Ter sido criada num lar cristão, trouxe a minha vida uma
enorme bagagem. Fui ensinada a amar a Deus sobre todas as coisas e a honrar o
Seu nome, mesmo que meus interesses precisem ser prejudicados. Meus irmãos e eu,
tivemos um crescimento saudável que nos condicionou a sair do quadradinho em
que fomos ensinados, sem nos perder da essência do evangelho. Nosso lar era
simples e feliz. Serviu de abrigo para o crescimento de muitos, pois além de
pastores, papai e mamãe foram verdadeiros pais ao abraçarem seus congregados.
Quando fomos para a igreja que ele pastoreou por mais de trinta anos, eu tinha
apenas oito anos de idade e, cresci entendendo os participantes da igreja como
familiares. Tivemos muitos problemas, mas o amor e a união nos fez a vencer
muitos desafios.
Quando olho para as dificuldades das igrejas atuais, não vejo
que o problema começa na igreja, mas nos lares. A igreja é uma comunidade, onde
várias famílias, oriundas de visão, cultura e valores diferentes estão juntas
para um propósito. As igrejas que deveriam servir de base orientadora, andam
meio perdidas como nos hospitais públicos; muita gente zanzando nos corredores
sem atendimento eficaz. Os médicos, como muitos pastores, andam desestimulados
com a infraestrutura organizacional e, os que são competentes e que realmente
vestem a camisa do seu chamado, precisam além de tudo o mais, ser grandes
malabaristas, para segurar a peteca que insiste em cair.
A igreja primitiva cresceu com as reuniões simples nos lares
e isto serviu de base para as famílias. O aconchego da igreja era o aconchego
do lar. Mas, hoje, as famílias pouco se reúnem para uma simples refeição; como
podem manter o aconchego como família de Deus em seus mega templos? Os tempos
atuais estão nos empurrando para a individualidade, haja vista que uma grande
maioria acha melhor ser crente em casa, tendo irmãos virtuais, pastor virtual,
ceia virtual, isto, sem ter a necessidade de dizimar virtualmente. Compromisso
zero, baseado em decepções com o homem que vê, redundando para o Deus que não
vê.
Nos anos em que o povo de Israel esteve habitando no Egito, parte
dele preservou sua cultura, seu Deus e sua identidade, porém, muito se perdeu
no coração do povo. Porque há tanta facilidade em assimilar o erro? A vida, a
cultura, os deuses, a orgia que envolvia a religiosidade, a facilidade aparente
da fartura de víveres; iludiu o povo que já não entendia o seu Deus como o
Todo-Poderoso, Doador da vida, Criador de todas as coisas. Um Deus que dava pouco e exigia muito, no
entendimento da grande maioria. Para quatrocentos anos de escravidão, foram
necessários quarenta anos de desintoxicação no deserto. Uma purificação que foi
apenas parcial, pois o verme da idolatria impregnou-se neles. E assim, o ranço
acompanhou o coração corrompido daquele povo, que entre vitórias e derrotas,
experimentou o sabor do mel que a obediência traz e o amargo do fel, que
acompanha a desobediência.
Hoje não acontece muito diferente. Os altares erigidos aos
semideuses pelos que invocam por adoração do povo, que pensa estar agradando e
adorando a Deus, estão por toda a parte. Imperceptíveis, estão camuflados de
“glória de deus” nos seus grandes movimentos teatrais. A adoração é tanta, que
se hoje Jesus Cristo estivesse em julgamento, vestido de toda humildade que
pregou, seria escolhido na seleção para a crucificação entre seu próprio povo.
Esperamos ardentemente por um avivamento que está às vias de
vir. E nós cremos que ele realmente virá. Mas, enquanto o ranço nos acompanhar
é inviável de acontecer. Quando o pentecoste veio sobre os fiéis, para assim
formar a igreja de Cristo, eles estavam unidos
e reunidos num lugar. Nós estamos, e digo isto com muito pesar, como numa
Babel, cada um falando a sua própria língua, sem que o Espírito que unifica e
universaliza, atue, para uma guinada de 360 graus no coração do povo, para que este
regresse a essência da origem, que se tem diluído ao longo do tempo.
“A sabedoria clama em voz alta nas ruas, ergue a voz nas
praças públicas; nas esquinas das ruas barulhentas ela clama, nas portas da
cidade faz o seu discurso: Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se
com a sua inexperiência? Vocês, zombadores, até quando terão prazer na
zombaria? E vocês, tolos, até quando desprezarão o conhecimento? Se acatarem a
minha repreensão, eu lhes darei um
espírito de sabedoria e lhes revelarei
os meus pensamentos”. Provérbios 1:20 a 23
Até a natureza está em dor. Ela geme diante da nossa
estupidez. Nós, seres conscientes, que gabamos uma estupenda inteligência, não a
utilizamos para o que é reto; passamos a vida lutando por causas que não
glorificam a Deus em absolutamente nada. Nossos próprios interesses fazem
alarde adiante de nós como o som de guizos, que batem em paredes ocas e por
isso são muito barulhentos. O único propósito é o de chamar a atenção.
A Sabedoria está clamando, ela grita incessantemente nas
ruas, nas praças, sua voz clama dentro de nós. Quando daremos ouvidos? É tempo
de permitir a circuncisão do coração e parar de fingir viver o cristianismo que
não temos. A hora chegou, em que não há tempo de brincar de ir a igreja aos
domingos para ter um descontraído encontro social. Ou abraçamos de uma vez por
todas o Cristo ressurreto ou o negamos veementemente. A Graça de Deus é maior
do que a Lei, portanto implica em maior responsabilidade.
Quando descemos as águas batismais, como simbolismo de morte
para tudo que é contrário a Deus e emergimos para uma novidade vida, precisamos
entender a responsabilidade deste ato e de verdade optar por viver uma vida de
liberdade em Cristo, livre das prisões que tão de perto nos rodeia. Uma enorme
gama de pessoas que amam a Deus e professam o seu nome ainda não conhece esta
liberdade. Dizem amar a Deus, mas andam quilometricamente distantes do Espírito de Sabedoria e de Revelação. E
se os pensamentos de Deus não são mais revelados ao povo, para que andem em
retidão, este, parte para a sua própria imaginação que por sinal tem sido
bastante fértil.
As invencionices mirabolantes tomam o lugar do que é simples
e objetivo, porque ninguém mais dá ouvidos à repreensão. O povo vive como no
deserto, migrando de oásis em oásis, escolhendo onde haja melhor sombra e água
fresca. Sem se dar conta que viver o evangelho de Cristo é sofrer por amor a
Sua causa. Quem já sofreu por amor, sabe muito bem do que estou falando. É
negar-se a si mesmo e as suas vontades pelo que é nobre. Tudo em prol do REINO
de DEUS.
Deus esteja entre nós; dando-nos um espírito de sabedoria que
nos revele seus perfeitos pensamentos!!!
Denise F Passos
Denise querida, é sempre um prazer receber s/mensagem. Após 2 meses do acidente que sofrí, ainda estou em recuperação, não cicatrizou e ainda ando de muletas, ore por mim.
ResponderExcluirInfelizmente a Igreja atual não está com os ouvidos abertos p/ouvir o q é preciso ouvir. Nos lares não há culto doméstico como antigamente, muitos não querem compromisso, essa é palavra dos tempos modernos: sem compromisso. A Ig. precisa ouvir, o grito da convocação de Deus, p/vivermos mais perto DELE (Chegai-vos a Deus...) Deus está passando em revista o s/exército e o s/olhar está nos observando: "Os meus olhos procurarão os fiéis da terra...Sal. 101:6 Nas batalhas brasileiras, sob o comando do D.Caxias, este percebeu q s/tropa estava sem condições de enfrentar o inimigo naquele combate e aí ordenou ao corneteiro Luis Lopes q desse o toque de RETIRADA. E o corneteiro, não se sabe se entendeu errado ou não, deu o toque de AVANÇAR CAVALARIA. E a tropa avançou e venceu a batalha. A Ig. do Senhoor precisa ser assim, c/coragem AVANÇAR SEMPRE, porque à nossa frente está o GENERAL JESUS CRISTO, q sempre vai dar a ordem PRA AVANÇAR. Voltar pra o mundo ou pecado? NUNCA!!!
Deus lhe abençoe amiga, um abraço.
Querida Marta,
ExcluirBom ter noticias suas outra vez.
Espero que sua recuperacão total se dê em breve.
Eu estava com saudade do nosso papo, mesmo que curto. Espero um dia poder conhecê-la.
Obrigada pelo rico comentário.
Ultimamente não tenho escrito muito, mas tenho percebido que o que escrevo agora, tem sido mais profundo e eficaz no sentido de fazer despertar os que dormem.
Divulgue as matérias que achar importante da forma que quiser.
Completei 10.000 leituras do blog e ofereci um culto am acão de gracas ao Senhor; outra prática que quase não realizamos mais em nossas igrejas.
Seja grandemente abencoada.
Kisses.
Denise
Olá Denise,
ResponderExcluirEsta pessoa anônima acima, sou eu - Marta Lima da Rede Social.