segunda-feira, 7 de maio de 2012

O CHAMADO


Na semana passada, mais precisamente, na quarta-feira, estava com preguiça de fazer esteira depois da hidroginástica e no hall da academia, esperei por minha irmã. Enquanto aguardava, passei as vistas em algumas revistas em cima da mesa de centro, da sala que da vistas para a piscina olímpica e uma reportagem interessante me chamou a atenção.

A mulher decidida, cujo nome não lembro, fez a opção de se afastar de tudo que dissesse respeito a sua juventude, onde foi ensinada a amar e servir a Deus. Passou a não crer em nada e a viver para o mundo dos negócios. Afastou-se da família e voltou-se para os próprios interesses. A vida vazia de Deus e cheia de ilusões gloriosas lhe foi oferecida em uma bandeja de ouro, e ela aceitou.

Depois de longos anos, a mulher madura, embrutecida pela vida, voltou à cidade natal para viver o drama de ver o seu velho pai com câncer. No hospital, por vários dias, sedado por causa das fortes dores, aquele homem vegetava. Numa das idas e vindas ao hospital, que ficava no centro da cidade, ela parou na centenária igreja, onde passou a infância assistindo as pregações que o seu amado pai por hora moribundo, fazia. Saltou do carro, olhou em volta e com os passos lentos e mãos trêmulas, caminhava em direção à porta de madeira trabalhada. Entrou devagar, andou lentamente pelo corredor olhando as velhas paredes decoradas, os bancos enfileirados, aguardando o povo que não chegava. O órgão de tubos, que confuso, sem entender o silêncio do momento, ansiava por dedos macios que lhes percorresse as teclas. A cruz de madeira do altar central estava mais vazia do que nunca e, o vitral perdera o brilho das cores e, a luminosidade dos raios de sol que incidiam em cada parte dele. O púlpito vazio, já não bradava em sermões gloriosos, capazes de arrebatar mentes e corações.

A pobre mulher sentou-se, chorou em soluço profundo, voltando à mente, episódios que pensava ter deletado para sempre. Eles não serviram durante um longo período da vida, mas agora pareciam tão preciosos; tão aconchegantes. Ela queria manter o coração aquecido pela memória distante, que insistia em esfriar e lamentavelmente a pulsação dos flashes diminuía a cada instante.

Numa confusão de sentimentos a pobre mulher correu até o altar, onde tropeçando, ajoelhou-se a fim de conversar com Deus. As palavras lhe faltavam, o vocabulário de repente empobreceu para descrever a dor da ausência. A saudade nunca bateu tão forte. Tudo que ela desprezou e agora na tentativa de agarrar, escorregava pelos dedos; parecia em vão. O desespero e o vazio a fizeram perder a noção do tempo. Ficou ali, prostrada no altar vazio por algumas horas. Pensou e repensou a vida e falou com Deus em cuja presença se aquietou.

Num dado momento, a voz firme que, como brisa suave penetrou no coração, dizendo: “Aqui, é o teu lugar. Para isto, te chamei”. O consolo da voz de Deus abraçou-a outra vez. Sentou-se no degrau acarpetado em tom vermelho e enxugando as lágrimas, deu meia volta em seu atual curso de vida. Resolvida a colocar em prática tudo o que aprendeu com seu pai e no seminário onde graduou em Teologia, retrocedeu, abandonando a vida atual para tornar-se pregadora do evangelho e pastorear a igreja substituindo seu pai. Em suas palavras de arrependimento, uma luz intensa brilhou, mostrando o novo rumo a seguir. E ela agarrou com unhas e dentes a nova chance, o recomeço de algo que não deveria ter deixado, jamais.

Logo minha irmã chegou e eu não pude terminar de ler a reportagem, mas aquela história não me saiu da mente, até tornar-se matéria do blog.  Na aula seguinte, vasculhei todas as revistas, porém não achei mais a revista em que se encontrava a reportagem. Queria terminar de ler e guardar maiores detalhes, mas foi impossível.

Porém, li o suficiente para escrever sobre alguém que corajosamente voltou às raízes. Eu sou filha de pastor, e acompanhei a luta do meu pai dando a vida pelo ministério. Muitos o abraçaram e ajudaram, mas muitos jogaram pedras e elas o feriram bastante, a ponto de adoecê-lo. Aqui, faço uma pausa para ressaltar a dificuldade de ser filho de pastor. Eu fui ensinada por meus pais a ser exemplo para os demais e, assim nunca sabia o que podia ou não, fazer. A coisa é que, eu não podia ser normal como todo mundo, pois carregava a pesada cruz de “filha de pastor”. E muitas vezes, deliberadamente, pessoas colocavam mais peso sobre ela. Com o passar do tempo eu fui entendendo que o verdadeiro exemplo é Jesus, o Filho de Deus. Ele é a perfeição de Deus entre os homens.

Não estou aqui para condenar a mulher por ter-se distanciado. Nem para questionar o tempo que deixou passar sem sábia decisão. Às vezes reagimos positivamente a uma decisão, apenas quando nos encontramos coagidos por ela. O certo é que as nossas decisões na vida e pela vida, sejam por amor. Um amor consciente, que rompe as dificuldades para ser vivenciado. Não um amor de remorsos ou imposições, mas genuíno; aquele que transcende, e une mais do que corpos, une almas, que são incapazes de se separar.

Estando em Cristo, temos perfeita ligação, de forma que somos um com Cristo e, nada, nem ninguém, pode nos separar do amor de Deus.  Se para nos manter inteiros neste amor, for necessário romper com outras alianças, façamo-lo. Assim como dois corpos não podem ocupar o espaço físico ao mesmo tempo, a nossa vida não pode ser ocupada por dois senhores. Ou amamos a Deus ou a..... (e aqui cada um de nós pode acrescentar o seu tropeço individual). É tempo de retorno, É tempo de vivermos a integralidade que Deus exigiu de Abraão. “Anda na minha presença e sê perfeito”. (inteiro, íntegro)

Termino este texto com o final do poema “Moça me da uma rosa” de Mario Barreto França.



...No contraste da vida, infausta ou abastada,

Nós somos muita vez, como o órfão e a galã,

Negando do consolo de uma rosa encarnada,

Para as faltas de amor chorarmos amanhã...

        E ao peso acusador das líricas saudades,

        Vamos levar depois às mortas ilusões,

        Todo o rubro rosal das oportunidades,

        Que deixamos passar, sem úteis decisões.

                   Que possamos abrir as grades do egoísmo,

                   E ofertar a quem procura afeto e paz,

                   A rubra flor da fé, do eterno cristianismo,

                   Que na alma a renascer, não murcha nunca mais.

Grande abraço a todos.

Denise Figueiredo Passos


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sempre amigos


 Ontem assisti a um filme que me fez pensar bastante. Tratava-se da história de amizade incomum, entre dois garotos adolescentes. Aos treze anos de idade, Max é um gigante, que se interiorizou por sofrer um trauma de infância, ao presenciar o assassinato da mãe. Tem dificuldades para ler e se comunicar. Zombado e olhado por todos, por causa do seu tamanho, considera-se uma aberração da natureza; então às vezes se refugia em baixo da cama, olha fixamente o estrado, onde mergulha profundo, num lugar reservado de sua mente e flutua como uma nuvem que se desfaz com a chuva, e desaparece.

Kevin, um nerd que mudara para a casa geminada, sofria de uma doença rara, cuja musculatura atrofiou, enquanto seus órgãos internos continuaram a crescer. Sua coluna vertebral fazia um arco visivelmente alterado. Andava com a ajuda de muletas, mas conseguia se superar. E o seu refúgio também era na mente, porém de forma inteligente e criativa. Ele vibrava com a vida e a sua mente o levava a mundos onde as pernas não conseguiam.

Dois adolescentes em grande contraste.

Um dia Kevin quis assistir aos fogos de artifício e pagou cinco dólares para que o seu vizinho Max o levasse. No meio da multidão o pequeno amigo não podia ver nada a não ser ouvir o som da subida e do estouro, mas nada do belo colorido dos fogos de artifício. Então ele disse ao amigo, abaixe para que eu possa ver. De repente, Max abaixa e fita os olhos de Kevin com muita compaixão, suspende-o a altura dos ombros, enquanto as muletas caem. Ao passar a ver a multidão e todo o parque do alto, se sente uma pessoa completa outra vez. Levanta o braço em direção ao céu e grita de alegria, sentindo-se como um dos poderosos cavaleiros dos livros de aventura, que tanto amava ler.

O amigo gigante passou a carrega-lo nos ombros, pois ouviu a sábia sugestão: Eu posso ser o seu cérebro e você as minhas pernas. E assim, os dois passaram a se completar. Kevin o ensinou a pensar e a organizar de forma inteligente seus pensamentos. Certa vez, o ensinou sobre o Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda, em toda a sua mensagem de justiça. Assim, a dupla passou a ser defensora dos fracos e oprimidos.

Mas, o pobre Kevin piorava a cada dia, e fazia da morte o seu brinquedo inevitável. Certo dia, por simples divertimento, comeu rápido demais e engasgou-se, parando de respirar; fato que afetou o cérebro. Mas, Kevin havia sido mais do que amigo, ele foi mestre. E um mestre deixa marcas, profundas na vida do discípulo. Max, que a princípio mal sabia soletrar, passou a descrever brilhantemente as aventuras vividas pelos dois. Um livro de oito capítulos foi o resultado desta marcante amizade que revolucionou e eternizou a vida dos dois amigos.

Parece uma triste história. Mas, é história de vida. História de gente que sabe viver acima dos problemas e das dificuldades que lhes é imposta. Gente que descobre que a amizade é para sempre e que o amor além de belo, é mais forte que a morte.

Gente que descobre que vale apena investir no potencial e que não desiste enquanto não vê resultados positivos. Que descobre a beleza das coisas simples e faz dela a sua riqueza. Gente que vive um mundo colorido onde só consegue enxergar as cores brilhantes de quem vive em sintonia com o amor.

Kevin ensinou a Max, a celebrar a vida e ele aprendeu muito bem a lição. Nunca mais foi o mesmo. Sua vida deu uma guinada de 360 graus, apenas por ter se dedicado a uma grande amizade. As pessoas entram na vida da gente com um propósito e aquelas que são sinceras e realmente valem a pena, precisam de espaço para escrever sua passagem por nós. As taboas do coração são infinitas, cabe um enorme número de histórias. Embora muita gente insista em deixa-las em branco pelo medo de se ferir. Tudo que é falado e aprendido, gestos, cada encontro, passeio, tristezas e alegrias que marcam presença, abrindo passagem para o aprofundamento das relações, fixam na mente para o resto da vida. O verdadeiro amigo sente a dor e a alegria do outro, mesmo que esteja distante. O amigo sabe calar e falar em tempo certo. Não julga, mas sabe amar a despeito das decepções. O verdadeiro amigo mergulha no atoleiro, arriscando a vida e a reputação para buscar seu afeto, não importando o perigo.

Vez por outra, quando a mente volta a cinquenta anos atrás e vai a Vaz Lobo, sinto falta de uma amiga de infância chamada Luiza, irmã do Guinho, e filha da D. Manuelina, que lavava roupa para a mamãe. Eu e ela brincávamos bastante, mamãe nos ensinava a ler e a escrever, porém o que marcou foi o fato de eu não gostar de comer, então mamãe a chamava para me fazer companhia e eu me alimentava melhor. Às vezes quando penso nos bons momentos da infância, oro por ela. Tenho uma vaga lembrança do seu rosto, mas a gente não deixa de amar os amigos só porque eles se vão. Se eu fosse comentar cada flesh, de boas lembranças junto aos muitos amigos, teria que escrever um livro e não apenas um texto.

Volte no tempo e procure amigos perdidos por lá. Pessoas que marcaram a sua vida, com grandes ou pequenos gestos, vão surgir na lembrança. Recentemente eu estou tendo a experiência de encontrar amigos perdidos nas voltas que o mundo dá. O Orkut e o Facebook, para muita gente pode não significar nada, (especialmente para quem perde tempo em bisbilhotar e comentar a vida alheia) mas, para mim tem sido útil, no sentido de me reaproximar de pessoas que fizeram parte da minha história de vida. Pessoas que amo, porque sou apaixonada pela vida, e por quem Deus colocou no meu caminho. Pois, nada acontece por acaso e ninguém se aproxima se outra pessoa sem objetivo algum. Ame ao seu próximo, mas também procure a sua amizade. Estreite relacionamentos. Não permita que as pessoas passem pela sua vida, sem que você encrave nelas as marcas da amizade. Desta forma, elas te levarão por toda a vida.

          Poema (os amigos que bem me conhecem, sabem que tudo comigo acaba em poesia kakaka)

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.


“Sendo assim, a sua amizade, é um grande milagre de Deus na minha vida”.

A todos os meus queridos amigos, “obrigada por existir”.

Denise Figueiredo Passos

quinta-feira, 29 de março de 2012

Você tem algum estoque?


Em 2 Reis 4:1-7, narra a seguinte história: “E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos. E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.

 Então disse ele: Vai, pede emprestado de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.

Partiu, pois, dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia. E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou. Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto”.



Eliseu era profeta em Israel, portanto a sua função era levar povo a adoração e a comunhão com Deus, e trazer a Palavra de Deus ao povo. Podemos exemplificar mais ou menos o ofício do profeta como a válvula de ligação de uma engrenagem. Naquela época havia uma espécie de escola de profetas, onde os discípulos se agregavam para receber ensinamentos e praticar o ofício.  O marido desta mulher, participante ativo, veio a falecer, deixando a família em situação de dificuldades. Aquela mulher vivia no temor do Senhor juntamente com a sua família. E no tempo de escassez, ela sabia onde encontrar o que guardou no tempo de bonança. Para que não haja falta é necessário juntar.  Assim como no comércio é feito estoque para fornecer aos clientes, a nossa vida também deve ser construída em cima dos estoques. Todo o Saldo positivo que extraímos das experiências vividas. Sem isso somos pegos desprevenidos no tempo de dificuldades. Ex: a história da formiga e da cigarra.
Às vezes confiamos na provisão do celeiro do vizinho, no que outros têm acumulado; como eu confiava na oração da minha mãe. Ela orava e as coisas aconteciam. Eu cresci vendo milagres de Deus em nossa casa e na vida das pessoas que nos cercavam.

O marido morreu e deixou dívidas. Às vezes, as coisas mais preciosas morrem em nossa vida. As dificuldades matam o ânimo, a energia que dá forca para lutar, a confiança uns nos outros, matam a união, matam o amor, mas uma coisa não pode morrer; a esperança.

É a Esperança que mantém a fé em ação.

O credor veio cobrar a dívida e queria levar justamente os filhos. Quando não acumulamos o que devemos ter em reserva, os credores vêm para levar o que temos de melhor. Aquilo que nos é mais caro. Pensa em algo caro pra você! Pensou? Triste é, que depois de ser privado da sua preciosidade, por não fazer o que deve ser feito, ainda se zanga com Deus. Colocamos na conta de Deus à culpa que é nossa.

Naquela época a mulher não podia trabalhar sequer estudar, como nos dias de hoje. Thank God. Sem aposentadoria, sem INSS, sem conta poupança ou cartão de crédito, sem ajuda do governo, a mulher, viúva e sem filhos, era destinada a depender da bondade de algum parente que talvez a explorasse, ou passaria a mendigar. A situação era mais crítica do que pensamos. Faço uma pausa, para chamar a atenção das mulheres, quanto ao privilégio e liberdade que temos de crescer, como pessoa na sociedade em que vivemos e não sabemos aproveitar. Pelo contrário, ainda perdemos tempo precioso com coisinhas, disse me disse, futilidades, inutilidades. É tempo de acordar para a vida, que passa ligeiro.

Quando o profeta perguntou mulher: O que é que você tem em casa? Ela já havia esgotado todas as possibilidades. Não tinha para onde correr. Este é o ponto certo para Deus realizar verdadeiros milagres na vida de qualquer pessoa. A primeira bênção foi, ter lembrado que ainda possuía uma botija de azeite. Pois, normalmente nos períodos de grande aflição é difícil nos ater a detalhes aparentemente pequenos e que fazem toda a diferença. Ela possuía a botija e a botija continha azeite.

Vai aos teus vizinhos e pede vasilhas vazias, não poucas.

Esta mulher estava cercada de vizinhos solidários e tinha um bom relacionamento com eles. Ela iria usar as vasilhas dos vizinhos por um bom tempo e mesmo assim eles emprestaram. Aqui fala de solidariedade e amizade. Ter amigos é uma benção. Amigos são para sempre aconteça o que acontecer.

Entra em tua casa e fecha a porta sobre ti e teus filhos.

Mesmo os vizinhos tendo emprestado as vasilhas, a bênção, e a particularidade de Deus era com ela e com os seus filhos. Tem certas coisas que Deus gosta que sejam particulares entre nós e Ele. Imponha limites, não permitindo que pessoas que não tenham a mesma visão, te atrapalhem. Fechar a porta também fala de proteção. Quantas vezes não fechamos as portas da proteção e permitimos que nossas preciosidades sejam devassadas por quem não dá valor a elas e apenas as querem por vingança e vangória.

Deita o azeite nas vasilhas.

Precisamos dar passos de fé para ver milagres realizados. Em geral os homens são práticos, rápidos no foco central e pouco detalhistas. A mulher com a visão periférica consegue enxergar algumas outras necessidades e impulsionar e direcionar os que dependem dela, espiritualmente falando. Apesar de o homem ter sido colocado por Deus como sacerdote da casa, a mulher é responsável pela família nesta área, isto é, quando é sábia. Por isso, que geralmente, quando a mulher desmorona, a sua casa vai junto. Porque a mulher tem um tipo de fé diferente do homem. Sua forma de confiar é mais totalitária. Deve ter sido muito cansativo as várias horas que aquela mulher ficou segurando a botija de azeite e não sabemos com que velocidade o líquido oleoso caía nas vasilhas. Quem já carregou água quando falta na caixa d’água de casa? É semelhante. Leva um tempo enorme e ocupa muito espaço na reserva. Imagino a casa daquela mulher, lotada de diferentes vasos, mas contendo o mesmo óleo.

Qualquer pessoa pode trazer a vasilha, mas é responsabilidade nossa, como mães, como mulheres conscientes, em enchê-las.

Ela obedeceu à instrução do homem de Deus e foi abençoada. De viúva e endividada, passou a ser empresária e libertadora dos filhos. A intensão de Deus é de abençoar, mas precisamos atentar para os requisitos.

O azeite só parou de jorrar quando não havia mais vasilhas a serem cheias.

Ontem falei esta mensagem na celebração de aniversário de duas irmãs da nossa igreja em Delaware. No final, fiz a seguinte dinâmica. Confeccionei desenhos de pequenos vasos e escrevi um pouco de tudo que precisamos para que nosso interior esteja completo. Alguns exemplos de sentimentos, emoções, afetos e frutos do Espírito que precisamos adquirir para serem cheios por Deus em nosso vaso de barro: fé, esperança, amor, alegria, paz, união, solidariedade, amizade, bondade, prosperidade, felicidade, humildade, oração, unção, compaixão, sabedoria paciência.

Coloquei-os sobre a mesa, virados para baixo, de forma elas os não escolhessem e sim lhes caísse na necessidade. Cada uma pegou dois nomes e eu fiquei com o que restou. Para mim coube à humildade. Uma das coisas mais difíceis de adquirir e manter no nível. Muitas queriam trocar comigo, mas eu não troquei, até que uma delas me disse, mas com estes dois que tirei (fé e oração) posso alcançar a humildade tão necessária para manter o nível do óleo bem alto. Pela resposta eu percebi a produtividade da Palavra.

Ontem, além de nos divertirmos, aprendemos bastante.

Deus conceda a cada um conforme a sua necessidade.

Denise F passos




quarta-feira, 21 de março de 2012

Medida do amor


 
Pensar em dar medida a um sentimento tão abrangente é o mesmo que tentar medir o volume de água dos oceanos do planeta. É tão vasto que não cabe em nossa realidade, apenas na imaginação. Enquanto crianças, o vôo livre das prisões permite a alma infantil percorrer longas distâncias, voar sem asa delta desafiando a gravidade, criar um mundo imaginário onde tudo funciona de forma mágica, onde o faz de conta funciona como realidade. Então crescemos e a nossa capacidade de racionalizar também cresce conosco. As distâncias a serem percorridas são mais limitadas, em vez de voar, andamos em terra firme e o mundo real onde vivemos, já não funciona a contento. E este vasto sentimento acaba confinado em um compartimento menor do que ele, moldado a situação imposta, apertado entre quatro paredes. Incapaz de desenvolver a sua total capacidade mostra-se, fraco, frágil, intolerante e na pior das hipóteses, passageiro. O pouco que escapa pelas fendas, enobrece a alma dos que o reconhecem, onde trabalha arduamente para aumentar estes orifícios, a fim de que se viva uma vida plena de amor.

O amor cantado em versos e descrito em sua totalidade faz o coração amante divagar; nos diferentes tons de suas cores, na beleza do lugar onde habita, na paixão que move estes corações ardentes, na busca incessante do outro para toda e qualquer demonstração deste amor. Mesmo que seja movido por doces ilusões e moldado em castelos de areia que em parte é levada pelo forte vento, este amor verdadeiro perdura não obstante as intempéries que avassalam terrivelmente na tentativa de destruí-lo. Forte como a morte, ele traz em si múltiplas marcas e, doloridas úlceras, das férias abertas, que o amigo tempo ainda não curou.

Este nobre amor, não é um mero sentimento, mas, o grande mandamento, que influencia todas as áreas da vida. Sem olhar cor, beleza física, posição social, conta bancária, cultura, ele vem de mansinho, chega pra ficar; aquecendo as relações conjugais, familiares, as grandes amizades de todo àquele que se permite atingir por ele.

O ser humano foi criado com uma forte necessidade de amar. Uma pesquisa com bebês recém-nascidos, que foram tirados do seio materno e alimentados artificialmente, recebendo apenas cuidados para manterem-se vivos, sem nenhum outro contato físico que envolvesse amor de espécie alguma, constatou que estes bebês atrofiaram-se, regredindo tanto que estavam fadados à morte. Em resumo, o ser humano foi criado para viver em amor com os seus semelhantes. O amor traz vida e a mantém. E porque em vez de vivermos em amor, sempre damos um jeito de complicar as situações? Será que desestabilizar o relacionamento, para que este amor seja testado é regra contratual? Porque a cada dia que passa o amor parece mais egoísta, preocupado consigo mesmo em vez do outro?

Em I Coríntios 13 temos a descrição do verdadeiro amor. Ele é paciente, bondoso, não é ciumento, não é orgulhoso, não é vaidoso, não se conduz de forma inconveniente, não é egoísta, não fica irritado, não guarda mágoas, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade. O amor tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Linda descrição, que parece pertencer a um mundo distante do nosso. Parece surreal diante da forma como sabemos amar. Mas, o problema não é do amor, e sim o fato de que somos incapazes de lidar com esta forma tão abrangente e pura. Nossa natureza corrompida nos impede de dar prosseguimento em amar cada dia mais, até que este amor nos enobreça de tal forma que vivamos em absoluto amor.  

Podemos resumi-lo em paciência, bondade e alegria. Três qualidades fundamentais ao ser humano que deseja pautar a sua vida no amor; sem elas o amor se extingue do coração. Dentre outras oito que descrevem o que ele não é. O amor não é ciumento, não é orgulhoso, não é vaidoso, não se conduz de forma inconveniente, não é egoísta, não fica irritado, não guarda mágoas, não se alegra com a injustiça. E quatro que descrevem sua ação totalitária, pois tem parte com a verdade. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Encerrando com a afirmativa de que o amor uma vez começado, jamais acaba. Esta passagem é base para tudo o que se tem escrito, falado, discutido, sentido e vivido acerca do amor; colocando-o acima de tantas outras coisas que achamos de suma importância. No topo de tudo que deve permanecer em nós; maior do que a fé e a esperança, o seguimento do amor norteia nossos passos para uma vida de maturidade. Por este fato, Jesus resumiu o mandamento dizendo em Lucas 10:27, “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”.

Certo dia, Sueni, minha filha do meio, estava sofrendo com terríveis cólicas menstruais, num exato momento gritou, chamando-me ao lavabo, onde estava ajoelhada vomitando bastante, então abaixei a seu lado, sentei no chão e puxei-a para o meu colo. Enquanto chorava de dor, apertei-a contra o meu seio dizendo em tom suave “mamãe está aqui”. Isto parece irrisório diante daquela dor insuportável. Naquele instante, numa divagação de pensamentos, fiz uma pergunta a Deus. É assim que e o Senhor me ama? De modo que quando eu estou em dor, tu me pegas no colo e me amas de um modo especial, mesmo que eu não me dê conta disso? Sei que teus fortes braços estendidos para criar o universo, arremessaram cada planeta em sua órbita, foram os mesmos fragilizados na Cruz, no ato de amor que mudou nossa história e são os mesmos que me envolvem quando a dor chega, fazendo-me sentir segura, bem protegida. Um amor que atravessa a eternidade, passa pela graça conduzindo-a ao homem, que consola docemente e ainda assim não se pode medir; medi-lo é o mesmo que limitá-lo.

Este amor imensurável deseja fazer parte do nosso cotidiano, de forma real, não apenas dos versos nos belos poemas, nas cartas de amor, nas declarações esporádicas, nas celebrações, no nascimento e na morte. Ele é vivo, real, presente e gratificante. Mas, quem ama a Deus e ao seu próximo como a si mesmo, descobre a fórmula do bem-viver. Paga um alto preço para viver e continuar vivendo em amor, pois na verdade, tomar a cruz é o ato de amor.
Deus nos abençoe com Seu amor.

Denise F. Passos








    

    

    


quinta-feira, 15 de março de 2012

Soberba “Derrubando Gigantes interiores”


Este é o último estudo da nossa série, aqui em Delaware. Os gigantes que devemos observar e dominar são muitos, porém estes sete que estamos estudando, são os principais dominadores da atualidade. A “soberba” age como um elo, unindo todos os gigantes desta série, podendo fazer com que a sua vítima entre num círculo vicioso. A soberba faz com que seu portador se ponha acima de outras pessoas, querendo ocupar o mais elevado posicionamento. E talvez seja um dos defeitos mais completos que existe, por isso a colocamos como elo no círculo vicioso dos gigantes.

Soberba é o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre os demais. O termo vem do latim – supervia. Ela pode ser individual ou grupal. A soberba é um sentimento que age como um vírus. Quando ataca determinados indivíduos com inteligência aguçada para o mal, promove todos os tipos de racismo, corporativismo, elitismo, doutrinas de povos escolhidos ou eleitos e outras concepções semelhantes, que tendem a subjugar os concebidos, inferiores. A manipulação da soberba e seus derivados sobre a população, serve aos interesses políticos que a usa como massa de manobra, gerando os grandes conflitos regionais e mundiais.

Procurando definições e sinônimos, corremos as vistas em grande lista, mas para termos uma ideia da dimensão da soberba e dos seus muitos aliados, vamos defini-la dando alguns significados. Ela também pode significar:

Orgulho – soberba ridícula, manifestação de alto apreço.

Empáfia – demasiado orgulho de si próprio.

Altivez – manifestação do orgulho ofendido.

Arrogância – Altivez que deixa ver o pouco caso que se faz do adversário, insolência.

Altanaria – soberba insolente.

Presunção – Sentimento de grande valorização que alguém tem de si próprio, afetação, vaidade, elevação.

Vaidade – sentimento de supervalorização que alguém tem de si próprio, futilidade sem solidez, sem duração.

Fatuidade – Vaidade infundada.

Ufania – Vanglória; gabar-se, jactar-se.

Pretencioso, inchado, desvanecido, sobranceiro, rompante, inani, soberbete...

Este gigante destrói a vida particular da pessoa afetada, alguns que foram infestados por ele, chegaram às raias da loucura. Ele destrói famílias, afasta pessoas, destrói igrejas, arrasa nações... E no contexto atual, está pouco a pouco destruindo o nosso planeta.

A reação do invejoso é guardar dentro de si, remoendo o motivo da inveja internamente. Ao contrário, o soberbo, tem a tendência de se mostrar, pois está tão enamorado de si mesmo que apenas alcança prazer se sobrepujar a outros. Se ele está no lugar de domínio superando a outros, vai tudo bem, mas se é superado em qualquer área, deixa-se dominar pela inveja e o ódio. Quando é superado ou se sente ameaçado, é dominado por uma inveja no sentido ruim da palavra e não descansa enquanto não se vingar pelas vias mais baixas. Devemos ter muito cuidado com a “falsa modéstia”. O soberbo não aceita ser mediado com outros, então se ele não consegue ser o melhor, vai para outro extremo. Se não consegue ser o mais “inteligente”, então será o melhor dos “ignorantes”.



A Bíblia descreve com bastante propriedade, em Ezequiel 28: 13, um ser que foi criado em completa perfeição, para viver em harmoniosa glória na habitação de Deus, até o dia que gerou e deu a luz à soberba. A soberba corrompe a sabedoria, então, Deus abate. A soberba macula o amor. Veja bem, Deus não pode obrigar ninguém a ama-lo, isto deve ocorrer por livre e espontânea vontade, nem os anjos são impostos ao amor. Este é o livre-arbítrio. A soberba tem ligações infernais, pois é o primeiro sentimento negativo existente. A soberba produz morte.



Mateus 15:21-28

“E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom. E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós.

E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor socorre-me! Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.

E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! (em outras traduções diz ”por causa das tuas palavras”) Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã”.

A mulher sírio-fenícia estava com um grave problema, sua filha estava terrivelmente endemoninhada. Este era um caso que os médicos não poderiam resolver por mais especialistas que fossem; ela estava conscientizada disso. Em primeiro lugar precisamos ter consciência da nossa necessidade. Ela sabia no seu coração que só Jesus poderia liberta-la. Mas, o que fazer, se ela não tinha direitos legais. Jesus ainda não havia conquistado na cruz o direito para todos os povos, para que não houvesse mais, judeu ou grego, livre ou escravo, rico ou pobre, macho ou fêmea... Ela não pertencia à casa de Israel, só poderia comer do prato pelas beiradas.

Mas, aquela mulher foi gritando por misericórdia por todo o caminho por onde o Mestre passava, até que se ajoelhou e o adorou. Ela precisou dominar um terrível gigante chamado “orgulho” e declarar a sua fé. A soberba é um inimigo que é resistido através da verbalização, como Jesus fez no período da tentação. Para cada um “está escrito”, existe um “também está escrito”. Mateus 4: 1 a 11

Só a HUMILDADE corrige e extirpa a soberba da vida de uma pessoa.

Jesus nos ensinou humildade quando não usurpou ser semelhante a Deus enquanto não foi assunto aos céus. Quem é de verdade, não precisa ficar mostrando a todos, flui naturalmente. É exaltado justamente por causa da simplicidade que denota. A mulher do texto reconheceu que precisava de Jesus, então não deu ouvidos aos mil pensamentos soberbos que lhe passaram pela cabeça. Soberba, é o pecado dos pecados. Quem opta pela sua prática, é auto-suficiente, não precisa de ninguém, muito menos de um Deus invisível.

Em Cristo, Deus quer fazer os homens iguais e assim aniquilar a soberba de uma vez por todas. Só estamos prontos para receber as dádivas de Deus quando dominamos os gigantes, sejam quais forem.

Deus ainda não pode trazer avivamento a Sua igreja, porque ela está dominada por gigantes, que agem, rachando as paredes do coração do povo, a começar pelos líderes. Tudo escoa pelas rachaduras como diz Jeremias 2: 12 e 13. As nossas razões nos fazem perder os tesouros da salvação e pela Misericórdia, ainda conseguimos entrar pela porta e estacionar no hall de entrada da habitação de Deus. Não podemos nos enganar. Se não formos pelo caminho mais fácil, Deus nos levará pelo caminho mais tortuoso, para nos fazer chegar onde é necessário. Ele nos ama que de tal forma que não deixa a Sua obra incompleta, em nossa vida.

Deus nos abençoe.



Denise Figueiredo Passos

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher, especial porque???


A natureza é praticamente inesgotável em sua biodiversidade e no que tange aos três reinos: animal, vegetal e mineral.  Por isso, demanda a busca contínua de oesquisa para novas descobertas, revelando o multiforme poder do Criador. O fabuloso arquiteto do Universo para completar a sua obra criou  o homem, colocando nele seu DNA. Imagem e Semelhança.

Este homem, chamado de “coroa da criação”, formado para dominar sobre tudo o que foi criado antes dele, passou a viver com um propósito definido – exaltar a Deus com a sua vida. Ele vivia feliz no Éden, mas Deus resolveu presenteá-lo com uma grande mulher que completaria a sua felicidade.

Então Deus abriu uma janela perto do coração e a partir dela criou a mulher, dando a ideia de unidade e pertencimento.

UNIDADE – Que não se divide. 
PERTENCIMENTO – Veio do homem, é parte dele. 

A mulher tem estas características, por isso ela se torna tão especial. Assim como Deus criou o homem partindo de Si em seu espírito, a fim de viver a sua glória, destinado a voltar para Ele; da mesma forma criou a mulher, parte do homem, destinados a se buscarem harmoniosamente vivendo um para o outro.

Exemplificando: Se o homem é tido como coroa da criação, dito de forma majestosa pelos entendidos; posso considerar a mulher, como o cetro que compõe a realeza. Coroa e cetro, se completam, trabalham juntos em harmonia. Se a coroa é sinal de soberania, é o cetro que aponta esta autoridade a outros.

Ester 4: 11 “Todos os oficiais do rei e o povo das províncias do império sabem que existe apenas uma lei para homem ou mulher que se aproxime do rei no pátio interno sem por ele ser chamado: será morto, a não ser que o rei estenda o cetro de ouro para a pessoa e lhe poupe a vida...”

Ester 5: 1 “Três dias depois, Ester vestiu seus trajes de rainha e colocou-se no pátio interno do palácio em frente ao salão do rei. O rei estava lá de frente para a entrada. Quando viu a rainha Ester ali no pátio, teve misericórdia dela e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão. Ester aproximou-se e tocou a ponta do cetro”.

Isto significa que é necessário passar pelo cetro para compartilhar da coroa. Note que Ester precisou tocar a ponta do cetro de livre e espontânea vontade para não morrer.

Esta definição serve para dar entendimento ao elo fundamental na criação homem-mulher. Um vivendo pelo outro, pois, são parte do outro. Mas, porque esta mulher é tão especial? Ou, melhor dizendo. Como uma mulher pode se tornar tão especial? Um dos grandes atributos da mulher é o fato dela ter sido criada com uma diversidade enorme. É como se ela fosse um ser múltiplo. Como se existissem várias dentro de uma só. Ela dá conta de uma série de coisas ao mesmo tempo, sem se estressar. Ela trabalha fora de casa, administra a casa e gerencia com muita atenção a vida do marido e dos filhos e ainda lhe sobra tempo para se embelezar e interagir socialmente.

Mulher, especial, porque?

Primeiro porque foi criada por Deus como obra-prima para o homem. A forma como esta mulher foi criada, da a entender que ela é como uma cerca de proteção. A mulher pode ser especial em todos os sentidos, bem como genérica ou até mesmo banal. Depende dela, escolher o seu papel, na vida das pessoas que a cercam.

“Não é bom que o homem viva só”.


“E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela. Eclesiastes 7:26”.


A mulher precisa se fazer especial com base no próposito para qual foi criada. Para alguém se fazer especial, há um longo caminho a seguir, muito a observar, atitudes a tomar. A mulher para fazer-se especial, precisa cultivar algumas virtudes básicas. Ela precisa ser amiga, verdadeira, gernerosa, amante, alegre, sensata, íntegra. Porém, só alcanca esse objetivo se tiver maturidade. E isto independe de: idade, beleza, posição social, cultura, etc. A maturidade de uma pessoa é de ordem social e sexual. Se ela for madura nestas duas áreas, sua vida correrá dentro da normalidade.


A maturidade social no relacionamento que comeca em família, expande-se para fora no contexto social interno. Se a mulher que é a matriarca se relacionar bem em sociedade, o restante da família também o fará. Maturidade inclui saber ouvir, avaliar situacões, saber julgar, ter doçura e firmeza quando necessário.


A maturidade sexual só pode acontecer com a vasta compreensão da sua sexualidade. Entender a si mesma, conhecer as suas necessidades, gostos, conhecer o seu corpo, toda a sua potencialidade, livrar-se dos tabus; estes são apenas alguns ítens que a mulher madura sexualmente pode adquirir.  A falta de compreensão pode ocasionar problemas de ordem física e psicológica, criando barreiras que passarão a acompanhá-la, tornando a vida íntima um grande fracasso, e se essa área fracassa muitas outras poderão desmoronar em conjunto. Por falta de maturidade sexual há muitas mulheres que são como um poço vazio, onde ninguém que as rodeia, onde ninguém encontra sequer vestígio de água.


Ao palestrar sobre este assunto para as mulheres, fiz a seguinte dinâmica. Enquanto falava, foi passado de mão em mão, uma folha de papel em branco contendo um minúsculo ponto no centro. Antes de terminar eu peguei o papel e perguntei o que elas haviam visto. Todas responderam que viram um pontinho numa folha.


As mulheres especiais e tão maravilhosas se deixam levar pelas dificuldades e decepções da vida, tornando-se amargas e ninguém suporta viver ao lado de uma mulher amarga, seca, vazia. Mulheres que gastam tempo e espaço na vida, cuidando mais das frustrações do que da parte fundamental, da parte que realmente deve chamar atenção. Esquecem-se do quanto são únicas, e por isso mesmo, especiais. Especial, não apenas porque alguém disse, porque alguém elogiou, mas de fato e consciente. Ter consciência do que somos e do que podemos vir a ser, é fundamental para a saúde mental e porque não dizer física.


O pontinho preto realça tanto que retira a atenção do foco central, que deve ser a parte branca da folha. Esta é a parte principal, ocupa a maior parte. O sofrimento causado pela decepção, o sofrimento que é comum à realidade de todos nós, não deve ser o carro chefe da vida de ninguém É apenas um pontinho. 

Freud vai colocar o sofrimento em três etapas.


Sofrimento do corpo – mudanca corporal, a não resposta do corpo, a incapacidade pela idade.


Sofrimento nas questões externas – desastres, perdas...


Sofrimento nas relações interpessoais – Para Freud esta é a área mais complicada... Como eu vou me relacionar com o outro?


Apenas a maturidade pode nos mostrar a potencialidade que há no sofrimento. Com ele aprendemos a ver o lado positivo do sofrimento e o quanto ele pode nos fazer crescer. E se conquistamos este patamá de mulher especial na vida dos maridos, dos filhos, dos parentes, dos vizinhos, dos colegas de trabalho, dos irmãos da igreja, ao longo da vida, não podemos deixar que este brilho cesse. A mulher que conquistou o título de especial não deve perdê-lo em hipótese alguma, pois mesmo que alguém a deprecie, sempre será especial para Deus.


Ao longo da história feita pelos homens, Deus usou o potencial feminino para realizar grandes feitos. A Biblia está cheia de exemplos: a mulher mãe, sogra, filha, esposa, juiza, rainha, empresária, costureira, pastora de ovelhas, diaconisa, etc. Deus sabe o potencial que ele mesmo colocou em nós, por isso mesmo, conta conosco para tarefas às vezes muito difíceis, mas que somos capazes de realizar, na capacidade que Ele já nos concedeu.


Feliz dia Internacional das Mulheres, para todas as minhas filhas, para a minha irmã, netas, primas, sobrinhas, amigas, irmãs... Vocês são especiais na minha vida. Amo a todas de foma especial.


Deus nos abençoe.


Denise F Passos

 Estas são algumas das mulheres
                                    mais importantes na minha vida

 Minha querida mãe, Ilma, tia Dalva, tia, Ilda e tia Fausta

 

Minhas queridas primas e cunhada Paula 
Minhas queridas filhas, Suelen, a neta Giulia, Sueni e Suelaine. Minha querida irmã Catia

Minha querida Nema







Minhas queridas amigas, Loide e Marcia
ÉRAMOS QUATRO AGORA SOMOS SEIS... DEUS NOS ACRESCENTOU COM DULCE E ROZALIA