quinta-feira, 29 de março de 2012

Você tem algum estoque?


Em 2 Reis 4:1-7, narra a seguinte história: “E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos. E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.

 Então disse ele: Vai, pede emprestado de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.

Partiu, pois, dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia. E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou. Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto”.



Eliseu era profeta em Israel, portanto a sua função era levar povo a adoração e a comunhão com Deus, e trazer a Palavra de Deus ao povo. Podemos exemplificar mais ou menos o ofício do profeta como a válvula de ligação de uma engrenagem. Naquela época havia uma espécie de escola de profetas, onde os discípulos se agregavam para receber ensinamentos e praticar o ofício.  O marido desta mulher, participante ativo, veio a falecer, deixando a família em situação de dificuldades. Aquela mulher vivia no temor do Senhor juntamente com a sua família. E no tempo de escassez, ela sabia onde encontrar o que guardou no tempo de bonança. Para que não haja falta é necessário juntar.  Assim como no comércio é feito estoque para fornecer aos clientes, a nossa vida também deve ser construída em cima dos estoques. Todo o Saldo positivo que extraímos das experiências vividas. Sem isso somos pegos desprevenidos no tempo de dificuldades. Ex: a história da formiga e da cigarra.
Às vezes confiamos na provisão do celeiro do vizinho, no que outros têm acumulado; como eu confiava na oração da minha mãe. Ela orava e as coisas aconteciam. Eu cresci vendo milagres de Deus em nossa casa e na vida das pessoas que nos cercavam.

O marido morreu e deixou dívidas. Às vezes, as coisas mais preciosas morrem em nossa vida. As dificuldades matam o ânimo, a energia que dá forca para lutar, a confiança uns nos outros, matam a união, matam o amor, mas uma coisa não pode morrer; a esperança.

É a Esperança que mantém a fé em ação.

O credor veio cobrar a dívida e queria levar justamente os filhos. Quando não acumulamos o que devemos ter em reserva, os credores vêm para levar o que temos de melhor. Aquilo que nos é mais caro. Pensa em algo caro pra você! Pensou? Triste é, que depois de ser privado da sua preciosidade, por não fazer o que deve ser feito, ainda se zanga com Deus. Colocamos na conta de Deus à culpa que é nossa.

Naquela época a mulher não podia trabalhar sequer estudar, como nos dias de hoje. Thank God. Sem aposentadoria, sem INSS, sem conta poupança ou cartão de crédito, sem ajuda do governo, a mulher, viúva e sem filhos, era destinada a depender da bondade de algum parente que talvez a explorasse, ou passaria a mendigar. A situação era mais crítica do que pensamos. Faço uma pausa, para chamar a atenção das mulheres, quanto ao privilégio e liberdade que temos de crescer, como pessoa na sociedade em que vivemos e não sabemos aproveitar. Pelo contrário, ainda perdemos tempo precioso com coisinhas, disse me disse, futilidades, inutilidades. É tempo de acordar para a vida, que passa ligeiro.

Quando o profeta perguntou mulher: O que é que você tem em casa? Ela já havia esgotado todas as possibilidades. Não tinha para onde correr. Este é o ponto certo para Deus realizar verdadeiros milagres na vida de qualquer pessoa. A primeira bênção foi, ter lembrado que ainda possuía uma botija de azeite. Pois, normalmente nos períodos de grande aflição é difícil nos ater a detalhes aparentemente pequenos e que fazem toda a diferença. Ela possuía a botija e a botija continha azeite.

Vai aos teus vizinhos e pede vasilhas vazias, não poucas.

Esta mulher estava cercada de vizinhos solidários e tinha um bom relacionamento com eles. Ela iria usar as vasilhas dos vizinhos por um bom tempo e mesmo assim eles emprestaram. Aqui fala de solidariedade e amizade. Ter amigos é uma benção. Amigos são para sempre aconteça o que acontecer.

Entra em tua casa e fecha a porta sobre ti e teus filhos.

Mesmo os vizinhos tendo emprestado as vasilhas, a bênção, e a particularidade de Deus era com ela e com os seus filhos. Tem certas coisas que Deus gosta que sejam particulares entre nós e Ele. Imponha limites, não permitindo que pessoas que não tenham a mesma visão, te atrapalhem. Fechar a porta também fala de proteção. Quantas vezes não fechamos as portas da proteção e permitimos que nossas preciosidades sejam devassadas por quem não dá valor a elas e apenas as querem por vingança e vangória.

Deita o azeite nas vasilhas.

Precisamos dar passos de fé para ver milagres realizados. Em geral os homens são práticos, rápidos no foco central e pouco detalhistas. A mulher com a visão periférica consegue enxergar algumas outras necessidades e impulsionar e direcionar os que dependem dela, espiritualmente falando. Apesar de o homem ter sido colocado por Deus como sacerdote da casa, a mulher é responsável pela família nesta área, isto é, quando é sábia. Por isso, que geralmente, quando a mulher desmorona, a sua casa vai junto. Porque a mulher tem um tipo de fé diferente do homem. Sua forma de confiar é mais totalitária. Deve ter sido muito cansativo as várias horas que aquela mulher ficou segurando a botija de azeite e não sabemos com que velocidade o líquido oleoso caía nas vasilhas. Quem já carregou água quando falta na caixa d’água de casa? É semelhante. Leva um tempo enorme e ocupa muito espaço na reserva. Imagino a casa daquela mulher, lotada de diferentes vasos, mas contendo o mesmo óleo.

Qualquer pessoa pode trazer a vasilha, mas é responsabilidade nossa, como mães, como mulheres conscientes, em enchê-las.

Ela obedeceu à instrução do homem de Deus e foi abençoada. De viúva e endividada, passou a ser empresária e libertadora dos filhos. A intensão de Deus é de abençoar, mas precisamos atentar para os requisitos.

O azeite só parou de jorrar quando não havia mais vasilhas a serem cheias.

Ontem falei esta mensagem na celebração de aniversário de duas irmãs da nossa igreja em Delaware. No final, fiz a seguinte dinâmica. Confeccionei desenhos de pequenos vasos e escrevi um pouco de tudo que precisamos para que nosso interior esteja completo. Alguns exemplos de sentimentos, emoções, afetos e frutos do Espírito que precisamos adquirir para serem cheios por Deus em nosso vaso de barro: fé, esperança, amor, alegria, paz, união, solidariedade, amizade, bondade, prosperidade, felicidade, humildade, oração, unção, compaixão, sabedoria paciência.

Coloquei-os sobre a mesa, virados para baixo, de forma elas os não escolhessem e sim lhes caísse na necessidade. Cada uma pegou dois nomes e eu fiquei com o que restou. Para mim coube à humildade. Uma das coisas mais difíceis de adquirir e manter no nível. Muitas queriam trocar comigo, mas eu não troquei, até que uma delas me disse, mas com estes dois que tirei (fé e oração) posso alcançar a humildade tão necessária para manter o nível do óleo bem alto. Pela resposta eu percebi a produtividade da Palavra.

Ontem, além de nos divertirmos, aprendemos bastante.

Deus conceda a cada um conforme a sua necessidade.

Denise F passos