domingo, 6 de fevereiro de 2011

O NASCER DO SOL


Alguns dias atrás, por simples curiosidade, fui à praia em pleno inverno para ver como ficava a areia do mar coberta pela neve, pois a paisagem muda completamente quando neva. Muito frio e vento forte, mas eu estava lá aproveitando aquele raro visual.
Lembrei-me então do dia em que fomos ver o nascer do sol numa praia semelhante aquela, onde a temperatura estava mais agradável, em pleno verão.  Ao chegarmos lá, ao desligamos os faróis do carro, tudo era escuridão, então foi necessário usar as pequenas lanternas para iluminar a trilha até o mar. Caminhei pela faixa de areia fria por causa da brisa noturna e, no silêncio, comecei a ouvir os sons da noite que não se sabe bem de onde procedia; aliado ao barulho alvoroçado das aves marinhas que ensaiavam o canto de alegria para receber um novo dia. Enquanto podíamos enxergar apenas alguns metros a frente, as estrelas que cintilavam no imenso céu rompiam a escuridão para trazer um pouco de luz a tímida lua em quarto crescente. De repente um tom de rosa, que foi se intensificando até se transformar num forte alaranjado, pinta o horizonte, e o azul do céu se revela em contraste com o forte azul esverdeado do oceano.
Eu estava lá, sentada na areia, quase sem piscar, desfrutando da beleza inigualável daquele quadro maravilhoso, que Deus pinta todas as manhãs para alegrar e aquecer a vida do homem - o nascer do sol. O sol finalmente rompeu a escuridão e ela se foi. Simplesmente deixou de existir. Tudo se tornou claro. Aonde a luz chega, a escuridão se vai. Não pode haver trevas e luz num mesmo lugar. As duas são antônimas em causa e efeito. Podem até ocupar o mesmo lugar, mas nunca ao mesmo tempo. Aos poucos o sol imponente foi tomando seu lugar de destaque no céu, constatando que chegou para brilhar, subindo a cada minuto até ser dia perfeito.
A vida começou a encher aquele lugar; agora havia bandos de pássaros. As gaivotas bailavam ao sabor das ondas, indo e vindo, enquanto saboreavam o delicioso café da manhã oferecido pelo imenso mar os pequenos crustáceos que faziam a areia borbulhar. Ao longe surgiam pequenas embarcações coloridas que pontilhavam em tamanhos diferentes o oceano. Para pescar ou simplesmente navegar, aproveitando o belo dia ensolarado daquela manhã de verão, diversas pessoas se divertiam ao sabor do vento favorável.
Engraçado, que a primeira coisa que acontece quando a luz chega é a noção de espaço, de amplidão. Enquanto reina a escuridão, pouco se vê e pouco se sabe do que se passa ao redor. A visão é turva e limitada. Na luz, a linha do horizonte é tão vasta que parece não ter fim. Podemos olhar nas quatro direções e ver diferentes caminhos a tomar e daí entender que a luz é boa para nos fazer enxergar as diferentes opções que a vida nos oferece. Quando pensamos que há apenas o caminho do mar que pode nos afogar de tão imenso, olhamos no mínimo mais três, nos lados e na retaguarda.
Outra coisa que a luz do sol me revelou naquele lugar foi o lixo deixado pelos usuários. Ao sabor das ondas também estavam copos e latas de refrigerante. O branco da areia competia com o forte colorido das embalagens de biscoitos e picolés, cujos palitos estavam enfiados no que restou dos castelos de areia construídos no dia anterior.
A luz revela todo o lixo acumulado, ao longo do tempo, tudo aquilo que não foi devidamente limpo e reciclado na oportunidade de fazê-lo. Às vezes acumula tanto que é necessário um mutirão para poder levar o lixo para o lugar que lhe cabe, a lixeira. O perigo da escuridão é que ela não deixa ver o que é agradável de ser visto e aproveitado e ainda encobre a danosa sujeira.
Lembrei-me do texto de Mateus 4.16:

O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz, e os que estavam assentados na região da sombra da morte, a luz raiou”.

Este texto nos traz uma percepção da universalidade do Reino de Deus. Assim como o sol com sua luminosidade intensa nasce para irradiar luz para todos, da mesma forma Jesus, o Filho unigênito do Deus Altíssimo, veio para trazer luz a todos os homens. Assim como o sol nasce para todos, quer sejam bons ou maus, a luz de Cristo alcança a todos, sem preconceito algum.
O texto parece fazer distinção entre dois grupos de pessoas. Sem conhecer profundamente, eu ouso dizer que o povo que estava assentado em trevas é aquele tipo de pessoa que leva a vida de forma normal, sem prejudicar a ninguém, pessoas de bom caráter, boa índole, cumpridores do dever, porém, não têm a vida iluminada por Jesus. Quer dizer, não basta ser um bom ser humano; precisa voltar a ser parte da essência divina, em Jesus. Só através dEle o homem volta ao estado de imagem e semelhança do Criador.

     “e os que estavam assentados na região da sombra da morte, a luz raiou”.

Esta frase qualifica outra classe de pessoas em estado pior que o primeiro grupo. Este segundo grupo está assentado, em estado de prostração, passando a idéia de conformação com a situação em que se encontra. Inerte, sem perspectiva, este grupo não quer ou não consegue, com esforço próprio, o recurso necessário para sair desta condição. Este grupo é bastante abrangente. Além de conter os que vivem todo tipo de marginalidade, os que maquinam e praticam o mal; os que se emaranham nas vias do péssimo caráter, os manipuladores de vidas, os opressores e, aí podemos citar uma lista enorme no desvio de conduta, porém, na pior parte deste grupo estão os que conhecem a luz e não querem andar nela, preferem viver em trevas; temos os que ouviram falar da luz, mas preferem as densas trevas, os que já conheceram e andaram na luz e hoje estão distantes e nem por telescópio conseguem enxergá-la, os que fingem andar na luz, mas, a sua vida é escuridão, os que falam da luz como se nela andassem e enganam a muitos. Todos estes vivem como mortos, na região onde paira a sombra da morte, pois desprezam a luz e a vida. Muitos até travestidos de santidade, conhecedores, mas não cumpridores da Escritura. A estes e a muitos outros também raiou a LUZ. A luz que revela onde mudar, onde é necessário limpar, onde precisa adornar, a fim de que vivamos na Luz como viveu Jesus.
Quer seja no contexto daquela época ou no atual, o certo é que Jesus ainda é a luz que ilumina a escuridão da nossa vida, é ele que ilumina o caminho no qual devemos andar, ele é quem irradia verdade em nosso coração e assim liberta o homem de si mesmo e de todo jugo dos opressores.

Sejam abençoados.

Denise F. Passos

3 comentários:

  1. Amiga,
    Que Deus sempre lhe dê a inspiração do Espírito Santo para nos deleitarmos na leitura dos seus textos.
    Bom Dia!
    Um grande beijo...
    Delma Fontes

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  2. Vivi tão só na escuridão.
    Buscando luz, porém em vão;
    Quebrado fui, ninguém me amou,
    Foi quando o sol me iluminou.
    Fernando Iglesias

    só jesus para iluminar na escuridão
    um grande abraço dona D.

    ORLANDO PFALTGRAFF

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  3. Eu sou o caminho a verdade e a vida! e tb disse mais Eu sou a luz do mundo!!!!

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