sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amigo ou inimigo de Deus???


Hoje celebramos o dia do amigo.

Ofereço este texto em homenagem a todos os meus amigos. Obrigada por vocês existirem na minha vida.Amigos do dia a dia, de todas as horas, de perto e de longe, os novos e antigos, os dos momentos do choro e das risadas, de trabalho e da escola, amigos de oração e adoração a Deus, os virtuais e os de fato, amigos de idas aos shoppings da vida, dos filmes semanais com direito a muita pipoca e guaraná, amigos dos momentos dolorosos e de refrigério. Amigos até que a morte nos separe.

Amigo é alguém que nos compreende quando ninguém nos entende. Alguém que nos ouve, quando todos se afastam; que nos abraça, mesmo quando não temos nada a oferecer em troca; que nos perdoa quando falhamos feio com ele; que nos estende a mão no dia da adversidade, quando todos nos deixam sós; que nos dá um sorriso, quando nossos olhos não estão a brilhar; que nos anima no tempo da angústia; que nos tolera quando estamos chatos e intolerantes.

Amigo é aquele com quem podemos pensar em voz alta. Um amigo nunca abandona o outro, mesmo quando está amargo. Um amigo dá a vida pelo outro, como Jesus fez conosco.

Jesus foi um homem que soube valorizar as amizades. João, não foi apenas discípulo, foi o grande amigo de todas as horas, a quem confiou Maria, sua mãe, certamente viúva, no momento de despedida de sua vida terrena.

Jesus nos ensinou a viver a amizade com pureza e intensidade a partir do modo que fomos criados por Deus, isto é, sem distorções provenientes do homem decaído.

A história de amizade entre Jesus e a família de Lázaro é interessante. Sempre que ele passava por sua casa, Lázaro lhe dava atenção e Maria estava sentada a seus pés aprendendo dele. Afinal, Jesus veio para ensinar sobre o vasto Reino de Deus, até então desconhecido pelos homens. Todos que o cercavam, tinham muito a aprender. Porém, Marta só pegava o bonde andando, porque estava interessada em cuidar do bem-estar das visitas. Muito preocupara com o excesso de serviço doméstico. Parece que a vejo, andando pela casa, levando água, servindo lanche, acomodando os ouvintes da melhor forma possível, suada, cansada de transitar várias horas. Até que desabafou com Jesus: "Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!” Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada". (Lucas 10:38-42)

Jesus veio a terra para fazer dos homens, amigos de Deus. E para ser amigo íntimo é necessário gastar tempo em o conhecimento mútuo. Assim como Marta - Não importa o quanto você faça, se for pelos motivos errados, Deus não abençoa e nem recebe. Marta estava preocupada em agradar a todos para ser reconhecida como a dona de casa perfeita. O orgulho da anfitriã que sabe receber bem seus convidados. Suprindo a necessidade de outros sem cuidar da própria. Jesus estava lá por motivos que ela não entendia. Seus pensamentos e suas atitudes eram meramente humanas.  Mas, o mestre falava de um Reino Celestial, que veio para tabernacular, instalando-se no homem e não fora dele. Um Reino que começa de dentro e toma dimensões para fora.

Jesus a repreende por causa da futilidade do seu pensamento humano. Porque, as nossas prioridades para o Reino de Deus são nulas. Jesus, o Filho de Deus, o salvador dos homens estava lá, na casa dela, para enriquecê-la com conhecimento divino e ela só conseguia pensar nos afazeres domésticos. Não que ela não quisesse aprender aos pés do Mestre. Tenho certeza de que ela queria, pois amava a Jesus. Mas, não o amou o suficiente para fazer dele uma prioridade para a sua vida. O apóstolo Paulo afirmou categoricamente. “Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo”. Gálatas 1:10

As encruzilhadas da vida nos conduz a escolha entre o que é importante e o que é prioridade. E a vida se torna meio atarantada, como a de Marta, quando invertemos os valores, do que é prioritário, pelo que é meramente importante.

Maria escolheu bem. Ela soube devolver a riqueza do conhecimento que obteve do Mestre, preparando-o para a sua morte, quando quebrou sobre ele o vaso de alabastro. Uma mulher jamais poderia proceder desta forma publicamente, mas ela foi honrada por causa da atitude ousada que o conhecimento de Deus lhe trouxe. O seu nome ficou gravado para testemunho de sua fé, pela eternidade.

Faça de Jesus, o amigo presente em sua casa; em sua vida. Não abra a porta da rua e lhe aponte a saída, com as atitudes fúteis e levianas, próprias de um coração não amante de Deus. Criar tempo prioritário para Deus é um ato de expulsar os ídolos erigidos ao longo da vida. Ídolos criados à imagem e semelhança humana que destroem a fé viva dos ensinamentos do Mestre. Se eles continuam erigidos, nunca poderemos ser amigos de Deus, através de Jesus Cristo, Seu Filho.

“Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo”. Filipenses 1:9-10

Feliz dia do amigo!!!

Deus nos abençoe.

Denise F Passos

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Por trás do véu


Denominamos de véu, o tecido transparente, de renda, seda ou qualquer outra fazenda delicada, que as mulheres usam como sinal de honra, para cobrir ou encobrir. Que mistério há por trás de um véu? Há véu para todos os fins. O véu da noiva, véu cacheira, véu imposto apenas para mulheres, planta véu de noiva, véu blog, grupo véu de fumaça, véu de seda na dança do ventre, véu palatino, véu do templo, loja de véu e talvez uns tantos mais que eu não tenha conhecimento.

O véu como peça de vestuário, começou a ser usado por homens e mulheres, como proteção por causa do sol causticante nas regiões desérticas. Com o passar do tempo à coisa continuou quente apenas para o lado das mulheres. A imaginação fértil do autoritarismo masculino impôs o uso do véu, não por cuidado ou proteção contra o sol causticante, mas para emparedar a mulher por trás dele, fazendo do seu uso uma obrigatoriedade. O rosto de uma mulher, principalmente das virgens, só poderia ser visto por membros da família. Torná-lo público era sinal de desonra.

Sabemos que no início dos tempos bíblicos, o véu já era utilizado para proteger, resguardar e dar um ar misterioso às mulheres da época. Conta à história, no capítulo 24 do livro de Gênesis, que Abraão mandou o seu servo Eliezer, buscar mulher que pertencesse a sua parentela para esposar seu filho, Isaque. Rebeca, moça formosa, escolhida a dedo pelo próprio Deus, possuidora de inúmeras qualidades; deixou tudo para trás e seguiu rumo a seu destino, levando consigo bem pouco da casa de seu pai, sabendo que o cuidado de Deus lhe proporcionaria a honra do amor.

Após a longa viagem, quando estavam chegando a seu destino, levantou os olhos e avistou a Isaque que havia saído ao campo para orar. Ao mesmo tempo, ele também levantou os olhos e avistou a caravana que se aproximava. Rebeca então disse ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? “E o servo disse: Este é meu senhor. Então, ela tomou o véu e cobriu-se. E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera. E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado, depois da morte de sua mãe”. Gênesis 24: 65-67

O véu que resguarda, quando retirado de forma majestosa, deixa ver toda a beleza e revela aos poucos todo mistério, guardados por traz dele. O encanto da descoberta é que aguça o desejo. Um desejo que aumenta e perdura.

Nas gerações passadas os jovens eram ensinados a preservar alguns princípios. Princípios agem na vida de uma pessoa como a cobertura de um véu. Pessoas que não entendem o valor de princípios, ético-moral –espiritual, desprezam a qualidade de belo, que proporciona o desejo da descoberta. O preço é baixo, como os pobres valores adquiridos. A liberdade de fazer da própria vida o que bem entende, leva muitos a becos sem saída, a angustiantes guetos interiores, a exposição nas praças públicas dos faladores, e a crucificação por parte dos hipócritas.

As lindas e inteligentes meninas de hoje, em grande maioria, são induzidas a abolir seus véus. Não há mais nada a ser descoberto. Todo o seu universo está exposto. A intimidade está à mostra para qualquer um ver e talvez desfrutar. Não há mais o que ser valorizado, pois não há valores guardados por traz do véu. A maturidade às avessas deixam-nas vulneráveis a qualquer tipo de circunstancias e pessoas. “Liberdade e responsabilidade caminham juntas”. Este foi o lema repetido diversas vezes em nossa casa, enquanto minhas filhas estavam em formação. A liberdade tão cobiçada, sem a responsabilidade devida, transforma-se em prisão, que cerceia o alvo do desejo.



Os rapazes por sua vez, borboleteiam nas suaves flores sem compromisso algum, não percebendo o quanto isto as despetalam. Rasos de sentimentos e estagnados na imaturidade, não entendem a profundidade do ato de retirar o véu de uma donzela, para conhecer a riqueza de sua intimidade, tomando-a por mulher. A vulgarização do sublime, tão incentivada pela mídia, diploma jovens tresloucados que não saberão ensinar com propriedade as suas futuras famílias, isto é, se chegarem a formar uma. A famosa frase: Prendam as suas cabras porque os meus bodes estão soltos” é dita com orgulho por pais que, erradamente tentam firmar a masculinidade dos garotos, e isto, no mínimo alimenta o ego de um pegador. Sem escrúpulos, por não terem aprendido com o modelo ideal, não conseguem valorizar o amor-paixão que segue pela vida à fora, no entrelaçamento de dois seres que se fundem até que a morte os separe; trocando pela ilusão da transa animal, descompromissada.

A mulher foi criada para ser amada pelo homem, este é o seu desejo natural. Se uma mulher é amada, ela descansa no amor, fazendo do seu companheiro o mais feliz dos homens. Enquanto isso o homem precisa do respeito desta mulher. Um casamento perfeito, “amor e respeito”. Sem estes dois tributos, nenhum relacionamento vai muito longe.

O véu é a linha que delimita os espaços. E somente através da honra, deve ser retirado.  Assim como Isaque, pelo amor, desnudou Rebeca do seu véu. Se isto que estou dizendo fosse asneira, a verdade dos casamentos atuais seria diferente. A geração micro-ondas, já pega tudo pronto, e da mesma forma que esquenta rápido, também esfria. A ebulição lenta e duradoura que traz o fogão a lenha, é totalmente inviável para os dias atuais, dizem os educadores modernos. Sem profundidade, os compromissos ensinados, são mantidos em bases movediças; construídos hoje, para despencarem amanhã.

Mas, caso despenque, não há problema algum. O manual da escola, da vida moderna, diz que: a fila anda; bobeou, dançou; até que o divórcio nos separe; vamos “ficar”...

Deus, em Cristo, nos honrou rasgando de alto a baixo, o espesso véu que nos separava de Sua santidade. E hoje, podemos adentrar o Santo dos Santos, lugar privativo para os íntimos, onde usufruímos das preciosas delícias deste relacionamento. Ora, se a bíblia compara a relação de Cristo com a igreja ao casamento; ao amor de um homem por uma mulher, porque aceitarmos como verdade, a leviandade tão ditame em nossos relacionamentos atuais?

Valores e princípios morais não caducam. Se fizermos um X nos valores ético-morais, acabamos desconstruindo por completo a casa que erigimos e onde nos abrigamos a partir da formação familiar e dos resultados das inclusões filosóficas e religiosas, que aprendemos na sociedade onde vivemos. É como uma pessoa perdida no meio do nada, que pensa não precisar da bússola norteadora para se encontrar. É necessário rever valores e conceitos, sim, mas há que se ter cautela com distorções, para não trocar o certo pelo errado ou pelo duvidoso.

A honra que Deus nos trouxe através de Cristo é valiosa demais, para ser trocada por meros preceitos mundanos; por mais inteligentes que sejam, são resultado da natureza decaída. Não há como servir a dois senhores. A Graça tem sido tratada com leviandade por muitos que não entendem que nela, a nossa responsabilidade apenas aumenta. A quem mais é dado mais será cobrado. Ela é mais séria do que a Lei. Como um pequeno exemplo vejam, que na Lei, o adultério consumado, era pago com a morte. Na graça, basta olhar com segundas e terceiras intensões, que já se torna réu. Porém, esta maravilhosa graça, não é simplesmente para condenar, como fazia a Lei, mas para conscientizar, tratar, curar -  em pleno amor... O véu rasgado, nos fez enxergar a graça que nos retorna ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído – “a gloriosa presença de Deus”. Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu...
Hebreus 6:19



Deus nos abençoe.

Denise Figueiredo Passos