quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Cinquente e três anos bem vividos...

Hoje amanheci agradecendo a Deus a oportunidade de viver mais um ano. Louvei o Seu poder, em prolongar a minha vida, dando ordem expressa à morte que me cercava, quando eu estava morrendo de difteria, aos seis anos de idade. Este é o meu bem maior, a vida. E procuro vivê-la de forma intensa e harmoniosa, mesmo quando nem tudo vai bem.
Ainda na minha cama, hoje pela manhã, comecei a lembrar das celebrações do meu aniversário e o quanto elas me fizeram feliz.

Minha mãe adorava festas. Eu tinha uma avó postiça que dava cordas a ela, a vovó Geni. Era uma vizinha que tinha um filho único, solteirão e então adotou a mim e a meus irmãos como netos. Ela era muito habilidosa nos trabalhos manuais e nossas festas eram detalhadas. Lembro que a festividade acontecia em dois dias diferentes. Um dia em que eram reunidos os vizinhos, amigos e a família para um culto em ação de graças, e outro dia para a festa. Assim crescemos instruídos por aquela mulher tão simples, que toda celebração deve ser regada com gratidão.

Nosso aniversário nunca passou em branco, mesmo que fosse apenas um bolo com refresco meus irmãos e eu, tivemos. Isto desenvolveu em nós um sentimento de grande valor para nossos pais e amigos. Realizar aniversário é mais do que comer bolo, é celebrar a vida.
Meus quinze anos, foi celebrado de forma especial, com a simplicidade da época, mas foi maravilhoso ter a família, amigos que cresceram comigo, vizinhos e irmãos da igreja. Tinha tanta gente que a casa não comportava o número de pessoas e praticamente fechamos a rua onde morávamos.
Meus dezoito anos caiu num domingo, e papai estava de serviço na Marinha e isto me fez chorar. A família não estava reunida para a celebração. Naquela época, mal sabia eu que aquele era apenas o começo da falta dos entes queridos nos dias mais importantes da vida.
No vigésimo terceiro aniversário eu já estava casada e celebramos em nossa casa; no ano seguinte a Suelen já estava conosco. Muitos deles foram celebrados na igreja onde o papai era o pastor. Era bom demais. Cresci naquele lugar e éramos como família.
Em Brasília, foi muito bom. O coral da juventude da Catedral tinha por costume fazer serenata na janela dos aniversariantes. E quando menos esperávamos a música começava e até os vizinhos curtiam o espetáculo das janelas dos prédios. Naquela época meu marido e eu éramos líderes de jovens e curtíamos muito o trabalho. De modo que os quarenta e dois anos foi regado a muita cantoria. Hahaha
Nos quarenta e nove anos, resolvi fazer algo diferente. Fui a Petrópolis comprar os presentes de Natal para todos na Rua Tereza. O dia foi agradabilíssimo. Nos cinquenta quis dar uma grande festa, mas o vai e vem da vida impediu-me.
Desde que a vida resolveu me separar das pessoas que amo, eu precisei aprender a curtir cada pessoa há seu tempo. E não cobrar da vida o que ela não pode me dar outra vez. Já vivi lindos aniversários, com alegria, sorrisos, festa, lágrimas, tristeza, presentes e entre eles até um pedido de casamento.
Hoje dia 21 de dezembro de 2011, minha irmã me surpreendeu com uma festa em sua casa. Disse que iria reunir as mulheres da igreja e pediu-me que desse uma palavra a elas por cerca de trinta minutos. Eu preparei tudo e elas fizeram bolo e ainda um jantar. Para finalizar, ganhei uma linda joia. Um cordão de ouro com uma pedra vermelha em forma de coração.
Eu não esperava receber presente algum. Não sou pessoa que precisa de coisas para ser feliz. Mas, Deus tem cuidado de mim de forma especial nestes últimos dias, aliás, como sempre cuidou. O Seu amor tem me envolvido de forma tal que a alegria que andava distante, voltou.
Hoje pensei numa peca de teatro criada pela Jocum, que encenamos várias vezes para as crianças da igreja, chamada “O ladrão de alegria”. Um homem mau que não teve felicidade na vida, roubava tudo que alegrava as pessoas ao seu redor. Até que se deparou com uma garotinha cuja alegria era o Senhor. Vinha das fontes de águas vivas que jorram do interior. E ele não pode rouba-la. Assim, eu tenho uma preciosidade que ninguém e nem todo o inferno reunido vai me tirar, a alegria de viver. Esta é a minha maior celebração. Obrigado Senhor.
Agradeco as minhas filhas, a família, a querida Nema, a todos os amigos que me telefonaram, os que deixaram recados no facebook, os sms, os do msn, da rede social, do Beco dos poetas, enfim a todos vocês que demonstraram o enorme carinho que sentem por mim. Vocês são preciosíssimos. Deus os abençoe MUITO.


Minhas queridas amigas de Maryland celebrando o meu niver em 2011
Grupo feminino da igreja de Delaware no meu niver em 2011