sexta-feira, 2 de março de 2012

“FRUSTRAÇÃO” DERRUBANDO GIGANTES INTERIORES


        Estamos bem adiantados em nossa lista de gigantes a combater. Quem nunca encarou um destes de frente? Eles se apresentam na vida de qualquer pessoa; a princípio de forma branda, quase imperceptível, fincam seus tentáculos sutilmente nos sentimentos e gradativamente minam a vida.


Frustração, em seu significado relacional, tem o sentido de privar (a outro) do que espera, iludir, baldar, malograr, inutilizar-se. Resulta também em reação de amargura, rancor, ansiedade. Frustração é o resultado de sonhos irrealizados que vão pouco a pouco decepcionando a pessoa, criando sensação de inutilidade progressiva. Este gigante traz consigo armadilhas sagazes, criando uma barreira dentro de nós se contrapondo aos objetivos e as bênçãos que precisamos alcançar.


A frustração é sentimento que nos acompanha desde os primeiros traumas ocorridos na infância, mas ela só arvora quando é alimentada pelos colegas gigantes que falamos anteriormente. Uma pessoa precisa aprender a lidar com as situações frustrantes desde a infância. Mães que dão tudo a seus filhos e fazem todas as suas vontades, não permitindo que conquistem coisas pelo próprio esforço, criam adolescentes rebeldes, voluntariosos e adultos infantilizados, com graves problemas de adaptação, justamente por não terem desenvolvido resistência à frustração.


Nossa meditação de hoje está baseada na história de um homem comum, que sonhou por 38 anos até alcançar seu objetivo. “João capítulo 5:1 a 9, narra a história de um homem paralítico, que jazia junto ao poço de Betesda, junto a um grande número de enfermos, esperando por um milagre. E aí um anjo descia de tempos em tempos e agitava as águas e o primeiro que entrasse na água era curado de qualquer enfermidade. Jesus surgiu no local e parou junto ao homem que durante trinta e outo anos de sua vida não fazia outra coisa a não ser ir aquele tanque. Perguntou-lhe: Queres ficar curado? A resposta foi objetiva. Eu tenho vindo aqui por longos trinta e oito anos e não tenho amigos que me lancem em primeiro lugar na água, após ser agitada. No que Jesus replicou: Vai, toma a tua cama e anda”.


[O texto supracitado faz parte de uma cosmovisão mítica dos antigos acerca de coisas não entendidas. Como eles não conseguiam compreender a maneira como a água transbordava, agitava-se no tanque – vinda por um aqueduto – criou-se uma tradição mítica em torno da situação. Pensavam os antigos a efervescência das águas era em razão da presença de um anjo que agitava as águas. Mas isso se tratava apenas de uma visão mítica de um fato natural que não conseguiam conceber como fato natural. Por isso que em algumas traduções da Bíblia o texto de João aparecem entre parênteses. A ênfase deve sempre recair no Criador e não a criatura. Não era a água, não era o lugar, não era o anjo, mas a misericórdia de Deus pelos homens e isto raramente foi enxergado, como também acontece em nossos dias]


O homem da nossa história, durante trinta e oito longos anos perseguiu a sua oportunidade. Um herói anônimo, que venceu todos os gigantes que descrevemos nas postagens anteriores. Venceu o “Eu, que lhe dava razões suficientes para desistir; a língua que reproduzia as mensagens negativas enviadas pelo eu; a negligência, que tentava roubar-lhe os motivos para estar lá, o desânimo que tirava a vontade de tentar outra e outra vez, a auto piedade que lhe dizia não ser merecedor daquela situação e principalmente a frustração, que andava ao redor mostrando a sorte do seu próximo”.


Eu imagino aquele homem, ano após ano esforçando-se para chegar ao tanque, pedindo favor a terceiros, ouvindo piadas, fazendo um esforço descomunal para não entender a má vontade de outros. Que tipo de sentimentos frustrantes invadia o seu coração, todas às vezes que outra pessoa era curada e ele precisava continuar esperando e, mais uma vez voltar se arrastando para casa?



Frustração é não ver os resultados esperados.

Este homem tinha motivos suficientes para se revoltar; ele estava esperando por quase toda a vida. O abando dos sonhos é o produto da multiplicação das frustrações. Esperamos tanto da vida e nada acontece. Nem sempre a família é do jeito que queremos, nem sempre o casamento é feliz como idealizamos, pelo contrário, é frustrante a cada dia que passa; o emprego não nos traz o retorno desejado, a casa própria e o carro novo se distanciam cada vez mais...


O acúmulo de frustrações causa inutilização da fé. Mas, aquele homem não desistia de crer e esperar por sua vez, por isso eu o chamo de herói.  


O sentimento de frustração até certo ponto é natural. Como humanos, às vezes nos frustramos passageiramente, mas levar uma vida inteira chorando pelo leite derramado aprisiona-nos onde o fato frustrante aconteceu, impedindo que sigamos adiante, que prossigamos em busca da realização dos sonhos.


A grande necessidade, aliada a uma fé que não desiste, levou Jesus àquele homem no tanque de Betesda. Jesus sabia que ele estava esperando por um longo tempo. Ele esperou mais tempo do que Abrão, José ou mesmo Davi. Esses tiveram sonhos, unção, promessa, da parte de Deus e aquele homem não tinha uma promessa em particular, ele pegou o que encontrou na geral. Esperava junto ao povo do lugar.


O tempo passa... Porque nunca chega a minha vez? Mas, de repente ele olha para o caminho, de onde vem um homem comum, andando devagar em sua direção, para e coloca-se ao lado dele. Naquele dia em especial, Jesus não foi para o lado da multidão de enfermos, mas na direção daquele homem, cuja persistência fez mover o Seu coração especialmente em favor dele. Jesus não precisa mover as águas para lhe te abençoar, ele apenas pergunta: Você quer ser abençoado? Eu vim por você. É a persistencia em fé, que agita o coracão do Mestre em nosso favor.



Frustração é decepção acumulada.

E se você acumula decepções não dando a volta por cima, perde a oportunidade quando ela chega. Não importa quanto tempo leve; caminhe em direção ao tanque todos os dias, se for preciso. Não dê ouvidos à frustração que o tempo traz consigo, pois, mesmo que você ainda não tenha alcançado o seu objetivo, a esperança nunca te despede vazio.


Eu quase posso ver aquele homem lutando contra as circunstâncias e dizendo a si mesmo, enquanto o soluço sufocava o peito e a lágrima escorria pela face, “da próxima vez, vai acontecer”!


O tempo que passou, ficou para traz. Mantenha o coração confiante e os olhos fitos no caminho de onde o Mestre vai chegar. Falta pouco. Já ouço os passos em sua direção...





Deus nos abençoe.





Denise F. Passos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

AUTOPIEDADE "Derrubando Gigantes Interiores"

Esta é a quinta semana da nossa campanha e já identificamos quatro gigantes que tentam subjugar o nosso homem interior, tornando-o completamente distorcido. O “Eu” com todos os seus ismos, a “língua” que bate em todas as direções, a insensata “negligência”, o danificador “desânimo”. Todos são inimigos cruéis que se instalados, deturpam o q ue há de humano, em nossa essência.

O quinto gigante escolhido é a autopiedade, que é um sentimento corrosivo, altamente destrutivo. Tem seu começo na pessoa que se sente injustiçada pela vida, colocando-a no lugar de vítima. Ao reclamar de tudo, lamenta pelo que não tem e não é capaz de enxergar e se alegrar com o que possui. Ela é perfeita a seus próprios olhos, vive presa ao passado e a culpas, lamenta-se o tempo inteiro e este sentimento, evolui para uma espécie de tortura mental, que torna o convívio consigo mesma e com o outro, impossível.



Todos nós temos um ser ideal, (aquele que idealizamos como modelo para nós) e o ser real (aquele que realmente somos), e o ser ideal está sempre julgando o ser real. Da severidade deste julgamento, nasce um sentimento de culpa. Culpa por não sermos tão bons quanto gostaríamos, culpa de não termos alcançado o sucesso que almejávamos, culpa por não alcançarmos as nossas expectativas, nem as expectativas na relação com o outro. Esta culpa culmina num grande sentimento de inadequação com a vida, pois a autopiedade é seguida da autopunição.


Se em primeira mão a vítima da autopiedade se acha coitadinha, mal entendida, desvalorizada... A tendência sequencial é vestir a carapuça “talvez eu mereça passar por essa situação”,gerando um estado de culpa. A culpa por sua vez vai levá-la a autopunição e, a autopunição a induz ao pensamento de que não merece ser feliz. Este pensamento conduz a depressão, que funciona como resultado de sentença da qual a própria pessoa se impõe a pena. Com essa atitude ela se coloca como vítima das circunstâncias, como se os outros conspirassem contra ela e se sente mais infeliz ainda; sentindo uma culpa cada vez maior. Então, a pessoa é enredada num círculo vicioso de autopiedade, culpa e autopunição.


Eu posso falar por experiência própria, pois no passado experimentei este terrível sentimento. Como sou uma pessoa de fácil convivência, me achava “boazinha” demais e não merecedora de atitudes de críticas e afrontas de outras pessoas. Meus pais criaram a mim e a meus irmãos para vivermos um mundo cor-de-rosa, onde o sol sempre brilha e onde as pessoas são maravilhosas. Eu era uma pessoa tão amiga, prestativa, companheira, porque recebia ingratidões? Eu não entendia nada da realidade da vida. Dei um pouco de trabalho a Deus para me libertar deste gigante. Um dia, Deus me deu um sacode e me disse: Denise, o Meu Filho é que não merecia... Então, eu acordei para a realidade, e com muita oração me livrei deste mal que me corroeu durante muito tempo. E que por vezes intenta voltar, mas eu luto contra ele, para que não se instale; nunca mais... A casa foi limpa e adornada... Glória a Deus! Não há nada melhor do que a sensação de ser livre. “...esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Filipenses 3:13,14

O homem tem cada vez mais conhecimento e controle do mundo ao seu redor e cada vez mais se afasta do seu mundo interior. Vivemos mais a exterioridade do que a interioridade, pois a nossa teologia está pontuada no comportamental, no estereótipo. Damos pouca importância aos valores que nos conduzem e nos mantêm no Reino de Deus. A Bíblia aconselha que precisamos nos analisar periodicamente, a fim de nos conhecer e saber o que está acontecendo em nosso interior. O culto agradável a Deus é o racional, e como podemos oferecê-lo sem conhecimento próprio? Cada pessoa é um universo e partindo deste princípio há muito que ser analisado.


A narrativa de l Reis 19:8 em diante, nos mostra claramente o sentimento que o profeta Elias adotou para si. No capítulo anterior relata a sobrenatural atuação de Deus em resposta a oração do profeta, mandando fogo do céu e consumindo todo o holocausto preparado no altar. E por causa da morte dos profetas de Baal, em retaliação, Jezabel mandou matar a Elias, que fugiu, andando por muitos dias a caminho do Horebe, chamado o monte de Deus. Chegando ali, se abrigou em uma caverna, onde passou a noite, sentindo-se seguro; totalmente abrigado. Deprimido por causa da situação, começou a despejar em Deus toda a sua autopiedade. “Eu fiz tudo direitinho, da forma que o Senhor mandou; é assim que Tu me pagas? A minha cabeça está a premio e agora eu preciso viver fugindo e escondido. Todos aqueles que foram fiéis a Ti estão mortos, só eu fiquei. Acaba comigo também...”

O pecado da autopiedade nos faz rastejar nas emoções e a princípio nos escondemos numa espécie de caverna, que fabricamos, ao juntar as pedras que nos são atiradas ao longo da vida. Depois de algum tempo a caverna é que habita em nós e a escuridão da alma passa a ser tremenda. Neste ponto, as pessoas já estão totalmente dominadas por esse gigante que tira pedaços, fazendo grandes buracos na alma, quando na verdade deveríamos pertencer integralmente a Deus.


A autopiedade é a tortura mental, desprovida de amor, que consome a mente, noite e dia. O amor que dá vida, amor que impulsiona; amor que nos faz férteis. A nós foi dado o livre-arbítrio, o direito de escolha, e podemos olhar pelo seguinte prisma. Eu controlo os meus pensamentos, isto é certo; sou dona deles até o ponto que não me permito aprisionar. Se eu sou capaz de controlar os pensamentos e, já que os sentimentos são gerados pelos pensamentos, eu também consigo controlar os sentimentos negativos, não permitindo a sua instalação. Porque, depois que eles se instalam, pra mandar embora só com muito esforço, terapia e oração. Não posso impedir um pássaro de pousar na minha cabeça, mas eu posso impedir que ele faca o seu ninho.


José esteve dentro de um poço, onde foi colocado por seus irmãos para morrer. Ele trazia uma grande carga por causa dos problemas familiares e ficou tão decepcionado que mesmo após ter saído do poço e vendido como escravo para um mercador que o levou para o Egito, o poço não saiu de dentro dele. Ele o carregou durante muitos anos até que finalmente o seu cativeiro foi mudado e viu cumpridos, os sonhos de Deus para a sua vida. Mas, isso levou muitos anos, porque ele permitiu a instalação de determinados sentimentos em sua alma ferida. “Deus me fez crescer, na terra da minha aflição”, disse José ao dar a seu filho Efraim. Depende de nós, ir adiante ou ser embarreirados pelos gigantes. Augusto Cury, no seu livro “Você é insubstituível” diz que “Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais.” José sonhou, mas precisou livrar-se dos seus fantasmas para ver os realizados e ser completo outra vez.

Lute contra as prisões, mas sobre tudo, as arranque de você. Mantenha subjugado o gigante da autopiedade, que tenta a todo instante manter controle sobre a sua vida.

Deus nos abençoe.

Denise F Passos

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Desânimo “Derrubando Gigantes Interiores”

Esta é a quarta semana de estudos e orações que estamos realizando na igreja Shalom Pantecostal em Delaware. Com o tema “Derrubando Gigantes Interiores” estamos identificando um a um, os algozes que se levantam para embargar a nossa vida. Já descobrimos que o “eu”, a “língua” e a “negligência”, precisam ser mantidos sob controle para não nos afetar. Esta semana falaremos sobre o inimigo denominado “desânimo”. Basta uma pitadinha de tristeza cuidada com todo o carinho para que ele comece a existir. Estar desanimado é se encontrar com o estoque de sentimentos motivadores, vazio e assim não poder administrar o interior quando a confusão de sentimentos se instalada.

Quando criança, eu ganhei uma bicicleta dos meus pais de presente de natal, mas como não sabia andar precisava das rodinhas adicionais para ajudar no equilíbrio. Azul e branca, com duas faixas vermelhas, pneus largos, com boa estabilidade, mas eu ainda não sabia como andar. Minha amiga Luzia, mais velha que eu já sabia, embora sua mãe não tivesse condições de compra um presente daqueles para ela. Ao entardecer eu a convidava para brincarmos em frente à casa  e por um bom período dávamos  muitas voltas, uma de cada vez. Observei que quando ela pedalava fortemente a lanterna iluminava e quando eu, que ainda não sabia exercer a forca necessária para manter o ritmo, nada acontecia. Às vezes uma fraca claridade aparecia. Poucos dias depois, pedi a meu pai para retirar as rodinhas e então pude andar na mesma velocidade que Luiza, acendendo todas as lanternas da bicicleta.

Desânimo segundo ao dicionário é desalentar, descoroçoar, desanimar, esmorecer, perder coragem e o estímulo. Quando ocorre por um pouco de tempo é normal, faz parte da nossa humanidade, mas quando se instala como estilo de vida, é um perigo. Um estado de letargia vai tomando conta sem que se perceba. Isto ocorre principalmente quando a pessoa tem uma profunda tristeza na alma, que corrói toda base onde a vida é fixada. Quando o desânimo cresce assustadoramente passa do natural, então nos inutiliza, causando um sério estado de letargia. É como se a pessoa tivesse uma grande bola de ferro, presa a sua perna com uma grossa corrente, que a arrasta cada vez mais para dentro dos seus males.

A falta de perspectiva de vida vem assolando um grande número de pessoas, que olham nas quatro direções e não sabem para onde seguir. Um exagerado desânimo, uma tristeza profunda que causa dor na alma, uma irritabilidade sem causa aparente, melancolia constante, coisas que atrapalham as atividades físicas e sociais e a pessoa não sabe como reagir contra. Em casos graves, até para descansar a pessoa é desanimada. Se não houver reação contra este tipo de coisa, a armadilha da distimia, uma doença de ordem psicológica; um determinado tipo de depressão, que se apega com prazo indeterminado para retirada, se instala.

A Bíblia nos dá sábios conselhos, entre eles que devemos pedir a Deus que aumente a nossa fé. Por quê? Em primeiro lugar, porque sem fé e impossível a gradar a Deus e é ela que produz a esperança, não permitindo que o desânimo e seus aliados se instalem em nossa mente. Para que houvesse luz na lanterna da bicicleta eu tive que aprender a pedalar forte para que o dínamo gerasse energia, pois a bicicleta não tinha luz própria, precisava gerar luz através do movimento. Da mesma forma, o esforço que fazemos através da fé, para reagir contra todo tipo de mal e se manter inteiro como é propósito de Deus para a vida do Homem, é que gera a luz. A luz que é vista por outros. A luz que faz a diferença, conduz outros a deixar a escuridão.

Todas as vezes que cremos contras as circunstâncias que se apresentam no cotidiano e às vezes se arrastam por um longo tempo, parecendo que vão nos enlouquecer de tristeza, fazemos com que a fé gere força, afastando o desânimo, “sugador de energia”. É a nossa atitude que vai determinar a derrota ou a vitória.
 “Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós outros...e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração”. Tiago 4:8
Para iluminarmos este mundo caótico em escuridão precisamos nos achegar a Deus. Apenas a luz que a fé produz em nós, trará esperança e solução ao caos instalado. Aos que tem ânimo dobre que, hoje é interpretado como um tipo de bipolaridade, precisam usar de bastante esforço, para limpar o coração. É necessário persistência para curar-se deste mal. A neurociência dobra-se a fé, reconhecendo que tem coisas que só ela pode realizar no ser humano.

Como vimos, este gigante que surge de repente pode transformar-se num grande e poderoso inimigo. Começando com uma simples tristeza mal administrada ou uma pequena frustração não resolvida, aliadas a outros fatores, gera desânimo; este inocente sentimento pode crescer de forma sorrateira e tornar-se como um câncer que corrói a beleza da vida. Lutar contra ele é necessário. Mantê-lo subjugado se não puder destruí-lo, é preciso. Não entregue os pontos sem antes lutar bravamente. Não desista, você nasceu para vencer.
Deus nos abençoe.


Denise F passos

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

NEGLIGÊNCIA - Derrubando Gigantes Interiores

Na série de estudos e orações que estamos realizando na igreja Shalom em Delaware, identificamos os dois primeiros gigantes a serem dominados, a fim de que tenhamos uma vida mais integral. O “eu e a língua”, foram apontados como cabeças da listagem. O terceiro gigante, não menos nocivo que outros, atrapalha bastante a vida pessoal e em sociedade. A “negligência” é uma grande inimiga que atravanca a vida, dificultando o avanço em muitas áreas.  

Quando ouvimos este termo, não temos noção de como é abrangente, requerendo muito cuidado para não nos enredar na esparrela da falta de compromisso. Uma pessoa começa negligenciando pequenas coisas e, se desde criança não for ensinada a cumprir certas responsabilidades, o caos se instala, então quando a pessoa se acha num mundo, onde a confiança dos cidadãos é destruída dia a dia, sem alternativa ético-política-religiosa, que dê soluções plausíveis ao caos social, encerra-se numa prisão, de onde não consegue sair. Porque o termo prisão? Porque o negligente com o passar do tempo, cria um determinado conforto na situação, acomodando-se ao estigma de “incapaz”.

 Como é de costume, pesquisei o tema no google, porém das tantas páginas que recorri apenas dois ou três tópicos abordavam o assunto de forma geral e a grande maioria em outras áreas, do tipo: negligência médica, jurídica, paterna etc. Parece que o tema em foco é quase nada trabalhado na elaboração do indivíduo, em sua estrutura. E o que ocorre é que a negligência é vigente, atualíssima, participativa na conduta humana, em todas as áreas cabíveis.

O dicionário nos dá uma vasta lista de significados: desleixo, falta de diligência, preguiça, ausência de reflexão necessária. Suas características principais são a inação, indolência, inércia e passividade. A negligência “insensatez” faz parte da cultura do vazio que avassala a nossa sociedade. O vazio mental é uma grave alteração estrutural da mente, que mesmo sendo tão vasta não consegue conter conteúdos devido à afetação.

 “Havendo vontade, abre-se o caminho”. Bowes

É comum, que as pessoas tenham o seu lado autônomo, independente de terceiros, donos de si e de sua história, livres para pensar e decidir, por outro lado, elas se encontram totalmente vulneráveis, com dificuldades de cultivar e manter relacionamentos e compromissos pela grande dificuldade de se auto identificar. O negligente vive em torno de si mesmo, vivendo a mercê das ondas, entregando-se as paixões vazias, onde a extrema fragilidade as deixa vulneráveis. O negligente está tão perdido dentro de si, que prioriza as grandes futilidades. Os meios de comunicação inadvertidamente contribuem para este estado de coisa, com programações chulas; humor barato, nada inteligente, ofertas de consumo exacerbado, notícias alarmantes e nada educativas.

Tudo o que é bom, tudo que enobrece a beleza da vida, a boa música, o enriquecimento interior, estão sendo relegados pela cultura do vazio, pois na atual conjuntura, promover a ociosidade está em voga. A realidade atual insiste em que, gastar tempo com o que bom e reto, é perder tempo.

Em estudo realizado na relação pais-filhos verificou-se após analise de todas as queixas que a maior parte dos distúrbios de conduta foram gerados pela negligência educacional. O produto final na criação moderna está evidenciando por uma geração de negligentes.

Apenas uma pincelada no que diz a psicanálise acerca do assunto, para entendermos que a negligencia pode evoluir em patologia, que é um transtorno de personalidade, que se não for cuidada em tempo cria um grande desvio. Isto porque o alardeado progresso provoca sentimento de impotência,  porque o homem não busca tempo para aquilo que o refaz em seu homem interior. Ao contrário apegam-se ao que é fútil, ao sexo exacerbado e a diversão ilusória, tentando arrastar o céu para o chão a fim de que fique no mesmo nível, na luta inglória contra a depressão.

Vamos focar o que a Bíblia diz a respeito. Ela trata a negligência como o pecado de “insensatez”. O texto bíblico diz: “Maldito o que faz com negligência o trabalho do Senhor...”. Jeremias 48:10a

A chamada de atenção da parte de Deus é pelo fato de que, mesmo inconscientemente, a negligência é uma desistência pelo todo da vida.  É um desapaixonar-se, não se dando conta das coisas mais importantes e relevantes da vida. É um não querer por causa da pouca forca para querer. É mais do que apenas o fato de deixar de fazer alguma coisa que lhe compete, é não sentir nenhum motivo para fazer. Os filhos do profeta Eli negligenciaram o serviço da casa de Deus. Eles banalizaram o sagrado, agindo com leviandade e grande insensatez. Deus os rejeitou e Samuel herdou o direito deles na sucessão.

Portanto, tudo que fazemos para Deus deve ser por amor a Ele. Se não temos motivação alguma para realizar o melhor, o que está acontecendo de errado? Quando decidimos viver para Deus de modo que ele faca parte do nosso cotidiano, a negligência por ser um abandono de si mesmo não mais nos cabe dentro dela. Nossa humanidade nos deixa em baixa vez por outra, isso é normal, mas não é normal o estado de letargia que e negligência provoca.

Apenas a presença de Deus pode banir de uma vez por todas tudo que nos deprime, pois como afirma a Escritura, em Sua presença até a tristeza salta de prazer. Servimos a um Deus que quer ser presente e atuante e ter liberdade em nosso ser. Mas, coisas como o vazio mental impedem a atuação do Espírito de Deus em nós. Impedem a nossa adoração. Impedem o relacionamento. Mas precisamos lutar para conseguir vencer este tipo de coisa. Nada vem de graça, precisamos conquistar.

Já passei por momentos na minha vida que eu precisei me confrontar para poder sair das prisões em que me meti. Lembro-me de um dia em que estava tão deprimida, então peguei uma cadeira coloquei no meu quarto, deitei na minha cama e comecei a desabafar com Deus. Falei tudo que me veio à mente, abri o verbo, falei com sinceridade tudo que estava ocorrendo comigo e que necessitava de mudança, de forca, coragem. Eu não o vi, mas sei que ele estava lá, pois levantei outra pessoa. Naquele dia Deus fez o carinho necessário que a minha alma necessitava. Eu não aceito estacionar em determinadas situações ruins da vida, já que tenho um Deus grandioso para me ajudar.

O gigante da negligência precisa ser controlado ou mesmo banido de nós e assim estarmos livres para um verdadeiro compromisso com Deus.

Grande abraço.

Denise F Passos


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Filha do mal

Este é o título do filme que em ingles entitula-se "The devil inside", que aborda o exorcismo de Maria, mãe da jovem Isabelle e que está presa num hospital para doentes mentais, pelo fato de ter matado três pessoas violentamente durante uma sessão de exorcismo. Por 20 anos ela esteve presa, e então sua filha decidiu investigar para saber o que de fato ocorreu. Ela precisa ter a certeza se sua mãe é uma psicótica ou sofre de influência demoníaca.

O filme foi uma produção independente, e ganhou público apostando no Maketing. A estreia ocorreu no recinto de uma igreja católica e atores trajados de padres se misturaram aos presentes para ver se ocorria alguma possessão durante a projeção; entrevistaram pessoas da plateia que assumiram ter adorado a maneira como ficaram perturbadas ao assistirem.

Enquanto a cinematografia insiste no tema e leva o público a acreditar que a possessão demoníaca é uma realidade, há homens de Deus fazendo justamente o contrario. Afirmando que os problemas psicológicos e psicóticos são a causa da loucura e da ausente personalidade humana. Enquanto os de fora insistem para crermos os de dentro (por causa dos abusos na questão espiritual) insistem para desmitificarmos e o povo em total confusão de informações não sabe para onde correr.

Concordo que há uma grande inversão de enfoco, mas não podemos obscurecer um inimigo real. Nosso foco central é Cristo e já vencemos a morte em o inferno por estarmos nele. Mas, e os que não estão, e não podem vir a Cristo por causa do poder maligno que opera em sua vida? Vamos colocar uma venda para o assunto e achar que essas pessoas não vêm porque não querem? Não. O fato é porque estão presas e, uma das prisões é, a demoníaca.
Maria Madalena quando foi recebida por Jesus estava possuída por sete demônios que habitavam em seu corpo, que a impeliam a prostituir-se. Para que ela se tornasse uma discípula, foi necessário expulsar os demônios para que ela pudesse estar completamente LIVRE, e assim poder segui-lo e aprender dele. Muitos andam presos e nem tem consciência disto, pior ainda, muitos dos líderes atuais também não sabem.

No filme Filha do mal, Isabela procurou ajuda de dois padres do Vaticano, experientes em exorcismo, que convencionaram um método científico-religioso, com ajuda de computadores para identificar os quatro poderosos demônios que possuíam sua pobre mãe. Será que a autoridade da qual fomos investidos está tão precária, que precisamos inventar métodos não convencionais para esta avaliação? O Espírito de Deus ainda fala conosco, para nos fazer saber o que é oculto aos olhos em nossa dimensão? Vejamos o que Jesus enfatizou. Quando enviou os seus discípulos de dois a dois e eles voltaram esfuziantes porque os demônios lhes eram sujeitos, Jesus não negou que as possessões existiam. Ele não disse a seus discípulos que, o que eles viram foi um transe psicótico. Ele insistiu que, ter os demônios sujeitos não era o mais importantes, por que isso era natural de acontecer, por causa da autoridade do nome pelo qual foram enviados. Pelo poder do Nome que é sobre todo o nome foi que tudo aconteceu e eles estavam sendo ensinados a conhecer. A alegria maior deveria ficar por conta dos seus próprios nomes estarem escritos no livro da vida, significando que venceram o mal em sua vida, isto é, o mal não mais os dominava e por isso tiveram real vitória.

O fato é que hoje o teatro eclesiástico ganhou plateia e as pessoas gostam de assistir aos exorcismos públicos como se isso fosse de suma importância. Pensando que estão apenas fazendo marketing do poder de Deus, enganosamente, tornam-se marionetes do inferno.

Conheço um grande pregador, que em determinado dia, foi pregar em uma igreja e assim que começou a falar, uma pessoa levantou-se da plateia com grande fúria para ataca-lo; ele apenas estendeu a mão e ordenou ao espírito que a estava possuindo, que parasse. Os passos estancaram e a pessoa ficou imobilizada durante todo o restante da preleção. Após o término, a pessoa foi liberta em nome de Jesus, para a Glória do Todo-Poderoso, sem alarde, sem show. A autoridade que nos foi investida por Jesus é para ser utilizada, sobretudo para libertação dos cativos e não para a glória de homens ensimesmados, que se denominam os bambambãs  da história, como detentores de um poder que não lhes pertence. Jesus deixou bem claro quando estava sendo interrogado por Pilatos antes da sua crucificação “Você tem apenas a autoridade que vem do meu Pai”. Tudo que somos e que temos provêm do Pai das luzes, portanto a Ele, a Glória a Honra e o Louvor.

Coloco em questionamento a autoridade que estamos buscando hoje, como igreja de Deus na terra. Dói a minha alma quando vejo pessoas opressas buscando alívio em medicamentos, buscando vida em fontes de morte. Para vivermos o novo tempo, precisamos ser revestidos de autoridade e poder concedidos por Deus à sua igreja para sermos fiéis testemunhas como salientou Jesus, na Grande comissão que deu a seus discípulos. Os cativos precisam de libertação, os doentes precisam de cura, os tristes precisam de óleo de alegria, os defuntos espirituais precisam do Espírito Vivificante. E nós que enxergamos esta deficiência o que estamos fazendo?

Deus tenha misericórdia de nós.

Denise F Passos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

“A língua”...DERRUBANDO GIGANTES INTRERIORES


 Na semana passada começamos uma série de estudos e orações, com o objetivo de identificar alguns pontos a trabalhar em nós mesmos. Com o título “Derrubando gigantes interiores”, estes estudos visam apenas alertar para a necessidade que cada um tem consigo mesmo em se conhecer e avaliar. Vale a pena adquirir o saudável hábito que nos aconselha o apóstolo Paulo “examine-se o homem a si mesmo...”. A contemplação é um hábito pouco praticado pelos ocidentais, e isto não facilita este exame tão necessário. Antes, porém, nos achamos aptos a avaliar a vida do próximo, o que é um erro grotesco.

A natureza humana é composta por muitos fatores que trazem influencia negativa ou positiva, dependendo da estrutura de formação. O “Eu” somado a todos os ISMOS foi identificado como o primeiro gigante a ser dominado, pois na verdade, nós podemos ser o nosso melhor amigo ou o nosso pior inimigo. Depende muito do bem que queremos ao homem interior que possuímos.


Partindo do princípio de que, a boca fala do que o coração está cheio, chegamos a conclusão do segundo gigante que devemos controlar. A “língua” é muito íntima do “eu”, por isso o “eu essência” deve ser trabalhado e, se a outra face do “eu” já estiver em domínio fica mais fácil controlar os parceiros. Esta parceria acentua-se quando alimentamos o ego com os nossos achismos, quando não paramos a fim de avaliar situações e assim ter a misericórdia necessária com o próximo.


Este é um assunto tão sério que a Bíblia afirma o seguinte: “A vida e a morte estão no poder da língua; aquele que a ama, comerá do seu fruto”. Provérbios 18:21


A língua é um órgão muscular, responsável pelo paladar. Uma série de ossos, glândulas e outros músculos trabalham para o seu bom desempenho. Este é o único músculo voluntário que não se fadiga, isto é, não se cansa quando se esforça. A língua que faz identificar os diferentes sabores, também ajuda a jogar a comida de um lado para outro, mantendo-a no devido lugar durante a mastigação. Seria impossível ao ser humano poder falar, sem a ajuda da língua. Também é de sua responsabilidade trabalhar os diferentes fonemas da fala, tal a sua mobilidade.


Quem já ouviu a frase: “tenho uma bomba pra te contar”? Acho que todos nós já ouvimos de uma forma ou de outra. O termo deriva da bomba de fissão nuclear. Quando um núcleo é bombardeado ocorre uma fissão. O núcleo se divide em dois e estes dois atingem a outros que também são divididos, ocorrendo uma multiplicação em cadeia até chegar a um ponto de pressão tão grande, que explode. Da mesma forma são as “inocentes bombas”, não menos atômicas do que as consideradas reais, que são disparadas através da língua e explodem com a moral da vítima.


Vida e morte são dois extremos antagônicos. Não há como ter vida e morte, caminho de vida e caminho de morte ao mesmo tempo. Mas, podemos e devemos escolher. A Bíblia não á drástica neste versículo, apenas revela o que há por traz de tudo que proferimos. Tudo que deixamos nascer com a exteriorização do pensamento através da fala. Enquanto um pensamento não for verbalizado é mantido sob controle e, inofensivo à vida de outros, porém quando pronunciado ocorre um efeito que pode ser benéfico ou catastrófico, dependendo do que se fala.


Eu tive uma criação bastante rígida, e agradeço a educação que tive dos meus pais. Eu e meus irmãos nunca ouvimos nossos pais fazerem comentários maliciosos ou jocosos em questão da moral de outras pessoas. Os assuntos ministeriais eram tratados de forma privada e a particularidade dos membros era preservada. Lembro-me de sempre ouvir a frase “não vi e não sei, cabem em todo lugar”, em nosso período de formação; mas hoje, é comum as famílias sentarem em torno da mesa para falar mal de todos os conhecidos e até muitos que consideram amigos. Os próprios pais ensinam a seus filhos a não ser confiáveis.


A coisa é que, isto vai crescendo dentro da pessoa de tal forma que ela se acostuma a falar o que não deve sem se dar conta, como se estivesse chupando uma simples bala. Em algumas isto se acentua tanto que se transforma em cinismo tornando-as malignas na deformidade do caráter. Infelizmente de um jeito praticamente irreversível, visto que são aprisionadas pelos defeitos que se tornam estilo de vida e infelizmente carregam o estigma de fofoqueiros, caluniadores, intriguistas, mexeriqueiro, bisbilhoteiros. Nada agradável ter alguém assim por perto. O máximo que estas pessoas podem chegar perto da vida de outra é no nível da trivialidade.


O caluniador é o mentor e o fofoqueiro o seu criado, fazendo o sujo serviço de entrega. Os dois trabalham em conjunto no departamento de demolição da vida alheia. Quebram sem dó nem piedade o que levou anos para ser construído; a moral do próximo. Uma das coisas que aprendi é que nunca se fala da moral alheia. Afinal, todos temos uma parte do telhado feito de vidro.


Tiago descreve com bastante clareza o assunto em sua epístola, no capítulo 3, versículos de 3 ao 6, onde pondera que colocamos freios na boca dos animais para os dominar e, os navios que impelidos por fortes vento, são dirigidos por um pequeno leme, e que basta uma fagulha para incendiar todo um bosque. Da mesma forma a língua é um pequeno órgão do corpo, que age como o fogo, que sendo inflamada pelo inferno, incendeia todo o curso da nossa vida. De forma que, alguém que se orgulha em ser religioso, mas não controla a sua língua, a sua religião para nada presta. ISTO É MAIS SÉRIO DO QUE IMAGINAMOS.


 Suelen, minha filha mais velha, foi bastante peralta. Um dia subiu na janela da nossa sala de estar e enquanto conversava com as amigas que estavam do lado de fora, resolveu pular. Ao cair no chão com a força do deslocamento do corpo, a língua que ficou entre os dentes foi mordida e sangrou muito. Lá fomos nós para o hospital costurar a língua da Suelen. Como o tecido da língua é poroso e escorregadio, os pontos não seguravam e ela precisou costurar a língua por três vezes, em dois dias.


Este órgão, que foi criado com tanto esmero para o prazer do ser humano, deveria ser melhor utilizado; para falar o que é certo no momento certo, para falar de amor e abençoar a vida de outra pessoa, para degustar a diversidade de  tudo que foi criado a fim de nos alimentar, para proteger o organismo não permitindo que nada estragado seja ingerido, para beijar deliciosamente. O que deveria ser bênção na vida da pessoa ela mesma é capaz de transformar em desgraça. Tem muita gente que precisa dar uma boa mordida na língua para evitar que ela fale o que não deve, a fim de deixa-la costurada dentro da boca por mais tempo.


O assunto parece sem importância, mas é bastante sério. Este pequeno órgão, criado para o prazer do homem, pode ser destorcido em prazer de destruir. Este enorme gigante precisa ser controlado, antes que destrua o que temos de melhor, a integridade.


Para finalizar volto às palavras de Tiago, 3:2, “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para refrear todo o corpo”.  Como expliquei no texto da semana passada, esta perfeição é no sentido de inteireza de coração. Se alguém prejudica a seu próximo, mesmo com palavras que parecem tão simples, não pode estar inteiro com Deus.

Deus nos abençoe.


Denise F Passos



sábado, 28 de janeiro de 2012

O " EU" Derrubando gigantes interiores


No dia 20, sexta-feira da semana passada, começamos uma campanha na igreja Pentecostal Shalom, em Lewes, Delaware, cujo tema é “Derrubando gigantes interiores”. Durante sete semanas estaremos estudando e orando, para que consigamos, primeiramente, identificar quais são estes gigantes e o que é necessário fazer para mantê-los subjugados, mesmo que não consigamos destruí-los.

 
Baseado em Jeremias 2:12,13, esta série de estudos trará um esclarecimento a respeito dos pontos que deveremos cuidar na guerra interior que cada ser humano sofre; entre eles, por exemplo, o “ter ou ser”, “verdadeiro ou falso”, “profano ou sagrado”, coisas que têm a ver com a estrutura do ser humano.

 
Devemos saber diferenciar aquilo que é normal, como ser humano que somos, e o que faz separação entre nós e Deus. Há coisas que se mexermos com nossas próprias mãos, pioram; por isso precisamos da ajuda de Deus que nos criou e nos conhece melhor do que somos capazes de nos conhecer. Ele sabe dar suporte e desmanchar onde se faz necessário sem fazer ruir o edifício.

O “eu” foi colocado como o primeiro gigante que precisamos dominar. Não o “EU” pessoa, isto é a essência, mas o “eu” somado com os “ismos” da vida, como: ego-ísmo, ego-centrismo, ego-tismo. Estas combinações se não forem observadas e controladas desembocam no culto do “eu”, um tipo de “eu-vangelho”. E toda pessoa que cultua a si mesma não pode em hipótese alguma adorar a Deus.


Uma pessoa não pode servir a dois senhores. Ou mantêm o “eu” (combinado com os ismos) subjugado, vivendo vida altruísta, de amor a Deus e a si mesma, como também a seu próximo em perfeito equilíbrio ou coloca-se num altar onde tudo e todos giram em torno dela.




O que nossos pais deveriam ter nos ensinado a controlar desde a infância no período de educação e que para muita gente passou batido, na idade adulta torna-se um gigante que luta para aflorar e destruir valores morais tornando a pessoa doente espiritual e socialmente.

Identificamos no “eu+ismos”, este gigante, como o maior valente interior. Jesus disse: “E se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; e se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir. E se Satanás se levantar contra si mesmo, e for dividido, não pode subsistir, antes tem fim. Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e então roubará a sua casa” (Marcos 3: 24-27).



Sugestão: “Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito (completo, inteiro, integral)” – Gênesis 17:1. A proposta de Deus para o homem é de que ele seja inteiro. Inteiro em seu relacionamento de amor com Ele. Deus sabe que não podemos ser perfeitos em nós mesmos, por isso, não espera de nossa a perfeicão e sim a integralidade.

 
A pessoa que é dominada pelo “eu+ismos”, deixando-se levar pelo egoísmo, egocentrismo e egotismo, está fadada a destruir-se, pois estes causam uma luta com o “eu-essência”, portanto é uma divisão.




O nosso eu-essência precisa estar livre do “eu+ismos” que é domínio dos gigantes interiores. Se conseguirmos dominar este valente, fica bem mais fácil conquistar a casa inteira outra vez e resgatar tudo que outrora foi dominado pelos invasores.

Pessoas andam divididas e nem se dão conta. Acham que são livres para fazer da vida o que bem querem, porém estão mais presas do que imaginam. Todo desequilíbrio transforma-se em prisão. A liberdade que tanto pregamos em Cristo, através da Sua maravilhosa Graça, advém da unidade com Deus, consigo mesmo e com o próximo.




Denise Figueiredo Passos

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Jesus, modelo através dos séculos.


Acabei de ler a seguinte matéria na, Gospel Primer “Cantora famosa diz que autores da Bíblia estavam bêbados e chapados”, e não podia deixar de protestar como demonstração de repúdio ao ato da cantora, Dorota Rabczewska, que usa o nome artístico de Doda, que talvez não beba taça alguma de vinho e nunca tenha fumado um baseado na vida, mas incrivelmente adora estirar o dedo médio para as pessoas em alguns dos seus vídeos.

Doda em sua entrevista disse ser difícil acreditar em alguém que escreveu depois de ter bebido e fumado maconha, pelo que foi processada, sendo condenada a pagar a multa de míseros 1.450 dólares, por ter ofendido a fé de milhões de pessoas de alguns seguimentos religiosos. A doce mocinha também afirma que, mais pessoas acreditam em dinossauros do que na Bíblia. “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. O ex-noivo de Doda, Adam Darski, nem percebeu que o seu nome foi dado em homenagem ao primeiro homem criado por Deus, Adão, descrito no livro do Gênesis e em pleno show, rasgou um exemplar da Bíblia, em 2007. Porque ninguém contou para o coitado que o nome dele estava lá, assim evitaria que ele negasse o próprio nome?

Coisas como essa, acontecem dia após dia e muitos acham comum a expressão de ideias que agridem a outros como simples marketing. Porém essa insensatez é de se esperar. O mundo do Rock ao longo de sua história abriu uma vertente para o ocultismo camuflado e também aberto em determinados grupos, com letras que mostram total oposição ao que tantos consideram objeto do sagrado. Esperar impiedade do ímpio é óbvio, choca, mas ele dá apenas o que tem, pior faz os que deveriam ser santos e guardadores a Palavra, e não o fazem.

O que dizer das aulas de mestrado em teologia quando alguns “mestres” para chocar seus alunos e ver a reação deles jogam o exemplar da Bíblia na lata do lixo? Conseguem ver semelhança ou diferença?

Porque considerar culpada a pobre infeliz que não discerne da mão direita da esquerda, se Jonas faz pior?

Precisamos com urgência rever nossa crença sem nos deixar levar por ventos que surgem não se sabe de onde e nem tampouco para onde caminha. Não se pode desmistificar a fé do povo simplesmente apagando-a, faz-se necessário redireciona-la, plantado uma fé viva, genuína, no Filho de Deus e em Sua Palavra, que é viva e eficaz. Palavra que não caduca com o passar do tempo.

O que esperar do povo que anda errante, sem saber a quem seguir; se homens que foram chamados por Deus, e por isso mesmo receberam a “luz da revelação”, se deixam levar por ensinamentos de ímpios? Se eles alimentam as crendices do povo que põe a fé em coisas criadas e não no Criador. Se pensando que usaram o pano certo para fazerem o bom remendo, o fizeram com pano de chão, daqueles bem surrados? O povo de Deus que sempre foi respeitado, sendo considerado como um povo forte e não vendável está passando por dias difíceis nos vários grupos, sofrendo uma espécie de guerra civil devastadora.

Jesus no seu tempo arrastou multidões de modo simples, falando a verdade, sem alisar a cabeça de ninguém, repreendia com amor, defendia com unhas e dentes a casa onde seu Pai era adorado, respeitava a Palavra, pois ele próprio era o cumprimento dela, realizava milagres, orava, jejuava, cuidava do próximo, trazia vida e esperança aos mortos, física e espiritualmente; tudo para a glória de Deus. Pensando sobre tudo isto, com seriedade me responda, temos seguido os seus passos? Que evangelho nós seguimos hoje?

Ontem, estava escrevendo um texto e li em Marcos 3:9-12, “E, ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que o não oprimisse, Porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem. E os espíritos imundos vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus. E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem”. O texto deixa claro que Jesus não queria propaganda de si mesmo em out door, antes preferia que o povo cresse nele voluntariamente e assim decidisse segui-lo por amor, por fé, por entender que Ele esperança viva, o Ungido de Deus habitava entre os homens.

Só falta o cúmulo do absurdo, que hoje os demônios precisem usar a boca dos seus opressos para que os homens que se dizem de Deus tenham a revelação. O que se faz necessário para acordar das apelações que tem sido feitas?

Desperta tu que dormes e levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá”. Efésios 5:14

Há muita gente boa que tem compromisso verdadeiro com Deus, que está se descabelando para consertar a situação atual nas aberrações instituídas em Sua casa, e como método; adotam o outro extremo, negando veladamente as práticas ensinadas pelo próprio Jesus, como mencionamos acima. Instruir com verdade para construção de uma fé sólida é o objetivo, o crescimento o Espírito Santo que convence o homem, faz a seu tempo. Ele espera pacientemente por todos nós. Cada um tem o seu tempo de amadurecimento.

A casa de forma alguma pode estar dividida. Precisamos restaurá-la. Cada um torne-se responsável pela necessidade que vê. Se a casa ruir, o prejuízo é grande e não podemos nos iludir; de Deus, ninguém zomba, nem os de dentro, nem os de fora.

Deus tenha misericórdia de nós.

Denise Figueiredo Passos




sábado, 21 de janeiro de 2012

MISSÃO IMPOSSÍVEL...Em busca de um herói

Na última semana do ano passado eu e minha irmã Cátia, fomos saborear uma deliciosa pipoca, enquanto assistimos ao filme Missão Impossível, em lançamento tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Eu venho assistindo a série desde o tempo dos seriados para TV em preto e branco, que mais tarde foram produzidos em longa metragem. 
Nos filmes atuais, as missões continuam mais impossíveis, os algozes mais cruéis e os mocinhos mais hábeis. O filme que serve não apenas para desopilar o fí gado, mostra uma intensa ação do início ao fim, conduzindo o expectador com muita imaginação a um mundo virtual onde todas as conquistas são possíveis. Como em todo filme de ação, por instantes somos tentados a tomar o lugar do protagonista e nos achar fortes, lutando com braveza, sendo inabaláveis. Porém, quando voltamos à realidade e o mundo real desmorona sobre nós, nos tornamos medrosos como um gato que corre para baixo da cama, totalmente aterrorizado diante do perigo.


Nada parecidos com o mocinho que escala paredes como se fosse o Homem Aranha e pula barreiras como o gato de sete botas e, que talvez nos próximos lançamentos voe como o super-homem. Tudo é possível na missão impossível. Os machucados não doem, o desejo de vencer aos desafios é que impulsiona o herói que se conforma em viver aparentemente feliz, longe do amor da sua vida, pois tem uma grande missão a cumprir. Tudo acontece por uma boa causa, para proteger o mundo dos homens maus que querem destruí-lo.

Tudo é muito romântico, contudo vivemos num mundo real, e quando saímos porta a fora do cinema, à vida segue; onde gente como a gente, morre violentamente todos os dias e, o sangue que não é azul, derrama-se até a vida esvair. Os que não morrem, são prisioneiros de si mesmos, das suas paixões que lhes avassalam a vida. Os mendigos ainda vivem nas ruas, as crianças carentes vivem na sarjeta, abandonadas a própria sorte, os aposentados ainda morrem nas filas dos hospitais públicos, enquanto aguarda o precário atendimento, e onde a impunidade galopa veloz em direção contraria aos criminosos institucionalizados. Os cativos ainda estão presos na torre do inimigo, que tranquilamente descansa sabedor de que já não é acreditado como antes, portando não oferece perigo algum. Os heróis que anteriormente lutavam com braveza para resgatar os que andam em rumo certo para a morte, hoje barganham desavergonhadamente. Trocam os louros e os troféus do dever cumprido, por uma ninharia e na pior das hipóteses por um prato de lentilhas, que posteriormente vira dejeto.

Mudar o estabelecido nestes e em tantos outros fatos que deixei de relatar é uma verdadeira missão impossível. Onde estão os heróis? Que se levantem para lutar bravamente contra todo este tipo de coisa invisível que arruína o mundo visível.
Estou vivendo num país que valoriza os heróis e aprendi a admirá-los. O mundo sente falta de heróis de verdade, daqueles que se doam pelo outro, que se levantam em defesa do oprimido pelas grandes injustiças. Heróis que estão fora de moda por causa da vida agitada que atropela os sublimes ideais.

A Bíblia narra centenas de histórias de grandes e (aparentemente) pequenos heróis da fé. Lembro-me que na infância amava ouvir estas histórias, tanto na Escola Dominical, quanto por meus pais, ao me colocarem na cama à noite. Cresci ouvindo falar de um Deus Todo-Poderoso e experimentei na própria vida o quanto Ele detêm todo poder, quando me trouxe da morte para vida, aos seis anos de idade. Aquele homem que voava comigo a caminho da  morte, foi o meu herói. Meus pais que lutaram bravamente em oração, sem desistir de mim, foram meus heróis. 

A Bíblia fala de homens que no seu tempo, viveram bem perto do que hoje, o ator Tom Cruise vivendo Ethan Hunt no filme Missão impossível, viveu. Será que tudo o que o filme apresenta é tão impossível de acontecer em questão de tecnologia e destreza nos agentes especiais? Se não é, por que é mais fácil acreditar que estas novidades da tecnologia moderna, criadas pela inteligência humana são possíveis e, a destreza do Eterno Deus é conto da carochinha nos escritos bíblicos? Porque, tudo que se refere ao poder de Deus em fazer a sua “missão (im)possível” precisa ser apenas pano de fundo? Só porque vivemos esta época e nossos olhos veem e nossos ouvidos ouvem as notícias como vimos e ouvimos o longa-metragem, cremos que tudo isto é possível? Então Jesus disse: “Porque me viu você creu? Felizes são os que não viram e creram”. João 20:29
 Que venham os heróis! O mundo geme por eles. Pessoas comuns, com defeitos e qualidades, mas que em seu raio de ação se disponha em casa, no seio da família, nas ruas e avenidas dos bairros, nas comunidades, nas escolas e igrejas, que se sintam comissionadas a lutar pela verdade que Deus estabeleceu para a vida do homem que criou.

O mundo nunca precisou tanto de heróis como hoje. Muitos possuem um herói encubado dentro de si, que luta para romper o egoísmo. Pessoas olham a necessidade do semelhante, maneiam a cabeça, sentem uma grande pena, mas que ainda não evoluiu para compaixão. O mundo vai de mal a pior. Despertem, vençam a si mesmos, desvencilhem-se dos embaraços. O seu próximo o espera. Disponha-se antes que seja tarde demais, antes que a missão que é totalmente possível se torne mais difícil ou mesmo impossível.
Deus nos abencoe.

Denise F Passos