e isto tem feito um bem enorme a mim. Tenho satisfação em saber que, de alguma forma estou sendo útil a outras pessoas. Meus seguidores tem encontrado dificuldade de postar comentário no blog, mas me enviam e-mail e notas no facebook. Sempre que eu enviava meus textos a meu pastor para revisão e ajuda teológica, ele me incentivava a continuar escrevendo. Dizendo que eu precisava praticar, sugeria temas ou me passava versículos bíblicos para desenvolver pregações. Um belo dia, ele me disse que eu precisava criar um blog para postar o meu trabalho e assim o fiz, sozinha criei um blog muito simples, mas eficaz no seu propósito. Agradeço a Deus e ao Reverendo Paulo Cesar Lima esta excelente ideia. Deus o abençoe grandemente.


Também não posso deixar de agradecer o incentivo recebido da amiga Catia que mesmo estando no Japão, do outro lado do mundo me da muita força para continuar. Agradeço também ao meu grande amigo Jorge Luiz que como se diz em inglês, make me up com as temáticas atuais para o meu blog. A querida Mirian, amiga da Ilha do Governador que muito me incentivou nos longos bate-papos. As minhas queridas filhas que tanto se orgulham de mim, o meu muito obrigado.


Por causa das dificuldades da minha vida neste último ano, não produzi como gostaria, mas aqui estou eu, retomando o segundo ano do blog, pedindo mais inspiração ao Dono de todas as coisas, afinal, nenhuma dificuldade pode parar uma pessoa que decidiu ser “de bem com a vida”.

A data para a criação do blog, não poderia ter sido melhor. O dia nacional de ação de graças, onde o país em que vivo, num feriado nacional, para completamente e, as famílias se reúnem para agradecer pelas bênçãos recebidas. Quem quiser pode conferir a postagem de novembro do ano passado, é interessante saber um pouco da história.

Celebrar esta data me fez repensar no quanto somos ingratos. Coisas que acontecem de forma natural, aquelas do dia a dia que passam despercebidas pela maioria da humanidade, aquilo que já foi pré-estabelecido e que todo ser humano desfruta, mas é incapaz de ser agradecido. A forma como o universo funciona perfeitamente e o modo como nos encaixamos nele, de sermos parte desta engrenagem mesmo sem perceber, a provisão para que o homem tenha tudo o que precisa para viver uma vida feliz e produtiva, pois Deus colocou equilíbrio em tudo que criou.

No dia três de fevereiro de 1999 viemos para os Estados Unidos com toda a família e esta foi uma experiência que marcou para sempre a nossa vida. Tudo era novidade, desde a casa, os amigos até a nova igreja; o que era novo nos enchia de expectativas para o futuro promissor na nova terra. Agora, minhas filhas e eu estudando inglês como resposta de oração; mobilhando o apartamento; aprendendo a cultura e a utilizar as bênçãos da nova terra, expandindo o círculo de amizade; tudo corria as mil maravilhas, quando no dia 31 de março do mesmo ano recebi a notícia do falecimento do meu pai. Nossa família sempre foi muito unida e os fortes laços de amor que cultivamos nos mantinham muito próximos.  Quando meu pai enfermou, eu pedi a Deus que não o deixasse inválido, vegetando em cima de uma cama. Em minha oração eu disse a Deus que, como companheira de meu pai na jornada cristã; caminhei muitas vezes para visitas aos membros; subi morros para os cultos ao ar livre, nas grandes reuniões de convenção de ministros eu fui ajudadora dele, aprendi com ele a dar o melhor da minha vida, para Deus. E preferia sinceramente que Ele o levasse para Si em vez de deixa-lo inválido, não ele.

Deus me atendeu, e agora eu não podia reclamar de nada. Foi então quando Deus em ensinou o caminho da gratidão. Desde aquele dia, todas as vezes que a saudade bate, eu paro para agradecer. O pai amoroso, o pastor exemplar, o amigo presente, o grande conciliador que marcou a vida de todos que cruzaram a sua existência. Outro dia estávamos contando o número de pastores que ele formou e perdemos a conta. Ele foi pastor da mesma igreja por mais de 30 anos e ali eu e meus irmãos fomos criados como numa grande família. Um homem simples que tinha apenas o primeiro grau completo, formou homens que hoje são mestres e ocupam cargos importantes.

Mas, como tudo na vida, este tempo passou. Porém, as lembranças daquele tempo maravilhoso estão bem vivas dentro de mim. E se eu passar a vida me lamentando pelas perdas não vou viver o que de bom ficou na memória. A capacidade de registrar fatos ocorridos é uma bênção que devemos saber aproveitar. Trazer a mente àquilo que nos dá esperança e acrescentar ação de graças por elas existirem, é meio caminho para viver uma vida vitoriosa. Hoje, as doces lembranças que ficaram, dos áureos tempos que vivi em amor e alegria, me impulsionam a lutar e a continuar sendo feliz para andar sempre e sempre de bem com a vida.

É muito difícil agradecer pelas perdas, mas são elas que nos fazem crescer. Sempre que lutamos para reverter uma situação indesejada, nos tornamos mais fortes e cada vez mais preparados para os embates da vida, dos quais ninguém pode fugir. Assim, vivemos na esperança de dias melhores que com certeza virão, pois a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. E contra ela, não há inferno que resista.

Hoje é o dia de celebração de ação de graças, mas que a gratidão não seja apenas anual e sim um alimento diário para fortalecer a alma. Com homem interior fortalecido a vida fica mais fácil de ser vivida, mesmo em momentos da agonia em que não se sabe que rumo tomar. Ser agradecido é o único caminho para não se tornar uma pessoa amarga.
Muito obrigado Deus. Louvado seja o Teu Nome! 

 Denise Figueiredo Passos

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Maldade em dobro

Eu fui uma criança muito peralta, mas aprendi muito com os erros que cometi, por isso tenho me mantido em equilíbrio para viver uma vida feliz. Certo dia minha família e eu fomos visitar a querida tia Dalva, que morava em Jacarepaguá, cuja casa ao lado era da sogra de sua filha mais velha e pelos laços de amizade podíamos usar a grande piscina de sua casa. Neste ensolarado dia fomos com uns amigos da igreja e teria sido maravilhosamente aproveitado se a piscina não estivesse tão suja. Começaram a encher e não terminaram, portanto os produtos necessários para manter a flora bacteriana em níveis seguros não foram adicionados. A água estava completamente verde pelas algas que se formaram, faltavam apenas alguns girinos se desenvolvendo naquele lugar para que o aspecto de pântano se completasse.

Eu não pude me conter. Vocês acham que eu sairia da minha casa, com mil planos de diversão, levando comigo os amigos e irmãos e não colocaria nem os pés na água pelo fato de estar suja. Não eu. Desci a escada e comecei a andar na água que dava acima dos joelhos. Cerca de vinte minutos foi o suficiente para me dar por satisfeita, afinal eu fui à piscina. No dia seguinte amanheci com febre de quarenta graus que só me deixou depois de alguns dias de antibióticos.

Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas. Jeremias 2:13

Porque o meu povo fez duas maldades:
Uma pessoa antes de fazer mal a qualquer outra, faz a si mesma. O mal que supostamente fazemos a outros é apenas a ponta do iceberg. O interior, a parte que ninguém vê já está totalmente corroído por sentimentos inapropriados. Por isso Deus disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar. Gênesis 4:6-7

O primeiro mal de pessoa que conhece a Deus, que é amante da Sua Palavra e que já viveu uma relação de amor em toda potencialidade possível a um ser em sua plena humanidade, é deixar o Senhor. Basta um instante de ruptura para desencadear uma série de transtornos e prisões que acompanharão a infeliz pessoa para o resto da vida. Os divãs dos mais renomados profissionais serão incapazes de libertar quem algum dia viveu o amor de Deus em sua plenitude e tornou-se vazia ou apodreceu. Deixar o Senhor é morte certa. Uma pessoa disposta a deixar Deus usa as mais esfarrapadas desculpas como base a sua decisão. Incapaz de se resolver dentro de situações, culpa outras pessoas que estão no mesmo barco pelo rumo decidido. O primeiro sintoma é a ruptura com a igreja. A pessoa acha-se inculpável diante de tantas almas supostamente fétidas que estão ao redor, justamente por reconhecerem que estão necessitadas de cura, senão estariam de vez do lado de fora. A cura começa quando o doente reconhece a doença e sente a necessidade de estar são. E para ficar são é necessário estar dentro. Dentro não de quatro paredes ou de uma instituição, mas permanecendo igreja viva de Cristo.  

O evangelho de facilidades conduz a pessoa que não se adequa mais ao grupo, a sentir-se resignado em cavar uma cisterna para juntar água à sobrevivência espiritual. Nos lugares onde há pouca chuva, principalmente nas fazendas usa-se o sistema de guardar tudo que a natureza oferece para os dias de escassez. O telhado dos celeiros e das casas é preparado para conduzir por canaletas, toda a água derramada pelas chuvas de verão. Mas, o que ocorre é que junto com a água toda a sujeira do telhado também é canalizada. Todos os insetos mortos, bem como as fezes dos pássaros que usam os beirais das canaletas como trono, o lodo e ferrugem acumulados e todo resto de folhas e plumagem trazidas pelo vento, vão justamente parar na grande cisterna construída pelo homem.

Uma cisterna não é confiável, ela não enche por si própria, depende das possibilidades. A intensão em construir a cisterna é boa, mas o ditado popular diz que, de boas intensões o inferno está cheio. Depois de chover intensamente toda sujeira dos telhados e dos canos é limpa e depositada na cisterna. A água fica ali parada e aos poucos vai estagnando. Alguns usam colocar um filtro de trapo na ponta da caneleta para coar a sujeira maior a fim de dar um aspecto melhor à água. A sujeira visível é retirada, porém os microrganismos presentes escoam e proliferam-se invisivelmente, de forma velada e acelerada e quando são revelados em forma de lodo e formação de nocivas algas, serve apenas de habitat para larvas, sapos e lagartixas.

Este é o primeiro tipo de cisterna que Deus cita no versículo. Fala do que o homem constrói para si e para outros homens com a sabedoria humana sem orientação do Espírito Santo, sem respaldo em Sua Palavra. Homens distantes de Deus guiando outros homens para longe da Sua presença. Pensando estar dentro, mas estão fora, bebendo e oferecendo a outros toda a sujeira que projetaram em suas cisternas. 
   
As cisternas rotas também recebem a água da chuva, mas diferente da primeira, há fendas por onde a água acumulada se esvai. Todo esforço para manter a água no nível desejado é nulo por causa das fendas que tem a tendência de aumentar com a erosão. Num esforço inútil buscam encher estas cisternas com avivamentos e reavivamentos programados em agendas, a fanerose que parece ter evoluído da brincadeira infantil ”cai cai balão, cai cai balão, aqui na minha mão” num macabro êxtase em massa, em distorções que se agigantam enquanto os líderes continuam fazendo acordos políticos revoltantes, aprisionando a mentalidade do povo desprovido de conhecimento, na fábrica de ídolos que deixou os montes para andar no meio do povo.

O Deus vivo é o manancial de águas vivas para quem quer se manter vivo e saldável espiritualmente falando.  A primeira evidencia da atuação do Espírito Santo é o fato de uma pessoa totalmente descrente crer na Palavra. A Palavra é água viva que lava e purifica. E quando nos afastamos dela seja pelo motivo que for, afastamo-nos do manancial.

Quando Jesus conversou com a mulher samaritana, ofereceu-lhe esta fonte inesgotável. Fonte que nunca mais a faria ter sede na alma e, fonte que a faria saltar para vida eterna. Esta fonte brota da rocha, onde os parasitas e a sujeira não chegam, portanto é pura. Nenhuma contaminação a alcança. Cristalina, ela vem do lugar profundo e brota, jorra incessantemente, trazendo vida a quem dela quiser desfrutar. Este manancial não depende do homem para acontecer. Diferente das cisternas que só acontecem por causa do homem. Com a sabedoria do homem que foi dada por Deus, sim, mas deturpada pelo afastamento dele.

O caminho de volta ao manancial é longo, pois toda a sujeira entranhada precisa ser purificada. Mas, o único caminho é o retorno à fé que conduz a fonte purificadora. Não há como se auto esterilizar, é necessário à lavagem pela palavra viva. E este é um trabalho diário do Espírito Santo que sabe tudo o que precisamos para chegar a ser o que Deus espera de nós.

Esta postagem foi baseada no texto usado pelo meu cunhado Pr. Marcelo Rolney Martins em sua pregação, Nashua, New Hampshire.

Deus nos abençoe. “O Senhor te guará continuamente, e te fartará até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. Isaías 58:11

Denise Figueiredo Passos