segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

AUTOPIEDADE "Derrubando Gigantes Interiores"

Esta é a quinta semana da nossa campanha e já identificamos quatro gigantes que tentam subjugar o nosso homem interior, tornando-o completamente distorcido. O “Eu” com todos os seus ismos, a “língua” que bate em todas as direções, a insensata “negligência”, o danificador “desânimo”. Todos são inimigos cruéis que se instalados, deturpam o q ue há de humano, em nossa essência.

O quinto gigante escolhido é a autopiedade, que é um sentimento corrosivo, altamente destrutivo. Tem seu começo na pessoa que se sente injustiçada pela vida, colocando-a no lugar de vítima. Ao reclamar de tudo, lamenta pelo que não tem e não é capaz de enxergar e se alegrar com o que possui. Ela é perfeita a seus próprios olhos, vive presa ao passado e a culpas, lamenta-se o tempo inteiro e este sentimento, evolui para uma espécie de tortura mental, que torna o convívio consigo mesma e com o outro, impossível.



Todos nós temos um ser ideal, (aquele que idealizamos como modelo para nós) e o ser real (aquele que realmente somos), e o ser ideal está sempre julgando o ser real. Da severidade deste julgamento, nasce um sentimento de culpa. Culpa por não sermos tão bons quanto gostaríamos, culpa de não termos alcançado o sucesso que almejávamos, culpa por não alcançarmos as nossas expectativas, nem as expectativas na relação com o outro. Esta culpa culmina num grande sentimento de inadequação com a vida, pois a autopiedade é seguida da autopunição.


Se em primeira mão a vítima da autopiedade se acha coitadinha, mal entendida, desvalorizada... A tendência sequencial é vestir a carapuça “talvez eu mereça passar por essa situação”,gerando um estado de culpa. A culpa por sua vez vai levá-la a autopunição e, a autopunição a induz ao pensamento de que não merece ser feliz. Este pensamento conduz a depressão, que funciona como resultado de sentença da qual a própria pessoa se impõe a pena. Com essa atitude ela se coloca como vítima das circunstâncias, como se os outros conspirassem contra ela e se sente mais infeliz ainda; sentindo uma culpa cada vez maior. Então, a pessoa é enredada num círculo vicioso de autopiedade, culpa e autopunição.


Eu posso falar por experiência própria, pois no passado experimentei este terrível sentimento. Como sou uma pessoa de fácil convivência, me achava “boazinha” demais e não merecedora de atitudes de críticas e afrontas de outras pessoas. Meus pais criaram a mim e a meus irmãos para vivermos um mundo cor-de-rosa, onde o sol sempre brilha e onde as pessoas são maravilhosas. Eu era uma pessoa tão amiga, prestativa, companheira, porque recebia ingratidões? Eu não entendia nada da realidade da vida. Dei um pouco de trabalho a Deus para me libertar deste gigante. Um dia, Deus me deu um sacode e me disse: Denise, o Meu Filho é que não merecia... Então, eu acordei para a realidade, e com muita oração me livrei deste mal que me corroeu durante muito tempo. E que por vezes intenta voltar, mas eu luto contra ele, para que não se instale; nunca mais... A casa foi limpa e adornada... Glória a Deus! Não há nada melhor do que a sensação de ser livre. “...esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Filipenses 3:13,14

O homem tem cada vez mais conhecimento e controle do mundo ao seu redor e cada vez mais se afasta do seu mundo interior. Vivemos mais a exterioridade do que a interioridade, pois a nossa teologia está pontuada no comportamental, no estereótipo. Damos pouca importância aos valores que nos conduzem e nos mantêm no Reino de Deus. A Bíblia aconselha que precisamos nos analisar periodicamente, a fim de nos conhecer e saber o que está acontecendo em nosso interior. O culto agradável a Deus é o racional, e como podemos oferecê-lo sem conhecimento próprio? Cada pessoa é um universo e partindo deste princípio há muito que ser analisado.


A narrativa de l Reis 19:8 em diante, nos mostra claramente o sentimento que o profeta Elias adotou para si. No capítulo anterior relata a sobrenatural atuação de Deus em resposta a oração do profeta, mandando fogo do céu e consumindo todo o holocausto preparado no altar. E por causa da morte dos profetas de Baal, em retaliação, Jezabel mandou matar a Elias, que fugiu, andando por muitos dias a caminho do Horebe, chamado o monte de Deus. Chegando ali, se abrigou em uma caverna, onde passou a noite, sentindo-se seguro; totalmente abrigado. Deprimido por causa da situação, começou a despejar em Deus toda a sua autopiedade. “Eu fiz tudo direitinho, da forma que o Senhor mandou; é assim que Tu me pagas? A minha cabeça está a premio e agora eu preciso viver fugindo e escondido. Todos aqueles que foram fiéis a Ti estão mortos, só eu fiquei. Acaba comigo também...”

O pecado da autopiedade nos faz rastejar nas emoções e a princípio nos escondemos numa espécie de caverna, que fabricamos, ao juntar as pedras que nos são atiradas ao longo da vida. Depois de algum tempo a caverna é que habita em nós e a escuridão da alma passa a ser tremenda. Neste ponto, as pessoas já estão totalmente dominadas por esse gigante que tira pedaços, fazendo grandes buracos na alma, quando na verdade deveríamos pertencer integralmente a Deus.


A autopiedade é a tortura mental, desprovida de amor, que consome a mente, noite e dia. O amor que dá vida, amor que impulsiona; amor que nos faz férteis. A nós foi dado o livre-arbítrio, o direito de escolha, e podemos olhar pelo seguinte prisma. Eu controlo os meus pensamentos, isto é certo; sou dona deles até o ponto que não me permito aprisionar. Se eu sou capaz de controlar os pensamentos e, já que os sentimentos são gerados pelos pensamentos, eu também consigo controlar os sentimentos negativos, não permitindo a sua instalação. Porque, depois que eles se instalam, pra mandar embora só com muito esforço, terapia e oração. Não posso impedir um pássaro de pousar na minha cabeça, mas eu posso impedir que ele faca o seu ninho.


José esteve dentro de um poço, onde foi colocado por seus irmãos para morrer. Ele trazia uma grande carga por causa dos problemas familiares e ficou tão decepcionado que mesmo após ter saído do poço e vendido como escravo para um mercador que o levou para o Egito, o poço não saiu de dentro dele. Ele o carregou durante muitos anos até que finalmente o seu cativeiro foi mudado e viu cumpridos, os sonhos de Deus para a sua vida. Mas, isso levou muitos anos, porque ele permitiu a instalação de determinados sentimentos em sua alma ferida. “Deus me fez crescer, na terra da minha aflição”, disse José ao dar a seu filho Efraim. Depende de nós, ir adiante ou ser embarreirados pelos gigantes. Augusto Cury, no seu livro “Você é insubstituível” diz que “Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais.” José sonhou, mas precisou livrar-se dos seus fantasmas para ver os realizados e ser completo outra vez.

Lute contra as prisões, mas sobre tudo, as arranque de você. Mantenha subjugado o gigante da autopiedade, que tenta a todo instante manter controle sobre a sua vida.

Deus nos abençoe.

Denise F Passos

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Desânimo “Derrubando Gigantes Interiores”

Esta é a quarta semana de estudos e orações que estamos realizando na igreja Shalom Pantecostal em Delaware. Com o tema “Derrubando Gigantes Interiores” estamos identificando um a um, os algozes que se levantam para embargar a nossa vida. Já descobrimos que o “eu”, a “língua” e a “negligência”, precisam ser mantidos sob controle para não nos afetar. Esta semana falaremos sobre o inimigo denominado “desânimo”. Basta uma pitadinha de tristeza cuidada com todo o carinho para que ele comece a existir. Estar desanimado é se encontrar com o estoque de sentimentos motivadores, vazio e assim não poder administrar o interior quando a confusão de sentimentos se instalada.

Quando criança, eu ganhei uma bicicleta dos meus pais de presente de natal, mas como não sabia andar precisava das rodinhas adicionais para ajudar no equilíbrio. Azul e branca, com duas faixas vermelhas, pneus largos, com boa estabilidade, mas eu ainda não sabia como andar. Minha amiga Luzia, mais velha que eu já sabia, embora sua mãe não tivesse condições de compra um presente daqueles para ela. Ao entardecer eu a convidava para brincarmos em frente à casa  e por um bom período dávamos  muitas voltas, uma de cada vez. Observei que quando ela pedalava fortemente a lanterna iluminava e quando eu, que ainda não sabia exercer a forca necessária para manter o ritmo, nada acontecia. Às vezes uma fraca claridade aparecia. Poucos dias depois, pedi a meu pai para retirar as rodinhas e então pude andar na mesma velocidade que Luiza, acendendo todas as lanternas da bicicleta.

Desânimo segundo ao dicionário é desalentar, descoroçoar, desanimar, esmorecer, perder coragem e o estímulo. Quando ocorre por um pouco de tempo é normal, faz parte da nossa humanidade, mas quando se instala como estilo de vida, é um perigo. Um estado de letargia vai tomando conta sem que se perceba. Isto ocorre principalmente quando a pessoa tem uma profunda tristeza na alma, que corrói toda base onde a vida é fixada. Quando o desânimo cresce assustadoramente passa do natural, então nos inutiliza, causando um sério estado de letargia. É como se a pessoa tivesse uma grande bola de ferro, presa a sua perna com uma grossa corrente, que a arrasta cada vez mais para dentro dos seus males.

A falta de perspectiva de vida vem assolando um grande número de pessoas, que olham nas quatro direções e não sabem para onde seguir. Um exagerado desânimo, uma tristeza profunda que causa dor na alma, uma irritabilidade sem causa aparente, melancolia constante, coisas que atrapalham as atividades físicas e sociais e a pessoa não sabe como reagir contra. Em casos graves, até para descansar a pessoa é desanimada. Se não houver reação contra este tipo de coisa, a armadilha da distimia, uma doença de ordem psicológica; um determinado tipo de depressão, que se apega com prazo indeterminado para retirada, se instala.

A Bíblia nos dá sábios conselhos, entre eles que devemos pedir a Deus que aumente a nossa fé. Por quê? Em primeiro lugar, porque sem fé e impossível a gradar a Deus e é ela que produz a esperança, não permitindo que o desânimo e seus aliados se instalem em nossa mente. Para que houvesse luz na lanterna da bicicleta eu tive que aprender a pedalar forte para que o dínamo gerasse energia, pois a bicicleta não tinha luz própria, precisava gerar luz através do movimento. Da mesma forma, o esforço que fazemos através da fé, para reagir contra todo tipo de mal e se manter inteiro como é propósito de Deus para a vida do Homem, é que gera a luz. A luz que é vista por outros. A luz que faz a diferença, conduz outros a deixar a escuridão.

Todas as vezes que cremos contras as circunstâncias que se apresentam no cotidiano e às vezes se arrastam por um longo tempo, parecendo que vão nos enlouquecer de tristeza, fazemos com que a fé gere força, afastando o desânimo, “sugador de energia”. É a nossa atitude que vai determinar a derrota ou a vitória.
 “Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós outros...e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração”. Tiago 4:8
Para iluminarmos este mundo caótico em escuridão precisamos nos achegar a Deus. Apenas a luz que a fé produz em nós, trará esperança e solução ao caos instalado. Aos que tem ânimo dobre que, hoje é interpretado como um tipo de bipolaridade, precisam usar de bastante esforço, para limpar o coração. É necessário persistência para curar-se deste mal. A neurociência dobra-se a fé, reconhecendo que tem coisas que só ela pode realizar no ser humano.

Como vimos, este gigante que surge de repente pode transformar-se num grande e poderoso inimigo. Começando com uma simples tristeza mal administrada ou uma pequena frustração não resolvida, aliadas a outros fatores, gera desânimo; este inocente sentimento pode crescer de forma sorrateira e tornar-se como um câncer que corrói a beleza da vida. Lutar contra ele é necessário. Mantê-lo subjugado se não puder destruí-lo, é preciso. Não entregue os pontos sem antes lutar bravamente. Não desista, você nasceu para vencer.
Deus nos abençoe.


Denise F passos

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

NEGLIGÊNCIA - Derrubando Gigantes Interiores

Na série de estudos e orações que estamos realizando na igreja Shalom em Delaware, identificamos os dois primeiros gigantes a serem dominados, a fim de que tenhamos uma vida mais integral. O “eu e a língua”, foram apontados como cabeças da listagem. O terceiro gigante, não menos nocivo que outros, atrapalha bastante a vida pessoal e em sociedade. A “negligência” é uma grande inimiga que atravanca a vida, dificultando o avanço em muitas áreas.  

Quando ouvimos este termo, não temos noção de como é abrangente, requerendo muito cuidado para não nos enredar na esparrela da falta de compromisso. Uma pessoa começa negligenciando pequenas coisas e, se desde criança não for ensinada a cumprir certas responsabilidades, o caos se instala, então quando a pessoa se acha num mundo, onde a confiança dos cidadãos é destruída dia a dia, sem alternativa ético-política-religiosa, que dê soluções plausíveis ao caos social, encerra-se numa prisão, de onde não consegue sair. Porque o termo prisão? Porque o negligente com o passar do tempo, cria um determinado conforto na situação, acomodando-se ao estigma de “incapaz”.

 Como é de costume, pesquisei o tema no google, porém das tantas páginas que recorri apenas dois ou três tópicos abordavam o assunto de forma geral e a grande maioria em outras áreas, do tipo: negligência médica, jurídica, paterna etc. Parece que o tema em foco é quase nada trabalhado na elaboração do indivíduo, em sua estrutura. E o que ocorre é que a negligência é vigente, atualíssima, participativa na conduta humana, em todas as áreas cabíveis.

O dicionário nos dá uma vasta lista de significados: desleixo, falta de diligência, preguiça, ausência de reflexão necessária. Suas características principais são a inação, indolência, inércia e passividade. A negligência “insensatez” faz parte da cultura do vazio que avassala a nossa sociedade. O vazio mental é uma grave alteração estrutural da mente, que mesmo sendo tão vasta não consegue conter conteúdos devido à afetação.

 “Havendo vontade, abre-se o caminho”. Bowes

É comum, que as pessoas tenham o seu lado autônomo, independente de terceiros, donos de si e de sua história, livres para pensar e decidir, por outro lado, elas se encontram totalmente vulneráveis, com dificuldades de cultivar e manter relacionamentos e compromissos pela grande dificuldade de se auto identificar. O negligente vive em torno de si mesmo, vivendo a mercê das ondas, entregando-se as paixões vazias, onde a extrema fragilidade as deixa vulneráveis. O negligente está tão perdido dentro de si, que prioriza as grandes futilidades. Os meios de comunicação inadvertidamente contribuem para este estado de coisa, com programações chulas; humor barato, nada inteligente, ofertas de consumo exacerbado, notícias alarmantes e nada educativas.

Tudo o que é bom, tudo que enobrece a beleza da vida, a boa música, o enriquecimento interior, estão sendo relegados pela cultura do vazio, pois na atual conjuntura, promover a ociosidade está em voga. A realidade atual insiste em que, gastar tempo com o que bom e reto, é perder tempo.

Em estudo realizado na relação pais-filhos verificou-se após analise de todas as queixas que a maior parte dos distúrbios de conduta foram gerados pela negligência educacional. O produto final na criação moderna está evidenciando por uma geração de negligentes.

Apenas uma pincelada no que diz a psicanálise acerca do assunto, para entendermos que a negligencia pode evoluir em patologia, que é um transtorno de personalidade, que se não for cuidada em tempo cria um grande desvio. Isto porque o alardeado progresso provoca sentimento de impotência,  porque o homem não busca tempo para aquilo que o refaz em seu homem interior. Ao contrário apegam-se ao que é fútil, ao sexo exacerbado e a diversão ilusória, tentando arrastar o céu para o chão a fim de que fique no mesmo nível, na luta inglória contra a depressão.

Vamos focar o que a Bíblia diz a respeito. Ela trata a negligência como o pecado de “insensatez”. O texto bíblico diz: “Maldito o que faz com negligência o trabalho do Senhor...”. Jeremias 48:10a

A chamada de atenção da parte de Deus é pelo fato de que, mesmo inconscientemente, a negligência é uma desistência pelo todo da vida.  É um desapaixonar-se, não se dando conta das coisas mais importantes e relevantes da vida. É um não querer por causa da pouca forca para querer. É mais do que apenas o fato de deixar de fazer alguma coisa que lhe compete, é não sentir nenhum motivo para fazer. Os filhos do profeta Eli negligenciaram o serviço da casa de Deus. Eles banalizaram o sagrado, agindo com leviandade e grande insensatez. Deus os rejeitou e Samuel herdou o direito deles na sucessão.

Portanto, tudo que fazemos para Deus deve ser por amor a Ele. Se não temos motivação alguma para realizar o melhor, o que está acontecendo de errado? Quando decidimos viver para Deus de modo que ele faca parte do nosso cotidiano, a negligência por ser um abandono de si mesmo não mais nos cabe dentro dela. Nossa humanidade nos deixa em baixa vez por outra, isso é normal, mas não é normal o estado de letargia que e negligência provoca.

Apenas a presença de Deus pode banir de uma vez por todas tudo que nos deprime, pois como afirma a Escritura, em Sua presença até a tristeza salta de prazer. Servimos a um Deus que quer ser presente e atuante e ter liberdade em nosso ser. Mas, coisas como o vazio mental impedem a atuação do Espírito de Deus em nós. Impedem a nossa adoração. Impedem o relacionamento. Mas precisamos lutar para conseguir vencer este tipo de coisa. Nada vem de graça, precisamos conquistar.

Já passei por momentos na minha vida que eu precisei me confrontar para poder sair das prisões em que me meti. Lembro-me de um dia em que estava tão deprimida, então peguei uma cadeira coloquei no meu quarto, deitei na minha cama e comecei a desabafar com Deus. Falei tudo que me veio à mente, abri o verbo, falei com sinceridade tudo que estava ocorrendo comigo e que necessitava de mudança, de forca, coragem. Eu não o vi, mas sei que ele estava lá, pois levantei outra pessoa. Naquele dia Deus fez o carinho necessário que a minha alma necessitava. Eu não aceito estacionar em determinadas situações ruins da vida, já que tenho um Deus grandioso para me ajudar.

O gigante da negligência precisa ser controlado ou mesmo banido de nós e assim estarmos livres para um verdadeiro compromisso com Deus.

Grande abraço.

Denise F Passos


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Filha do mal

Este é o título do filme que em ingles entitula-se "The devil inside", que aborda o exorcismo de Maria, mãe da jovem Isabelle e que está presa num hospital para doentes mentais, pelo fato de ter matado três pessoas violentamente durante uma sessão de exorcismo. Por 20 anos ela esteve presa, e então sua filha decidiu investigar para saber o que de fato ocorreu. Ela precisa ter a certeza se sua mãe é uma psicótica ou sofre de influência demoníaca.

O filme foi uma produção independente, e ganhou público apostando no Maketing. A estreia ocorreu no recinto de uma igreja católica e atores trajados de padres se misturaram aos presentes para ver se ocorria alguma possessão durante a projeção; entrevistaram pessoas da plateia que assumiram ter adorado a maneira como ficaram perturbadas ao assistirem.

Enquanto a cinematografia insiste no tema e leva o público a acreditar que a possessão demoníaca é uma realidade, há homens de Deus fazendo justamente o contrario. Afirmando que os problemas psicológicos e psicóticos são a causa da loucura e da ausente personalidade humana. Enquanto os de fora insistem para crermos os de dentro (por causa dos abusos na questão espiritual) insistem para desmitificarmos e o povo em total confusão de informações não sabe para onde correr.

Concordo que há uma grande inversão de enfoco, mas não podemos obscurecer um inimigo real. Nosso foco central é Cristo e já vencemos a morte em o inferno por estarmos nele. Mas, e os que não estão, e não podem vir a Cristo por causa do poder maligno que opera em sua vida? Vamos colocar uma venda para o assunto e achar que essas pessoas não vêm porque não querem? Não. O fato é porque estão presas e, uma das prisões é, a demoníaca.
Maria Madalena quando foi recebida por Jesus estava possuída por sete demônios que habitavam em seu corpo, que a impeliam a prostituir-se. Para que ela se tornasse uma discípula, foi necessário expulsar os demônios para que ela pudesse estar completamente LIVRE, e assim poder segui-lo e aprender dele. Muitos andam presos e nem tem consciência disto, pior ainda, muitos dos líderes atuais também não sabem.

No filme Filha do mal, Isabela procurou ajuda de dois padres do Vaticano, experientes em exorcismo, que convencionaram um método científico-religioso, com ajuda de computadores para identificar os quatro poderosos demônios que possuíam sua pobre mãe. Será que a autoridade da qual fomos investidos está tão precária, que precisamos inventar métodos não convencionais para esta avaliação? O Espírito de Deus ainda fala conosco, para nos fazer saber o que é oculto aos olhos em nossa dimensão? Vejamos o que Jesus enfatizou. Quando enviou os seus discípulos de dois a dois e eles voltaram esfuziantes porque os demônios lhes eram sujeitos, Jesus não negou que as possessões existiam. Ele não disse a seus discípulos que, o que eles viram foi um transe psicótico. Ele insistiu que, ter os demônios sujeitos não era o mais importantes, por que isso era natural de acontecer, por causa da autoridade do nome pelo qual foram enviados. Pelo poder do Nome que é sobre todo o nome foi que tudo aconteceu e eles estavam sendo ensinados a conhecer. A alegria maior deveria ficar por conta dos seus próprios nomes estarem escritos no livro da vida, significando que venceram o mal em sua vida, isto é, o mal não mais os dominava e por isso tiveram real vitória.

O fato é que hoje o teatro eclesiástico ganhou plateia e as pessoas gostam de assistir aos exorcismos públicos como se isso fosse de suma importância. Pensando que estão apenas fazendo marketing do poder de Deus, enganosamente, tornam-se marionetes do inferno.

Conheço um grande pregador, que em determinado dia, foi pregar em uma igreja e assim que começou a falar, uma pessoa levantou-se da plateia com grande fúria para ataca-lo; ele apenas estendeu a mão e ordenou ao espírito que a estava possuindo, que parasse. Os passos estancaram e a pessoa ficou imobilizada durante todo o restante da preleção. Após o término, a pessoa foi liberta em nome de Jesus, para a Glória do Todo-Poderoso, sem alarde, sem show. A autoridade que nos foi investida por Jesus é para ser utilizada, sobretudo para libertação dos cativos e não para a glória de homens ensimesmados, que se denominam os bambambãs  da história, como detentores de um poder que não lhes pertence. Jesus deixou bem claro quando estava sendo interrogado por Pilatos antes da sua crucificação “Você tem apenas a autoridade que vem do meu Pai”. Tudo que somos e que temos provêm do Pai das luzes, portanto a Ele, a Glória a Honra e o Louvor.

Coloco em questionamento a autoridade que estamos buscando hoje, como igreja de Deus na terra. Dói a minha alma quando vejo pessoas opressas buscando alívio em medicamentos, buscando vida em fontes de morte. Para vivermos o novo tempo, precisamos ser revestidos de autoridade e poder concedidos por Deus à sua igreja para sermos fiéis testemunhas como salientou Jesus, na Grande comissão que deu a seus discípulos. Os cativos precisam de libertação, os doentes precisam de cura, os tristes precisam de óleo de alegria, os defuntos espirituais precisam do Espírito Vivificante. E nós que enxergamos esta deficiência o que estamos fazendo?

Deus tenha misericórdia de nós.

Denise F Passos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

“A língua”...DERRUBANDO GIGANTES INTRERIORES


 Na semana passada começamos uma série de estudos e orações, com o objetivo de identificar alguns pontos a trabalhar em nós mesmos. Com o título “Derrubando gigantes interiores”, estes estudos visam apenas alertar para a necessidade que cada um tem consigo mesmo em se conhecer e avaliar. Vale a pena adquirir o saudável hábito que nos aconselha o apóstolo Paulo “examine-se o homem a si mesmo...”. A contemplação é um hábito pouco praticado pelos ocidentais, e isto não facilita este exame tão necessário. Antes, porém, nos achamos aptos a avaliar a vida do próximo, o que é um erro grotesco.

A natureza humana é composta por muitos fatores que trazem influencia negativa ou positiva, dependendo da estrutura de formação. O “Eu” somado a todos os ISMOS foi identificado como o primeiro gigante a ser dominado, pois na verdade, nós podemos ser o nosso melhor amigo ou o nosso pior inimigo. Depende muito do bem que queremos ao homem interior que possuímos.


Partindo do princípio de que, a boca fala do que o coração está cheio, chegamos a conclusão do segundo gigante que devemos controlar. A “língua” é muito íntima do “eu”, por isso o “eu essência” deve ser trabalhado e, se a outra face do “eu” já estiver em domínio fica mais fácil controlar os parceiros. Esta parceria acentua-se quando alimentamos o ego com os nossos achismos, quando não paramos a fim de avaliar situações e assim ter a misericórdia necessária com o próximo.


Este é um assunto tão sério que a Bíblia afirma o seguinte: “A vida e a morte estão no poder da língua; aquele que a ama, comerá do seu fruto”. Provérbios 18:21


A língua é um órgão muscular, responsável pelo paladar. Uma série de ossos, glândulas e outros músculos trabalham para o seu bom desempenho. Este é o único músculo voluntário que não se fadiga, isto é, não se cansa quando se esforça. A língua que faz identificar os diferentes sabores, também ajuda a jogar a comida de um lado para outro, mantendo-a no devido lugar durante a mastigação. Seria impossível ao ser humano poder falar, sem a ajuda da língua. Também é de sua responsabilidade trabalhar os diferentes fonemas da fala, tal a sua mobilidade.


Quem já ouviu a frase: “tenho uma bomba pra te contar”? Acho que todos nós já ouvimos de uma forma ou de outra. O termo deriva da bomba de fissão nuclear. Quando um núcleo é bombardeado ocorre uma fissão. O núcleo se divide em dois e estes dois atingem a outros que também são divididos, ocorrendo uma multiplicação em cadeia até chegar a um ponto de pressão tão grande, que explode. Da mesma forma são as “inocentes bombas”, não menos atômicas do que as consideradas reais, que são disparadas através da língua e explodem com a moral da vítima.


Vida e morte são dois extremos antagônicos. Não há como ter vida e morte, caminho de vida e caminho de morte ao mesmo tempo. Mas, podemos e devemos escolher. A Bíblia não á drástica neste versículo, apenas revela o que há por traz de tudo que proferimos. Tudo que deixamos nascer com a exteriorização do pensamento através da fala. Enquanto um pensamento não for verbalizado é mantido sob controle e, inofensivo à vida de outros, porém quando pronunciado ocorre um efeito que pode ser benéfico ou catastrófico, dependendo do que se fala.


Eu tive uma criação bastante rígida, e agradeço a educação que tive dos meus pais. Eu e meus irmãos nunca ouvimos nossos pais fazerem comentários maliciosos ou jocosos em questão da moral de outras pessoas. Os assuntos ministeriais eram tratados de forma privada e a particularidade dos membros era preservada. Lembro-me de sempre ouvir a frase “não vi e não sei, cabem em todo lugar”, em nosso período de formação; mas hoje, é comum as famílias sentarem em torno da mesa para falar mal de todos os conhecidos e até muitos que consideram amigos. Os próprios pais ensinam a seus filhos a não ser confiáveis.


A coisa é que, isto vai crescendo dentro da pessoa de tal forma que ela se acostuma a falar o que não deve sem se dar conta, como se estivesse chupando uma simples bala. Em algumas isto se acentua tanto que se transforma em cinismo tornando-as malignas na deformidade do caráter. Infelizmente de um jeito praticamente irreversível, visto que são aprisionadas pelos defeitos que se tornam estilo de vida e infelizmente carregam o estigma de fofoqueiros, caluniadores, intriguistas, mexeriqueiro, bisbilhoteiros. Nada agradável ter alguém assim por perto. O máximo que estas pessoas podem chegar perto da vida de outra é no nível da trivialidade.


O caluniador é o mentor e o fofoqueiro o seu criado, fazendo o sujo serviço de entrega. Os dois trabalham em conjunto no departamento de demolição da vida alheia. Quebram sem dó nem piedade o que levou anos para ser construído; a moral do próximo. Uma das coisas que aprendi é que nunca se fala da moral alheia. Afinal, todos temos uma parte do telhado feito de vidro.


Tiago descreve com bastante clareza o assunto em sua epístola, no capítulo 3, versículos de 3 ao 6, onde pondera que colocamos freios na boca dos animais para os dominar e, os navios que impelidos por fortes vento, são dirigidos por um pequeno leme, e que basta uma fagulha para incendiar todo um bosque. Da mesma forma a língua é um pequeno órgão do corpo, que age como o fogo, que sendo inflamada pelo inferno, incendeia todo o curso da nossa vida. De forma que, alguém que se orgulha em ser religioso, mas não controla a sua língua, a sua religião para nada presta. ISTO É MAIS SÉRIO DO QUE IMAGINAMOS.


 Suelen, minha filha mais velha, foi bastante peralta. Um dia subiu na janela da nossa sala de estar e enquanto conversava com as amigas que estavam do lado de fora, resolveu pular. Ao cair no chão com a força do deslocamento do corpo, a língua que ficou entre os dentes foi mordida e sangrou muito. Lá fomos nós para o hospital costurar a língua da Suelen. Como o tecido da língua é poroso e escorregadio, os pontos não seguravam e ela precisou costurar a língua por três vezes, em dois dias.


Este órgão, que foi criado com tanto esmero para o prazer do ser humano, deveria ser melhor utilizado; para falar o que é certo no momento certo, para falar de amor e abençoar a vida de outra pessoa, para degustar a diversidade de  tudo que foi criado a fim de nos alimentar, para proteger o organismo não permitindo que nada estragado seja ingerido, para beijar deliciosamente. O que deveria ser bênção na vida da pessoa ela mesma é capaz de transformar em desgraça. Tem muita gente que precisa dar uma boa mordida na língua para evitar que ela fale o que não deve, a fim de deixa-la costurada dentro da boca por mais tempo.


O assunto parece sem importância, mas é bastante sério. Este pequeno órgão, criado para o prazer do homem, pode ser destorcido em prazer de destruir. Este enorme gigante precisa ser controlado, antes que destrua o que temos de melhor, a integridade.


Para finalizar volto às palavras de Tiago, 3:2, “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para refrear todo o corpo”.  Como expliquei no texto da semana passada, esta perfeição é no sentido de inteireza de coração. Se alguém prejudica a seu próximo, mesmo com palavras que parecem tão simples, não pode estar inteiro com Deus.

Deus nos abençoe.


Denise F Passos