Estávamos na Del Tech, na formatura
dos meus sobrinhos, Felipe (Microcomputers & Networking) e Artur (Airframe
Maintenance Technology). Um momento muito aguardado por nós. Uma grande etapa
vencida, e agora um novo desafio é colocado à frente. O que fazer com esta
bagagem? O que fazer diante das oportunidades, que precisam ser conquistadas à
base de muita luta?
Durante a cerimônia lembrei-me de um
fato ocorrido na casa dos meus pais, no momento de despedida, próximo ao
horário de embarque para a nova terra. O marido já estava aqui nos USA,
servindo na Comissão Naval Brasileira em Washington DC, minhas filhas e eu,
ficamos um pouco mais por causa do casamento do meu irmão. Ajoelhamos na sala
da casa em Vaz Lobo e papai orou por nós. Meu precioso, amigo, pai e pastor;
impôs as mãos sobre mim e disse: “Minha primogênita, eu te abençoo com a benção
de Abraão”. Naquele momento eu não havia entendido ainda, mas aquela foi à
última vez que vi, beijei e abracei o meu querido pai. Esta benção é a minha
herança. Melhor do que se ele tivesse deixado milhões de Reais. Esta benção por
incrível que pareça, tem nos acompanhado, seguindo de perto a nossa família.
Não estou falando de dinheiro, mas de algo maior, estou falando de
prosperidade. Ser próspero é ter ausência de necessidades. É poder repartir o pouco
que tem nas mãos, com o próximo e na matemática divina quanto mais dividimos, mais
Deus multiplica. É ter o favor de Deus dia após dia.
Tudo que conquistamos foi à base de
muita oração. Quando me lembro de cada uma, lembro também como foi difícil alcança-las.
Num dos períodos, mais difíceis, o Dórea já estava bem doente, eu pegava às
sete da manhã no trabalho, e ia direto para o seguido trabalho. No percurso, ia
ouvindo meus hinos, cantando, orando e muitas vezes chorando. Só, eu e Deus.
Voltava a casa depois das sete da noite para cuidar dele, dar banho, alguns
afazeres, conversar um pouco, dormia a meia noite e ainda precisava acordar
umas duas vezes durante a madrugada para esvaziar a bolsa da sonda. Por algumas
vezes quando estava indo para o seguido trabalho, me peguei dirigindo do outro
lado da pista, de tão cansada. A casa que Deus nos prometeu um ano antes de
virmos para esta terra, serviu de provisão para os tempos difíceis.
Sobrevivemos um longo tempo, as custa do dinheiro da venda da nossa linda casa,
pois chegou o tempo que eu não mais pude trabalhar e precisei tomar conta dele.
Deus cuida dos mínimos detalhes.
Assistindo a formatura do Felipe e do
Artur, e em toda dificuldade que eles tiveram para chegar até aqui a este
momento de glória; lembro-me dos vários personagens que foram imigrantes como
nós e, Deus os fez bem-sucedidos em terra estranha. José foi governador do
Egito, Ester foi rainha da Pérsia. Rute tornou-se latifundiária e, outros cuja
história abrilhanta o rol dos valentes imigrantes, que lutam bravamente para
ter um lugar ao sol.
Um imigrante não tem os mesmos
direitos dos filhos da terra. Então, obter um simples documento torna-se algo muito
difícil, ou quase impossível! E ao verem as dificuldades, muitos desistem e vão
embora, se acovardam diante das situações.
Quantas vezes eu parei diante da
janela da minha casa, olhando a paisagem e dizia a verdade bíblica: “Do Senhor
é a Terra e a sua plenitude”. Então se tudo é Teu, Senhor, cuida de mim e dá o que
eu necessito; dizia em minha oração.
A
esperança é o combustível da fé.
O futuro está bem seguro nas mãos do
Todo-Poderoso. Vim para este país, não para enriquecer, mas pela causa do Mestre.
Para cuidar espiritualmente e emocionalmente as várias pessoas que, imigrantes
como eu, mas sem a mesma força e coragem para vencer as dificuldades. Alguns foram
abrigados em nossa casa, uma linda amiga que amo como filha, às vezes chagava e
me dizia “eu vim pra colocar a cabeça no seu colo e você me fazer um carinho,
enquanto ora por mim”, outros batiam à porta e diziam: eu vim aqui porque
precisava de um abraço, ou de um bate-papo, companhia para o shopping, outros
iam orar, outros foram visitados, outros precisavam de jejum e oração e alguns
foram libertos de possessão. Enfim, cada um com a sua dor e solidão e eu fui
aprendendo de Deus o remédio que cada um precisava. Aprendi a doar-me a cada
necessidade ouvida. Ainda tenho muito a realizar. O campo é o mundo.
Se mais pessoas se doassem por outras,
o mundo seria menos problemático. A grande maioria das pessoas necessita pelo
menos de quem as ouça, sem olhar acusativo. O maior triunfo nisto tudo é ver o
resultado do trabalho. Ver quem você ouviu, aconselhou, ajudou, doou, visitou,
curou, emprestou, orou etc, andando com as próprias pernas e sendo útil Deus e
a outros; isto é gratificante.
Já são três da manhã, estou cansada,
mas feliz por compartilhar com vocês da minha alegria em poder servir a minha
família que amo de paixão, aos meus irmãos em Cristo, aos queridos amigos e a
tantos quanto Deus colocar no meu caminho. Servir, de qualquer forma possível, é
uma benção. Pense nisto. “Lança o teu pão sobre as águas e depois de muitos
dias o acharás” Eclesiastes 11:1. As pessoas que mais ajudaram ao meu marido
quando esteve doente, foram justamente as que ele mais ajudou. E aqui vai o meu
agradecimento ao Paulo Carvalho e a Dulcinéia.

Dulcineia, nossa filha de criacão e as netas queridas.
Ladeando o Dórea, a Marli e o Carvalho.
Deus nos abencoe!
Denise F Passos
Amiga! Como é bom ler os teus textos. Que Deus continue a lhe dar sabedoria, garra, perseverança, e palavras para colocar no papel e continuares a abençoar a muitos.
ResponderExcluirBjs
Obrigada pelo carinho, Sula. Pode divulgar a vontade...Ajude a uma bolgueira ser feliz!!! kakakakkaka
Excluirsem comentários.Chorei!
ResponderExcluirObrigada pelo seu carinho, Simone!!!
ExcluirDeus te abencoe.
Pode divulgar o meu blog. Ajude a uma blogueira ser feliz...kakaakak
Love you.
Kisses.
Querida,
ResponderExcluirTodos os seus textos agregam amor e conhecimento. Continue sempre nos presenteando com seus sentimentos e carinho. bjks.